NovelToon NovelToon

Doce Inverno (BakuDeku)

Capítulo 1 — Um Ômega abandonado

A neve caía silenciosa sobre a cidade. As ruas estavam quase vazias, exceto por uma figura pequena e trêmula sentada num banco de praça. Izuku Midoriya, um jovem ômega de aparência frágil, segurava o próprio corpo com braços finos, tentando se aquecer com um cachecol velho e um casaco muito grande para seu tamanho. As orelhas cobertas por protetores brancos contrastavam com o rosto ruborizado pelo frio. Seus olhos grandes e verdes estavam marejados.
Izuku sofria de uma condição rara: infantilismo. Seu corpo e mente oscilavam entre a juventude e um estado de necessidade emocional intensa, como uma criança pequena. Ele não tinha controle sobre isso. Sua madrasta, cansada dos episódios constantes de regressão, decidiu abandoná-lo.
Sozinho, machucado e faminto, Izuku mal conseguia manter os olhos abertos.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(sussurrando, com a voz fraca) “Eu... só queria voltar pra casa... queria a mamãe...”
Mas não havia ninguém. Até que o som de passos pesados se aproximou.
Katsuki Bakugou, um alfa conhecido na região por ser o líder de uma das famílias mafiosas mais temidas, caminhava pela calçada coberta de neve. Ele parou ao ver o menino encolhido.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Que porra...?”
Ele se aproximou, olhando com atenção para o corpo pequeno e tremendo. As bochechas do garoto estavam vermelhas, os lábios roxos. Os olhos verdes se arregalaram quando viram a figura alta de casaco escuro.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“P-p-por favor... n-não me bate... e-eu só queria... só queria me esquentar...”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“...Você tá todo fodido. Que merda fizeram com você?”
Sem esperar resposta, ele tirou o próprio casaco e envolveu o garoto com ele. Izuku chorou baixinho ao sentir o calor.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“Eu... eu sou um peso... ninguém me quer... minha madrasta disse que eu era estranho...”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Tsc... que tipo de desgraçada abandona um ômega nesse estado? Ainda por cima com essa condição...”
Ele pegou Izuku no colo com facilidade. O garoto se encolheu contra o peito do alfa, sentindo-se pela primeira vez em dias protegido.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“Você... não vai me machucar?”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Se eu quisesse, já teria feito. Cala a boca e dorme, porra.”
A voz era rude, mas o aperto em seus braços era gentil.
Izuku fechou os olhos, ainda chorando. Mas não era mais medo — era alívio.
E naquela noite fria de inverno, o destino de dois mundos completamente opostos se cruzava.
Um ômega perdido. Um alfa perigoso. E um sentimento que nascia entre camadas de dor, neve e cuidado.
Continua...

Capítulo 2 – A Casa do Alfa

O carro preto parou diante de uma grande casa escondida atrás de portões altos e câmeras. Era a mansão dos Bakugou, conhecida por todos como o coração da máfia da região. Mas ali dentro, havia silêncio. Nenhum grito, nenhum barulho. Apenas o som dos passos firmes de Katsuki carregando Izuku nos braços.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Ei, toco de gente... acorda. Já chegamos.”
Izuku abriu os olhos devagar, assustado com o teto luxuoso e o calor do ambiente. Estava em uma casa? O cheiro de madeira e perfume masculino o cercava. Ele tentou se levantar, mas uma pontada de dor atravessou suas costelas.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“Ah... dói...”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Você tem costela trincada. E vários hematomas. Quem fez isso em você?”
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(desviando o olhar, encolhendo os ombros) “Ela... me bateu com a parte de ferro da vassoura... disse que eu era um monstro...”
Katsuki sentiu o maxilar travar. A raiva subiu como fogo por seu corpo.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Desgraçada...”
Mas ao olhar para o garoto tão frágil, tão pequeno nos cobertores, algo dentro dele suavizou. Ele se agachou na beirada da cama e tocou o rosto gelado de Izuku com cuidado.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Você tá seguro agora. Ninguém vai tocar em você aqui, ouviu?”
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(olhos brilhando com lágrimas) “Por que... você tá sendo bom comigo? Eu sou só... um ômega quebrado...”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Tsc... ninguém nasce quebrado, porra. É o mundo que faz isso com a gente. Mas agora você tá comigo.”
Izuku começou a chorar baixinho. O corpo tremeu, mas dessa vez não era por frio. Era o colapso de semanas de medo, dor e rejeição.
Katsuki suspirou, tirando os sapatos e subindo na cama com ele. Izuku o olhou, surpreso.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“O... o que você tá fazendo?”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Você não vai dormir sozinho hoje. Você precisa de segurança, não é? Então fica perto de mim.”
O pequeno ômega não respondeu com palavras. Ele apenas se arrastou devagar até Katsuki, deitando-se contra seu peito, como um filhote buscando proteção. O cheiro do alfa era forte, quente, com um toque amadeirado e protetor. Era o primeiro aroma que Izuku sentia sem se encolher de medo.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“Você tem cheiro de... lar.”
Katsuki não respondeu, mas seus braços se fecharam ao redor do corpo frágil com firmeza. Ele não era alguém que demonstrava carinho com palavras. Mas em seu toque, havia promessa.
E naquela noite, entre lençóis aquecidos e o som suave da respiração de Izuku, o coração de um mafioso começou a bater diferente.
Ele não sabia ainda, mas aquela criaturinha encolhida nos seus braços mudaria tudo.
Continua...

Capítulo 3 – Regressão

A manhã na mansão Bakugou começou silenciosa, mas com o aroma suave de chá e pão fresco. Katsuki tinha acordado cedo, coisa rara, só para preparar algo que Izuku pudesse comer. Algo leve, quente… confortável.
Izuku ainda dormia, encolhido no meio das cobertas, abraçando um travesseiro com força, como uma criança. O rosto mais calmo do que da noite anterior. Mas nem tudo continuaria assim.
Pouco antes das 10h, a campainha da mansão tocou. Katsuki bufou, irritado, e foi até o portão.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Que merda cês tão fazendo aqui?”
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
“Bom dia pra você também, Bakugou. A gente veio falar sobre os carregamentos da noite passada.”
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
(abrindo um sorriso travesso) “E também ver se você ainda tá vivo. Ninguém conseguiu falar contigo desde ontem.”
♡︎𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨
♡︎𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨
(frio, como sempre) “Fomos instruídos a manter vigilância contínua. Sua ausência levantou suspeitas.”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Eu tava ocupado. Entra logo.”
Os dois alfas e o ômega entraram, esperando encontrar armas espalhadas, documentos ilegais… o de sempre. Mas nada os prepararia para o que viriam a seguir.
Katsuki os conduziu até a sala, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, um som ecoou da escada.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(voz fina, manhosa, trêmula) “K-Kacchan...? Cadê você...? Tá escuro... tô com medo...”
Katsuki congelou. Os outros três pararam de falar e olharam em direção à escada. Izuku surgiu, vestindo apenas um moletom largo que arrastava no chão, segurando um bichinho de pelúcia entre os braços. Os olhos estavam grandes, lacrimejantes… e vazios. Ele não parecia se lembrar que era um adolescente.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“Não me deixa sozinho... por favor... tô com fome...”
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
(sussurrando, chocado) “Bakugou… quem é esse?”
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
(com olhos arregalados) “E ele te chamou de... Kacchan?!”
♡︎𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨
♡︎𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨
“Ele está... em regressão infantil?”
Katsuki subiu rapidamente os degraus, ajoelhando-se diante de Izuku com cuidado.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Ei, Deku... eu tô aqui, tá? Tá tudo bem... eu só fui abrir a porta, idiota. Você tá seguro.”
Izuku olhou para ele como se visse a única coisa boa no mundo. Se jogou nos braços do alfa, tremendo.
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
“Você prometeu… que não ia me deixar…”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“E eu não deixei, porra. Só fiquei longe por dois minutos. Agora vem cá.”
Ele o pegou no colo, mesmo com Izuku sendo quase do tamanho dele, e desceu com o ômega no colo, ignorando completamente os olhares espantados dos amigos.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Se vocês vieram aqui pra falar de negócios, falem baixo. Ele precisa de calma.”
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
(chocado) “Bakugou… você... tá cuidando de um ômega regredido? Você?!”
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
(rindo, mas com respeito) “Céus... achei que seu coração tinha congelado anos atrás.”
♡︎𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨
♡︎𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨
“Ele está confiando em você como uma figura protetora. É raro um caso de infantilismo confiar tão rápido em alguém...”
Katsuki se sentou no sofá com Izuku ainda no colo, o pequeno ômega chupando o dedo e abraçando o ursinho com força. Ele não dizia nada agora, só observava tudo com olhos atentos, como uma criança desconfiada de estranhos.
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
“Ele foi abandonado. Estava ferido, com fome e em regressão profunda. Ele é meu agora. E ninguém vai encostar nele.”
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
“Cara... nunca te vi assim. Tá falando sério, né?”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(encarando os três com olhos frios) “Se alguém fizer ele chorar, eu arranco a língua.”
Houve um silêncio desconfortável, até que Denki quebrou com um sorriso.
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
♥︎𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢
“Tudo bem, papai urso. A gente entendeu.”
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
♥︎𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(baixinho, escondido no pescoço de Katsuki) “Eles... vão me bater também...?”
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
♡︎𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(voz firme e baixa) “Não. Nunca. Eles são meus amigos. Se fizerem algo, deixam de ser.”
Kirishima se agachou na frente de Izuku e sorriu gentilmente.
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
♡︎𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚
“Ei, pequeno... ninguém vai te machucar. Juro. Você tá em casa agora.”
Izuku hesitou, mas deu um leve aceno de cabeça, ainda agarrado a Bakugou como se ele fosse seu porto seguro.
E naquele instante, os três membros mais próximos da máfia perceberam uma verdade simples: o coração mais frio que conheciam agora batia por alguém.
E esse alguém era um ômega com alma de criança, que estava aprendendo – pela primeira vez – o que era amor.
Continua...

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!