O sol nascia preguiçoso no horizonte, espalhando tons dourados e avermelhados que se refletiam nas janelas embaçadas pela brisa da manhã. As ruas ainda estavam tranquilas, como se o mundo hesitasse em acordar por completo. Era nesse silêncio que Dmitri costumava encontrar uma estranha sensação de paz, apesar do peso constante que carregava nos ombros. O frio típico de sua terra natal parecia ter moldado sua postura firme, seu olhar atento, sempre preparado para o que viesse.
Haruto, por outro lado, vivia o nascer do dia de maneira diferente. Para ele, cada manhã era uma promessa, um recomeço. O barulho suave das folhas balançando ao vento lembrava-lhe da voz de sua mãe, sempre calma, sempre paciente. Enquanto Dmitri encarava o dia com cautela, Haruto o recebia como quem abre uma porta para a luz, curioso pelo que poderia descobrir.
Ambos seguiam seus caminhos sem saber que suas jornadas estavam destinadas a se cruzar de forma inevitável. O destino parecia brincar em pequenos detalhes: um olhar rápido pela multidão, um encontro fortuito nos corredores de uma estação, ou mesmo o eco distante de uma música que ambos conheciam sem jamais terem compartilhado.
Alexei, o pai de Dmitri, observava o filho com olhos que escondiam orgulho e preocupação. Ele sabia que Dmitri herdara não apenas sua força, mas também a carga de responsabilidades que, cedo demais, aprendera a carregar. Mikhael e Irina, irmãos de Dmitri, formavam um contraponto à rigidez do pai — um oferecia lealdade incondicional, a outra, ternura e compreensão.
No outro lado, a família de Haruto refletia o calor que Dmitri tantas vezes sentira falta. Ren e Aiko, seus irmãos, eram ao mesmo tempo aliados e companheiros de riso. Tatsuya, o pai, trazia a disciplina firme, enquanto Hana, a mãe, com sua voz suave, mantinha a harmonia no lar.
E, como se não bastasse, havia ainda aquelas presenças que completavam os caminhos: Julianne e Emily, amigas que coloriam a vida de Haruto com leveza e cumplicidade, lembrando-o de que a amizade também é um tipo de força.
Cada um deles seguia sua rotina, imerso em pensamentos, mas uma sensação sutil pairava no ar, quase imperceptível: como se algo estivesse prestes a mudar. O silêncio da manhã escondia o início de uma transformação, e o mundo, sem pressa, preparava o palco onde todos se encontrariam.