Capítulo 4

Hannah~

— Calma bambina! Eu não me queimei, simplesmente só sujei toda a minha blusa.

Ele fala rindo de canto e minhas bochechas queimam com esse sorriso tão sedutor e sexy que ele tem. Agora eu entendo porque quase todas as mulheres cai aos pés dele! Esse sorriso desmonta qualquer uma.

E eu olho para a camisa dele, que é tão fina e elegante e eu sujei ela toda. E me desespero.. pois deve ser uma peça muito cara e eu jamais teria dinheiro para comprar um roupa tão elegante como essa.

— Eu sei que eu fiz um estrago! Mais eu posso lavar ela, posso ver algum vídeo na Internet que irá me ajudar a tirar essa mancha verde horrível. Sei que deve ser uma peça cara e eu nem se trabalhasse por um mês naquela bazar da minha mãe, iria conseguir pagar! E eu ainda posso deixar ela passadinha e bem cheirosinha para você. Garanto, que você vai até pensar que saiu da loja!

E eu paro de falar, ao ver que eu estou tagarelando sem parar e falando rápido demais.

E vejo o seu olhar para mim, como se tivesse me achando uma palhaça.

E eu fico morta de vergonha.

— E se não sair a mancha bambina, o que você irá fazer hein?

E ele encosta os seus braços forte em uma parede onde eu estou encostada e encolhida e se inclina para mais perto de mim, e sinto o meu coração pular bem forte aqui dentro do meu peito.

— E-uuuu...

E se não tivesse como ficar pior, ficou com esse meu gaguejo. Pronto, agora ele deve está achando que eu sou uma gaga, além de tagarela e maluca.

Fecho o meu olhar, tentando me recompor e quando eu olho novamente para ele.

Vejo a íris do seus olhos mudar.

— Como pode... Vocês duas são tão parecidas!

E eu estranho a sua fala aleatória.

— Hã? Parecida? Do que você está falando?

— Nada! Eu simplesmente me lembrei de alguém na hora errada. Mais você ainda não me respondeu a minha pergunta!

Ele me olha sério e de forma intimidante.

E sinto cada vez mais a minha garganta fechar.

Levanto a minha cabeça para ele, pois o mesmo é muito alto.

— Se ela não sair a mancha senhor, eu não sei o que eu faria para pagar por essa blusa.. pois não tenho dinheiro para isso. E eu jamais faria um blusa de croche para você.

— Porque não faria?

Ele me olha todo atencioso e com o olhar bem fixo em mim.

— Porque seria muito simples para um homem que está acostumado a vestir as melhores peças e das melhores marcas.

— Tem razão, mais se for feita com muito amor e carinho, ainda mais pelas mãos de uma bambina tão linda como você, porque eu não aceitaria?

Acho que o meu coração errou uma batida agora.

E eu balanço a minha cabeça.

Não Hannah! Um homem como ele nunca te olharia como mulher! E nem te daria essas cantadas..

— Eu acho que o senhor não deveria ficar mentindo assim desse jeito.

— Mentindo? Por que não olha nos meus olhos bambina? Não é pelo olhar que conhecemos as pessoas?

E ele levanta o meu queixo com as mãos, me obrigando á olhar para ele.

— É aí que está o problema, o seu olhar me causa confusão.

Falo, desviando o meu olho do dele..

— Porque eles te dão Confusão Bambina?

Ele fala me tocando e me sinto toda mole e eu me afasto dele.

— Por favor.. não faça isso. Euu preciso ir.

Falo me virando para a festividade que ainda está rolando.

Mais eu trombo com quem eu menos queria nesse momento, que é a minha mãe.

E ela grita sorrindo.

— Minha filha! Com quem você está? Por acaso é um namoradinho novo que a mamãe não sabe?

E eu fico morta de vergonha.

Mais quando ela olha para o Rodrigo, seus olhos se arregalam.

— Uau! Você é o Rodrigo? Aquele amigo gato da júlia? E inimigo declarado do Jensen?

— Mamãe.. por favor..

Falo vermelha, mais o Rodrigo sorrir e vem caminhando até ela.

E o mesmo beija as mãos dela todo cavalheiro e elegante.

— Ain meu Deus.. eu acho que vou desmaiar. Da onde esse homem saiu?

Minha mãe se abana e eu seguro ela.

— Mamãe, eu acho melhor a gente voltar para a casa.

— Voltar? Á minha filha, eu ainda quero achar o velhinho bondoso que pagou toda pela roupa do nosso bazar e não levou nada!

E eu engulo seco.. minha mãe teve que soltar logo essa ainda mais na frente de quem fez isso?

E o Rodrigo rir de canto.

— É sério que você falou que eu era um "velhinho" para a sua mãe?

Rodrigo me olha, achando graça ainda e como eu queria me enfiar em qualquer lugar.

— O que?? Então foi você? Foi você que pagou todas as coisas que estavam na mesa? E não levou nada?

Minha mãe o olha.

— O que eu queria levar infelizmente não estava á venda.

E eu sinto seu olhar se queimar sobre mim e eu quase desfaleço, confesso que está sendo difícil me bancar a posturada e plena diante dele.

Mais com certeza ele só está cassoando da minha cara, como muitos fazem! E pensar assim me irrita.

— Olha mamãe, eu vou para á casa! Se quiser a senhora fica aí.

— Nada disso Hannah! Você não irá voltar sozinha..

— Eu sempre volto sozinha! E ainda continua não tendo nada de interessante para mim aqui.

Minto na cara dura e vejo a sobrancelha dele se arquear com essa minha fala.

E eu viro o meu rosto para os dois e saio andando.

E quando eu chego em casa, me encosto na porta ofegante e com o coração ainda acelerado.

Tomo um copão de água, mais nem isso funciona! Então eu tomo um banho bem gelado para ver se todo esse calor que eu estou sentindo cai por terra.

E eu á todo momento tiro cada pensamentos que tentam me iludir da minha mente.

Eu não sei porque ele me chamou de bonita, provalvemente deve foi por pena. E o que ele está fazendo aqui nesse viralejo? Não faz sentindo um homem como ele está nesse lugar.

Eu preciso descobrir! Acho que á Júlia com certeza pode saber.

E eu saio do banho, coloco um vestido bem velhinho e surradinho, que eu fiz de pijama.

Só passo um pente no meu cabelo, e eu me sento na cama do meu quarto, com meu celular em mãos.

— Ain, será que eu ligo ou não ligo para ela? Não quero pertuba-lá, e além disso, sei que ela e o Jensen se "reataram" para valer agora.

Roo as minhas unhas, me arriscando.

E eu disco o número dela.

E quando ela atende, eu logo chamo pelo o seu nome.

— Júlia, desculpa incomodar, sou eu a Hannah.

— Hannah, aqui é o Jensen. A Júlia está tomando banho, mais quer deixar algum recado para ela?

E minha garganta seca quando eu ouço a voz do Jensen.

— Éee, não precisa. Eu só liguei mesmo para falar algo bobo com ela.

— Tem certeza? Aconteceu algo com você e com a sua mãe?

Ele fala preucupado e eu me estremesso ainda mais.. sei que se eu perguntar pelo Rodrigo, ele vai estranhar e é bem capaz dele também brigar com a Júlia por ciúmes.

— Não aconteceu nada senhor Jensen. Depois eu ligo para a júlia então, com mais calma. Eu não queria incomoda-los, desculpa.

E eu não ouço ele falar, porque eu logo desligo o celular aflita.

Eu sabia que eu não deveria ter ligado.

Eu preciso de um doce! Pois estou ainda muito nervosa.

E eu cato por todo o canto da cozinha e não acho. Com certeza minha mãe escondeu de mim! Ou até jogou fora. Até as caixas de leite condesado não têm.. E isso me deixa mais ainda ansiosa. Eu preciso pelo menos de algo doce.. E eu pego um pote de nescau e coloco uma colerada de pó puro na minha boca.

E eu me sento no sofá, e pego mais três colheradas de pó de nescau e gemo de prazer e isso me acalma.

Porém, quanto mais eu como, mais eu fico com mais vontade.

E quando eu sinto a porta aberta, vejo a minha mãe e ela surta e na mesma hora tira o pote de nescau das minhas mãos.

— Hannah! Você ficou maluca minha filha? Comer nescau puro? Você quer parar no hospital novamente? Com excesso de açúcar no sangue? Você sabe que está á um fio para desenvolver uma diabete grave e mesmo assim isso não te causa medo.

— Mamãe.. a senhora jogou todos os meus doces fora.. eu estava nervosa e eu precisava de alguma doce, ou eu iria pirar.

— É claro que eu joguei fora! Que mãe seria eu? Seria a mesma coisa em deixar uma panela em fogo alto, com uma criança sozinha aqui dentro! É pedir para acontecer alguma tragédia. Oh minha filha, você me prometeu que iria para com esse vício de doces que te faz muito mal! Por amor a sua saúde e por amor também á mim. O que aconteceu minha filha?

Ela fala em desespero e segurando os meus cabelos triste e eu me sinto ainda mais péssima por essa minha recaída.

— Mamãe, e eu parei! Vai fazer quase um mês que eu não comia algum doce.. só hoje que eu tive essa recaída, principalmente depois que eu..

— Principalmente o que Hannah? O que te causou essa recaída?

— Nada Mamãe.. É que hoje o dia foi muito cheio e intenso para mim hoje. Acho que eu vou dormir..

— Será impossível você dormi, depois de ter acabado com o nescau quase todo! Isso faz mal minha filha. É puro açúcar isso aqui! Oh Hannah, será que até o nescau eu terei que parar de comprar? Daqui á pouco nem açúcar vou poder ter nessa casa. O que eu fiz para merecer isso meu Deus?

Lágrimas escorrem pelo o seu rosto e eu fico triste.

— A senhora não fez nada Mamãe, mais aquele homem que nos abandonou, ele sim é o culpado por eu ter desencadeado esse vício por doces!

— Esquece o passado Hannah! Esquece esse traste do seu pai! Ele não te merece. Ele não merece que você estrague a sua vida desse jeito. Olha para você Minha filha? Está acima do peso, sedentária e totalmente parada. Eu tenho culpa nisso! Se eu pudesse faria tudo diferente.. se eu pudesse, jamais teria me envolvido com aquele homem e engravidado! Ah, porque eu não me acertei com o Richard. Ele séria um pai tão bom e maravilhoso para você.

— Quem é Richard mamãe?

— O verdadeiro dono daquela fazenda abandonada ao lado da casa de campos da dona Rosita minha filha.

— Aquela fazenda enorme e assombrada mamãe?

— Ela não é assombrada, mais sim minha filha.. senta aqui, acho que chegou a hora de eu te falar um pouco de como eu conheci ele e depois o seu pai.

E eu caminho de volta ao sofá.

— O Richard era um homem tão lindo, íntegro e reto e ainda estudado. Me lembro como se fosse hoje, a primeira vez que eu o conheci e não foi nada de uma forma boa. Eu era a menina do mato minha filha, só vivia escondida atrás dele. E bom, teve um dia que a minha mãe, que Deus á tenha. Tinha me pedido para eu comprar alguns legumes, ela me deu o dinheiro, mais eu os perdi! E eu fiquei totalmente desesperada e cheia de medo. Porque e agora? O que eu faria? Minha mãe já estava com a panela de sopa feita, só faltava os legumes. E na época nossa situação financeira não estava tão boa.. Esse dinheiro que ela me deu tinha pegado emprestado ainda minha filha.. e por medo de eu apanhar muito e ainda ficar de castigo, nao me restou outra alternativa de não ir para a fazenda que eu conhecia muito bem e que tinhas várias plantações de legumes.

— Eu não iria roubar! Só iria pegar emprestado e depois eu tentaria colocar no lugar os legumes que eu peguei. Era esse o meu pensamento. E também, na minha cabeça ninguém iria perceber, até porque os donos daquela fazenda não morava lá e eles nunca iam para visitar.

– Até que eu fui nas plantações, toda descalça, com os cabelos bem rebelde e um vestido de choche que na época deixava o meu corpo bem amistosa, mais era tudo o que eu tenho.

— Mamãe, porque a senhora andava descalça?

— Porque eu gostava minha filha! Gostava de sentir a terra em meus pés. Agora voltando ao assunto, assim que eu cheguei nas plantações, eu vi que não tinha ninguém, então fiquei bem mais sossegada e aliviada, eu só precisava ser rápida! Para o capataz não me pegar. Porém, enquanto eu estava arrancando alguns legumes da plantação, tomo um susto quando um cavalo para ao meu lado e eu tremia de medo, achando que era o capataz. Pronto, na minha cabeça eu seria presa naquele momento. Mais me surpreendi quando olhei para cima, e vim um homem tão bonito, jovial e com vestes tão elegantes. Não parecia ser nenhum pião daqui. E na hora, é claro, eu me levantei assustada e pronta para correr, mais ele foi mais rápido.

E tirou uma espinada, que eu nem sabia que estava com ele e suas palavras grossas invadiram os meus ouvidos, me causando ainda mais medo. Lembro como se fosse hoje as suas palavras..

" Se dar mais um passo para frente, eu atiro em você."

Minha mãe fala, imitando uma voz que não é dela.

— E eu fiquei totalmente imóvel e sem reação.

Ele desceu do cavalo e senti o seu corpo sendo pressionado sobre mim, e ele me virou para ele e nossos corpos se chocaram. Suas mãos foi pararme na sacola que eu estava segurando de legumes.

E foi ali que eu descobri que ele era o filho do dono da fazenda, e ele me disse que mandaria me prender se eu não dissese a verdade, então eu contei tudo para ele e para a minha surpresa ele não fez nada! Ao contrário, ele não só me deu de volta os legumes, como também pediu para o outro empregado me dá dois jarros cheio de leite e uma caixa pequena de ovos. E eu estava toda feliz e agradecida, pois nunca tinha visto um homem tão bondoso assim. Mais eu sabia que estava muito bom para ser verdade.. ele me pediu algo em troca de todo aquele gesto gentil da parte dele, e já pensando o pior, porém mais uma vez eu me surprendi com a resposta dele.

— Ele simplesmente só me pediu para que eu o encontrasse no por do sol da tarde naquele lago perto da Rosita.

— E a senhora não aceitou né mamãe? Ele poderia muito bem se aproveitar da senhora.

— Eu sei minha filha, eu fiquei com muito medo de ir.. mais não conseguia tirar o rosto dele da minha cabeça.. E também eu fui preparada. Fiz um spray de pimenta bem forte e coloquei na minha bolsa de palha, pra caso ele tentasse algo comigo. Falei para a minha mãe que estava indo na Rosita, e na verdade fui me encontrar com ele.

E quando eu cheguei lá, vi um forro de piquenique que ele tinha preparado para nós dois, e naquele dia meu coração pulou tão forte como nunca antes. Ninguém nunca tinha preparado algo tão romântico para mim. E naquele dia demos o nosso primeiro beijo.. E não demorou muito para eu perder a minha virgindade com ele. Sim, Richard foi o meu primeiro Homem e gostaria que tivesse sido o único e último. Tivemos a nossa primeira vez, naquela cachoeira perto das palmeiras aqui do viralejo. Nunca me senti tão completa e feliz naquele dia! Mesmo ele sendo tão forte e grande, foi um completo cavalheiro comigo.

— E porque mamãe? Porque vocês dois não ficaram juntos? Se ambos se amavam?

— A gente era de vida muito diferente minha filha! A família dele não me aceitava de jeito nenhum! Nosso amor era proibido. E o Richard era um homem de cidade, estudado e que estava até de noivado marcado com uma mulher da classe dele e de família. Quem era eu aos olhos dos demais? Apenas uma pobre, ignorante e mal educada.  Era muito humilhada por eu ser muito humilde e sem classe. Mais o Richard disse que me amava e o nosso amor superava qualquer preconceito e que ele se casaria comigo e compraria uma casa bem grande para a gente morar.

— Mais tudo Hannah, foi por água abaixo.. quando eu engravidei dele.

— Engravidou?

Nesse momento eu me levanto do sofá perturbada.

— Calma minha filha! Não era você.. eu perdi o seu irmãozinho quando ele nasceu.

Minha mãe me olha chorando e eu fico perplexa e sem acreditar.

— Mamãe, porque a senhora nunca me contou isso?

— Porque toda vez que eu me lembro disso, me machuca muito minha filha! E não foi fácil eu ter saido desse passado que tanto me feriu! Por isso que eu odeio, odeio quando você fica presa no passado da sua infância!

— Mais mamãe.. como a senhora perdeu ele?

— Sua avó quando descobriu a minha gravidez, me colocou não só para fora de casa, como também me xingou de tudo qualquer nome. Foi horrível ter ouvido da boca dela que eu era um desgosto e que não era nem para eu ter nascido. Aquilo acabou com o meu emocional minha filha.. eu fiquei um pouco na casa da Rosita, abrigada.. enquanto eu pedia para o marido dela entrar em contato com o Richard. Mais não encontraram ele! Ao contrário.. a família dele deram uma carta escrita por ele.. mais eu nunca acreditei naquela carta.

— Que carta era essa mamãe?

— Uma carta, onde ele dizia que eu fui um erro e que eu não era mulher certa para ele, e que não iria assumir o nosso filho.

—Aquilo acabou comigo, mais eu não queria acreditar que ele tinha escrito isso minha filha.. não! Não era o Richard bondoso, gentil e cavalheiro que eu conhecia! Não era ele. — Mais quando eu vi que ele se casou com aquela noiva dele da cidade,  o meu mundo desabou, eu fiquei péssima e literalmente mal em toda a minha gravidez. Meu emocional estava totalmente abalado, minha mãe por um lado tinha me abandonado, o pai dessa criança o tinha renegado.. eu estava sozinha e totalmente sem chão e sem estrutura nenhuma. Na época eu tinha apenas 16 anos minha filha.. ele tinha uns 22 anos. Talvez por isso que o nosso relacionamento nunca deu certo. Acabou que eu fiquei muito doente em toda a minha gestação, e quando eu entrei em trabalho de parto, infelizmente o meu filhinho já nasceu sem vida. Eu nem cheguei á ouvir o choro dele! Seu rosto estava pálido e já sem vida.. minha alma se rasgou naquele dia! Nunca chorei e sofri tanto.

E eu abraço ela, chorando com a sua dor.

— Mamãe, porque? Porque escondeu isso de mim por tantos anos?

— Porque você minha filha, foi uma nova chance que a vida me deu. E eu não queria! Não queria que o meu passado passasse em você.

— Mais como mamãe? Como depois de tudo que á senhora passou, conheceu o meu pai?

— Eu conheci o seu pai um ano depois da minha perda minha filha.. ele tinha me livrado de um assalto na cidade, quando eu tinha ido em busca de um trabalho. Minha mãe me aceitou de volta na casa dela, mais infelizmente ela não falava comigo como antes e sua frieza me causava ainda mais dor. Na hora eu fiquei com muito medo, mais me senti segura como muito tempo eu não me sentia nos braços de alguém. E na época eu estava muito carente e me sentindo sozinha.. então o seu pai foi o prato cheio do que eu precisava e eu me arrependo completamente de ter me entregado de primeira para ele. Sim! Ele me levou para o apartamento dele, me deu roupa para vestir e comida, mais foi tudo rápido demais, quando eu fui ver, estávamos os dois juntos, aos beijos e na cama.. E tenho certeza que você foi gerada naquele momento.

Eu sinto nojo e vergonha quando ouço isso da boca da minha mãe.

— Como a senhora teve coragem de deitar com o primeiro Homem que viu pela frente mamãe? Sem nem ao menos saber o tipo de pessoa com quem estava se envolvendo! Eu não merecia isso! Eu não merecia ter um bandido como pai.

— Hannah.. calma minha filha! Eu errei, tive uma recaída.. eu não me orgulho do que eu fiz.

E eu sorrio amarga.

— Ain mamãe! A senhora se orgulha sim. Agora eu entendo o porquê da minha avó ter te colocado para fora de casa e também o porque da família do Richard ter feito de tudo para separar vocês dois! A senhora sempre foi fácil demais e até hoje é! Ah mamãe, eu já perdi as contas de quantos homens a senhora já saiu daqui desse viralejo.. todos os dias na escola, pais de alunos que os filhos deles depois me batiam, pelo simples fato do pai ter perguntado da senhora. Você mamãe, nunca se deu ao respeito! Me deu um pai que eu não queria e todo dia eu sangro por ter o sangue dele carregado aqui dentro de mim, mesmo nem o conhecendo! Mais sei que ele é mal! Muito mal.

– Chega Hannah..

— Não mamãe! A senhora é a culpada de tudo.. você sempre estragou tudo..

Falo chorando com raiva e sinto as suas mãos no lado esquerdo do meu rosto.

— Chega Hannah.. Chega!

E eu passo as mãos pelo o meu rosto, com lágrimas caindo e ardendo sobre ele.

E eu me levanto á pressas.

— Minha filha.. me perdoa! Eu não queria fazer isso.

Ela caminha até a mim, mais eu me afasto.

— Não chega perto de mim Mamãe.

— O seu pai, eu não sabia que era um bandido! O que tivemos era uma relação violenta e totalmente passageira.. ele tinha uma obsessão por uma outra mulher.. mais ela era muito nova para ele.

— E que mulher era essa mamãe?

— Eu não sei.. mais sei que ele não me amava! Ele amava essa mulher.. E ele me dizia que iria ter ela á qualquer custo, só estava esperando ela crescer.. pode ser que os dois estejam juntos hoje! Eu não queria o amor dele.. eu não queria na verdade me apaixonar por ninguém. O único que eu amei, me fez sentir a pior mulher do mundo. Mais depois que eu descobri quem era o seu pai, e principalmente que ele era um viciado, eu tinha que fugir com você! Eu não poderia fazer você sofrer... me perdoa minha filha! Mais eu não poderia.. não poderia ter feito isso com você...

E eu corro para o meu quarto, tranco a porta e começo a chorar na cama.

Porque? Porque meu Deus.. porque eu tive que ser um fruto de um homem mal? De um homem que nem se quer quis me assumir ou me conhecer como filha.

Nota^

"Como nesse dia eu gostaria de saber da história de Davi, que foi fruto de uma iniquidade dos seus pais, e como consequência disso teve uma infância marcada pelo desprezo e pela exclusão que os seus irmãos davam á ele. Por isso ele fazia e cantava salmos, para sair daquela depressão, daquela vida solitária e triste que ele tinha.

• Minhas lindas, eu avisei que vocês teriam um ranço não só do Rodrigo, mais como da própria Hannah, se lembra?😅 Ela tem umas atitudes muito arrogante as vezes.. mais não considero uma garota má! Como eu falei.. não é errado ela querer mudar de vida ou sair de um lugar que ela não gosta. Mais se torna errado, quando ela despreza a suas raízes.. nunca devemos nos esquecer de onde nós saímos. E claro, ela é uma personagem que será muita trabalhada ainda.. pois estamos apenas no início livro. E entendam, eu não posso simplesmente tirar esses flashbacks e pular para o presente! Antes mesmo do livro ser escrito, eu disse que contaria como eles se conheceram primeiro, porque no livro da júlia e do Jensen, não aparece isso! E eu nem escrevia também. Porque só seria escrito quando tivesse a própria história da Hannah e do Rodrigo. Então se vocês não tem paciência, eu não posso fazer nada. Pois se eu mudar todo o desfecho da história, eu paro até de escrever o livro.. porque já não é mais o livro que eu tinha planejado. Um beijão e espero que entenda!😕❤🥰😘

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***