Em uma pequena gota de orvalho morava uma fadinha.
Essa fadinha, chamada Luminara, vivia em uma pétala solitária, iluminando a noite com seu brilho suave. No entanto, seu coração guardava uma tristeza profunda que contrastava com sua luminosidade. Embora a beleza da natureza ao seu redor fosse encantadora, Luminara ansiava por companhia. As risadas das outras fadas que brincavam juntas nos campos ecoavam em seus ouvidos, intensificando sua solidão na calada da noite.Determinada a encontrar um lugar onde pertencesse, Luminara desdobrou suas pequenas asas e partiu em uma jornada pelo desconhecido. O brilho de sua luz guiava-a através da escuridão, enquanto ela buscava por laços que preenchessem o vazio em seu coração.
"Olá tem alguém aí? Ninguém respondia".
O chamado solitário de Luminara ecoava sem resposta na vastidão noturna. O silêncio quebrava seu espírito enquanto ela sobrevoava florestas e rios, sem encontrar nenhum sinal de vida mágica que pudesse compartilhar sua jornada solitária. Exausta e desanimada, Luminara pousou em uma folha delicada, envolta pela tristeza que a abraçava. Sob as estrelas silenciosas, a fadinha adormeceu, seus sonhos povoados pela esperança de um amanhã onde a solidão pudesse finalmente se dissipar. O suave canto noturno da coruja penetrava nos sonhos de Luminara, como uma melodia que acariciava sua alma solitária. A música da coruja trouxe uma sensação de conforto, como se fosse um sinal de que a solidão poderia estar prestes a desaparecer. Renovada pela noite e inspirada pelo canto reconfortante da coruja, Luminara levantou voo com renovada determinação. Seu brilho refletia não apenas luz, mas também a resiliência de uma fada decidida a superar a solidão, ansiosa para descobrir laços que fariam sua jornada valer a pena. Luminara, com suas asas delicadas, bateu em cada porta da floresta encantada, buscando um sinal de vida. No entanto, as portas permaneciam fechadas, e o eco de sua solidão ressoava a cada tentativa frustrada. À beira do rio sereno, as lágrimas de Luminara caíam como pequenas gotas que se misturavam às águas tranquilas. A tristeza dela ecoava pelas margens enquanto a natureza testemunhava a dor silenciosa de uma fada em busca de conexão. As lágrimas de Luminara refletiam não apenas a tristeza, mas a pergunta dolorosa que ecoava em seu coração. Ela se perguntava por que o mundo ao seu redor parecia indiferente, questionando por que a amizade continuava sendo um sonho distante em sua jornada solitária. Um vento súbito e impiedoso arrastou Luminara para as águas do rio, deixando-a indefesa contra a correnteza. Suas asas frágeis debatiam-se, mas a força da natureza a envolvia, misturando suas lágrimas com as águas que agora a carregavam para um destino desconhecido. À deriva, Luminara foi levada pelas correntezas até as margens de um vilarejo, onde a água a depositou com suavidade. Desorientada, a fada encontrou-se em terra firme, rodeada por casinhas e luzes que brilhavam ao longe, uma esperança emergindo em meio às provações de sua jornada solitária.
Luminara, com um misto de urgência e esperança, levantou-se e bateu suas asas em direção ao vilarejo. Seu coração ansiava por encontrar alguém que pudesse compartilhar não apenas palavras, mas também um lugar especial em sua vida repleta de solidão.
"Olá! Tem alguém aí?"
As palavras de Luminara ecoaram pelo vilarejo, ansiosas por uma resposta que pudesse quebrar o silêncio que a acompanhava. Agora, diante do desconhecido, aguardava com esperança por um sinal de companhia. Uma pequena criança, curiosa e gentil, abriu a porta para encontrar a fadinha diante de seus olhos. Os olhares se encontraram, criando um momento mágico entre duas almas, uma em busca de amizade e a outra pronta para oferecer calor e companhia. A fadinha, Luminara, sorriu timidamente para a criança e respondeu,
"Olá! Me chamo Luminara. Estava em busca de um amigo. Posso ficar um tempo aqui?".
A garota respondeu: "claro". A fadinha Luminara, finalmente encontrando acolhimento, sorriu com gratidão. Assim, começava uma nova história, onde a solidão daria lugar à amizade, e o vilarejo se tornaria o lar que ela tanto buscava. Nos últimos dias de sua vida, Luminara experimentou o calor e a alegria da amizade que tanto ansiava. Rodeada por pessoas boas no vilarejo, suas asas se tornaram mais leves, e seu brilho refletia a felicidade de ter encontrado um lar onde o amor e a compaixão eram abundantemente compartilhados. Após alguns dias da sua morte, o vilarejo foi invadido e queimado por inimigos, ninguém sobreviveu.