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O som da chuva batendo contra as janelas da cobertura ecoava pelo ambiente silencioso. Jack Blake estava sentado em uma poltrona de couro preto, com um copo de uísque na mão. A luz suave do abajur projetava sombras em seu rosto angular, destacando o contraste entre sua aparência refinada e a aura de perigo que exalava. Ele observava a cidade abaixo, as luzes brilhando como se o mundo fosse apenas um tabuleiro de xadrez, e ele, o jogador principal.
Para Jack, cada movimento era calculado. Ele não era apenas um homem poderoso. Era o tipo de pessoa que ninguém ousava desafiar. E isso não era apenas por conta de sua fortuna ou influência, mas por causa de sua reputação. Ele era um predador. Um homem que não hesitava em usar meios brutais para resolver problemas, especialmente quando envolvia dinheiro.
— Sr. Blake, ela está a caminho — anunciou um de seus capangas, entrando na sala.
Jack desviou o olhar da janela, seus olhos cinzentos fixando-se no homem como uma lâmina afiada. Ele assentiu, calmamente, e tomou mais um gole de uísque. Não precisava de mais informações. Ele sabia exatamente quem "ela" era. Tiana Souza. O rosto dela já estava gravado em sua mente, graças às informações detalhadas que havia recebido sobre sua vida. Ele sempre fazia sua lição de casa.
— Ela resistiu? — perguntou, com um tom de voz neutro.
— Um pouco, mas nada que não pudéssemos resolver — respondeu o capanga.
Jack riu de leve, um som seco e curto, quase sem emoção. Era comum que as pessoas resistissem. Era parte do jogo. Mas ele sabia que, no final, todos cederiam.
— Preparem-na para mim quando ela chegar. Quero vê-la imediatamente — ordenou.
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Tiana estava com as mãos suadas, o coração disparado no peito. O carro preto avançava pelas ruas da cidade, enquanto ela permanecia em silêncio no banco de trás, entre dois homens que a observavam com olhares inexpressivos. O ambiente dentro do veículo era sufocante, e tudo o que ela queria era gritar, mas sabia que não adiantaria. Aqueles homens eram frios, treinados para não demonstrar emoções.
Ela olhou pela janela, tentando memorizar o caminho, mas era difícil com a escuridão e a chuva. Além disso, seu pânico crescente a impedia de pensar claramente. Quem era Jack Blake, afinal? Ela sabia que ele era perigoso, mas o que exatamente ele queria com ela? A dúvida corroía sua mente.
— Por que estou aqui? — ela perguntou, finalmente, com a voz mais firme do que esperava.
Um dos homens ao seu lado a encarou, mas não respondeu. O outro apenas disse, secamente:
— O Sr. Blake explicará tudo.
Tiana bufou, irritada, mas não disse mais nada. Estava claro que não adiantava tentar arrancar qualquer informação daqueles brutamontes. Em vez disso, tentou controlar a respiração e se preparar para o que estava por vir.
Quando o carro parou em frente a um prédio alto e luxuoso, seu estômago se revirou. Ela nunca tinha visto algo tão grandioso. O hall de entrada era revestido de mármore brilhante, e os seguranças na porta pareciam mais soldados do que recepcionistas. Tudo naquele lugar exalava riqueza e poder, mas havia algo sombrio na atmosfera, algo que fazia os pelos de sua nuca se arrepiarem.
Os homens a escoltaram até o elevador, e ela percebeu que cada passo que dava a afastava ainda mais de sua antiga vida.
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...Na cobertura......
Jack estava sentado atrás de uma enorme mesa de madeira, revisando alguns papéis quando ouviu a porta se abrir. Ele não levantou o olhar imediatamente, mas o som dos passos ecoando no chão polido avisou que ela havia chegado.
— Sr. Blake, aqui está ela — anunciou o capanga, antes de se afastar discretamente.
Jack finalmente ergueu os olhos, e por um breve momento, estudou Tiana em silêncio. Ela estava parada à porta, com a expressão de quem tentava esconder o medo, mas ele era um mestre em ler as pessoas. Ele viu o nervosismo em suas mãos, o leve tremor em seus lábios, mas também viu algo mais: determinação. Isso o intrigou.
— Tiana Souza — ele disse, com a voz grave e controlada. Ele se levantou lentamente, caminhando até ela com passos calculados. Cada movimento exalava autoridade. — Sabe quem eu sou?
— Sei — respondeu ela, sem hesitar. Sua voz estava firme, mas seus olhos traíam sua ansiedade. — E também sei que não deveria estar aqui. A dívida é do meu pai, não minha.
Jack sorriu, mas não era um sorriso amigável. Era o tipo de sorriso que fazia as pessoas sentirem um calafrio na espinha.
— Deixe-me explicar algo, Srta. Souza — ele começou, parando a poucos passos dela. — No meu mundo, as dívidas não são apenas números em uma folha de papel. Elas são obrigações. Quando alguém como seu pai falha em cumpri-las, eu tomo medidas para garantir que receba o que é meu. E, neste caso, isso significa... você.
Tiana o encarou, incrédula. Por um momento, ela achou que tinha ouvido errado.
— O quê? Isso é algum tipo de piada? — Ela deu um passo para trás, cruzando os braços em uma tentativa de se proteger.
Jack deu um passo à frente, reduzindo a distância entre eles. Seu olhar era tão penetrante que parecia atravessá-la.
— Não faço piadas, Tiana. Seu pai sabia exatamente o que estava fazendo quando colocou você como garantia da dívida. E agora, você pertence a mim até que ela seja paga.
As palavras dele caíram como uma bomba. Pertencer? Que tipo de insanidade era aquela? Ela sentiu o pânico crescer dentro de si, mas se recusou a mostrar fraqueza.
— Você não pode fazer isso — ela protestou, tentando manter a calma. — Eu não sou uma coisa que pode ser vendida ou comprada.
Jack inclinou a cabeça, como se estivesse analisando sua reação. Ele gostava de pessoas que resistiam, pois tornava tudo mais interessante.
— No meu mundo, eu posso fazer o que quiser — disse ele, com um tom quase indiferente. — E você vai descobrir isso rapidamente.
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Jack observou enquanto Tiana era escoltada para outro cômodo, onde ficaria sob supervisão. Ele sabia que ela lutaria, que tentaria encontrar uma forma de escapar, mas isso não o preocupava. Ele era paciente. Eventualmente, ela entenderia que não havia saída.
Enquanto isso, ele voltou para sua mesa, refletindo sobre como aquela garota era diferente do que esperava. Havia algo nela, algo que ele não conseguia identificar ainda, mas que o deixava curioso. Talvez, pensou ele, essa dívida fosse mais interessante do que imaginava.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Sandra Maria de Oliveira Costa
bora lá p mais uma leitura interessante 16,04 25
2025-04-16
1
Cirlene Sotero
Vamos lá pra mais uma leitura interessante 02-05-2025 😉
2025-05-02
0
Gloria Katia Baffa
Amando! já é quarta história sua lendo.
2025-04-17
0