capítulo 04

Medusa narrando...

Assim que chego no morro, vou em direção à casa que dividia com o Flávio. Precisava relaxar um pouco, e nada melhor que um sexo gostoso, né? Assim que chego na casa do Flávio, abro a porta com a chave que o mesmo me deu. Ao subir o primeiro degrau, escuto gemidos.

Tudo paralisa

Ele não teria coragem, teria? Assim que subo os degraus correndo, entro no quarto e tudo em mim estava quebrado. Eu entreguei meu coração, e é assim que ele me retribui? Me traindo com duas? Não, não é só uma, são duas!

— Flávio... - falo com um fio de voz, ele me vê e empurra as duas!

— Amor?! merda, eu posso explicar! - ele tenta vir em minha direção mas eu recuo

— Explicar? Não tem explicação, está tudo evidente - escuto os fogos sendo lançados!

Era uma invasão, olho pro Flávio e vejo ele pegar seu colete. Eu saio da casa dele correndo, indo em direção à boca para pegar o meu colete e meu fuzil.

— Quem tá invadindo? - pergunto no radinho.

— É da Rosinha, patroa - coloco minha máscara e saio, estava fervendo ainda mais de raiva.

— Cadê o imperador? - pergunto pelo meu irmão no radinho.

— Foi buscar o patrão

Droga, tinha esquecido que o Rei sairia hoje! Assim que chego perto de um beco, vejo cinco dos meus que confio.

— Escutem, o inperador foi buscar o Rei. Vão até eles, localizem ele pelo celular. Não deixem eles entrarem, se vocês deixarem eles entrarem eu torturo cada um de vocês - eles sacudiram a cabeça e saíram.

[...]

Depois de falar com o Murilo pelo celular, discutimos um pouco, mas deixei ele falando sozinho. Estava com meu fuzil atravessado e uma pistola grudado no meu colete e armas brancas escondidas. A chuva caía aqui fora, era sangue pra tudo que é lado, o negócio tava tenso e eles não desistiram e nem nós.

Passamos a tarde de ontem e mais a metade de madrugada em guerra, mas vencemos. Eu não fui pra casa, resolvi algumas coisas na boca. Tava tapada de sangue, mas não tava ligando. Não tinha encontrado com Flávio ainda, mas se encontrasse, tinha torturado ele.

De longe Escuto barulho de tiros.

— Patroa, o patrão chegou - avisa um dos vapores.

Eu saio da boca indo para a entrada junto com um dos meus pessoais. Chegando lá, vejo meu irmão com minha cunhada e o Rei, ele me encarava e eu não abaixava a cabeça pra ele, encarei ele direto também.

— Que caralho, tu... - Murilo iria começar e eu já interrompi.

— Abaixa a porra da voz pra falar comigo! enquanto nem um de vocês estão aqui quem manda sou eu. Se vocês entrassem aqui, vocês morreriam na hora. Então ao invés de vir aqui chorar que nem um bebê, me agradeça. Não me estresse não, hoje não é um dia bom para testar a minha relevância.

Flávio apareceu, era só que me faltava...

— Amor, vamos conversar - puxo minha arma e atiro na perna dele, fazendo ele gritar de dor e choque.

— Tira este lixo daqui! - falo com raiva.

— Tá maluca, Mirella? - meu irmão pergunta.

— Caralho, essa mina é das braba mesmo - o rei fala.

- Amor, por... - desvio o assunto dele.

— Amor é um cacete, Flávio. Escuta bem o que vou te falar agora - me aproximo do mesmo

— Quando me ver, não me chama de amor e muito menos de Mirella, agora é Medusa pra você.

Mando os vapores que tiraram ele arrastado da minha frente. Hoje não é meu dia, mas nada que eu possa resolver. Eu juro que nunca mais vou me apaixonar de novo, não vou entregar a porra do meu coração pra ninguém, a partir de hoje, vou ser mais Medusa que Mirella.

— Mirella, o que aconteceu? - meu irmão pergunta preocupado.

— Nada de mais - falo e olho pro rei. Ele me olhava com admiração? mas até que ele é gato...

— Satisfação, Mirella - estendo a minha mão pra cumprimentá-lo.

— Rei - fala apertando minha mão com firmeza.

— Qual foi do proceder? - perguntou sobre a invasão.

— Morro da Rossinha invadiu, eles estavam preparados e perdemos vários dos nossos. Já estou avaliando novos vapores e já fiz pedidos de novos armamentos, mas algo me diz que eles vão atacar novamente - falo enquanto entramos na boca , me sento em uma cadeira à frente da dele.

— Bom... - ele fala sentando, acendendo um cigarro.

Suspiro, eu precisava de um tempo do morro, precisava respirar longe do Flávio, não iria conseguir ficar no mesmo lugar que ele. Não posso pedir pra afastar ele do morro, por mais que ele não preste pra mim, ele é um excelente vapor, um dos mais "leais" pelo mais irônico que seja.

— Estamos tendo problemas com um dos nossos aliados de São Paulo. Pensei em ir até lá amanhã pra resolver algumas coisas.

— Vai sozinha? - Rei pergunta.

— Sim

— Nem pensar, é muito perigoso Mirella, vou mandar o Flávio com você - Murilo fala.

— Perigo é meu sobrenome e eu não estou te pedindo permissão, estou informando. Eu não preciso de Flávio nas minhas costas, eu quero distância daquele desgraçado - Falo e me retiro da sala.

Mais que inferno! Será que não posso ter paz? Não quero Flávio comigo e não posso contar ao meu irmão o que aconteceu, porque sei como meu irmão é.

Sei que ele vai querer me defender e até acho fofo isso, mas eu sei me defender sozinha e não podemos arriscar perder Flávio, porque ele é muito bom no que faz.

[....]

Pedro Henrique -Rei narrando...

Dois meses depois

Tiros são ouvidos!

Eu levanto num pulo, pego minha arma colete e saio em missão de salvar meu morro. Depois que Medusa foi para uma missão em São Paulo, tem sido invasão atrás de outra. Uma semana depois que ela se foi, Murilo descobriu que Flávio tinha traído ela e deu uma surra no cara. Na moral, como um cara consegue trair um mulherão daquele? É muito vacilo e idiotice.

Desde que conheci aquela garota, ela não sai da minha cabeça e muito menos dos meus sonhos. Porra, aquela morena é feiticeira, só pode.

[...]

Depois que tivemos mais uma vitória, arrumamos tudo para o velório daqueles que perdemos durante a luta. Estava perdido nos meus pensamentos quando o "Caveira" entrou na minha sala.

— Porra irmão, Mirella não dá notícias, já tô ficando... – ele é interrompido pela porta da sala sendo aberta por um dos vapores.

— Caveira, tua irmã tá na TV! - meu amigo paralisa, ficando pálido. Eu ligo a TV.

Repórter: E mais uma vez, Mirella Torres ganha mais uma audiência, chegando em última hora e impedindo a execução de Pablo Mendes.

E lá passava ela entre os jornalistas, de óculos escuros, com um terninho que a deixava sexy.

Jornalista 1: Senhora Torres, como se sente em ter salvado a vida de um monstro como Pablo Mendes?

Jornalista 2: Senhora, como a senhora pode salvar a vida de um bandido?

Jornalista 3: Como pode deitar a cabeça no travesseiro tirando assassinos da cadeia?

Ela passava entre eles, nem ligando. Muita gente naquele meio a julgava por defender bandidos, muita gente ali a chamava de monstro, mas nada daquilo a abalava. Ela passava por eles como a dona da porra toda.

Eu tô fascinado por aquela mulher. Eu a quero pra mim,  vai ser a minha dama do crime. Ela vai reinar ao meu lado, e seremos como Coringa e Arlequina.

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Comments

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

uma rainha tem que está ao lado de um rei ❤️🩵

2025-08-27

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