O Novo Mundo

Nicole nunca imaginou que seu novo trabalho como babá seria tão desafiador. Quando aceitou a proposta de Gabriel, pensou que a vida seria mais simples, que as complicações seriam menores. No entanto, logo percebeu que sua decisão de mudar de vida não seria tão fácil quanto parecia. Cada dia em sua nova rotina parecia testar sua capacidade de adaptação e força emocional. O que ela não sabia era que, além dos desafios do trabalho, ela também teria que lidar com algo muito mais complexo: o magnetismo silencioso de Gabriel, um homem que a fazia questionar tudo o que ela conhecia sobre desejo, poder e controle.

A casa de Gabriel Ferreira era imensa, uma verdadeira mansão de estilo moderno, com paredes de vidro que se abriam para uma vista deslumbrante da cidade. Quando ela chegou pela primeira vez, não pôde deixar de se sentir pequenina, como se estivesse em um mundo que não era o seu. A sensação de deslocamento era palpável. O que ela sabia sobre luxo? O que ela sabia sobre estar rodeada de riqueza? Nada. Tudo isso parecia distante, como se estivesse em um filme, um filme que não tinha nada a ver com a vida real.

Ao acordar no primeiro dia, Nicole observou os detalhes da casa. Os móveis eram sofisticados, as paredes decoradas com arte moderna e os pisos impecáveis. As janelas enormes davam para um jardim bem cuidado, onde flores e árvores exóticas estavam dispostas de forma quase mágica. Ela se sentiu como uma intrusa, e não podia deixar de pensar em como havia chegado até ali. Estava longe da vida agitada da boate, mas a distância entre aqueles dois mundos parecia cada vez mais difícil de atravessar.

Enquanto descia para o café da manhã, ela viu Maria Clara pela primeira vez. A menina, com seus olhos grandes e expressão curiosa, parecia nervosa, mas também contente. Nicole notou a timidez de Maria Clara, que a olhava com um sorriso cauteloso, como se estivesse tentando entender o que aquela nova mulher significava em sua vida. Nicole sorriu de volta, tentando passar confiança, mas por dentro estava se sentindo tão vulnerável quanto a menina.

A manhã passou com Nicole tentando se acostumar com os detalhes do trabalho. Preparar o café da manhã para Maria Clara foi mais difícil do que ela imaginava. A pequena parecia gostar de tudo, mas Nicole não sabia exatamente como agradá-la. Tentou ser delicada, mas a incerteza sobre seus próprios passos a fazia hesitar. Quando Maria Clara a elogiou por ter feito o café exatamente como ela gostava, Nicole sentiu uma ponta de satisfação. Ela estava começando a perceber que poderia ser boa no que fazia.

O dia seguiu com a rotina de cuidar de Maria Clara, levando-a para a escola e ajudando a menina com suas atividades. Ao fim da tarde, Gabriel retornou ao lar, e Nicole, sem saber o que esperar, continuou com seus afazeres. Ela sabia que seu trabalho ali não era apenas cuidar de Maria Clara, mas também manter a casa organizada, garantir que tudo estivesse perfeito para ele, para o homem que a contratou e que, de certa forma, parecia ser mais imponente do que ela conseguia compreender.

Quando Gabriel entrou em casa, o silêncio se fez presente. Ele não falava muito, mas sua presença era algo que dominava o ambiente. Nicole, sempre observadora, notou a maneira como ele se movia pela casa, com passos firmes e decididos. Não parecia o tipo de homem que se perderia em um mundo de detalhes ou distrações. Ele estava ali para ser eficiente, para controlar tudo ao seu redor, mas havia algo em seu olhar que parecia distante, como se estivesse sempre imerso em pensamentos profundos.

Naquela noite, Gabriel pediu que Nicole se juntasse a ele na sala de estar, algo que ela não esperava. Ele estava sentado em uma poltrona de couro escuro, a luz suave do ambiente refletindo em sua pele morena, dando-lhe uma aura quase intocável. Nicole hesitou por um momento, mas logo se aproximou, sentindo-se pequena diante da grandeza do homem que estava à sua frente.

— Como foi o seu dia? — perguntou ele, com a voz grave e calma. Seu olhar estava fixo nela, mas não de uma maneira agressiva. Era um olhar curioso, algo que ela não sabia como lidar.

Nicole, que não estava acostumada a ser tratada com tanto interesse genuíno, respondeu com um sorriso tímido:

— Foi bom, senhor. Maria Clara é muito educada, e ela se adapta bem à rotina.

Gabriel fez um gesto com a mão, como se não quisesse mais formalidades. Ele parecia não gostar de ser tratado com distância.

— Já lhe disse para me chamar de Gabriel. — Ele falou com um tom que, embora sério, não era ríspido. — Você está aqui para cuidar de minha filha, mas também precisa sentir-se à vontade.

Nicole sentiu uma pequena tensão em seu peito. Era uma coisa simples, mas a maneira como ele a observava, sem pressa, fez seu coração bater mais rápido. Ela não sabia o que responder. A palavra "à vontade" parecia distante de tudo o que ela já havia vivido. Ela, que sempre se sentiu pequena e insignificante, agora estava sendo tratada com um respeito que ela não sabia como responder.

Naquela noite, ela ficou até tarde cuidando das tarefas da casa. O silêncio entre ela e Gabriel era palpável, mas Nicole não se atrevia a fazer mais nada além do seu trabalho. Ele estava sempre perto, mas nunca parecia querer conversar mais do que o necessário. O que ela não sabia era que, por mais que ele tentasse manter uma distância, ele estava começando a perceber mais sobre ela do que gostaria de admitir.

A relação deles, embora ainda muito profissional, começou a mudar de forma sutil nos dias seguintes. Gabriel começou a sair mais vezes, mas sempre que voltava, Nicole notava uma leve mudança em seu comportamento. Ele a observava com mais frequência, e às vezes, seus olhares se cruzavam de maneira intensa. Nicole sabia o que isso significava, mas tentava ignorar. A última coisa que ela precisava era se envolver com seu chefe, um homem que parecia ter o controle sobre tudo, menos sobre suas próprias emoções.

Maria Clara, por outro lado, parecia gostar cada vez mais de Nicole. A menina fazia perguntas sobre o mundo de Nicole, sobre o que ela gostava de fazer, sobre a vida antes da mansão. Nicole, com a sinceridade de quem sabia como lidar com crianças, respondia a todas as perguntas com gentileza. As duas começavam a criar uma ligação, uma conexão que Nicole não esperava, mas que ela estava começando a valorizar.

Conforme os dias passavam, a casa de Gabriel foi se tornando cada vez mais o seu novo lar. Nicole, aos poucos, foi se acostumando com a rotina, mas o olhar de Gabriel continuava a ser um desafio para ela. Ele estava sempre ali, à espreita, como se soubesse mais do que deixava transparecer. Havia algo nele que a fascinava, e isso a fazia querer entender mais sobre ele, sobre o que estava por trás da máscara de CEO que ele usava.

E foi naquele momento, enquanto ela preparava o jantar para Gabriel e Maria Clara, que a vida de Nicole tomou um rumo que ela jamais imaginou. Ela não sabia, mas seu coração estava prestes a ser colocado à prova.

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