Andrew Castro

Draco os abraça de volta e Saphira respira aliviada com os três nos braços. Jhoe sai para fora com Rosana e conta o que houve, Clarisse então diz:

— Começo a entender o interesse dos alfas nela.

— Ela é perigosa, não para nós, mas em um problema entre alcateias, não veriam de outra forma. — diz Maik.

— Ainda não acredito na forma que ela o encarou, como ela foi até lá… e foi como se ordenasse que sua transformação parasse. — diz Jhoe procurando palavras.

— Espero que ela esteja bem. — diz Ametista preocupada.

— Foi muito corajoso de sua parte Ametista. — diz Maik a abraçando.

— Do que está falando? — pergunta Clarisse.

— Ela sente que não pode interferir agora, após tanto tempo longe dela, sem protegê-la… mesmo preocupada, tenta apenas confiar. — diz Maik a olhando nos olhos.

— Eu falhei em protegê-la, agora tudo o que posso fazer é apoiá-la. — diz Ametista.

— Tenho certeza que ela entende o motivo de sua ausência. — diz Camila se aproximando com as crianças.

— E eles? — pergunta Rosana.

— Saphira o levou para o quarto, disse que tentará fazê-lo dormir. — diz Camila.

Enquanto isso, Saphira entra no quarto dela com Draco e o coloca no chuveiro. Ela limpa sua pele onde o sangue caiu, beija os ferimentos nas mãos e os observa se curando, então ela seca seu corpo e ele veste calças de moletom cinza de pano bem mole e ela o guia até a cama, onde o abraça e canta uma canção que sua mãe ensinou.

Quando Draco dorme, ela fica observando seu rosto e diz em voz baixa:

— Hoje eu descobri o que é medo de verdade, tive medo de te perder, de você me deixar para a fúria. Eu não suportaria, só de pensar meu coração se aperta dolorosamente, eu te quero ao meu lado para o resto da minha vida, mesmo que sejam só mais 5 minutos ou anos.

Ela se levanta e vai até o banheiro lavar o rosto, Draco abre os olhos e lágrimas deixam seus olhos com os pensamentos de que poderia tê-la machucado.

Saphira desce para ajudar na sala e vê vários lobos, Angel vai até ela e diz:

— Soube do que fez, obrigada por manter nosso alfa a salvo.

— É ele quem me mantém a salvo. — diz Saphira sorrindo.

— É um feito admirável, nenhum de nós conseguiria fazer o que você fez. — diz Amy se aproximando.

Saphira não sabe o que responder e Amy diz:

— Acho que você tem mais qualidades do que conhecemos, decidi que ouvirei suas ideias semana que vem e colocaremos em prática pelo bem da alcateia.

— Parece muito preocupada com a alcateia, algo aconteceu? — pergunta Saphira.

— Eu… explico no dia da reunião, não tem pressa. — diz Amy.

— Draco precisa desse tempinho para se recuperar e a conversa de hoje será bem difícil. — diz Saphira olhando para Rosana.

— Acha que precisa ser hoje? Ele ainda está muito abalado. — diz Rosana preocupada.

— Quanto antes ele souber, melhor. — diz Saphira.

— Saphira estará do lado. — diz Ametista.

— Bom, como alguém que conhece a dor dele, confio em você. — diz Rosana.

Os lobos terminam de arrumar tudo e só fica a parede para pintar agora que os buracos estão fechados, todos colocam as coisas no lugar e o que está quebrado, será substituído. Após 2 horas Draco desce cabisbaixo, Saphira corre para abraçá-lo e pergunta:

— Está melhor?

— Sim. — diz Draco relaxando com o cheiro dela.

— Sua mãe quer muito conversar. — diz Saphira.

Ele olha para a sala e vê a mãe em pé com esperança no olhar, ele então corre e a abraça dizendo:

— Perdão, mãe, eu jurei te proteger e agi como aqueles de quem devo protegê-la.

— Eu que peço perdão meu filho, não devia ter escondido, mas eu não queria vê-lo caçando o culpado que nunca descobrimos quem era. — diz Rosana.

Todos os lobos vão embora, ficando apenas Jhoe ao lado de Saphira. Camila coloca as crianças no quarto e eles se reúnem na sala, Rosana suspira e diz:

— Andrew era um homem incrível, tinha um coração que ao conhecer Saphira, soube na hora que era igual.

Saphira sorri e Rosana continua:

— Ele havia acabado de entrevistar alguns lobos que desejavam ingressar em nossa alcateia, eram lobos refugiados da guerra entre os alfas. Andrew tinha acabado de completar 35 anos, ele era 12 anos mais velho que eu, estávamos em clima de festa, então ele resolveu convidar alguns amigos para uma caçada na area da cabana, seriam dois dias e ele até convidou Jorge.

Todos ficam completamente atentos, Saphira aperta forte as mãos de Draco e Camila, que estão ao seu lado e Rosana diz:

— Mas algo aconteceu, eles haviam saído daqui às 18h e na manhã seguinte voltaram com ele muito mal, descobrimos mais tarde que ele havia sido envenenado por acônito, isso enfraqueceu seu sistema e quando ele caiu em um buraco, quebrou as pernas, o fêmur ao quebrar atingiu a veio principal… ele sangrou até morrer.

Rosana respira enxugando as lágrimas que acompanham aquelas lembranças dolorosas e continua:

— Acônito nos afeta sim, mas nunca vi impedir a cura a ponto de matar, não numa quantidade tão pouca. O nosso legista quando examinou o corpo quase não viu a substância, ele então analisou e disse que havia traços de magia, alguém encontrou uma bruxa para ajudar.

— Se o que diz é verdade, é uma bruxa muito poderosa porque um feitiço desse, manipulando a pureza de uma criação da natureza que já é letal para torná-la pior, deve ter tido consequências gravíssimas para ela, seja quem for. — diz Ametista.

— Então nunca descobriram quem era o culpado? Nem um suspeito? — pergunta Draco.

— Todos eram suspeitos, mas hoje, desconfio mais de Jorge, depois de tudo o que aconteceu… quase não tenho mais dúvidas. — diz Rosana.

— Não podemos contar a Amy. — diz Camila enxugando as lágrimas.

— Seria doloroso demais para ela. — diz Saphira triste.

Camila se entrega as lágrimas e corre até a mãe dizendo:

— Ai, mamãe e você guardou tudo isso só para você.

— Eu não podia fazê-los passar por mais essa dor. — diz Rosana chorando.

Draco abraça às duas e Rosana diz:

— Não poderia viver comigo mesma se seu irmão crescesse com desejo de vingança, ele já carrega o fardo de ser um alfa.

— Para mim isso não é um fardo. — diz Draco.

Eles continuam sua conversa até as 23h, Saphira fica com as crianças para eles.

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