PROMESSA DO GUERREIRO

S dias seguintes foram uma mistura de caos e tensão. Enquanto Kael continuava sua jornada para provar que era mais do que apenas um homem forte, Elira se via dividida entre o respeito por ele e a pesada responsabilidade de ser uma princesa. Ela sabia que a corte esperava que ela cumprisse seu dever, mas o que seu coração lhe dizia estava cada vez mais claro. Ela não queria ser forçada a casar com um príncipe qualquer. Ela queria... algo diferente. E Kael parecia ser a única pessoa que compreendia isso.

Enquanto isso, Kael estava distante. Ele havia se afastado da princesa após a reunião no trono, concentrando-se em sua missão: encontrar uma maneira de reunir o dinheiro necessário para mudar o destino de Elira. Sabia que sua força física não seria suficiente; ele precisaria usar sua astúcia, suas habilidades e, acima de tudo, sua coragem. O caminho para isso não seria fácil.

A manhã estava fria quando Elira recebeu a notícia de que Kael havia partido para a floresta. Um nobre havia visto-o indo em direção às terras perigosas para caçar. Ela não soubera disso antes, mas seu coração apertou no momento em que soube. Kael, sempre tão determinado, sempre tão leal, estava se arriscando para salvar um reino que ele nem conhecia, e uma princesa que, de certa forma, ainda era uma estranha para ele. A razão por trás de sua coragem era um mistério, mas ela não conseguia ignorar o sentimento de ser cuidada por ele. Aquele homem que havia caído do céu, como um anjo salvador, estava lhe mostrando o que realmente significava lutar por alguém.

Naquela tarde, Elira não pôde mais se conter. Ela precisava vê-lo. Sabia que a corte, seu pai, todos esperavam que ela fosse a princesa comportada, que aceitasse seu destino, mas algo dentro dela, algo profundo e genuíno, a empurrava para longe desse caminho.

Ela se dirigiu para o estábulo, seus passos rápidos e decididos. Não se importava mais com os olhos curiosos dos serviçais ou com o julgamento dos nobres. Ela tinha uma missão: alcançar Kael.

Enquanto isso, Kael estava mais profundo na floresta do que jamais imaginara. Ele caçava com a precisão de um predador, não apenas para sua própria sobrevivência, mas para reunir o ouro necessário. Sabia que o caminho mais rápido para ajudar Elira seria eliminar as ameaças na região, capturando recompensas por bandidos e caçando criaturas selvagens. Mas a floresta estava repleta de perigos, e ele já havia enfrentado mais de um desafio, enfrentando animais monstruosos e bandidos bem treinados.

Porém, em algum lugar, algo não estava certo. Kael sentia que estava sendo seguido, mas cada vez que se virava, não encontrava ninguém. Ele pensou ser apenas o cansaço, até que o som das folhas quebrando chamou sua atenção.

Com a rapidez de um felino, ele se virou, puxando sua espada, pronto para enfrentar qualquer coisa que o seguisse. Porém, ao olhar para a figura que emergia da névoa das árvores, seu corpo se relaxou, mas sua mente não conseguiu processar completamente o que via.

Era ela.

Elira.

A princesa estava ali, na floresta, sozinha. Suas vestes eram finas, inadequadas para aquele terreno hostil. O brilho de seus olhos refletia uma determinação que Kael jamais imaginou ver nela.

— O que você está fazendo aqui, princesa? — Kael perguntou, sua voz mais suave do que o usual, mas ainda assim carregada de preocupação.

Ela não hesitou, seus olhos fixos nos dele.

— Eu... Eu não posso ficar parada enquanto você arrisca sua vida. Se você vai lutar por mim, eu também vou lutar. — Elira disse, com uma firmeza que o surpreendeu.

Kael não sabia o que pensar. Ele sempre a viu como a princesa que estava destinada a ser resgatada, mas ali, no coração da floresta, ela estava desafiando todas as expectativas. E, ao olhar para ela, ele sentiu um calor inesperado em seu peito. Algo mais forte do que a necessidade de proteger. Algo que ele não sabia nomear.

— Você não deveria estar aqui. Isso é perigoso demais. — Kael respondeu, tentando esconder a preocupação em sua voz.

Ela não se intimidou.

— Eu sei o que estou fazendo. — Ela disse com convicção. — Mas você não vai me impedir de lutar por nós.

Kael sentiu uma onda de admiração por ela, mas também uma crescente sensação de desespero. Ele não sabia o que estava acontecendo com ele, mas cada vez mais, ele percebia que suas emoções por Elira estavam indo além de um simples desejo de protegê-la. Ele a queria, não só como uma princesa, mas como alguém que o completava de uma forma que ele não conseguia explicar.

Mas, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, um rugido feroz cortou o ar. Kael imediatamente se virou, sua espada já em sua mão.

A princesa não teve tempo de reagir, mas Kael foi mais rápido. Ele avançou contra a besta que surgiu das sombras da floresta. Um lobo gigantesco, de pelagem escura como a noite, com olhos vermelhos que brilharam à luz da lua.

Elira assistiu a cena em silêncio, seu coração batendo acelerado. Kael não hesitava, sua espada cortando o ar com uma precisão mortal. Ele era forte, mais forte do que ela poderia imaginar. Ela estava ali, testemunhando não apenas o poder de um homem, mas o sacrifício e a lealdade que ele tinha por ela.

Finalmente, com um golpe rápido, Kael derrotou o lobo, deixando-o caído no chão. Ele se virou para Elira, ainda respirando pesadamente, mas com os olhos brilhando de um ardor desconhecido.

— Agora você entende o que está em jogo. Eu luto por você, mas não posso fazer isso sozinho. — Ele disse, mais para si mesmo do que para ela.

Elira se aproximou lentamente, o medo em seus olhos desaparecendo. Ela sabia que, naquele momento, algo havia mudado entre eles. Algo que nenhum deles conseguiria negar.

— Não precisa fazer isso sozinho, Kael. — Ela respondeu, com uma suavidade em sua voz que o fez sorrir. — Eu estou com você.

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