05

DIANA

Corro sem olhar pra trás... Ai meu paizinho.

Oque foi aquilo? Ele estava usando flerte comigo?

Não, não se iluda Diana, ele estava apenas de brincadeira, que droga usando minha timidez como diversão... Diante disso ele usou a situação como divertimento pessoal.

Homens como o Sr. King só brincam por um breve momento com meninas como eu e depois nos jogam fora.

Meus pensamento vão ao momento exato que Sr.Henrique aproxima os lábios do meu rosto, tendendo um pouco para direita, perto do meu ouvido.

— Não precisa se preocupar, na verdade até gosto de vê-la.

Sua voz grave penetra meu ouvido e eu sinto meu corpo todo arrepiando.

— Diana?

Eu levo um susto ao ouvir meu nome. E me viro.

— Que cara é essa menina? Está branca igual papel.

Vejo Maria se aproximando de mim, termino de guardar o material de limpeza no armário e olho para ela.

— Quer ajuda na cozinha Maria?

Maria me olha com desconfiança.

Deve ter notado que troquei de assunto de propósito mas não posso me dar ao luxo de soltar informações sobre oque aconteceu anteriormente com ninguém.

— Quer Ajuda? Eu já terminei minhas obrigações.

Ela me olha novamente analisando minhas feições, Maria as vezes parece uma detetive de tão desconfiada... Ahh! quando ela faz essa cara eu tremo ao pensar que ela possa ler minha mente, é bobagem mas parece.

Ela então me responde;

— Hum! quero ajuda sim. Vem comigo.

Daqui a pouco a recepção de boas vindas ao patrão irá começar e eu fico pensando só em terminar tudo e ir estudar um pouco no meu quarto.

Fico um tempo ajudando Maria nos afazeres.

E tanta comida que iria alimentar um bairro pobre inteiro, que injusto uns tem tanto e outros não tem nada.

Olhe para minha vida; Perdi tudo oque mais amava e não tenho um lar fixo que são nossas raízes. Vivo praticamente de favor aqui, apesar de trabalhar na casa e ganhar meu salário, queria ter um lar para onde voltar todas as noites e ser acolhida por pessoas queridas.

É pedir muito?! Caramba.

Termino de organizar a sétima bandeja de petiscos e vou para a outra.

Distração era tudo oque eu precisava no momento, definitivamente não queria ficar desanimada com minha vida.

HENRIQUE

Me olhando no espelho vejo o reflexo de um homem de sucesso, Advogado conhecido e a cada dia conquistando mais seu espaço.

Ajeitando minha gravata e vendo minha imagem refletida penso em minha vida, na missão que tenho em prol de minha ambição; Casar com Patrícia.

Apesar de minha família ser rica e ter status social, minha meta é alcançar determinado objetivo, e obter sucesso; Casar com Patrícia é uma forma de acordo de negócios.

A mente de um Advogado nunca para de funcionar. Só quando há distrações;

Diana! Lembrei de seu rosto quando entrei no banheiro, assustada me olhando com aqueles olhos penetrantes; O semblante dela é de uma princesa de tão inocente, ahh se eu a tocasse.. se eu a beijasse.

Sem me controlar, acabo falando meus pensamentos em voz alta.

— Como eu queria beija-la.

— Beijar quem?

Corrigindo minha postura olho para a porta e vejo meu irmão Lucas. Abro um sorriso.

— Lucas, Meu irmão querido. Vem aqui me dar um abraço.

Falo indo a seu encontro e lhe dando um abraço camarada. Meu irmão fica bravo por eu o apertar tanto.

— Está amarrotando minha roupa... Então me fale quer beijar quem?

— Ninguém. A Família toda já está lá embaixo?

Falo tentando desconversar. Lucas me olha sorrindo.

— A mim você não engana Henrique. Posso ser seu irmão mais novo mas te conheço mais do que você mesmo. Fale logo quem é a vítima da vez.

— Não tem vítima nenhuma Lucas. Eu sou comprometido lembra de Patrícia.

— A família toda sabe que você não a ama, Mamãe principalmente. Ela vive cobrando de nós que sejamos felizes e até você sabe que com Patrícia isso não irá acontecer.

Eu sei que o meu irmão quer o meu bem mas eu sou Henrique King e não acredito no amor.

— Vamos Lucas.

Desci para encontrar minha família e amigos, vejo ali mais ou menos umas vinte pessoas. Patrícia é a primeira a vir até mim e abraça, eu tento ser recíproco mas sai meio desajeitado e ela nem nota o meu descontentamento.

— Amor que saudade.

Assim que Patrícia chega para falar comigo meu irmão sai.

— Tudo bem com você Patrícia.

— Agora que está aqui comigo sim. Ali estão meus pais queriam falar com a gente, vamos cumprimentá-los.

Eu olhei na direção a onde meus sogros se encontravam e meu olhar foi além, atrás da mesa servindo estava Diana.

Droga essa mulher e o meu tormento.

Meu olhar estava atento a cada movimento que Diana fazia ao servir e a cena seguinte me fez respirar acelerado.

Notei o irmão de Patrícia se aproximando da mesa e o olhar dele sobre Diana, aquele olhar eu conhecia bem. De desejo! Com minhas mãos cerrada, tentei controlar meu impulso de ir lá e o tirar de perto dela.

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