O carro preto deslizou pelas ruas da cidade como se abrisse caminho por si só. Paola se manteve em silêncio ao lado de Felipe, com as mãos entrelaçadas no colo e o olhar fixo no horizonte. O vestido escolhido por ele a apertava, não apenas no corpo, mas na alma. Era como vestir uma nova identidade — a de uma mulher que havia sido vendida e agora era moldada ao gosto de um homem que usava poder como arma.
Quando o veículo parou em frente ao prédio da Alburqueque & Co., Paola ficou sem palavras. O arranha-céu de vidro escuro parecia tocar o céu. As iniciais douradas da empresa cintilavam sobre a fachada, e funcionários uniformizados circulavam com pressa, respeitando o ritmo frio do mundo corporativo.
Felipe desceu primeiro, ajeitando o paletó com a naturalidade de quem já dominava aquele ambiente. Estendeu a mão para ela — não por gentileza, mas por controle. Ela aceitou, mas manteve a cabeça erguida. Ao entrarem, os olhares se voltaram imediatamente. Paola sentia cada passo pesar como se estivesse sendo julgada, medida, analisada.
Na recepção, a funcionária ergueu os olhos, surpresa.
— Bom dia, senhor Albuquerque. A senhorita é...?
— A partir de hoje, ela estará sob minha supervisão direta — respondeu ele, sem oferecer explicações.
Pegaram o elevador privativo até o último andar. O som dos andares passando era abafado, mas o silêncio entre eles era mais ensurdecedor. Paola sentia o peito apertado. Quando as portas se abriram, entraram em um corredor elegante, com chão de mármore preto e paredes decoradas com obras de arte abstratas. No fim, a porta dupla do escritório de Felipe se abriu automaticamente.
O espaço era amplo, com vista panorâmica da cidade. A mesa dele, de madeira escura, contrastava com o ambiente moderno. Havia um sofá ao canto e uma estante com livros de direito, negócios e economia. Tudo ali exalava poder, disciplina e... solidão.
— Sente-se — disse ele, apontando para a poltrona em frente à mesa.
— Eu não sou secretária.
— E eu não disse que você era. Ainda estou decidindo o que será — respondeu, provocando.
Paola o observou em silêncio. Ele falava com domínio, mas havia algo por trás daquele olhar calculado. Talvez dor. Talvez raiva. Ou apenas frieza.
— Por que me trouxe aqui? — ela perguntou, finalmente.
— Para que entenda com quem está lidando. Você acha que sou só um homem cruel que comprou sua liberdade, mas sou muito mais do que isso. Aqui, neste lugar, eu sou Deus. E você... é só mais uma peça.
Ela não respondeu. Mas dentro de si, algo queimava. Não aceitaria ser apenas uma peça. Não por muito tempo.
Felipe virou-se para a janela, observando o mundo abaixo.
— Aprenda, Paola. Neste mundo, ou você engole os fracos... ou é devorado.
E naquele momento, enquanto o sol invadia o escritório, ela fez uma promessa silenciosa: aprenderia sim. Mas para virar o jogo. E talvez, no final, fosse ela quem ensinaria o que era amor… e vingança.
curte e comente para mas capítulossssss
me diga oque estão achando?
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Ana Rosa Oliver
Estou gostando muito dessa história vai ser um desafio muito bom 👍
2025-05-08
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Jeovania Jesus
Hum ela vai sofre mas acho que eles vão se entender
2025-05-09
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