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MEU DESEJO MAIS AMARGO

FICHA DOS PERSONAGENS

PROTAGONISTA
ETHAN
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DADOS INICIAIS Nome: Ethan Cole Idade: 26 anos Profissão: Gerente de projetos em uma Multinacional da Indústria Alimentícia. Formação: Administração com especialização em Gerenciamento de Projetos. Cidade Atual: Transferido recentemente para coordenar a nova linha de produtos em uma filial localizada em outra cidade.
APARÊNCIA Rosto de traços suaves, quase angelicais, com um charme que engana. Olhos claros e expressivos, que alternam entre doçura e sarcasmo. Corpo bem cuidado, não de academia exagerada, mas atlético, elegante. Estilo casual sofisticado, sabe se vestir para impressionar, mas nunca com obviedade.
PERSONALIDADE Sarcástico, rápido nas respostas, com humor ácido como arma. Inteligente e analítico, mas sem paciência para burocracias inúteis. Carinha de bom menino, mas uma mente provocadora e ousada. Ambicioso: gosta de desafios, e de provar que é melhor do que esperam. Orgulhoso, não lida bem com a ideia de falhar, muito menos em público.
VIDA PESSOAL Noivo do namorado de adolescência, com quem está desde os 16 anos. Relação confortável, que dura mais de dez anos. O casamento está marcado para menos de dois meses. Está sozinho na cidade nova, sem amigos próximos, vulnerável e carente.
NO TRABALHO Um dos mais jovens gerentes a assumir um projeto desse porte. Reconhecido como um prodígio por sua capacidade de liderança e visão. A equipe sob sua gestão conta com dez pessoas, além dele e do diretor (seu chefe). Confiante no talento, mas precisa lidar com a pressão de estar sob constante vigilância. Vive em atrito com o chefe: respeito velado e ódio aberto, mas também desejo escondido.
ETHAN
ETHAN
Sou Ethan Cole, jovem demais para que me levem a sério, inteligente demais para que me ignorem, e sarcástico demais para que consigam me controlar.
COPROTAGONISTA
OWEN
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DADOS INICIAIS Nome: Owen Blackwood Idade: 34 anos Profissão: Diretor Comercial Regional de uma Multinacional da Industria Alimentícia. Cargo atual: Responsável direto pela supervisão do projeto liderado por Ethan Cole. Formação: Graduado em Administração (com especialização em Negócios Internacionais) por uma universidade de prestígio em Londres. Posteriormente, fez um MBA em Gestão Estratégica nos Estados Unidos. Cidade Atual: Mantém um apartamento sofisticado e minimalista na cidade onde fica a Matriz.
APARÊNCIA Alto, presença marcante, sempre impecavelmente vestido (terno sob medida, relógio discreto e caro). Traços austeros: queixo firme, olhar penetrante, raramente esboça um sorriso. Cabelos escuros com leves sinais de maturidade (alguns fios prateados que só aumentam o charme). Ombros largos, porte atlético, não de academia, mas de disciplina.
PERSONALIDADE Introvertido, fala pouco, mas cada palavra é pesada e calculada. Austero, exigente, com uma postura que transmite autoridade natural. Solteiro, sem histórico claro de relacionamentos, o que só alimenta rumores. Frio no trato, comedido em gestos, ganhou o apelido de “coração de gelo” entre os subordinados. Diferente dos chefes que gritam, o tom dele é baixo, firme, e ainda mais intimidador por isso.
VIDA PESSOAL Pouco se sabe sobre sua vida íntima, já que não mistura trabalho com pessoal. Não tem amigos visíveis na empresa, mantém todos à distância. A solidão é escolhida, mas esconde uma intensidade reprimida. O silêncio e a frieza são mais escudos do que ausência de emoção.
NO TRABALHO Diretor em ascensão: acompanhar de perto o projeto de Ethan é estratégico para consolidar sua posição na empresa. Acompanha os números, os relatórios e cada detalhe com rigor obsessivo. Exige sempre mais, nunca elogia, sua forma de reconhecimento é “não criticar”. Com Ethan, a cobrança é redobrada, o que cria atrito e alimenta a irritação do gerente jovem. Prefere observação a confronto: raramente explode, mas quando se posiciona, cala uma sala inteira.
OWEN
OWEN
"Sou Owen Blackwood, não preciso levantar a voz para ser temido. Frieza é a minha armadura, e ninguém jamais atravessou esse gelo."
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PRÓLOGO

*Uma Mensagem Fora de Hora*
“O bar estava quase vazio. O relógio atrás do balcão marca 23:07. A luz do ambiente é baixa, as mesas estão desertas. Apenas Ethan, sentado no balcão de madeira, paletó amassado, a gravata já frouxa. O cheiro de álcool se mistura ao som de um jazz suave no fundo.”
ETHAN
ETHAN
(Batendo o copo no balcão) Mais uma, vai… só mais uma.
BARTENDER
BARTENDER
(Calmo, mas firme) Já chega por hoje, senhor.
(Ethan revira os olhos, passando a mão no rosto e bufando impaciente.)
ETHAN
ETHAN
(Resmungando, voz arrastada) Grande coisa… nem sabe servir direito. Aposto que nem é whisky de verdade.
“Ele puxa o celular do bolso, destravando com dificuldade. A tela ilumina seu rosto cansado. A foto de Owen Blackwood aparece no contato: sério, olhar frio, impecavelmente profissional. Ethan encara a tela, o lábio se curvando em deboche.”
ETHAN
ETHAN
(Sussurrando, venenoso) Você! É tudo culpa sua… seu coração de gelo.
(Ethan aponta o dedo para a foto na tela, quase como se brigasse com ela, o álcool inflamando cada palavra. Sem pensar muito, começa a digitar.)
ETHAN
ETHAN
(Mensagem) Você já percebeu que se esconde atrás dessa frieza ridícula? Aposto que não tem nada além de gelo aí dentro. Talvez seja por isso que ninguém ousa chegar perto. Mas eu… eu não tenho medo de você, Blackwood.
(Ethan lê a mensagem em voz alta, depois dá uma gargalhada curta, deixando o celular cair no balcão.)
ETHAN
ETHAN
(Rindo sozinho, mordendo o lábio) Ah… eu pagava caro pra ver a sua cara lendo isso.
(O som da risada dele se mistura ao jazz melancólico, ecoando no bar vazio.)
***
“O escritório é amplo e está quase todo mergulhado na penumbra. Apenas a luz de um abajur discreto projeta sombras sobre os móveis de madeira escura. Nenhuma foto pessoal, nenhuma lembrança, apenas livros de estratégia, contratos empilhados e uma mesa impecavelmente organizada. O silêncio é quase absoluto, exceto pelo tique-taque distante de um relógio.”
“Owen está na sua cadeira de couro, a gravata levemente afrouxada, os olhos fechados, a cabeça recostada no encosto como se finalmente tivesse permitido a si mesmo um instante de descanso. De repente, o som agudo de uma notificação corta a quietude. Ele abre os olhos devagar, pesado. Pega o celular com um gesto automático. A tela acende. A mensagem aparece.”
ETHAN
ETHAN
(Mensagem) Você já percebeu que se esconde atrás dessa frieza ridícula? Aposto que não tem nada além de gelo aí dentro. Talvez seja por isso que ninguém ousa chegar perto. Mas eu… eu não tenho medo de você, Blackwood.
(Owen lê mais uma vez. As sobrancelhas se arqueiam, a descrença estampada no rosto. O cenho se fecha, enquanto a mandíbula se contrai.)
OWEN
OWEN
(Sussurra, grave) Como ele ousa…
“Owen re-lê uma vez mais a mensagem. Os olhos, antes cansados, agora ardem de uma fúria contida, misturada a algo que ele não admite para si mesmo. A incredulidade vira urgência, o sangue pulsa nas têmporas. Num movimento brusco, ele se levanta da cadeira. O celular cai sobre a mesa, mas ele o pega de volta, firme. As chaves de seu carro estão ao lado do monitor, frias, ordenadas como todo o resto. Ele as apanha sem pensar, cada gesto carregado de tensão.”
“Com um estalo seco, ele fecha a pasta aberta na mesa e caminha em passos largos até a porta. A mão empurra a madeira pesada com violência. O som da porta batendo forte ecoa, quebrando a ordem silenciosa do escritório. A cadeira giratória ainda balança levemente atrás dele, solitária.”

CAPÍTULO UM

(Bar iluminado por lâmpadas amareladas. É tarde, mas ainda não madrugada. Algumas mesas ocupadas por casais dispersos, conversas abafadas. O ar cheira a álcool e fumaça. Ethan está no balcão, o paletó amarrotado, o nó da gravata solto. Os olhos vidrados, a pele corada pelo excesso de whisky.)
ETHAN
ETHAN
(Batendo o copo vazio na madeira) Mais uma.
“O bartender o observa, hesitando, mas enche apenas metade do copo, como quem teme o próximo passo. Ethan pega a bebida com as mãos trêmulas, dá um gole longo e ri sozinho, sem humor. Ele apoia o cotovelo no balcão e passa a mão pelo rosto. A mente embaralhada insiste em repetir o mesmo pensamento: ‘Em um único dia… e eu perdi tudo.’”
(Silêncio. O som do jazz suave parece se afastar. O olhar de Ethan se perde no líquido âmbar, a lembrança se infiltrando com violência.)
*FLASHBACK*
(Escritório pequeno, em um quarto de hotel que foi improvisado em “lar temporário”. A tela do notebook iluminando o rosto de Ethan. Ele segura a caneta entre os dedos, ansioso, enquanto acompanha a videoconferência com a matriz.)
DIRETOR GERAL
DIRETOR GERAL
(Seco, institucional) A partir de hoje, o projeto dos kits para jovens solteiros será transferido para a liderança de Rebecca Williams. Ordem direta do CEO.
(Silêncio. O nome ecoa na mente de Ethan. Rebecca: recém-chegada, novata, mal conhecia os clientes, muito menos os fornecedores.)
ETHAN
ETHAN
(Engolindo em seco, voz controlada) Posso perguntar qual a justificativa para a decisão?
DIRETOR GERAL
DIRETOR GERAL
Diretriz estratégica. Não cabe discussão.
“O rosto de Ethan endurece. O sangue lateja nos ouvidos. Meses de esforço, noites viradas, e a promessa de crescimento… arrancados sem explicação. A chamada terminou. A tela fica preta. Ethan fecha o notebook devagar, como quem sela um caixão.”
ETHAN
ETHAN
(Pensamento, amargo) Se eu não sou mais o responsável… então não há motivo para ficar nessa cidade de merda.
“Ele respira fundo, se levanta, recolhe pastas, roupas espalhadas. O hotel que vinha chamando de ‘lar provisório’ agora não passa de um quarto estranho. O check-out é rápido. Mal olha para trás ao entregar a chave. O relógio ainda não bateu meio-dia quando Ethan se encontra sentado no trem, mala ao lado, encarando a janela.”
“O reflexo dele devolve um rosto cansado, mas com uma pontada de esperança: finalmente, poderia voltar para casa. Para seu noivo. Ethan encosta a testa no vidro frio da janela do trem. A paisagem passa depressa, borrada, mas a mente insiste em desacelerar.”
ETHAN
ETHAN
(Pensando, resignado) Talvez… talvez seja melhor assim.
“Os dedos tocam a aliança de compromisso em sua mão esquerda. Faltavam menos de dois meses para o casamento. O projeto, embora grandioso, tinha o mantido longe de casa tempo demais. Longe de Mark. O nome vem carregado de lembranças. Mark. O sorriso no corredor do colégio, as mãos que se tocaram pela primeira vez aos quatorze. O beijo roubado aos dezesseis, cheio de nervosismo e descoberta. E desde então… sempre eles dois. Ethan aperta os olhos, uma mistura de nostalgia e ternura. Ele não consegue se lembrar de sua vida antes de Mark. É como se nunca tivesse existido um ‘eu’ sem o ‘nós’.”
ETHAN
ETHAN
(Pensamento, meio irônico) Casar nunca foi um plano. Sempre achei cedo demais… mas depois de dez anos juntos, o que mais poderia ser?
“Um sorriso cansado se curva em seus lábios. Já dividiam o mesmo teto há mais de cinco anos. O casamento parecia apenas uma formalidade. Natural. Inevitável. O trem desliza até a estação. Ethan desce com a mala e respira o ar familiar da cidade natal. A sensação de ‘casa’ o envolve. Ele decide não avisar Mark: quer surpreendê-lo.”
***
“O carro está na garagem. As janelas estão iluminadas. Ethan sorri de canto, o coração acelerando. Empurra a porta devagar, tentando não fazer barulho. A mala fica no pequeno hall de entrada. Os sapatos, alinhados à porta. O silêncio dentro da casa parece acolhedor demais.”
ETHAN
ETHAN
(Pensando, feliz) Ele está em casa…
“Ele percorre a sala, a cozinha, o corredor. Nada. A respiração se torna ansiosa. A lembrança vem: Mark deve estar no ateliê. Sempre dizia que era bom trabalhar em casa, porque podia se dedicar mais ao casamento. Ethan contorna a lateral da casa, pelo jardim. Decide se aproximar pelos fundos, sorrindo sozinho, imaginando o rosto de Mark ao vê-lo ali. Faz mais de um mês que não se tocam de verdade. Só chamadas rápidas, entre compromissos. Ele sente o peito se encher de expectativa.”
“Chegando perto da pequena porta traseira do ateliê, ele ouve barulhos abafados. Primeiro não entende. Para, ouvindo atentamente. A testa se franze e seu coração dispara. O som ficando mais claro."
"Gemidos. Ofegantes. Molhados. O estalar da carne contra carne. Ethan congela. A respiração prende na garganta. A mente recusa o que o corpo já compreendeu. A voz rouca de um homem explode em gemidos.”
VOZ AUTORITÁRIA
VOZ AUTORITÁRIA
(Gemendo alto) Maaark…
“Ethan leva a mão à boca. O mundo gira. Ele reconhece a voz. É do seu melhor amigo... Seu padrinho de casamento. Os gemidos de Mark respondem, cada vez mais intensos. O som inconfundível de quem chega ao limite.”
MARK
MARK
(Entre gemidos) James… James!
“O sangue de Ethan lateja. O peito parece rasgar. Ele não sente os pés, apenas a fúria e a dor pulsando juntas. Num rompante, ele empurra a porta com violência. O estrondo ecoa pelo ateliê no exato instante em que Mark arqueia o corpo, gozando dentro de James. O silêncio que se segue é brutal. Ethan para na porta, os olhos abertos em choque. O ar preso nos pulmões. O mundo desaba em câmera lenta diante dele.”
(Som de porta batendo contra a parede, o eco seco cortando o silêncio abafado do ateliê.)
“Ethan está parado no batente, a respiração pesada, o cheiro de suor e sexo impregnando o ar. Os olhos dele se cravam nos dois corpos suados e exaustos sobre a mesa. Por um instante, tudo parece suspenso.”
“Mark arregala os olhos, um desespero súbito, empurrando James para o lado. James, sem coragem de erguer o olhar, pega um lençol amarrotado do chão e cobre a cintura. A vergonha escorre pelo gesto contido.”
MARK
MARK
(A mão estendida, a voz trêmula) Amor, não é o que você está pensando...
“O riso de Ethan explode. Primeiro curto, seco, quase incrédulo. Mas em segundos se transforma em gargalhadas descontroladas, o corpo dobrando, lágrimas brotando de tanto rir. Um riso que corta como lâmina, carregado de veneno.”
ETHAN
ETHAN
(Arqueando as sobrancelhas, ainda rindo, a respiração entrecortada) Pelo menos... (Pausa, respirando fundo) Pelo menos você não passou fome.
(Mark dá um passo em direção a ele, balançando a cabeça, a voz suplicante.)
MARK
MARK
Não é isso... foi a primeira vez... eu estava em desespero, em desamparo...
(Ethan recua, afastando a mão que tenta alcançá-lo. O olhar dele gela o ambiente.)
ETHAN
ETHAN
(Repetindo, em tom mordaz, cuspindo cada sílaba) Desespero... Desamparo.
(Mark choraminga, os olhos marejados.)
MARK
MARK
Amor... se você tivesse avisado...
ETHAN
ETHAN
(Cortando a frase como uma navalha, um sorriso ácido nos lábios) Ah, claro. Se eu tivesse avisado, não teria tido o privilégio de assistir essa cena maravilhosa.
(James ergue a cabeça, o olhar hesitante. A voz dele sai num sussurro.)
JAMES
JAMES
Ethan...
(O olhar de Ethan se fixa nele. Frio. Encharcado de nojo e raiva.)
ETHAN
ETHAN
Nunca mais diga o meu nome.
“Mark tenta segurar o braço de Ethan. Num movimento rápido, Ethan gira o braço, se desvencilhando, e o empurra com força. O impacto faz Mark tropeçar para trás. Ethan ergue o dedo, apontando para ele.”
ETHAN
ETHAN
Já avisei... não me toque.
(O silêncio pesado no ateliê. Os corpos ainda brilhando de suor. O olhar de Ethan queimando.)
ETHAN
ETHAN
(Se abaixando, apenas as pontas dos dedos pegando uma cueca caída no chão) Melhor se vestir. Você está me dando nojo.
(Ele atira a peça na direção de Mark, que a pega com mãos trêmulas e a veste às pressas. Ethan ri seco, sem humor.)
ETHAN
ETHAN
Não quero saber, não preciso entender e, muito menos, me importar.
(O olhar dele se volta para James, que ainda tenta se encolher atrás do lençol. Ethan dá um passo lento, estudado, até ele.)
ETHAN
ETHAN
(Com frieza) Faz sentido. Se fosse pensar em ser traído, você seria o primeiro nome na lista. Afinal… você só sabe pegar o que é dos outros.
(Ethan ergue a mão, pousando-a no rosto de James. Dá dois tapinhas lentos, quase condescendentes.)
ETHAN
ETHAN
Espero que tenha sido bom. Pode ficar com o resto.
(Mark choraminga.)
MARK
MARK
Ethan… amor…
ETHAN
ETHAN
(Cortando) Nem começa.
(Ele se vira um pouco, o rosto duro, a respiração controlada.)
ETHAN
ETHAN
Vou para um hotel. Não porque estou saindo de casa… mas porque não quero lidar com essa imundice. Você tem até amanhã de manhã para tirar todas as suas coisas daqui. Quero a cópia das chaves na minha mão.
(Mark abre a boca para responder, mas o olhar de Ethan o congela.)
ETHAN
ETHAN
(Aproximando-se, em tom baixo e cortante) Não se esqueça de quem é esta casa.
(Ethan dá alguns passos em direção à porta. Antes de sair, lança um último olhar sobre os dois.)
ETHAN
ETHAN
Fiquem felizes. Vocês ainda têm a tarde toda para treparem antes de você sair de vez da minha vida. Aproveitem.
“Ethan sai. O som no hall ecoa quando pega sua mala. A porta da frente bate com firmeza. Na rua, Ethan ergue a mão, parando o primeiro táxi que passa. A bagagem entra, e junto dela, sua última risada amarga do dia.”
“O táxi desliza pelas ruas pouco iluminadas da cidade. Ethan encosta a cabeça no vidro, o reflexo dele devolvendo um rosto cansado, os olhos vermelhos pela exaustão e pela raiva. Pensamentos giram sem direção, a mente procurando algo que valha a pena depois de um dia que o esgotou por completo.”
ETHAN
ETHAN
(Pensando) Pra onde diabos eu quero ir agora?
(Ele respira fundo, um riso curto escapando, cheio de ironia.)
ETHAN
ETHAN
(Murmurando para si mesmo) Sabe de uma coisa? Eu mereço. Mereço me recompensar pelo dia de merda que tive.
(O olhar se ilumina, decidido. Ele se vira para o taxista, firme.)
ETHAN
ETHAN
Siga para o hotel mais luxuoso que você conhecer. Essa noite… eu vou aproveitar.
***
(O saguão de um hotel cinco estrelas. Piso de mármore polido, luzes douradas refletindo no teto alto. Ethan atravessa com passos decididos, a mala de rodinhas arrastando-se atrás dele.)
RECEPCIONISTA
RECEPCIONISTA
Boa tarde, senhor. Tem reserva?
ETHAN
ETHAN
Não. Mas tive um dia de merda... (Força um sorriso cínico, entregando o documento e o cartão de crédito) E tenho um cartão black. (O olhar cansado, a voz entregando) Pode ser qualquer quarto, só preciso de um lugar para passar a noite.
“Enquanto a recepcionista digita, Ethan tira o celular do bolso, desbloqueia e acessa sua conta bancária. Os dedos ágeis, mesmo com todo o cansaço, vão clicando. Bloqueia o acesso conjunto, muda senhas, redireciona notificações para o próprio e-mail.”
ETHAN
ETHAN
(Pensando) Fim de lua de mel. Fim de tudo. Pelo menos o dinheiro é só meu. Sempre foi.
“Ele recebe a chave do quarto, sobe, joga a mala sobre a cama impecavelmente arrumada, mas não fica ali. Desce de novo, sendo puxado pelo impulso. Precisa desesperadamente se afogar no álcool. Esse será seu melhor amigo nesse momento.”
*PRESENTE*
(Bar do hotel. O ambiente é elegante, discreto, quase vazio. Apenas algumas mesas ocupadas. O bartender limpa copos atrás do balcão.)
ETHAN
ETHAN
(Arrastando a voz) Mais uma dose de whisky.
BARTENDER
BARTENDER
Senhor, já bebeu o suficiente por hoje.
ETHAN
ETHAN
(Ri, amargo) Sempre os malditos “senhores da moral”.
(Ele resmunga baixo, batucando os dedos no balcão. Então puxa o celular outra vez. A tela acende. O rosto sério, congelado, impecável, aparece no fundo de tela. Ethan estreita os olhos.)
ETHAN
ETHAN
(Sussurrando) Isso é tudo culpa sua… coração de gelo.
“Ele levanta o copo vazio, como se brindasse com o próprio fantasma do homem da tela. Quando vai deixar o celular de lado, uma sombra se projeta sobre a mesa. Um homem alto, de ombros largos, de presença intimidadora, para diante dele. O olhar de Ethan sobe devagar, encontrando a figura. A respiração prende por um segundo, mas logo o sarcasmo vem ao socorro.”
ETHAN
ETHAN
(Arqueando a sobrancelha, voz arrastada) O que diabos você está fazendo aqui?
(O silêncio do bar pesa. A tensão entre os dois corta o ar como uma lâmina.)

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