O casamento estava a apenas uma semana de distância. As flores haviam sido encomendadas, os trajes estavam prontos, e os nomes da elite eram cuidadosamente anotados nas listas dos convidados. Tudo perfeitamente organizado, como um grande espetáculo. Exceto pelo que acontecia longe dos olhos da sociedade — no silêncio íntimo entre dois corpos que já não sabiam mais como manter distância.
Nos últimos dias, Isadora sentia como se sua própria pele estivesse viva. Bastava a presença de Caio no mesmo cômodo para que seus sentidos se acendessem. O cheiro amadeirado dele, o som grave da voz, a maneira como suas mãos se moviam com precisão… tudo nele era provocação involuntária. E ela já não sabia se queria resistir.
Naquela tarde, encontrou um bilhete entre as páginas do livro que estava lendo.
> "Me encontre esta noite. Meia-noite. Jardim interno. Sozinha."
Ela leu e releu como se o papel pudesse pegar fogo em suas mãos.
Quando o relógio marcou doze badaladas, Isadora caminhou pelo corredor com o coração acelerado. Vestia uma camisola de cetim fino, cobre, que deslizava sobre sua pele como um toque. Por cima, apenas um robe leve, branco como névoa. Não era fantasia — era provocação. Era uma declaração silenciosa: eu quero.
Caio estava lá, esperando entre as sombras. Uma única lanterna pendurada numa árvore lançava uma luz dourada sobre o rosto dele. Ele vestia apenas uma camisa aberta no peito e calça escura. O cabelo ligeiramente bagunçado denunciava a ansiedade contida.
Quando a viu, seus olhos escureceram.
— Eu estava começando a achar que não viria — disse, a voz mais rouca do que o habitual.
— E perder o momento em que você finalmente quebraria suas próprias regras? — ela respondeu, se aproximando.
Ele não disse nada. Apenas a encarou como se estivesse gravando cada detalhe da imagem que ela lhe entregava. E então, como se o ar entre eles tivesse se tornado inflamável, ele a puxou pela cintura com firmeza.
O beijo veio quente, urgente. Não havia mais espaço para meias-palavras. Os lábios se encaixaram com fome, com sede, como se semanas de tensão tivessem culminado ali. As mãos dele exploravam as curvas dela como quem conhece e descobre ao mesmo tempo. E Isadora se entregava com a mesma intensidade, arranhando levemente os ombros dele, sentindo o corpo estremecer sob o toque firme.
Caio a pressionou contra a parede de pedra coberta de heras, beijando seu pescoço com precisão, fazendo-a arquear o corpo.
— Você me tira do controle, Isadora — ele murmurou contra sua pele. — E eu não sei mais fingir que não quero você.
— Então para de fingir — ela sussurrou, puxando a camisa dele e sentindo os músculos tensos sob seus dedos.
Ali, no jardim escondido da casa que os uniu, os dois se deixaram levar por uma paixão que não cabia mais dentro do corpo. A noite os envolveu como cúmplice. Os suspiros abafados, os beijos quentes, os toques entre a seda e a pele... Tudo era entrega. Tudo era desejo.
E quando seus corpos finalmente se uniram, não foi apenas físico. Foi o momento em que as defesas ruíram, em que o dever foi esquecido, e tudo o que restou foi o sentimento que vinha crescendo a cada silêncio, a cada briga contida, a cada olhar roubado.
Naquela noite, Isadora não dormiu sozinha.
E Caio, pela primeira vez em anos, dormiu em paz.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Agnes
Preciso de uma sequência! 🤞
2025-06-23
1