Certo dia, uma borboleta decidiu descer da montanha em que vivia, e ir para a cidade, afinal, era seu sonho, desde que viu aquela grandiosidade, em seus olhos aquilo era algo incrível que os humanos haviam construído.
então a pequena borbileta foi de encontro a seu sonho, deixando para trás todas as outras borboletinhas, e no caminho encontrou uma velha tartaruga que estava na beira do riacho, e perguntou a ela:
-mas porquê o senhor está nesse riacho? com uma cidade tão grande e bela logo a frente meu senhor? - perguntou a borboletinha confusa.
-cara borboletinha, a cidade não é algo para todos, aquilo é para os humanos, eu não aguentaria viver lá sem meu doce e pequeno riacho, aqui é tranquilo e calmo, eu como a hora que quero, e tenho muito espaço, lá não há nada para nós que não somos humanos minha cara. - exclamou a tartaruga muito experiente.
- não acredito em você, aquela coisa enorme, com certeza tem lugar para todo mundo, eu vou lá, e vou ver algo maravilhoso, desde muito pequena eu vi àquilo, eu tenho que ver com meus próprios olhos. - então a pequena borboletinha seguiu seu caminho até a cidade.
chegando na cidade viu muros altos, prédios enormes, pessoas aos montes indo para lá e para cá, haviam até alguns cachorros na rua a quem foi perguntar como era viver em tal lugar incrível.
- senhores cachorros me digam como é viver nesse lugar tão grande e legal? - perguntou a borboletinha a 2 cães que estavam deitados em um beco.
- pequena borboleta, aqui não a nada de bom além da compania de vários humanos, mas veja, estamos todos com rabujo, comemos as sobras do que os humanos deixam, poucos gatos e cachorros tem tal privilégio na cidade. - falou o cão mai velho.
-sim e isso sem falar quando não jogam água na gente, para que saiamos do lugar, ou quando temos que nos preocupar com que os carros não nos atropelarem. - falou o cão mais novo.
- nossa más então porquê não vão para a floresta viver com os outros animais? - perguntou a borboletinha.
- e fazer o quê? não sabemos caçar, não temos força para isso, se formos para lá seremos presas, nos nascemos, fomos adotados e largados, nos aprendemos a viver aqui, más ir para lá será somente para morrer. - exclamou o velho cão.
a pequena borboleta vendo àquilo decidiu continuar seu caminho, e nele ela viu mendigos a mendigar, pessoas com fome, um monte de sujeira nas ruas, sentiu o mau cheiro de fumaça vindo das uzinas, pessoas brigando, gritando, carros por todo lado, e naquela multidão de selva de concreto, ela não viu nenhuma planta ou flor para que podesse matar a fome e sede da viagem, ninguém a deu valor apenas passavam e a ignoravam, e por fim ainda viu um homem atirar em outro homem, e o sangue jorrar por todos os lados.
vendo tudo isso, a pequena borboleta caiu em lágrimas, e saiu correndo da grandiosa cidade, até passar voando aos prantos pela tartaruga que ainda estava no riacho.
- o que aconteceu pequena borboleta? - perguntou a velha tartaruga.
- como pode àquilo? os humanos construiram algo tão grandioso e belo, e fazem atrocidades com eles mesmos, não há harmonia, como vivem daquele jeito na sujeira, eles deviam cuidar uns dos outros. - exclamou a borboletinha enquanto chorava.
- pequena borboleta, os humanos são diferentes dos animais, eles possuem muitas ideias suas cabeças, pensam como nenhum outro animal, mas ao mesmo tempo são muito egoistas, raivosos, luxuentos, avarentos, entre outras coisas, mas apesar de tudo, aprenderam a conviver desta forma, não é algo que nós pobre animais, que só temos nossos instintos e simplicidade possamos mudar, lá é o local que construiram para eles mesmos, a floresta é o nosso lugar pequenina, volte para o seu bando, e viva em paz, longe de toda aquela maldade.
desta vez a pequena borboleta ouviu o conselho da velha tartaruga, e viveu sua vida, comendo sempre que queria, ela cresceu, viveu bem, se reproduziu, envelheceu e morreu como qualquer outras borboleta, mas ela foi a única a aprender a maior lição que um animal poderia aprender.