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O som da porta trancando atrás de si foi como um tiro no silêncio. Tiana olhou ao redor, tentando processar o que acabara de acontecer. O cômodo em que foi colocada era luxuoso, com um sofá de couro branco, uma mesa de vidro com detalhes em ouro e cortinas pesadas de veludo vermelho que cobriam janelas enormes. Tudo ali gritava opulência e poder, mas para ela, aquilo era uma prisão.
Ela correu até a porta e tentou abri-la, mas estava, obviamente, trancada. Bateu com força, suas mãos doendo com o impacto.
— Vocês não podem me manter aqui! — ela gritou, mas a resposta foi o silêncio.
Ofegante, ela recuou, sentindo o desespero crescer. Isso não podia estar acontecendo. Não podia ser real. Ninguém tinha o direito de tratá-la como uma propriedade, muito menos um homem como Jack Blake. Ela caminhou de um lado para o outro, tentando pensar. Não havia para onde correr, mas ela não ia desistir. Nunca.
Enquanto isso, na sala principal, Jack assistia às gravações das câmeras do quarto onde Tiana estava. Ele se inclinou para trás em sua poltrona, com um sorriso de canto nos lábios enquanto observava a jovem andando de um lado para o outro como um animal enjaulado. Era quase fascinante.
— Ela é cheia de energia, não é? — comentou Jack, sem tirar os olhos da tela.
Um de seus homens, parado ao lado dele, respondeu com cuidado:
— Sim, senhor. Parece que não vai ceder tão facilmente.
Jack riu, um som baixo e divertido.
— Eu espero que não. Seria entediante se fosse fácil.
Ele sabia que Tiana era diferente. Sua ficha dizia muito: determinada, trabalhadora, resiliente. Ela havia sobrevivido a situações que fariam muitos desistirem. E agora, aqui estava ela, desafiando-o com cada fibra de seu ser. Ele se perguntou quanto tempo ela aguentaria antes de perceber que estava lutando contra algo muito maior do que ela.
— Deixe-a se cansar — disse Jack, levantando-se e ajeitando o terno. — Quando ela perceber que não tem escolha, nós conversaremos.
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...Quarto...
Tiana parou diante da janela, afastando as cortinas com força. A vista era deslumbrante: luzes da cidade se espalhavam até onde os olhos podiam ver. Mas não havia como sair dali. Estavam no topo de um prédio imenso, sem nenhuma escapatória óbvia.
Ela se virou e chutou a mesa com força, deixando escapar um grito de frustração. Como seu pai pôde fazer isso com ela? Como ele pôde jogá-la nas mãos de um homem como Jack Blake? Lágrimas ameaçavam cair, mas ela as engoliu. Não podia se dar ao luxo de chorar. Precisava ser forte.
Alguns minutos depois, a porta finalmente se abriu. Jack entrou com a mesma calma predatória de antes, fechando a porta atrás de si. Ele a encontrou parada no centro da sala, com os braços cruzados e o olhar cheio de ódio.
— Já terminou de reclamar? — perguntou ele, em um tom que beirava a provocação.
— Você acha que isso é um jogo? — ela disparou, sua voz cortante. — Você não pode me manter aqui. Isso é sequestro!
Jack inclinou a cabeça, como se estivesse considerando suas palavras.
— Tecnicamente, não. Seu pai concordou com isso. Você é a garantia da dívida dele. Nada aqui é ilegal.
— Eu não sou uma coisa para ser trocada por dinheiro! — ela gritou, dando um passo na direção dele. — Você não tem esse direito.
Ele riu, um som baixo que fez os pelos da nuca dela se arrepiarem.
— No meu mundo, Tiana, os direitos são irrelevantes. Tudo o que importa é poder. E, neste momento, eu tenho todo o poder. Você, por outro lado... — Ele deu um passo à frente, reduzindo ainda mais a distância entre eles. — Não tem nada.
Ela quis socá-lo, mas sabia que isso seria inútil. Ele estava certo em uma coisa: no mundo dele, ela não tinha controle. Mas isso não significava que iria aceitar a situação.
— Você pode me trancar aqui, mas isso não significa que vou obedecer. — Sua voz era firme, mesmo enquanto o medo crescia dentro dela. — Você nunca terá o que quer de mim.
Jack sorriu de lado, como se aquilo fosse um desafio pessoal. Ele adorava a resistência dela, a faísca que ainda queimava em seus olhos.
— Isso é o que torna tudo mais divertido, sabia? — Ele deu mais um passo, ficando tão perto que ela sentiu o calor de sua presença. — Eu gosto de desafios. E você, Tiana, é um desafio e tanto.
Ela engoliu em seco, mas não desviou o olhar.
— Pode me achar interessante quanto quiser, mas eu não sou sua. E nunca serei.
Jack não respondeu de imediato. Em vez disso, ele deu meia-volta, caminhando até o bar no canto da sala. Pegou uma garrafa de uísque e serviu-se de um pouco, sem se apressar.
— Isso é o que eu mais gosto nas pessoas como você — disse ele, finalmente, virando-se para encará-la novamente. — Acreditam que podem lutar contra o inevitável. Mas, no final, Tiana, todos cedem. Você não será diferente.
Ela abriu a boca para responder, mas foi interrompida por uma batida na porta. Um dos capangas entrou, sussurrando algo no ouvido de Jack. Ele assentiu, terminou seu uísque em um único gole e se dirigiu à porta.
— Descanse, Tiana. Vamos conversar novamente amanhã — disse ele, com um sorriso que fazia sua pele arrepiar.
Antes que ela pudesse responder, ele saiu, e a porta foi trancada novamente.
Tiana sentou-se no sofá, sentindo o peso da situação. Jack Blake era perigoso, mas ela não ia se deixar quebrar. Ele podia achar que ela era apenas mais uma peça no seu jogo, mas ela estava determinada a provar que ele estava errado.
Enquanto olhava para a porta trancada, uma ideia começou a se formar em sua mente. Se ela quisesse sair dali, precisaria ser esperta. Não podia confrontá-lo diretamente — isso seria suicídio. Em vez disso, precisaria encontrar uma forma de virar o jogo a seu favor.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Gloria Katia Baffa
Vai ficar quente esta situação
2025-04-18
0
Sandra Maria de Oliveira Costa
parece boa 🥰
2025-04-16
0