Era uma noite escura e tempestuosa em Barueri. A chuva caía forte, e os trovões ecoavam pela cidade. Maria, uma jovem estudante, voltava para casa tarde da noite após um longo dia de estudos na faculdade. Ela morava em um antigo sobrado no centro da cidade, conhecido por seus moradores como um lugar mal-assombrado.
Enquanto caminhava pelas ruas desertas, Maria sentiu um arrepio na espinha. Ela olhou para os lados, mas não viu nada. Apenas as sombras das árvores dançando ao vento. Ao chegar em frente ao seu sobrado, ela notou algo estranho. A porta estava entreaberta, e uma luz fraca escapava por entre as frestas.
Maria hesitou por um momento, mas decidiu entrar. Ela empurrou a porta com cuidado e adentrou o hall de entrada. O silêncio era ensurdecedor, e o ar estava pesado, carregado de uma energia sombria. De repente, ela ouviu um sussurro vindo do andar de cima.
"Maria..."
Seu coração disparou. Ela conhecia aquela voz. Era a voz de sua avó, que havia falecido há muitos anos. Maria subiu as escadas correndo, com o medo a consumindo por dentro. Ao chegar no quarto da avó, ela viu uma figura sombria sentada na cadeira de balanço.
"Vovó?", perguntou Maria, com a voz trêmula.
A figura se virou lentamente, revelando um rosto pálido e cadavérico. Seus olhos eram negros e vazios, e um sorriso macabro se abriu em seus lábios.
"Você demorou, Maria", disse a figura com uma voz rouca e gutural. "Eu estava esperando por você."
Maria gritou e tentou correr, mas a figura se levantou e a agarrou pelo braço. Suas unhas eram longas e afiadas, e sua pele estava fria como gelo. Maria se debateu, mas não conseguiu se soltar. A figura a puxou para perto e sussurrou em seu ouvido:
"Agora você é minha para sempre."
Na manhã seguinte, os vizinhos encontraram Maria morta no quarto da avó. Seu corpo estava pálido e sem vida, e seus olhos estavam arregalados, fixos em um ponto distante. A polícia investigou o caso, mas nunca encontrou uma explicação para o que havia acontecido. Alguns diziam que Maria havia sido vítima de um ataque cardíaco, outros acreditavam que ela havia sido assassinada. Mas os moradores mais antigos da cidade sabiam a verdade. Maria havia sido levada pela alma penada de sua avó, que nunca havia deixado o sobrado.
E até hoje, dizem que o espírito de Maria vaga pelos corredores do sobrado, procurando por uma forma de escapar da maldição que a prendeu ali para sempre.