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A Casa da Rua das Sombras

Capítulo 1 – A Casa da Esquina

A Casa da Esquina
📲Oi… deixa eu te contar uma coisa que aconteceu comigo. Sabe aquela sensação de que você acabou de entrar em uma história da qual não consegue sair? Pois é… foi exatamente isso que senti no dia em que vi a casa da esquina.
Então, meu nome é Clara. Tenho 22 anos, estudo Letras, e adoro histórias, mas nunca pensei que viveria uma tão… intensa. Tipo, de verdade.
Olha só, você precisa imaginar comigo: portão enferrujado, janelas que nunca se abrem, plantas que parecem ter vida própria e que tentam tomar conta do quintal. E as pessoas da vizinhança… ah, elas falam coisas estranhas sobre a casa. “Mal-assombrada”, dizem. Eu ri, claro.
Helena
Helena
(a Helena apareceu)— Clara, sério, fica longe dessa casa!
Ela disse, com aquele tom dramático que só ela tem.
clara
clara
— Ah, Helena, para com isso…
Eu disse, mas você sabe, não consegui evitar. Tinha algo ali que me chamava.
Então aconteceu. Eu olhei e vi alguém no quintal. Um rapaz. Moreno, alto, cabelos bagunçados pelo vento, mexendo nas plantas. Ele nos olhou e sorriu. E eu juro, senti um arrepio percorrer minha espinha.
Helena
Helena
— Quem é ele?
Helena sussurrou, quase colada no meu braço.
clara
clara
— Não faço ideia…
Eu murmurei.
E antes que eu pudesse pensar em algo, ele desapareceu dentro da casa. Sim, do nada.
Foi aí que eu finalmente conheci o tal do Miguel. Ele surgiu na porta, como se tivesse saído de um sonho… ou de um pesadelo.
Miguel
Miguel
— Vocês não deveriam estar aqui.
E ele falou com calma, mas tinha algo estranho nesse tom, algo que fazia meu coração acelerar.
Helena
Helena
— Eu sabia!
Helena quase gritou.
Helena
Helena
— Algo não está certo nessa casa!
Eu só fiquei olhando. Porque, sabe, havia algo nele que eu não conseguia ignorar. Algo misterioso… e, de algum jeito, fascinante.
Nos dias seguintes, eu não conseguia tirar a casa da cabeça. Cada sombra parecia se mover, cada rangido parecia um aviso. Sr. Roberto, o vizinho rabugento, cruzou comigo outro dia e bufou:
Sr. Roberto
Sr. Roberto
— Essa casa só traz problemas, menina. Se fosse você, ficava longe.
E eu? Eu só podia pensar: não posso ficar longe. Curiosidade é meu pecado, e aquela casa estava me chamando.
Sabe aquela sensação de que você está prestes a entrar em algo que vai mudar tudo? Pois é… eu estava exatamente aí. E, sem perceber, já estava presa.

Capítulo 2 – O Estranho Morador

Você não vai acreditar no que aconteceu depois daquele primeiro dia. Eu mal conseguia pensar em outra coisa além da casa da esquina… e do tal do Miguel. Sério, ele me deixava completamente confusa.
Então, Helena e eu decidimos dar uma volta pelo bairro, meio que “disfarçando” que estávamos só passeando. Mas, é claro, meus olhos não paravam de olhar para a casa. E adivinha? Lá estava ele de novo… Miguel. Só que dessa vez, ele não estava sozinho.
Helena
Helena
— Olha só…
Helena me cutucou, tentando chamar minha atenção.
Helena
Helena
— Ele trouxe alguém?
Helena
Helena
E tinha mesmo. Um rapaz loiro, com cara de esperto, parecia conhecer Miguel muito bem. Ele se apresentou depois: Lucas. Ele sorriu de um jeito que me deixou desconfiada, mas ao mesmo tempo senti que podia confiar nele. Tipo… um aliado inesperado.
Lucas
Lucas
— Oi, meninas. Não se assustem, só estou ajudando meu amigo
Disse Lucas, pegando alguns papéis que tinham caído com o vento.
E então aconteceu algo estranho. Eu juro que ouvi um sussurro. Um sussurro tão baixo que quase parecia um pensamento dentro da minha cabeça:
"Não olhe demais para os cantos escuros…"
Eu olhei para Helena, mas ela apenas franziu a testa. Ela não tinha ouvido nada. Só eu.
Helena
Helena
— Clara, você está bem?
Ela perguntou.
clara
clara
— Sim… só acho que ouvi algo…
Respondi, sem tirar os olhos do quintal da casa.
Foi aí que percebi uma sombra se mexendo rápido entre as árvores. Não era humana… mas também não era só uma sombra. Meu coração disparou.
E como se as coisas não pudessem ficar mais estranhas, Laura apareceu. Ela é amiga de Helena e acredita em presságios, espíritos e essas coisas que a gente normalmente ignora.
Laura
Laura
— Clara… essa casa…
Ela engoliu em seco
Laura
Laura
— tem algo aqui que não deveria existir. Você precisa ter cuidado.
Eu queria rir, sabe? Mas algo dentro de mim dizia que ela estava certa. O vento parecia mais frio perto da casa, e o ar cheirava a terra molhada e algo indefinível… algo antigo.
Miguel apareceu de novo. Ele olhou para mim, sério, e disse:
Miguel
Miguel
— A curiosidade é perigosa. Mas… você parece não conseguir evitar.
Eu balancei a cabeça, meio sem palavras. Porque era verdade. Eu não conseguia evitar. Nem queria.
E naquele momento, eu percebi que a história que eu estava prestes a viver não era só sobre uma casa estranha. Era sobre pessoas, segredos e… algo que ninguém podia explicar.
Sabe quando você sente que a vida acabou de mudar? Pois é… eu estava exatamente nesse ponto.

Avisos de Dona Alzira

Deixa eu te contar… depois daquele dia na casa da esquina, eu não conseguia pensar em outra coisa. E não era só por causa do Miguel ou da sombra que eu tinha visto. Era como se algo no ar estivesse me chamando, insistente, perigoso.
Foi então que Helena me disse:
Helena
Helena
— Clara, você precisa conhecer Dona Alzira. Ela sabe tudo sobre essa casa. Sério. Ela mora duas ruas acima e… olha, só confie nela.
Eu arqueei a sobrancelha.
clara
clara
— Sabe que eu não sou muito de acreditar nessas histórias de vizinha fofoqueira, né?
Helena
Helena
— Não, não é fofoqueira. Ela sabe de coisas que ninguém mais sabe.
Helena falou sério.
Então, lá fomos nós. Chegamos na casa pequena e cheia de flores, e logo apareceu a Dona Alzira, idosa, olhos vivos, mas com um ar de quem já viu mais do que deveria.
Dona Alzira
Dona Alzira
— Vocês são novas na vizinhança, não é?
Ela perguntou, olhando direto nos meus olhos.
clara
clara
— Sim, somos… eu e minha amiga Helena.
Respondi, um pouco nervosa
Ela sorriu de um jeito estranho e disse:
Dona Alzira
Dona Alzira
— Essa casa… da esquina… vocês precisam tomar muito cuidado. Muitas coisas aconteceram lá. Muitas coisas que ninguém fala.
clara
clara
— Como assim?
Perguntei, tentando não parecer assustada.
Dona Alzira
Dona Alzira
— Eu já vi pessoas se perderem… não fisicamente, mas de maneiras que você não imagina.
Ela fez uma pausa.
Dona Alzira
Dona Alzira
— Vocês podem sentir, ouvir… mas nunca saberão exatamente o que é.
Helena olhou para mim com os olhos arregalados. Eu queria rir, mas, sinceramente, algo no tom de Dona Alzira me deu arrepios.
clara
clara
— Há quanto tempo a casa está assim?
— perguntei
Dona Alzira
Dona Alzira
— Muito tempo. Mais do que vocês imaginam. Antes de Miguel, antes da minha própria juventude, a casa já era… diferente.
Ela suspirou.
Dona Alzira
Dona Alzira
Diferente e perigosa.
E então, como se sentisse minha curiosidade crescendo, ela acrescentou:
Dona Alzira
Dona Alzira
— Miguel? Ele não é como os outros. Vocês precisam prestar atenção nele. E no que acontece quando o vento sopra da direção da casa. E…
Ela fez um gesto quase imperceptível com a mão
Dona Alzira
Dona Alzira
— e na sombra que sempre observa.
Eu não sabia se ficava assustada ou fascinada. Era como se uma parte de mim quisesse fugir e outra quisesse se aproximar ainda mais.
No caminho de volta, Helena não parava de me cutucar:
Helena
Helena
— Clara, você ouviu? Ela disse “sombra que observa”! Isso não é normal!
clara
clara
— Eu sei…
Respondi, tentando manter a calma — mas… não posso evitar. Eu preciso saber mais.
E foi aí que percebi: a história da casa da esquina estava só começando. Eu estava prestes a me envolver em algo maior do que imaginava… algo que misturava curiosidade, medo e… talvez, amor.
E você sabe como essas coisas funcionam, né? Uma vez que você olha para dentro de um segredo antigo, não tem volta.

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