Essa história é a continuação do livro: A Escolhida do Alfa Viúvo. Para ler essa história precisa ler o primeiro livro.
Sinopse:
Perseu, herdeiro do Alfa da alcateia Carvalho Negro, cresceu entre batalhas e cicatrizes. Aos quinze anos, salvou uma garotinha de um sequestrador, e naquele dia sua vida mudou para sempre.
Quinze anos depois, treinando para assumir o posto de Alfa, ele reencontra a mesma garotinha, agora uma mulher que desperta nele uma conexão impossível de negar. Ela não é apenas a lembrança de um passado marcado por sangue… é sua Luna, a parceira escolhida pela Deusa da Lua.
Mas há um problema: ela é humana.
Entre a tradição que exige um Alfa forte ao lado de uma loba e a paixão avassaladora que desafia todas as regras, Perseu terá que decidir.
Será capaz de sacrificar o coração em nome da alcateia, ou ousará desafiar o destino para viver um amor proibido?
Personagens:
Perseu
Alya
Halley
Lua
Zhaos
Jass
Drica
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Perseu
Desde que eu comecei a observar o mundo a minha volta sempre fui um fã do amor dos meus pais. Quando eu escutava as outras crianças reclamando dos pais nunca entendi o motivo já que na minha casa eu tinha o melhor exemplo de amor e companheirismo de todos: meus pais.
Por mais que minha mãe tenha temperamento forte, meu pai sempre soube lidar com ela e posso dizer com toda certeza que nunca presenciei uma briga entre eles. Acabei querendo o mesmo para minha vida, o que resultou no meu voto de castidade.
Só irei para a cama com a mulher que a Deusa da lua destinou a mim, quero entregar para ela o meu amor, meu corpo e minha alma. Minha companheira para a vida toda… só tem um problema nisso: a bruma.
Ela começa quando completamos dezesseis anos e é algo quase impossível de resistir e eu como herdeiro de um Alfa não posso me dar ao luxo de deixar algo me enfraquecer.
Tenho duas irmãs, a minha gêmea Alya e a minha irmã caçula, Halley. Halley tem 13 anos e 3 meses, Alya e eu somos mais velhos que ela um ano e nove meses.
É interessante a nossa genética, Halley e eu temos os cabelos e olhos da nossa mãe enquanto Alya tem os cabelos do nosso pai e toda a fisionomia da nossa mãe. Halley já tem a personalidade do nosso pai com toda a fisionomia da nossa mãe. Eu sou a cara do meu pai mesmo com os cabelos brancos iguais aos da minha mãe e seus olhos azuis.
Minha gêmea e eu estamos com quinze anos, desde os seis corremos pela floresta na nossa forma de lobos. É nossa brincadeira favorita, às vezes trazemos Halley para correr também, mas hoje ela não estava se sentindo muito bem.
— “Desista, Zephyr…” — Zara, a loba da minha gêmea, desafia meu lobo — “Eu sou mais rápida e você sabe disso.”
Meu lobo se chama Zephyr e a loba da minha gêmea se chama Zara, já a loba da nossa irmã se chama Lupan. Nossos lobos sempre andam conectados, nossa ligação como irmãos é muito forte.
— “Vai se arrepender disso, Zara.”
Meu lobo expõe suas garrafas enfincando elas na terra e na grama para dar mais impulso para frente e com isso fico a alguns metros de distância da Zara.
Percebi que a cada ano que passa estou ficando mais rápido, mais forte, mais inteligente e recentemente adquiri uma habilidade: eu consigo ler as pessoas.
Sei quando são boas ou ruins, acho que é um presente da Deusa da lua para mim. Continuo correndo até que sinto um cheiro pungente que incomoda meu focinho me fazendo balançar a cabeça e parar ao mesmo tempo.
— “Sentiu esse cheiro?”
Pergunto para Zara que pára imediatamente ao me ver parar bruscamente. Ela começa a farejar o ar e ao mesmo tempo escutamos barulho na mata. Juntos somos sorrateiros e começamos a seguir o barulho de forma furtiva.
É quando nos deparamos com um homem velho arrastando uma garotinha humana que aparenta ter apenas cinco anos. A garotinha tem sangue na testa e geme enquanto o velho a arrasta pelos pés para dentro da mata densa.
A menina geme de dor e aquilo me perturba de um jeito que não consigo controlar. Zara e eu corremos na direção onde o velho entrou arrastando a menininha e ali presenciamos aquele monstro tentando tirar a parte debaixo da roupa da pobre criança.
Zara e eu o atacamos juntos, pego no pescoço enquanto Zara morde os braços dele. Tomamos cuidado para não pisotear a menina, assim que Zara decide manter seu foco na menina, eu mordo firme o pescoço do velho fazendo um enorme rombo e esguichando sangue para todos os lados.
Fico ali rosnando para ele enquanto o assisto morrer. Quando aquele corpo imundo não tinha mais vida virei para a garotinha e um desejo enorme de protegê-la do mundo me consome feito fogo em palha seca.
— “Precisamos levá-la para a beira da pista, outros humanos vão encontrá-la.” — Zara fala enquanto meu desejo é levar a menina para um lugar da minha confiança — “Zephyr?”
Zara chama por mim e a indecisão me deixa maluco, quero levá-la para a beirada da pista e ao mesmo tempo quero levá-la para a velha casa da minha bisavó e escondê-la lá do mundo.
— “A menina está com a testa sangrando. Qual é o seu problema, Zephyr?” — Zara rosna alto para mim.
— “Vamos… vamos levá-la para os humanos!” — rosno de volta com raiva.
Minha irmã volta à forma humana por poucos minutos enquanto eu me deito no chão e ela coloca a menina nas minhas costas. Com Alya voltando para a forma de lobo caminhamos na direção em que fica a pista.
Nossos pais sempre falaram para não irmos até lá na forma de lobos, mas temos uma vida para salvar e não podemos pensar nisso agora.
Chegando na beirada da pista coloco a menina deitada na grama, minha irmã me obrigou a entrar na mata e ali ficamos de olho. Sinto um cheiro doce no ar, de várias comidas o que me indica que não muito longe tem alguém acampando.
Suponho que seja de lá que aquele velho desgraçado tirou a menina e os pais não viram. Estou com meus olhos colados na garotinha até que escuto humanos gritando por perto:
— Lua? Cadê você, filha? — um homem grita.
— Lua, por favor, não podemos brincar de pique esconde agora, filha, aparece. — uma mulher que parecia chorar grita.
Escutamos outras pessoas chamando a menina chamada Lua até que um grupo corre na direção da grama onde está a menina… Lua, então esse é o seu nome?
Minha possessividade me faz rosnar e dar dois passos para frente, mas minha irmã morde minha cauda e me puxa para trás com toda sua força enquanto assisto a Lua ser levada pelos humanos.
Será que vou te encontrar novamente por aí, Lua?
Alya
Tenho uma família perfeita. Amo meus pais incondicionalmente, amo minha irmã caçula, mas tenho que confessar: minha razão de viver é meu gêmeo, Perseu. Desde o nosso nascimento, nossa mãe conta que não dormíamos separados.
Ela conta que até tentava colocar cada um num berço, mas chorávamos demais e só ficávamos calados coladinhos um no outro. Acho que mesmo em bolsas gestacionais separadas nosso vínculo já era forte demais.
Temos uma conexão tão intensa que nossos lobos se transformaram no mesmo dia quando tínhamos seis anos de idade. Gostamos muito de correr pela floresta, mas hoje algo terrível aconteceu: Perseu matou um humano pela primeira vez.
Sei que foi para salvar uma linda garotinha de cabelos negros e lisos com uma linda franjinha. Sua pele de bonequinha de porcelana e seus lábios vermelhos me fizeram lembrar a Branca de neve, uma história infantil que nossa mãe contava para nós.
Meu irmão mordeu e arrancou um pedaço do pescoço do velho humano e ficou assistindo ele estrebuchar e morrer. Depois levamos a menina para a beirada da pista e ficamos ali observando até que alguns humanos a encontraram chamando-a de Lua.
— “Vamos, Zephyr…” — puxo meu irmão que está rosnando e dando passos para frente ao ver os humanos pegarem a menina Lua — “O que pensa que vai fazer?”
Seguro ele pelo rabo com o meu focinho e puxo para dentro da mata. Sem muita escolha meu irmão começa a correr em direção a cabana da nossa bisavó e eu tento acompanhá-lo o que se torna difícil já que a cada dia que passa ele está ficando cada vez mais rápido.
— “O que aconteceu lá atrás, Zephyr?”
— “Nada! Volte para casa.” — ele rosna e acelera.
— “Não! Precisamos conversar, você matou um humano.”
Ele corre cada vez mais rápido e eu acabo tropeçando tentando acompanhá-lo e com isso dou algumas cambalhotas e paro ao bater em uma árvore. Não desisto e volto a correr.
Quando chegamos na velha casa da nossa bisavó, meu irmão já estava lá dentro na sua forma humana abotoando sua bermuda. Ele se joga no sofá com as mãos no rosto e eu vou até o quarto para voltar a forma humana e vestir uma roupa.
— Agora vai me contar o que aconteceu lá na floresta, Perseu? — pergunto ajustando o vestido no meu corpo.
— Aconteceu o que você viu! Não conte para os nossos pais, por favor. — meu irmão responde com o semblante carregado de sentimentos confusos.
— Mas… e a menina? Você parecia querer ficar com ela.
— Eu ainda quero! — ele quase grita — Quero cuidar, quero protegê-la, quero ser seu abrigo mais seguro… ela tinha cheiro de florais e frutados. Era doce, único, irresistível e sedutor. — ele confessa.
Essa não. Será que é o que eu estou pensando? A Deusa da Lua seria capaz de dar uma Luna humana para o meu irmão?
— Irmão, isso quer dizer que… — ele corta a minha fala.
— Alya, vamos esquecer esse dia, ok?
Ficamos nos encarando por um tempo até que decidimos ir para casa. Sei que era o certo contar para os meus pais, mas eu não poderia trair meu irmão, meu melhor amigo.
Os dias começaram a virar semanas e as semanas viraram meses, não tivemos mais notícias da pequena humana apesar do meu irmão ir todos os dias até a beira da estrada onde a deixamos só para tentar vê-la novamente.
Nosso aniversário de dezesseis anos chegou e com ele a nossa primeira temporada da bruma. Meu irmão se isolou na velha cabana da nossa bisavó e eu corri para a mata, corri para o mais longe que eu consegui.
Assim como meu irmão, eu não queria me entregar para qualquer um só porque nosso corpo exigia isso. Quero que seja com alguém especial e que vai ficar ao meu lado, vai querer ter filhotes comigo e um lar.
E por isso corri feito uma louca na minha forma de loba até chegar a exaustão. Caí na grama ao lado de um lago, minha respiração estava tão descontrolada que eu sentia meus pulmões queimarem.
Assim que voltei a respirar normalmente senti o cheiro dele: forte e masculino, aroma fumegante, como fogo sobre pedras… me deixou mais quente.
— “Vá embora.” — rosnei mostrando todos os meus dentes assim que fiquei de pé encarando o enorme lobo de pelagem avermelhada que se aproximava de mim.
— “Como posso ir embora depois de sentir esse cheiro maravilhoso vindo de você? Além do picante cheiro do seu cio, é claro.” — sua tranquilidade me irrita.
— “Está mentindo, não está sentindo nada além do cheiro que a bruma exala de mim. Vou avisar pela última vez: vá embora.” — ele deita onde está e curva o focinho num sorriso.
— “Seu cheiro…” — ele funga com vontade para o meu lado — “Você cheira a uma mistura atraente de frutas silvestres e mel… além dessa leve picância tentadora. ”
Merda. Está tudo piorando, meu corpo está incontrolável, preciso fugir para longe desse macho que está claramente também na bruma. Me viro para correr e ele avisa:
— “Se fizer isso só vai tornar tudo mais divertido para mim. Tem certeza que quer ser caçada pelo futuro Alfa da alcateia Neblina Sombria?” — tem uma risada no final da sua fala. Sem me virar para ele pergunto:
— “Como se chama, futuro Alfa da alcateia Neblina Sombria? Quero saber qual nome devo riscar na terra ao lado do seu corpo quando eu acabar com você.” — me viro devagar mostrando os dentes para ele mais uma vez.
— “No momento sou Nahual, mas pode me chamar de Zhaos. Será que você conseguirá mesmo o que quer? Estou apenas esperando você avançar.”
Ele se aproxima de mim sem medo, sua figura enorme cobre a minha, mas eu não abaixo minha cabeça e continuo encarando o futuro Alfa da alcateia Neblina Sombria.
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