( Alexandre )
Eles dizem que a pressão faz os diamantes, mas no meu caso, a pressão me deu duas opções: ceder ou me tornar algo indestrutível. Eu escolhi a segunda. Saí da casa da minha família aos 18 anos com uma mochila, uma conta bancária com um saldo modesto (graças à minha mãe) e um sonho ambicioso: provar que eu não precisava de ninguém.
Os primeiros anos foram um desastre. Não era nenhum gênio financeiro ainda, mas tinha uma qualidade que meus irmãos e meu pai nunca imaginaram em mim: eu sabia como observar. Aprendi rápido a me mover em qualquer ambiente, como entender o que as pessoas queriam e usá-las para conseguir o que eu precisava.
Meu primeiro emprego foi em um bar decadente, que cheirava a cerveja velha e desespero. Trabalhei como garçom porque era o único lugar que me contratava sem perguntar sobre "referências de família".
Dono do bar (rindo): Você? Garçom? Não parece o tipo que gosta de sujar as mãos.
Eu (sem hesitar): Pode ter certeza que não gosto. Mas vou ser o melhor garçom que você já teve, se me deixar começar agora.
Ele riu mais, mas deixou. E estava certo: odiava cada segundo. Servir bêbados, limpar mesas, lidar com o escárnio constante. No entanto, tudo isso me ensinou uma lição valiosa: humildade não é fraqueza; é estratégia.
Eu morava em um quarto minúsculo alugado nos fundos do bar. No tempo livre, lia tudo que encontrava sobre finanças e negócios. Meu vizinho, um cara chamado Otávio, era um vendedor ambulante que me apresentou um esquema.
Otávio: Se você pode convencer um cara bêbado a deixar 20 reais de gorjeta, pode convencer um empresário a investir 20 mil.
Era arriscado, mas ele estava certo. Comecei pequeno: revenda de eletrônicos, pequenas apostas na bolsa, consertos improvisados. Todo centavo que eu ganhava era reinvestido. Trabalhei como um maluco. Dormir era um luxo, mas fracassar não era uma opção.
Houve dias em que não comi direito, noites em que quis jogar tudo para o alto, mas cada pequena vitória me puxava de volta. Um cliente satisfeito aqui, uma transação lucrativa ali. Logo, estava abrindo minha primeira empresa de verdade: uma loja de eletrodomésticos usados chamada “Tech Revive”.
Dois anos depois de sair da mansão, minhas mãos já não carregavam mais bandejas. Consegui um convite para um evento de gala em que sabia que meus irmãos estariam presentes. Claro, não como "convidado VIP" – trabalhei como freelancer para o organizador do evento, ajudando com logística e figurando como "convidado de fachada".
Quando vi Álvaro e Edgar lá, algo em mim se acendeu. Eles não me reconheceram de imediato. Eu estava de terno, conversando com investidores, com números na ponta da língua.
Edgar (me encarando): Alexandre? O que... o que você está fazendo aqui?
Alexandre (sorrindo): Crescendo.
Meu pai não estava lá, mas sabia que Álvaro e Edgar contariam a ele. Não precisava dizer nada além disso. Meu sucesso – por menor que fosse naquela época – era a minha resposta para todas as palavras que me jogaram no passado.
Meses depois do evento, uma oportunidade caiu no meu colo. Um homem chamado Marcos Guerra, um investidor de meia-idade com quem conversei naquele evento, me chamou para um café.
Marcos: Você me intrigou, Alexandre. Parece... faminto. Mas me diga uma coisa: por que eu deveria confiar em você?
Alexandre (direto): Porque, senhor Guerra, enquanto outros estão confortáveis, eu não posso parar de correr. Preciso provar algo. Minha ambição é minha melhor garantia.
Ele gostou da resposta. Fechamos um acordo. Com seu capital inicial, lancei uma rede de startups tecnológicas. Algumas falharam, mas uma em particular, um aplicativo de serviços personalizados, explodiu em menos de um ano.
Agora, aos 28 anos, sou dono de uma fortuna considerável, tudo construído do zero. Não, eu ainda não era perfeito. Carregava cicatrizes emocionais e uma inclinação para desafiar qualquer autoridade, mas havia me tornado algo que ninguém da minha família esperava: independente.
E mesmo assim, às vezes, em noites silenciosas, eu pensava na mesa daquelas refeições frias na mansão. E jurava, uma vez mais, que um dia faria meu nome ser tão grande que ninguém jamais ousaria me chamar de "erro".
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Marina lopes
que cara de visão ,usou uma mal palavra pra ser alguém,se sua mãe tivesse viva ia sentir orgulho de vc
2025-05-15
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Fatima Gonçalves
CARAMBA É MUITA COISA PRA SE CARREGAR
2025-04-18
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Naiara Neta
coitado gente que pai maldito
2025-04-18
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