Nas sombras da noite, onde o luar se esconde,
Caminho solitário, meu coração responde.
Gótico é meu destino, em trevas me encontro,
Versos sussurrados, segredos que confronto.
As torres altivas, de pedra e de espinho,
Guardam memórias antigas, um passado sombrio.
Janelas cerradas, olhos que não veem,
Ecos de lamentos, almas que não têm.
Emaranhados de hera, os portões se abrem,
Revelando um salão vazio, onde o vento geme.
Candelabros pendentes, velas acesas,
A dança dos espectros, uma valsa indefesa.
No espelho quebrado, meu reflexo distorcido,
Traços pálidos, olhos vazios, o tempo perdido.
Vestes negras, como as asas de um corvo,
Caminho sem rumo, em busca do meu renovo.
O relógio antigo, suas badaladas ecoam,
Meu coração acelerado, mistério que se entrelaça.
Lápides silenciosas, nomes apagados pelo vento,
Histórias não contadas, segredos que lamento.
Em cada cripta, um segredo, um amor proibido,
Esperanças desfeitas, sonhos que foram feridos.
Rosas vermelhas murchas, sobre lápides frias,
Lágrimas invisíveis, almas que vagueiam em agonia.
O vento uiva, como um lobo faminto,
A lua observa, testemunha de um mundo extinto.
Meus passos ecoam, ressoam na escuridão,
Enquanto a noite me envolve, em sua sedução.
E assim, entre sombras e versos, eu me perco,
Na poesia gótica que brota do meu peito.
Muitas palavras e um lamento eterno,
Nas asas da noite, meu coração queima como o inferno.