(essa seria Isabella)
As luzes do hotel de luxo refletiam-se nos vidros enormes do salão de festas, iluminando cada detalhe da noite mais esperada: o baile de formatura da turma de Medicina, o salão, decorado com arranjos de rosas brancas e cristais pendurados, parecia saído de um sonho,músicas suaves preenchiam o ar, misturadas ao riso animado dos convidados e ao tilintar das taças de champanhe.
No meio de tanta euforia, Isabella Moretti mantinha seu sorriso discreto,com vinte e três anos, tímida, meiga e amorosa, tinha finalmente realizado o maior objetivo da vida: formar-se em Medicina,cresceu em uma família simples, dedicada aos estudos e à mãe que sempre acreditou em seu futuro.
Seu vestido azul de seda caía em ondas leves até o chão, destacando o contraste com a pele clara e os cabelos castanhos soltos em cachos delicados,era uma mulher linda, mas não sabia disso,seu jeito retraído sempre a fazia se esconder atrás de olhares baixos e sorrisos tímidos.
Naquela noite, no entanto, o coração de Isabella batia mais rápido não apenas pela conquista acadêmica, mas também por um segredo: planejava se entregar ao namorado, Matteo, pela primeira vez. Ele tinha sido seu apoio em todos os anos de faculdade, alguém em quem ela acreditava cegamente,o que Isabella não sabia era que aquela seria, de fato, a noite de sua primeira vez,mas não com o homem que ela esperava.
Giulia, sua melhor amiga desde o primeiro ano da faculdade, aproximou-se radiante, segurando duas taças de champanhe,estava deslumbrante em um vestido vermelho justo, com maquiagem impecável e o sorriso sempre pronto,para Isabella, Giulia era a irmã que nunca teve,para Giulia, Isabella era apenas um degrau a ser esmagado, um ser que ela queria ver cada vez mais destruída.
Giulia: À doutora mais dedicada que já conheci!
Disse Giulia estendendo uma das taças fazendo Isabella sorriu, emocionada.
Isabella: Obrigada, Giulia,você sempre esteve comigo…
Tomou um gole sem imaginar que, misturado ao champanhe, havia um afrodisíaco poderoso,não algo que tirasse sua consciência, mas que aceleraria seu coração, aqueceria seu corpo e desataria os freios de sua timidez,Giulia observou com satisfação,sua mente estava tomada pela inveja e pela perversidade de quem já tinha traído a amiga com o próprio namorado dela,queria destruí-la.
O salão rodopiava em cores e sons, Isabella começou a sentir o corpo quente demais, o coração acelerado, os pensamentos enevoados, a música parecia vibrar dentro dela,respirava com dificuldade, cada toque em sua pele a arrepiava mais do que deveria.
Bella: Giulia… eu não… não estou bem…
Murmurou, apoiando-se na amiga.
Giulia: Calma, Bella,vamos cuidar de você.
Respondeu Giulia, com falsa preocupação.
Giulia fez um sinal para o comparsa, Luca, que a ajudaria a executar o plano, colocar Isabella em um quarto afastado, fotografá-la em situação comprometedora e arruinar sua relação com Matteo,mas Luca não sabia que, no hotel, apenas uma chave abria a porta que ele escolheu,a suíte presidencial, exclusiva do hóspede mais poderoso e temido dali.
( Esse seria Dante)
Dante Romano,aos trinta e seis anos, ele era duas faces de uma mesma moeda, para a sociedade, um magnata internacional, dono de uma rede de hotéis luxuosos espalhados pela Europa,bonito, charmoso, capa de revista, referência de sucesso,para o submundo, o Dom mais frio e cruel da máfia italiana,seu nome fazia inimigos tremerem,seu olhar de aço era capaz de decidir destinos sem uma palavra,com 1,88 de altura, corpo musculoso forjado em disciplina militar e treinos constantes, barba cerrada e olhos cinzentos, Dante exalava poder e sensualidade,vivia cercado de mulheres, mas nunca se prendeu a nenhuma,guardava um único desejo secreto, “ter um herdeiro”,algo que jamais confessava, nem ao seu braço direito, Marco, amigo de infância e cúmplice em todas as crueldades.
Naquela noite, Dante estava em sua suíte presidencial, revisando contratos e relatórios que não podiam jamais ser vistos por olhos inocentes,não esperava interrupções,muito menos aquela, foi quando a porta foi aberta com pressa,Luca entrou, arrastando Isabella, que mal conseguia firmar os passos,sem perceber a presença de Dante, largou-a na cama de cetim e saiu, trancando a porta,o silêncio foi cortado apenas pelo som do charuto aceso entre os dedos de Dante,ele ergueu o olhar, irritado, e encontrou a visão improvável: uma jovem de vestido azul, respirando rápido, o corpo se contorcendo contra os lençóis caros.
Dante se levantou lentamente, como um predador curioso,aproximou-se da cama e o perfume doce dela misturava-se ao aroma da seda,seus olhos cinzentos analisaram cada detalhe, a pele delicada, os lábios úmidos, o rubor intenso no rosto,para ele não parecia uma armadilha,não parecia uma prostituta enviada para agradá-lo,era… algo diferente.
Neste instante Isabella abriu os olhos e encontrou aquele homem parado a sua frente seu coração disparou ainda mais, não apenas pela droga, mas pela imponência dele.
Bella: Onde… onde estou?
Perguntou com a voz trêmula.
Dante: No meu quarto.
Respondeu Dante, com voz grave e fria.
Dante: Quem é você?
Bella: Eu… eu não sei como…
Tentou se explicar, mas as palavras sumiram,o corpo queimava, pedindo algo que ela jamais havia sentido com tanta intensidade,Dante arqueou uma sobrancelha,reconhecia o efeito de um afrodisíaco,ela não estava desmaiada nem inconsciente,estava entregue ao próprio desejo.
Dante: Interessante…
Murmurou, aproximando-se mais.
Isabella não queria estar ali,mas ao mesmo tempo, tudo nela clamava por aquele homem,o jeito que ele a olhava, a aura de poder, a sensação de perigo,seus lábios se abriram sem perceber, seu corpo inclinou-se em direção ao dele.
Bella: Eu… eu não consigo… parar de…
Ela não terminou a frase.
Dante pousou a mão firme em seu queixo, erguendo seu rosto.
Dante: Você sabe o que está fazendo?
Perguntou, a voz baixa, penetrante.
Isabella assentiu, os olhos marejados, mas cheios de desejo, a tensão explodiu quando os lábios dele tocaram os dela,foi um beijo voraz, exigente, diferente de tudo que ela já tinha experimentado,suas mãos fortes deslizaram por suas curvas, enquanto Isabella, tomada pelo fogo que a consumia, retribuía com total entrega, o vestido azul caiu como seda sobre o chão, Dante a deitou contra os lençóis, explorando cada centímetro de sua pele com firmeza e intensidade, Isabella arfava, cada toque era eletricidade, cada carícia a deixava mais ousada.
Dante: É a sua primeira vez…
Percebeu Dante, controlando a respiração.
Bella: Sim… e eu quero que seja com você…
Confessou, com a voz doce e suplicante.
Aquela declaração inesperada quebrou algo dentro dele,o Dom frio e cruel deu lugar ao homem que, por um instante, desejou apenas possuir e marcar aquela mulher como sua.
A noite seguiu em um turbilhão de gemidos contidos, carícias intensas e a descoberta do prazer, Isabella, guiada pela ousadia que jamais tivesse conhecido entregou-se completamente,Dante a conduziu com firmeza e paciência, misturando dominação e cuidado,foi ardente, intenso, inesquecível,para ambos.
No dia seguinte o sol invadia o quarto quando Isabella despertou, a lembrança da noite anterior caiu sobre ela como um raio, o beijo dele, os toques, a entrega,o medo tomou seu peito.
Bella: “Meu Deus… o que eu fiz?”
Olhou para o lado,Dante dormia ainda, os lençóis parcialmente cobrindo seu corpo musculoso,que mesmo em descanso, ele parecia perigoso, como um leão adormecido,o pânico a tomou,não podia ser descoberta ali,não podia explicar a ninguém,então reuniu suas forças, vestiu-se em silêncio e saiu da suíte sem que ninguém a visse,seus passos rápidos ecoavam pelos corredores vazios do hotel, o coração em disparada.
Naquele momento, não sabia que havia acabado de mudar o destino não apenas da sua vida, mas do homem mais temido da Itália e que, em breve, Dante Romano faria de tudo para reencontrá-la.
O relógio digital em seu pulso marcava dez da manhã quando os primeiros raios de sol atravessaram as cortinas pesadas da suíte presidencial,o quarto ainda carregava o perfume doce da noite passada,os lençóis amassados, o silêncio pesado que seguia um encontro proibido, Dante abriu os olhos lentamente, o seu corpo musculoso ainda trazia a lembrança do calor macio da pele dela,por um instante, permitiu-se reviver os gemidos, o olhar inocente e faminto, o toque desajeitado, mas sincero e então se deu conta, a cama estava vazia a garota tinha desaparecido.
Ele se ergueu de súbito, os olhos cinzentos faiscando de raiva,não era apenas sobre o sumiço,e sim pela ousadia,quem era aquela mulher que invadiu sua suíte, incendiou seu corpo e depois partiu sem deixar rastros?
Dante não tolerava falhas, muito menos surpresas,sua vida era construída sob controle absoluto,nada escapava do seu olhar. Mas ela havia escapado.
Dante: Maledizione…
Murmurou entre dentes, passando a mão pelos cabelos e bateu a porta do closet ao pegar a camisa,não havia nenhum bilhete, não havia nenhuma pista,apenas o vazio que ela deixou e o vazio não era algo que Dante Romano aceitasse.
(esse seria o Marcos)
Depois de um tempo Marco entrou na suíte sem ser anunciado, como sempre fazia, alto, quase tão musculoso quanto Dante, barba malfeita, olhar carregado de ironia e ao ver o amigo, abriu um sorriso divertido.
Marcos: Bom dia, Dom, dormiu bem?
Disse em tom provocativo, observando a cama desfeita.
Dante lançou-lhe um olhar gélido.
Dante: Não estou com humor para suas piadas.
Marcos: Ah, então é verdade, a doce companhia da noite fugiu e deixou o lobo sozinho?
O som do riso ecoou, mas logo morreu diante da expressão séria de Dante.
Dante: Quero que descubra quem era.
Ordenou, seco.
Marcos: O quê? É verdade mesmo? A sua companhia fugiu?
Marco arqueou as sobrancelhas.
Marcos: Mas você, o homem que nunca repete com mulher alguma, quer nome, endereço e árvore genealógica de uma garota qualquer?
Dante se aproximou, a voz baixa e letal.
Dante: Ela entrou na minha suíte,tocou minha cama e saiu e ninguém toca o que é meu e vai embora sem pagar o preço.
Marco suspirou, mas não conteve o sorriso maroto.
Marcos: Então é isso… finalmente apareceu uma que mexeu com você.
Dante não respondeu,apenas acendeu um charuto e encarou o horizonte pela janela de vidro.
Dante: Encontre-a.
Repetiu.
Marco assentiu, e pela primeira vez em muito tempo, percebeu algo que Dante escondia até de si mesmo, havia desejo, havia curiosidade e , talvez, havia perigo.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Isabella empurrava a porta de casa com as mãos trêmulas,o coração ainda disparado, a mente confusa,sentia-se um fantasma atravessando o corredor estreito até seu quarto,largou os sapatos, deixou o vestido azul cair no chão e entrou no banheiro,ligou o chuveiro, deixando a água quente escorrer sobre a pele marcada pelos toques da noite anterior, fechou os olhos e as imagens vieram em cascata.
O champanhe oferecido por Giulia,o corpo queimando de desejo, a suíte luxuosa, os olhos cinzentos,os beijos vorazes e sua entrega.
Isabella levou as mãos ao rosto, sufocando um soluço,não era Matteo quem havia desatado seus segredos mais íntimos,não era o namorado em quem confiava, com quem sonhou se entregar pela primeira vez, foi um estranho,um homem que a devorou como se fosse dona dela e no fundo, o que mais a destruía era admitir, que não tinha odiado.
Horas depois, já vestida com roupas simples e os cabelos ainda úmidos, Isabella decidiu enfrentar o que não queria acreditar, então procurou Giulia e a encontrou em um café próximo à universidade, como se nada tivesse acontecido, mas ao lado dela, Matteo,rindo,tocando-lhe a mão, olhando-a com uma intimidade que não deixava dúvidas.
Isabella congelou.
Bella: Então… era isso.
Giulia ergueu os olhos e sorriu com desprezo.
Giulia: Ah, Bella… finalmente percebeu? Você sempre foi tão ingênua,acha mesmo que Matteo ficaria preso à menininha tímida quando poderia ter… a mim?
Matteo tentou dizer algo, mas o olhar frio de Giulia o calou.
Bella: Você nunca foi minha amiga.
A voz de Isabella tremeu, mas havia firmeza.
Giulia: Amiga?
Giulia riu alto.
Giulia: Eu sempre estive à frente, Bella,você só não percebeu,eu fiquei com seu namorado porque pude, e sabe de uma coisa? Ele nunca reclamou.
Isabella sentiu o mundo despedaçar-se,o coração se contorcia, mas não chorou,havia apenas silêncio dentro dela, virou-se e saiu, não olhou para trás, pois não valia a pena.
Depois da grande descoberta, Isabella tomou uma decisão de ir embora dali e naquela mesma noite, Isabella fez as malas, não podia mais viver naquele lugar, entre lembranças amargas e pessoas que atraíram,precisava recomeçar, bem longe.
Bella: É hora de ir embora…
Sussurrou para si mesma, encarando o reflexo no espelho.
Sua mãe, embora surpresa, não questionou, conhecia a filha, sabia que havia algo profundo acontecendo e apoiou sua decisão e dias depois, Isabella partiu para uma nova cidade, uma nova residência médica, uma nova vida, mas, por mais que tentasse, não conseguia apagar da mente os olhos cinzentos que a haviam marcado para sempre.
De volta ao império sombrio da máfia, Dante caminhava pelo escritório da cobertura, impaciente, Marco entrou com uma pilha de relatórios.
Marcos: Vasculhei as câmeras do hotel.
Disse, jogando as fotos sobre a mesa.
Marcos: A garota estava com um grupo de formandos,consegui algumas imagens borradas, mas nada nítido,Dante pegou uma das fotos,o vestido azul. O olhar doce,o corpo trêmulo sendo arrastado pelo corredor,seu maxilar se contraiu.
Dante: Continue,quero nome, sobrenome, família, tudo,Marco arqueou uma sobrancelha.
Marcos: Cara você está obcecado mesmo.
Dante: Não é obsessão é justiça.
Corrigiu Dante, frio fazendo Marcos sorrir de canto.
Marcos: Claro,justiça com gemidos, suor e lençóis de cetim bagunçados.
Dante não reagiu à provocação,apenas encarou a imagem borrada da garota,pois dentro dele, algo queimava, não sabia ainda quem ela era,mas sabia de uma coisa,não descansaria até encontrá-la e quando a encontrasse… não a deixaria escapar novamente.
A cidade parecia respirar diferente, era maior, mais iluminada e mais fria também, mas, para Isabella, cada rua representava a promessa de um recomeço,o táxi parou em frente ao prédio que, até alguns meses atrás, existia apenas nos seus sonhos,uma torre moderna, de fachada envidraçada, que refletia as luzes douradas do entardecer,o porteiro sorriu cordialmente enquanto ela entrava, arrastando consigo duas malas grandes e um coração pesado, no 12º andar, estava o seu novo lar.
Ao abrir a porta, Isabella sentiu a emoção subir pela garganta,o apartamento não era exageradamente grande, mas tinha tudo o que ela sempre quis, uma varanda com vista para o parque, a cozinha americana aconchegante, uma sala iluminada, paredes claras que refletem serenidade,ela caminhou devagar pelos cômodos, como se tivesse medo de acordar de um sonho,tocou os móveis, abriu as cortinas e deixou a luz inundar o espaço.
Bella: Esse é o meu recomeço…
Murmurou, respirando fundo, como se tentasse expulsar de si os fantasmas do passado.
Então os dias seguintes foram exaustivos, mas gratificantes, Isabella mergulhou de cabeça na residência médica em um dos hospitais mais renomados do país,o ambiente era competitivo, todos os residentes queriam provar seu valor, mas ela se destacou desde o primeiro dia,seu jeito meigo conquistava pacientes, enquanto sua dedicação e precisão chamavam a atenção dos médicos mais experientes.
Paciente: Dra. Isabella, você tem mãos de anjo.
Elogiou uma paciente idosa, apertando a mão dela.
Bella: É apenas cuidado e amor, dona Rosa.
Respondeu, sorrindo com timidez.
Não demorou para que todos no hospital comentassem sobre “a nova residente que conquistava pacientes e superiores em igual medida”,mas, junto com a admiração, vinham também os olhares enviesados de colegas que não aceitavam ver o brilho de uma novata, Isabella percebia, mas escolhia não se importar,já tinha enfrentado dores bem maiores,foi em uma dessas longas jornadas no hospital que conheceu Camila.
Camila: Você é a famosa Isabella?
Perguntou uma jovem de cabelos castanhos ondulados, expressão atrevida e um sorriso largo.
Camila: Eu sou a Camila, sua colega de residência,já ouvi falar de você.
Bella: Ouviu… coisas boas, eu espero.
Respondeu Isabella, surpresa.
Camila: Boas? Péssimas!
Disse, rindo.
Camila: Disseram que você é linda, inteligente e dedicada, isso é um perigo para nós, meros mortais.
Isabella corou, rindo sem graça.
Bella: Não acredito que falaram assim…
Camila: Pois acredite, mas não se preocupe, eu não sinto inveja, só vou me aproximar para sugar sua sorte.
Camila falava rápido pois a mesma era engraçada e sincera até demais, Isabella, tímida e reservada, percebeu que aquela amizade improvável era exatamente o que precisava, Camila era a faísca que iluminava seus dias cansativos.
Enquanto Isabella reconstruía sua vida, do outro lado da cidade, Dante Romano não esquecia a noite em sua suíte, o Dom acordava todos os dias com a lembrança daquela jovem desconhecida, o cheiro suave, a doçura inocente e a ousadia involuntária que haviam incendiado sua cama,ele não tolerava mistérios em sua vida e aquele se tornara uma obsessão.
Marcos: Você ainda está obcecado por essa história, Dante?
Perguntou Marcos, entrando no escritório do hotel com um copo de uísque na mão.
Dante: Não é uma história.
Dante estreitou os olhos, girando o anel de ouro no dedo.
Dante: É uma afronta.
Marcos: Uma garota perdida entrou na sua suíte e saiu ilesa, o que tem de afronta nisso?
Dante: O fato de alguém ousar cruzar a minha porta sem permissão.
A voz dele saiu baixa, mas carregada de perigo.
Dante: Quero que você descubra quem foi.
Marcos soltou uma risada curta.
Marcos: Às vezes, você me assusta, amigo.
Dante: Às vezes?
Dante arqueou uma sobrancelha, sério.
Marcos: Tá bem, o tempo todo. Mas… vou caçar sua “princesa misteriosa”.
Apesar da crueldade, Marcos tinha esse jeito sarcástico que o tornava único, Dante, por vezes, tolerava seus comentários justamente por serem um respiro em meio ao peso de sua vida dupla.
E naquela mesma semana, Dante e Marcos participaram de um evento luxuoso de hotelaria,era o tipo de ocasião em que Dante brilhava como empresário exemplar, respeitado mundialmente, o mesmo trajava um terno perfeitamente cortado, postura impecável, olhar de predador oculto sob a máscara de magnata.
Foi lá que encontraram Matteo.
Matteo: Dante Romano!
Exclamou o rapaz, se aproximando com um sorriso bajulador.
Matteo: É uma honra conhecer o maior hoteleiro da Itália, sou namorado de uma Médica super talentosa e juntos estamos abrindo nossa clínica.
Dante retribuiu o aperto de mão com um olhar frio, Matteo não tinha ideia de com quem estava lidando.
Dante: O prazer é meu
Disse Dante, com uma voz firme.
Dante: Você trabalha em qual setor?
Matteo:Medicina, cirurgião recém formado.
Marcos quase riu, mas conteve-se, Dante, no entanto, inclinou levemente a cabeça.
Dante: Uma médica?
Matteo: Sim, Giulia,uma garota linda, cheia de ambição e muito atraente.
Dante não demonstrou emoção, mas cada músculo do seu corpo retorceu, Giulia um nome que poderia ser de quem estava procurando.
Dante: Entendo, com toda certeza essa irá levá-lo ao topo.
Respondeu calmamente.
Matteo sorriu, sem perceber a indireta cortante,continuou falando sobre negócios, mas Dante já não ouvia,pois seu objetivo estava traçado, descobrir se Giulia não era a garota de suas lembranças.Enquanto isso, Isabella chegava em casa após um plantão de vinte e quatro horas, estava exausta, mas feliz,havia recebido elogios de um dos diretores do hospital por sua dedicação.
A mesma entrou em seu apartamento, jogou a bolsa no sofá e foi direto para o banho,a água quente escorria pelos ombros, lavando não apenas o suor e o cansaço, mas também os resquícios de tristeza que ainda guardava no coração, vestiu um pijama confortável e foi até a varanda, a cidade brilhava diante dela, cheia de promessas, Isabella sorriu, sentindo que finalmente poderia ser feliz.
Mas, ao entrar na sala, parou em choque sobre a mesa, havia um vaso de flores que lhe fez lembrar de Giulia e isso deixou seu coração entristecido pois a dor de saber que somente ela foi amiga de verdade ainda era vivida dentro dela.
Mas por outro lado ela não sabia, mas o destino já a puxava novamente para a órbita de Dante Rossi.
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