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Entre Ordens e Desejos

Capítulo 1 – A entrevista inesperada

Isabela Moura sentiu seu coração disparar enquanto cruzava as imensas portas de vidro do edifício da Vasconcellos Corporation. O ambiente ao seu redor exalava uma imponência quase intimidante: os corredores amplos, a decoração moderna e o brilho frio do mármore refletiam o poder e a influência daquela empresa que, por anos, dominava o mercado nacional. Era o seu primeiro dia ali, e, embora tentasse controlar a ansiedade, não conseguia esconder o turbilhão de emoções que a invadia — orgulho, medo, expectativa e uma pitada de incredulidade. Afinal, ser escolhida para secretária do CEO era um passo que ela jamais imaginara dar tão cedo em sua carreira.

A cada passo que dava rumo ao elevador, seu corpo parecia carregar o peso do futuro que se descortinava à sua frente. Quando as portas metálicas se abriram, Isabela entrou, inspirando profundamente, tentando trazer a calma para seus pensamentos inquietos. O silêncio do ambiente aumentava a intensidade do momento.

Foi então que ele entrou. Leonardo Vasconcellos. Seus passos eram precisos, firmes, e cada movimento parecia medir o espaço e as pessoas ao redor como se fosse dono do mundo. Vestia um terno perfeitamente alinhado, de um tecido caro que realçava sua postura imponente. O olhar, frio e analítico, percorria o elevador, até que seus olhos se fixaram nos dela. Foi como se um raio a atravessasse — um interesse direto e cortante, capaz de ler além da superfície, tentando desvendar pensamentos, intenções e até mesmo inseguranças que Isabela mal sabia que possuía.

Ela sentiu a respiração acelerar, a boca ficar seca, mas não recuou. Com um esforço silencioso, ergueu o queixo e respondeu àquele olhar firme, determinado.

— Você deve ser a nova secretária — disse ele, sua voz grave ecoando pelo pequeno espaço, carregada de um comando que não admitia contestação.

— Sim, senhor. Isabela Moura — respondeu ela, tentando soar firme e segura, apesar do frio na barriga que insistia em apertar seu peito.

Leonardo sorriu, mas foi um sorriso sutil, quase imperceptível, que provocou um arrepio percorrer a espinha de Isabela. Aquele pequeno gesto revelava que ele não a via como alguém comum, mas como um desafio — uma peça especial que ele pretendia mover cuidadosamente no seu jogo de poder.

— Venha, vou apresentá-la à equipe — ordenou ele, virando-se em direção à porta do escritório, sua postura reta e cheia de autoridade destacando-se como uma barreira quase intransponível.

Isabela o seguiu, sentindo o peso daquele olhar firme e penetrante sobre suas costas, como se ele tentasse descobrir segredos que ela ainda nem sabia que possuía. Cada passo era uma mistura de medo e fascínio, uma batalha silenciosa entre o desejo de se provar capaz e o temor de não estar à altura das expectativas.

Enquanto caminhavam pelos corredores, ela percebeu que não era apenas uma nova funcionária; era alguém que despertava algo raro naquele homem. Algo que, talvez, nem ele mesmo estivesse disposto a admitir. E naquele instante, Isabela sentiu que sua vida estava prestes a mudar para sempre — entre ordens e desejos, entre o frio comando e a chama oculta que ardia por trás daqueles olhos escuros.

Capítulo 2 – Primeira impressão: gelo e fogo

Desde o momento em que Isabela foi apresentada à equipe, sentiu que estava pisando em terreno delicado. Os rostos que a observavam exibiam uma mistura sutil, porém perceptível, de curiosidade e desconfiança. Alguns sorrisos eram educados demais para serem sinceros; outros, quase imperceptíveis, pareciam medir cada movimento dela com olhos avaliadores. Era um ambiente repleto de rivalidades silenciosas e expectativas não ditas, onde a política interna era um jogo que ela ainda precisava aprender a jogar. Cada cumprimento formal parecia carregar um peso — como se o simples ato de ser a nova secretária do CEO já provocasse inquietações.

Isabela estava determinada a não se deixar abalar. Respirava fundo, tentando manter a postura ereta e a expressão firme, mesmo sentindo um misto de ansiedade e excitação borbulhando dentro dela. Sabia que teria pouco tempo para conquistar seu espaço, e que qualquer deslize poderia ser fatal naquele ambiente competitivo.

Mas o que realmente a deixava inquieta era a presença constante de Leonardo Vasconcellos. Ele era o epicentro daquele universo corporativo: imponente, frio e preciso. A forma como a tratava durante o dia parecia pensada para manter uma distância quase insuperável — sempre direto, seco e objetivo, como se estivesse lidando com uma peça de xadrez, não com uma pessoa. Nenhuma palavra a mais do que o necessário, nenhuma gentileza aparente. Um comando rígido, frio como o aço, que impunha respeito e, ao mesmo tempo, deixava Isabela em alerta constante para não cometer nenhum erro.

No entanto, sob essa superfície glacial, Isabela sentia algo pulsar. Quando seus olhares se cruzavam, mesmo que por segundos no corredor ou durante as reuniões, havia uma tensão que vibrava no ar. Era uma espécie de fogo contido, uma eletricidade silenciosa que a fazia arrepiar e que ela não conseguia — e talvez não queria — ignorar. Era como se, por trás daquela armadura impenetrável, existisse um desejo reprimido, uma batalha entre o poder e a vulnerabilidade que ninguém mais parecia perceber.

Na hora do almoço, enquanto estava sentada em sua mesa improvisada, organizando documentos com cuidado, tentando absorver cada detalhe daquele universo novo, Isabela sentiu um toque leve e inesperado no braço. Virou-se devagar, o coração batendo forte, e encontrou Leonardo parado ali, tão próximo que podia sentir o calor sutil que emanava dele, apesar da aparência controlada.

— Você está se adaptando bem? — perguntou ele, a voz baixa e firme, um tom quase íntimo, como um convite silencioso que desafiava a formalidade entre eles.

O rosto de Isabela corou, e um calor intenso subiu por sua nuca. Por um instante, sua mente ficou em branco, mas ela rapidamente retomou o controle, respondendo com a firmeza que tentava cultivar desde o primeiro momento.

— Estou me esforçando para isso, senhor — disse, com um olhar direto, querendo mostrar que não se intimidaria facilmente.

Leonardo sorriu, desta vez mais aberto, um sorriso que carregava uma promessa velada e um reconhecimento tácito da força dela.

— Vejo potencial — continuou ele, a voz carregada de significado —. Só não confunda profissionalismo com fragilidade.

As palavras ficaram suspensas entre eles, como um desafio sutil e uma advertência velada. Isabela sentiu que aquela frase era mais do que um conselho; era uma linha tênue que definia o que ele esperava dela — uma mistura de respeito e resistência, competência e força interior.

Ela sabia que aquela relação, longe de ser simples, seria marcada por jogos de poder, provocações e uma atração perigosa que ambos tentavam negar, mas que já começava a ferver silenciosamente sob a superfície.

Enquanto Leonardo se afastava, Isabela sentiu o peso do olhar dele ainda sobre suas costas, como se ele tentasse desvendar todos os segredos que ela escondia. E, naquele momento, ela compreendeu que estava diante de um desafio maior do que imaginava — não apenas para sobreviver naquele ambiente, mas para dominar as próprias emoções que começavam a despertar.

O gelo e o fogo entre eles estavam apenas começando a se enfrentar, e Isabela sabia que, para vencer, precisaria aprender a jogar com ambos.

Capítulo 3 – Primeiro dia de tensão

O relógio marcava 17h30 quando a rotina do escritório começava a desacelerar. A luz do fim da tarde filtrava-se pelas grandes janelas, tingindo as paredes de um tom dourado que parecia suavizar a atmosfera tensa que pairava no ar. Enquanto a maioria dos funcionários se preparava para deixar o prédio, Isabela permanecia sentada à sua mesa, imersa em relatórios que precisavam ser revisados antes do dia seguinte. O silêncio ao seu redor, apenas quebrado pelo leve tilintar do teclado e o farfalhar das páginas, a ajudava a focar, embora a mente não deixasse de vagar em pensamentos dispersos.

De repente, passos firmes e apressados ecoaram pelo corredor, aproximando-se do seu canto do escritório. Antes que pudesse se preparar, Leonardo Vasconcellos apareceu diante dela, o olhar sério e a expressão impassível, como sempre. Sem dizer uma palavra, ele deslizou uma pilha de papéis pesados sobre sua mesa, o som dos documentos ao cair fazendo Isabela estremecer.

— Isso precisa estar pronto para amanhã cedo — ordenou ele, sua voz firme, quase implacável, deixando claro que não aceitava desculpas.

Ela sentiu a pressão da responsabilidade como um peso esmagador sobre seus ombros, mas não hesitou. Assentiu com determinação, tentando disfarçar o nervosismo que ameaçava dominá-la. Aquele era apenas o começo de um jogo em que ela precisaria mostrar resiliência e capacidade, mas a sombra da cobrança já pairava intensamente.

Enquanto mergulhava nos números e dados dos relatórios, Isabela sentiu algo quase palpável no ar: os olhos de Leonardo sobre ela, seguindo cada movimento, avaliando, como um caçador que observa sua presa. A tensão invisível entre eles vibrava como um fio tênue, um convite silencioso a emoções e sensações até então desconhecidas para Isabela. Era como se, naquele espaço fechado, o jogo de poder não fosse apenas profissional, mas também profundamente pessoal.

De repente, num momento de distração — talvez por cansaço ou pelo turbilhão de pensamentos — a caneta escapou de suas mãos e caiu no chão com um leve clique. Sem pensar, ela se abaixou rapidamente para pegá-la, e foi aí que sentiu a presença dele ao lado, muito próxima, quase invadindo seu espaço.

O calor do corpo dele envolveu-a num instante, uma onda inesperada que fez seu coração acelerar de maneira descontrolada. O aroma do colar que ele usava — uma mistura de especiarias e madeira — invadiu seus sentidos, confundindo sua mente e despertando um turbilhão de emoções que Isabela tentou, em vão, controlar.

— Cuidado — murmurou Leonardo, a voz rouca e baixa, como se fosse um segredo sussurrado apenas para ela.

Ela ergueu os olhos lentamente, e encontrou os dele — tão intensos, tão próximos, que quase podia ver o brilho profundo e ameaçador que ali se escondia. Por um instante, o mundo ao redor pareceu congelar; o som, a luz, tudo desapareceu, deixando apenas aquele olhar que parecia capaz de desnudar sua alma.

Isabela sentiu a pele arrepiar, o sangue pulsando forte nas veias, enquanto uma mistura de medo e desejo a dominava. Era uma tensão cruel, um confronto silencioso entre o profissionalismo que ela tentava manter e a atração perigosa que crescia com cada segundo.

Ainda assim, mesmo tomada por aquele turbilhão, ela não recuou. Em vez disso, manteve-se firme, consciente de que aquela noite seria apenas a primeira de muitas batalhas entre o gelo cortante das ordens e o fogo intenso dos desejos.

Quando Leonardo se afastou, o silêncio voltou a tomar conta do espaço, mas Isabela sabia que nada mais seria igual dali em diante. Ela havia cruzado uma linha invisível, e aquela tensão — tão delicada quanto explosiva — já começava a definir o ritmo de tudo o que estava por vir.

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