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A noite estava vibrante. Os cassinos da cidade estavam cheios de vida, com luzes piscando, música alta e risadas que ecoavam pelos corredores. Um lugar onde as pessoas vinham para escapar da realidade, entregar-se a excessos e, muitas vezes, perder tudo.
No centro de tudo isso, estava Jack Blake, o dono da noite. Ele desceu de seu carro preto, com um terno impecável, sua presença imediatamente notada por todos ao redor. Os seguranças abriram caminho para ele, enquanto os frequentadores mais atentos sussurravam seu nome com respeito e medo.
Dentro do cassino, a atmosfera era ainda mais intensa. Máquinas de caça-níquel brilhavam, mesas de pôquer estavam lotadas e garçons passavam carregando bandejas com bebidas caras. Jack caminhou lentamente pelo salão principal, observando o movimento, mas nada parecia prender sua atenção.
Uma jovem mulher, loira e vestida de forma provocante, aproximou-se com um sorriso sedutor.
— Sr. Blake, que surpresa vê-lo aqui esta noite — disse ela, tocando de leve o braço dele.
Jack a olhou rapidamente, seu olhar frio o suficiente para fazê-la recuar um pouco. Ele sabia o que ela queria, assim como as outras que o rodeavam constantemente. Mas, para ele, aquilo era entediante. Tudo parecia vazio. Essas mulheres jogavam um jogo fácil, tentando impressioná-lo com seus sorrisos e corpos, mas nenhuma delas despertava seu interesse.
Ele se aproximou do bar e pediu um uísque, observando o salão com olhar distante. Por mais que estivesse cercado de luxo e poder, algo naquela noite parecia irritá-lo. Talvez fosse Tiana. A forma como ela o desafiava, como se ele não tivesse controle total sobre ela, era uma novidade para ele. Uma novidade interessante.
Um de seus capangas, Michael, aproximou-se com discrição.
— Sr. Blake, temos informações sobre o pai da garota — disse ele, baixando a voz.
Jack virou-se, sua expressão endurecendo.
— E onde ele está?
— Escondido em um bar nos subúrbios. Parece que ele está tentando fugir, mas não tem recursos.
Jack sorriu, mas não havia alegria em seu rosto.
— Claro que não tem. Ele sabe que não há lugar no mundo onde eu não o encontre.
Michael hesitou por um momento antes de continuar:
— Quer que lidemos com ele?
Jack ficou em silêncio, girando o copo de uísque em suas mãos. Ele poderia facilmente acabar com o pai de Tiana agora, mas isso seria simples demais. Ele queria ver até onde o homem iria, quanto tempo levaria para perceber que não havia saída.
— Não ainda. Quero que ele continue correndo — disse Jack, finalmente. — Vamos deixá-lo sentir o peso da dívida antes de decidirmos o que fazer.
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...Enquanto isso, nos subúrbios......
O pai de Tiana, Roberto Souza, estava sentado em um bar decadente, com o copo de cachaça tremendo em suas mãos. Ele olhava para os cantos do estabelecimento, paranoico, como se esperasse que a qualquer momento alguém aparecesse para matá-lo. E, na verdade, era exatamente isso que ele temia.
— Mais uma — pediu ao barman, com a voz rouca.
O barman hesitou, mas serviu outra dose. Roberto sabia que sua situação era desesperadora. Ele havia vendido a própria filha para cobrir uma dívida que nunca poderia pagar. Por mais que dissesse a si mesmo que não tinha escolha, a culpa o consumia.
— Você está acabado, Souza — murmurou para si mesmo, tomando outro gole.
Ele sabia que não havia saída. Jack Blake era como uma sombra, sempre presente, sempre esperando. Correr não o salvaria, mas ele não sabia o que mais fazer.
De volta ao cassino...
Jack terminou seu uísque e levantou-se, ignorando as mulheres que ainda o observavam de longe. Ele passou pelo salão principal e entrou em um corredor reservado, onde um de seus aliados o aguardava.
— Blake, precisamos conversar — disse um homem robusto, de meia-idade, chamado Lorenzo. Ele era um dos associados de Jack, responsável por manter a ordem em algumas operações ilegais da cidade.
— O que houve? — perguntou Jack, acendendo um charuto.
Lorenzo suspirou, cruzando os braços.
— Há rumores de que alguns dos nossos fornecedores estão insatisfeitos. Eles acham que estão recebendo menos do que o combinado.
Jack deu uma longa tragada no charuto antes de responder.
— E o que você acha disso, Lorenzo?
— Acho que eles precisam de um lembrete sobre quem manda aqui.
Jack sorriu de lado, satisfeito com a resposta.
— Bom. Mande alguém lidar com isso. Se continuarem reclamando, eu mesmo vou visitá-los.
Lorenzo assentiu, mas antes de sair, acrescentou:
— Ah, e ouvi dizer que tem gente falando sobre a garota. Alguns acham que você está... distraído.
Jack arqueou uma sobrancelha, mas não perdeu a compostura.
— É isso que dizem?
— Sim. Mas sei que você sempre tem um plano — disse Lorenzo, rapidamente, tentando se justificar.
Jack apagou o charuto, sua expressão fria.
— Sempre.
Quando Lorenzo saiu, Jack ficou sozinho no corredor por alguns instantes. Ele pensou em Tiana novamente, naquela resistência que o intrigava tanto. Por mais que as pessoas achassem que ela era apenas mais uma peça em seu jogo, Jack sabia que havia algo diferente nela. Algo que o fazia querer ver até onde ela era capaz de ir.
Ele ajustou o terno e saiu do cassino, ignorando as pessoas que tentavam chamar sua atenção. Aquela noite não tinha graça. Nenhuma mulher, nenhuma aposta, nenhum negócio o interessava. Tudo parecia vazio. Exceto ela.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Solange Lopes
mais mais mais por favor autora atualiza mais capítulos muito bom ☺️
2025-02-01
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Gloria Katia Baffa
Pra mim ele se apaixonou por ela e bem percebeu ainda
2025-04-18
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