PARTE 1 - Convocação (3)

Não havia tempo a perder. Tudo havia ocorrido conforme o deus, Soriel, poderia nós desejar.

Convocar outra pessoa de outro mundo nunca foi uma tarefa fácil, nem mesmo para os humanos, quem diria que seria para demônios como nós?

Tivemos vários sucessos com isso, mas não era como se, as noivas do outro mundo, pudesse durar logo após a noite de nupcias. Mesmo se durasse, nem todas conseguiam gerar ou dar à luz a um herdeiro.

Outras que se matavam por terem saudades de casa.

Posso ter visto algumas, desde novo, mas presenciar algo assim em sua frente era de alguma forma fora do comum para mim.

Uma.

Duas.

Cinco.

Seis.

Todas as que conseguir invocar com sucesso, perdi um pouco as contas, essa deveria ser a sétima noiva e espero que nosso imperador possa colaborar para a sobrevivência desta nova noiva.

Quando todos viram a figura daquela… mulher?

Não, o círculo nunca erra, de forma alguma poderia ser um homem?

Uma das mulheres uma vez parecia ser um homem também, nunca poderia ser um engano.

Aquela nova noiva, assim como todas as outras, convocadas do jeito milagroso deste círculo magico que esta na minha família há anos, estava tão confusa e… assustada?

Pode se dizer que sim, era um sentimento que todas compartilhavam ao serem retiradas de seu mundo sem qualquer despedida.

Nenhum outro, principalmente os guardas, deveriam se aproximar dele, por mais curiosos que sejam. Assim, fui o único que poderia se aproximar da noiva agora, já que poderia entender a sua língua materna.

— Eu sou Karasuya, vou esta lhe ajudando a entender esse lugar – me apresentei, com aquele sotaque que precisava ser trabalhando com o tempo.

O tempo que me faltava.

A noiva parecia esta tranquila a primeiro momento, mas pude ver uma tensão aparecer entre suas sobrancelhas e sua cara parecer com alguém assustador, mesmo com medo.

Foi quando ele falou com uma voz firme.

— Como assim entender esse lugar? – a noiva agarrou o meu braço com força e o sacudiu pedido uma explicação — Me diga onde estou?! – gritou

Aquela noiva clamava por ajuda e explicações, mais que todas as outras.

Poderia lhe explicar, mas estávamos sem qualquer tempo para explicações detalhadas naquele momento.

Não quero ver a ira de sua majestade.

— Você foi convocado para este lugar, humano – respondi, ainda tinha uma certa tremedeira por causa da última vez — Esta na região de Aysu do Dominado do Oeste – conclui, esperando que a noiva pudesse entender o que eu estava falando.

Sua expressão saiu de tensão para uma risada estridente, uma mistura de puro desespero que fazia um tempo que não sentia.

— Ah vá, não me diga que esse é outro mundo e fim? Hahaha

A noiva continuou a rir, estou compartilhando se seu desespero, mesmo que não seja por motivos semelhantes, pelo menos ainda não.

— Vá e chame os servos para começar os preparativos, precisamos correr com isso, devemos estar antes do entardecer deste dia – ordenei àqueles guardas e serviçais

— Sim, Sir Karasuya! – exclamaram se dissipando.

Quando olhei a noiva novamente, ela parecia confusa, mesmo que esteja de guarda muito alta, olhava para o que falávamos com atenção.

Não devemos perder tempo.

Logo o puxei e falei em sua língua, para que se sentisse mais comoda.

— Estamos ficando sem tempo, Mestra, ainda não sei seu nome, mas precisamos nos apressar e ir ao Palacio Aureo – tentei manter a acalma, mesmo que isso não seja de fato muito útil naquele momento

Ele conseguiu parar meu puxão, fazendo eu o encarar.

Belo olhos de carvão, são raros em meio aos demônios, sua majestade deve gostar deles.

— Perai, o que estão fazendo? Me sequestrando ou algo do tipo? – Exclamou alto, como pensei, pedindo explicações que não poderia dá naquele momento — Na verdade, vocês já fizeram isso, só falem logo o que querem e mim – essa ultima fala foi uma boa análise de sua situação.

Vejo um daqueles velhos apoiadores do antigo imperador pedindo mais pressa.

Devemos correr com isso, logo falei:

— Mestre…

— Ryuu, meu nome é Ryuu Kouki – respondeu ele, se apresentando finalmente

Ryuu, um dos povos do Dominato do leste tem um nome parecido em sua cultura.

Dragão. Esse era seu significado.

— Mestre Ryuu, vocês atualmente no continente demoníaco, não sei de que mundo você veio, mas deve saber que não devemos irritar nosso imperador, por isso demos nos apressar e lhe entregar para ele – falei, me apressando em responder às perguntas dela

— Calma, você esta falando muito rápido, e com esse seu sotaque eu não entendo nada! – exclamou em um tom assustador para meus ouvidos

Não conseguia bem entender quando ele mudava seu tom.

— Sinto muito– falei tremulo, preciso me apressar — Queria mais tempo para explicar para vossa senhoria, mas estamos sem ele

Sua senhoria Ryuu, queria poder explicar, sinto muito mesmo.

Continuei o levando para o camarim, precisamos trocar as suas roupas de forma urgente, deixa ela, apresentável.

Fedia de alguma forma, não consigo entender o perfume dos humanos.

— Tragam os mais finos tecidos, precisamos achar algo que combinei com sua senhoria – exclamei para os servos

Todos corriam com pressa, os tecidos e as roupas e medidas, mesmo que vossa senhoria não a deixam tocar de muito próximo.

Poderia admirar aquelas joias, se sobrevivesse o que estava por fim.

Espero que sobreviva.

Pedi que um dos servo ajudasse ela a se trocar e um banho, precisamos livrar o cheiro do humano estrangeiro que estava com ela.

Foi quando de repente ouvir um grito e a noiva assustada com o servo de joelhos no chão.

— Sinto muito, sinto muito, sinto muito…

Aquele jovem servo falava repetidas vezes.

Lembro bem dele, era o antigo servo daquela mulher. Por isso o medo.

Corri para proteger aquele pequeno servo, não podemos deixar nada ir contra o programado.

— Sinto muito, Mestre Ryuu, este jovem não lhe quis fazer qualquer mau, poderia o poupar de sua ira? – pedi ajoelhando

Olhando para vossa senhoria, seus olhos estavam trêmulos, ela abraçava seu próprio corpo como se protegesse qualquer coisa que estivesse por baixo daqueles tecidos de pano.

Iria dizer algo, quando apenas pude ver ela correndo para fora daquele lugar.

Os guardas iriam atrás dela, de alguma forma, uma noiva era a prisoneira dentro daquele país, principalmente se fosse estrangeira.

— Vocês parem, lembre-se, elas são de minha responsabilidade – exclamei, levantando do chão e indo até eles

Um dos guardas estalou a língua.

— Ela é apenas uma estrangeira e de outro mundo, deve apenas pensar em servir o nosso imperador – falou aquele guarda

— O que importa para mim, além da satisfação de nosso senhor, é a possibilidade se sobrevivência das noivas, sabem muito bem o que acontece se algum de vocês a tocarem – avisei

Seus olharem se tornaram sombrios e abriram caminho.

Precisei mentir um pouco, meus pais me ensinaram que nosso dever é com as noivas, não importava o que acontecesse com o país.

Corri, aquela noiva não poderia ir muito longe, mesmo que fugir fosse um feito muito grande para uma noiva.

Obviamente não demorei para conseguir encontrar ela, já que parou na parte onde aquele lugar mostrava o céu.

Um mundo diferente. Choques iguais.

Pude ver seus ombros trêmulos, como se quisesse chorar, mas não poderia fazer isso.

Tudo que posso fazer é conforta ela, nada mais.

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