^^^Hoje à noite^^^
^^^Nós somos jovens^^^
^^^Então vamos deixar o mundo em chamas^^^
^^^Nós podemos queimar mais brilhante^^^
^^^Que o Sol. ^^^
^^^(We Are Young - Fun. Feat Janelle Monáe)^^^
...Paola Marini...
Quem eu era antes de você.
Era uma sexta-feira sufocante. A noite estava tão quente que a cidade parecia o próprio inferno, e o vestido que se moldava às minhas curvas, o demônio em si. Sou a mais velha das irmãs Marini. Carrego o peso de ser a herdeira de uma das maiores minerações do mundo.
Meu pai, sempre visionário, me confiou responsabilidades importantes, mesmo que eu ainda não tenha terminado a faculdade. Trabalho ao seu lado, absorvendo cada detalhe com o melhor mentor que poderia ter. Minhas irmãs, por outro lado, insistiram em me arrastar para fora de casa naquela noite.
Especialmente Antonella, que nunca parava para pensar que minha vida não se resumia a álcool e sexo - ao contrário da dela, que se movia de bar em bar como uma tempestade imprevisível. Relutante, aceitei o convite.
Em poucos minutos, o carro parou diante de um bar à beira da praia. O lugar era acolhedor, mas o calor do lado de fora parecia nos acompanhar. O bar não estava cheio, o que me surpreendeu para uma sexta-feira à noite. Ainda assim, o número de pessoas presentes já era suficiente para o meu limite social.
Minhas irmãs logo preencheram o espaço com suas risadas e conversas superficiais. Bebidas chegaram à mesa, acompanhadas de piadas despretensiosas e sorrisos, enquanto o calor nos envolvia como uma segunda pele.
Não demorou para Lorena desaparecer - provavelmente se pegando com algum cara no banheiro. Mayla, como sempre, estava quieta, absorta em seus próprios pensamentos. Maitê, por outro lado, estava imersa no celular, desligada do ambiente ao seu redor.
Antonella, que havia sumido por alguns minutos, reapareceu - e com ela, um homem.
- Manas, este aqui é um grande amigo. - Antonella bateu de leve no ombro do rapaz.
- Hugo Simões, um grande empresário. - Ela olhou para ele com carinho, e ele retribuiu com um sorriso gentil. Pareciam amigos de verdade, sem segundas intenções escondidas.
- Esse é mais um dos seus amigos com quem você dorme? - Maitê levantou os olhos do celular, lançando uma provocação à sua gêmea.
- Não, cópia falsificada. Esse é um amigo de verdade. Vim apresentá-lo a vocês, mas há alguém em especial que Hugo gostaria de conhecer. - Antonella então voltou seu olhar para mim, um sorriso maroto brincando em seus lábios.
- Essa é Paola Marini, futura sucessora da maior mineração de pedras preciosas do mundo. E está disponível no mercado. - Ela me apresentou como se eu fosse um troféu à venda.
Mal tive tempo de responder, e Mayla foi a primeira a se levantar.
- Eu vou ao banheiro. - disse, escapando rapidamente da mesa.
- Me espera, também estou apertada. - Maitê a seguiu, deixando-me sozinha com Hugo.
- Espero que se deem bem. Amo vocês, boa conversa! - Antonella disse, saindo tão rápido que nem tive tempo de protestar. Fiquei ali, sozinha com Hugo, um estranho que minha irmã havia jogado no meu colo como uma oportunidade imperdível.
- Desculpe por isso. Meu nome é Hugo, como sua irmã já mencionou. - Ele finalmente se dirigiu a mim, sua voz suave e educada.
- Achei que você fosse mudo. - Respondi, acomodando-me na poltrona, tentando ignorar o desconforto da situação.
- Apenas de poucas palavras. - Ele acenou para o garçom, pedindo uma bebida.
O tempo passou e, de alguma forma, a conversa fluiu. Talvez fosse o efeito das bebidas ou o fato de Hugo ser inesperadamente divertido. Eu já estava mais "alegre", como dizem, e ele me conquistava cada vez mais com seu sorriso cativante.
- Que tal irmos dançar? - perguntei, sorrindo para ele.
Seu sorriso, aquele sorriso, havia me conquistado de todas as maneiras possíveis. Hugo me ganhou naquela noite. Ele me ganhou para ser dele, até que a morte nos separe.
^^^Aquele céu do Arizona^^^
^^^Queimando nos seus olhos^^^
^^^Você me olha, amor, eu quero pegar fogo^^^
^^^Está enterrado na minha alma^^^
^^^Como ouro da Califórnia^^^
^^^Você encontrou uma luz em mim que não pude encontrar^^^
^^^(Always Remember Us This Way - Lady Gaga) ^^^
...Paola Marini ...
Quando tudo parecia silêncio.
Tempos depois....
Os primeiros raios de sol invadem o quarto, tocando minha pele exposta com um calor suave. Suspiro e ergo meus olhos para Hugo, meu marido, que adormece tranquilamente ao meu lado. A brisa fria que atravessa as cortinas o faz se encolher instintivamente, e eu sorrio ao vê-lo tentar se abrigar no grosso edredom. A noite foi dura para ele.
Ultimamente, Hugo tem sofrido de fortes dores de cabeça, e a preocupação tem sido um fardo constante para mim. Espreguiço-me com cuidado antes de me levantar. Cada músculo do meu corpo parece reclamar, dolorido e tenso.
Sigo lentamente em direção ao banheiro, desejando o calor reconfortante da cama. Dou uma última olhada para trás e vejo Hugo ainda mergulhado em um sono tranquilo. Um pequeno sorriso surge em meus lábios. Atravesso o cômodo frio e entro no chuveiro, deixando cair a fina camisola pelo caminho.
A água quente escorre pelas minhas costas, aliviando um pouco da tensão acumulada. Fecho os olhos, tentando me concentrar apenas na sensação, mas meus pensamentos voltam para Hugo. A angústia se infiltra, incontrolável. Sinto como se tudo estivesse escapando das minhas mãos, como areia que desliza entre os dedos.
Depois de um longo banho, fico diante do espelho, e a imagem refletida não é mais a Paola que eu conhecia. Aquela mulher confiante parece ter desaparecido, deixada para trás como um fantasma em minhas lembranças. A doença de Hugo tem me desgastado de uma forma que eu não poderia prever. O medo e a preocupação roubaram meu sono, e as poucas respostas que os médicos nos dão apenas intensificam o terror do desconhecido.
Passo os dedos entre as roupas no closet, escolhendo uma saia azul caneta, uma blusa branca de gola alta e um blazer azul que combina com a saia. O scarpin branco completa o visual. Ao terminar de me vestir, lanço um último sorriso fraco para o reflexo no espelho antes de sair do quarto. Meus olhos se voltam automaticamente para Hugo, que continua dormindo. Agradeço silenciosamente por mais um momento de paz para ele e sigo para a sala de jantar.
O cheiro forte de café fresco me acolhe, e eu sorrio ao ser recebida por Zuleide, nossa governanta que mantém tudo em ordem. Ela me envolve em um abraço caloroso.
- Bom dia, dona Paola, como está essa manhã? - Suspiro antes de responder, sentindo o peso da noite anterior ainda em meus ombros.
- Bom dia, Zu. Esta manhã está sendo melhor que a noite. - Minha voz carrega o cansaço que tento esconder.
- Sinto muito pela noite passada, senhora. Pude ouvir os gemidos do senhor Hugo. A noite não foi nada gentil com ele. - Ela comenta, e eu assinto, lembrando dos gritos de dor que cortaram o silêncio da noite.
- Não desanime, dona Paola. O senhor Hugo vai melhorar, e faremos uma grande festa para comemorar. - Ela diz, tentando me encorajar. - Anime-se! Suas irmãs logo estarão aqui.
Ergo as sobrancelhas em dúvida.
- O que aquelas perturbadas estão vindo fazer aqui, Zu? - Pergunto enquanto pego uma xícara e a encho com o café escuro.
Zuleide me olha como se eu tivesse dito algo absurdo.
- Menina, onde anda essa sua cabecinha? Hoje é sexta-feira! - Ela diz, com as mãos na cintura. Sorrio com o gesto. - Hoje é o dia em que suas irmãs tomam café com você. - Ela me lembra, e eu assinto, finalmente me recordando da nossa tradição semanal.
Sorrimos uma para a outra, sabendo que a visita das Marini é sempre um evento. Zuleide adora quando minhas irmãs se juntam, transformando a casa em um verdadeiro show de risadas e caos.
Toda semana, na sexta-feira, elas deixam suas belas casas para compartilhar um café da manhã repleto de fofocas e diversão. Admito que esse ritual tem sido uma tábua de salvação para mim. A doença de Hugo me consome, e a presença das minhas irmãs é o remédio que preciso para não sucumbir.
Mesmo sabendo que elas estarão aqui, hoje não parece um bom dia. Na verdade, eu preferiria ficar sozinha, mas isso não é uma opção quando se trata das Marini.
Não demora muito para que a campainha toque e, como um furacão, minhas irmãs entram. Elas são ousadas e cheias de vida, exceto por Mayla, nossa caçula, que é a única a manter um pouco de decência no meio dessa confusão. Mayla Marini evita qualquer situação que envolva intimidade com homens. Há traumas que ela precisa superar, e minha irmã tem lutado bravamente contra eles.
Nosso pai a chama de "lindinha", um apelido carinhoso que carrega o peso de seu passado. Dizem que o tempo cura tudo, e talvez, aos poucos, nossa lindinha esteja se curando. Sua força é uma inspiração para todas nós.
- Bom dia, maninha linda! Só para avisar, fui a primeira a chegar, mas as bonitas pediram para esperar lá fora, assim entraríamos todas juntas. - Antonella diz, me abraçando calorosamente.
Sorrio, sentindo-me acolhida em seus braços.
- Ao menos uma vez na vida você chega cedo, não é, Tonny? - Lorena comenta com um tom divertido.
Antonella revira os olhos enquanto passa por ela e lhe dá um leve empurrão. Lorena responde mostrando o dedo do meio, e Antonella rebate, mostrando a língua.
- Ela só não se atrasa quando o assunto é entre quatro paredes, se é que me entendem. - Maitê se diverte com a cara da irmã gêmea, e eu sorrio, balançando a cabeça.
As Marini juntas são um verdadeiro caos, e são apenas 8 da manhã.
- Olha quem fala, o sujo falando do mal lavado. - Antonella ri, apontando para Maitê.
Continuo sorrindo, grata por ter essas mulheres incríveis como irmãs.
- Bom dia, querida. - Mayla se aproxima com sua suavidade característica e acena. Ela se senta ao meu lado, acariciando meu rosto com ternura antes de continuar:
- Seu cansaço é visível de longe. Aconteceu alguma coisa? - Ela pergunta, e eu solto o ar com força, tentando esconder minha exaustão com um sorriso forçado.
Os últimos dias têm sido uma batalha constante, e minhas irmãs sempre foram as pessoas em quem mais confio. Elas sabem do meu amor por Hugo, conhecem a profundidade dos nossos sentimentos e a história que construímos juntos. Vê-lo tão mal, sem poder fazer nada, é uma tortura que parece não ter fim.
Fecho os olhos, tentando reunir forças antes de contar-lhes o motivo da minha exaustão e desânimo.
- Hugo. - Profiro, engolindo em seco. - As dores não cessam, e o pior é que nenhum medicamento parece funcionar. - Minha voz treme de frustração. - Isso me apavora de uma forma que não consigo explicar. - Solto o ar, sentindo o peso das palavras.
- Eu sei que é desesperador, mas você precisa ter confiança, Paola. Ele vai sentir isso. - Lorena diz, tentando me animar, mas eu balanço a cabeça, sem tanta certeza.
- Falta só mais alguns dias para termos respostas. Não importa o que seja, estaremos aqui com você. - Ela conclui com uma confiança que tem me faltado.
- Sei que hoje é nossa noite de sair, mas peço desculpas. Não vou conseguir me divertir deixando Hugo nesse estado. - Falo sinceramente. - Não serei uma boa companhia, não com ele ocupando todos os meus pensamentos.
- Mana, hoje é dia de estarmos juntas, não importa onde. - Antonella segura minhas mãos com firmeza. - Podemos ficar aqui com vocês. Vai ser ótimo passar um tempo com meu melhor amigo. - Ela sorri, e eu assinto, concordando.
- É uma ótima ideia. Hugo vai adorar. - Pronuncio, contente com a perspectiva.
- Então está combinado. No mesmo horário de sempre, estaremos aqui. Vamos fazer o que vocês decidirem. - Maitê finaliza, e eu assinto, sentindo uma leve esperança brotar.
Uma parte de mim sabe que isso vai passar e que, eventualmente, teremos nossa vida de volta.
^^^Posso deitar ao seu lado?^^^
^^^Perto de você, você^^^
^^^E ter certeza que você está bem^^^
^^^Eu vou cuidar de você^^^
^^^E eu não quero estar aqui^^^
^^^Se eu não posso estar com você esta noite^^^
^^^(Lay Me Down - Sam Smith) ^^^
...Paola Marini ...
O coração em ruínas.
A semana se arrastou de uma forma quase cruel, cada dia parecendo uma reprise monótona de uma música que eu nunca quis ouvir. As dores de Hugo, que só aumentavam, tornavam cada momento um teste de resistência. Por mais que eu tentasse ser forte, a verdade é que estou à beira do colapso. Não aguento mais vê-lo sofrer assim.
Hoje é mais um daqueles dias em que somos condenados à tortura da espera. Sentados lado a lado, nossas mãos unidas como uma âncora que impede que eu desmorone completamente, meu olhar se fixa no relógio da parede. O tic-tac é um lembrete cruel do tempo que parece se arrastar.
Cada segundo intensifica a angústia que me consome. Minha mente é uma traidora, criando cenários aterrorizantes, e eu me vejo impotente diante desses pensamentos. A simples ideia de perder Hugo é insuportável.
- Ei, amor, fica calma. - A voz de Hugo soa suave ao meu lado, ele tenta, pela milésima vez, me acalmar. - Vai ficar tudo bem.
Aperto sua mão em resposta, forçando um sorriso que mal chega aos meus olhos.
- Eu estou calma, só um pouco preocupada. - Minto descaradamente, mesmo sabendo que ele pode ver a verdade nos meus olhos. Como posso estar calma quando o homem que amo está enfrentando algo tão terrível?
Hugo... Ele é como uma obra de arte, uma beleza rara que eu tive a sorte de encontrar. Amá-lo é um privilégio, mas agora, esse amor se mistura com o medo. Medo de perdê-lo. Medo de um futuro sem ele.
- Eu vou ficar bem, não precisa se preocupar. - Ele diz isso mais para si mesmo do que para mim, e por um breve momento, vejo a verdade em seus olhos. Ele está assustado, mas tenta disfarçar. Por mim.
- Hugo, só nessa semana você passou mal todos os dias. Como você quer que eu não me preocupe? - Minha voz sai mais irritada do que pretendia.
Antes que ele possa responder, a porta do consultório se abre, e o médico finalmente nos chama. Meu coração dispara, e sinto as batidas reverberarem em meus ouvidos. A cada passo em direção à sala, a tensão cresce. Hugo segura minha mão com mais força, mas mesmo o conforto de seu toque não consegue dissipar o medo que sinto. Sentamo-nos de frente ao doutor, que está concentrado em seu computador. O silêncio é insuportável. Finalmente, ele começa a falar.
- Quero que prestem bastante atenção ao que vou dizer. - O tom sério do médico faz meu estômago revirar.
- O senhor Simões está com um tumor no cérebro. Ainda não conseguimos determinar se é maligno ou benigno. Precisaremos de mais exames, mas quero deixar claro que estamos fazendo tudo ao nosso alcance. Vou prescrever novos medicamentos e, dependendo dos resultados, podemos considerar uma cirurgia.
As palavras do médico ecoam na minha cabeça como um pesadelo. Tumor. Cérebro. Cirurgia. É como se o chão estivesse desabando sob meus pés.
Olho para Hugo, esperando vê-lo abalado, mas ele permanece estranhamente calmo, quase resignado. Nos levantamos para sair, mas tudo ao meu redor parece desfocado, irreal. As palavras do médico ainda ecoam na minha mente, repetidamente. Hugo me puxa de volta à realidade com sua voz tranquila.
- Sei que você está nervosa, mas eu vou ficar bem. - Ele tenta me tranquilizar, mas não consigo acreditar. Como ele pode estar tão sereno diante de algo tão aterrorizante?
- Eu só quero cuidar de você. - Sussurro, minha voz quebrando enquanto seguro suas mãos. Ele me puxa para um beijo suave, e por um breve instante, o mundo lá fora desaparece.
O caminho de volta para casa é silencioso. Meus pensamentos correm em círculos, criando cenários de desespero. Não posso perder Hugo. Não sei como viveria sem ele.Quando chegamos em casa, Hugo foi direto para o telefone, explicando a situação para sua mãe.
Não demorou muito para que minha sogra aparecesse, e ao vê-la abraçar meu marido, sinto um vazio profundo. Deixei-os a sós e liguei para minhas irmãs, avisando que iria até a mansão Marini.
Durante o trajeto, o silêncio no carro era quase ensurdecedor. Ninguém me fez perguntas, e por um momento, desejei que alguém dissesse algo reconfortante. Mas o que poderiam dizer? Nada poderia aliviar o peso que carregava no peito.
Assim que estacionei o carro em frente à mansão, saí apressada. Ao entrar, acenei para Karen, que estava na entrada.
- Oi, Karen, minha mãe está? - Perguntei, minha voz trêmula. O desconforto que sinto é quase palpável.
- Sim, querida, entre, sua mãe está na sala. - Ela me conduziu até a sala, onde, para minha surpresa, minhas irmãs já estavam. Mal consegui me conter e, assim que vi minha mãe, desabei em seus braços. Minhas irmãs me envolveram em um abraço apertado, e finalmente deixei as lágrimas caírem.
- O que aconteceu, filha? - Minha mãe perguntou, sua voz suave, mas preocupada.Tentei encontrar as palavras, mas falhei.
- Está tudo bem com o Hugo? - Maitê perguntou, a preocupação evidente em seu rosto. Nego com a cabeça, ainda incapaz de falar.
- O que houve, Paola? Você está nos assustando. - Antonella inquiriu, sua voz tremendo.Respirei fundo, tentando conter o choro.
- O Hugo... Ele... - Funguei, lutando para controlar minhas emoções. - Ele está com um tumor no cérebro, e eles ainda não sabem se é benigno ou maligno... - Minha voz falhou, e as lágrimas voltaram a cair.
Estou com tanto medo...Minhas irmãs e minha mãe tentaram me consolar, mas nada parecia capaz de aliviar a dor que sentia. Era como se o mundo estivesse desmoronando ao meu redor.
Mais tarde, de volta em casa, refletia sobre tudo. Minha vida profissional, pessoal... Nada parecia importar mais.
O que eu daria para ver Hugo saudável novamente? O que eu teria que sacrificar para não perder o amor da minha vida?
- Oi, querida. - A voz de Hugo me tirou dos meus pensamentos. - Estava com seus pais? - Assenti, correndo para seus braços.
- Já jantou? - Perguntei, segurando as lágrimas.
- Sim, minha mãe preparou o jantar, e meu pai e meu irmão também apareceram. Eles perguntaram por você. -Sorri levemente, mas meu coração ainda estava pesado.
- Eu imaginei... - Murmurei. - Mas eu precisava do colo da minha mãe.
- E eu quero saber como você está. - Hugo insistiu, me encarando com aqueles olhos que sempre me trouxeram conforto, mas que agora só aumentavam minha dor.
- Estou com medo, Hugo. Eu te amo tanto... Não consigo imaginar uma vida sem você. - Minha voz quebrou, e ele me envolveu em seus braços.
- Eu vou ficar bem, amor. Mesmo que aconteça algo, sei que você é forte. - Ele tentou me acalmar, mas suas palavras só aumentaram meu desespero.
- Não diga isso... Não sou forte sem você. - Eu sussurrei, segurando seu rosto, tentando entender como ele conseguia ser tão calmo.- você não ter medo? - Perguntei, desesperada para entender.
- Eu aceito o que vier, Paola. Quero que você esteja bem, independentemente do que acontecer. - Ele disse, e eu neguei, incapaz de aceitar.
- Se fosse meu último dia na Terra, eu morreria feliz, porque te encontrei. - Hugo sussurrou, e, apesar das lágrimas, senti o amor que sempre nos uniu.E assim, abraçados, tentamos encontrar paz em meio ao caos que nos envolvia.
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