✨Nota da Autora✨
Seja muito bem-vindos à minha história! 🌸
Antes de tudo, quero agradecer por abrir as portas do seu tempo e coração para essa jornada.
"Uma Cura para 3" é uma obra de ficção do gênero LGBT+ e Omegaverse, criada com muito carinho, imaginação e entrega emocional.
Quero deixar claro que qualquer ação, atitude ou comportamento presente na história não deve ser interpretado como incentivo a práticas ilícitas, ofensivas ou prejudiciais. Tudo aqui nasce do universo da ficção — e da minha vontade de contar uma história que emocione e inspire.
Se você não se identifica com esse tipo de conteúdo, peço gentilmente que respeite o espaço e simplesmente não o consuma.
Mas, se você decidiu ficar... então: bem-vindos à bordo dessa aventura cheia de dor, amor, cura e recomeços. 💙
Aceito críticas construtivas com muito carinho, pois quero sempre crescer como autora. No entanto, não tolero desrespeito ou comentários ofensivos.
O respeito é a base de qualquer espaço seguro — inclusive o nosso aqui. 🌱
Aos que escolherem seguir comigo nessa caminhada, meu mais profundo obrigada.
Que possamos chorar, rir, e nos curar juntos.
Com carinho, Luminha💜
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Dois anos atrás...
O riso das crianças enchia o carro.
Luke, com três anos, cantarolava alguma música inventada, enquanto Mia, em sua cadeirinha, balbuciava sons e ria das caretas de Oliver, sentado ao lado dela.
Lucas dirigia com uma mão no volante e a outra entrelaçada à de seu esposo. O céu estava claro, e a estrada parecia prometer um destino feliz.
Por um instante, o mundo era perfeito.
O tipo de instante que ninguém percebe que está vivendo... até ele se tornar apenas memória.
O som de buzinas.
Um grito.
Um farol que não devia estar verde.
Um caminhão desgovernado.
O tempo parou.
Dois anos depois...
Lucas Mountbatten aprendeu a viver com o silêncio que ficou.
Aprendeu a se dividir entre fraldas, relatórios, mamadeiras e reuniões.
Aprendeu a sorrir para os filhos quando tudo dentro dele gritava.
Mas o que ele ainda não sabia...
Era que, às vezes, a vida envia uma nova chance.
Não para substituir o que se foi.
Mas para curar o que ficou.
Esta história se passa em um universo omegaverse, onde a sociedade é dividida entre alfas, ômegas e, em raras ocasiões, aqueles que não se encaixam em nenhuma dessas categorias. Aqui, alfas dominam com força e autoridade, enquanto ômegas carregam o peso de expectativas e desejos alheios, suas vidas muitas vezes moldadas por instintos e hierarquias. Há betas também para equilibrar os extremos — apenas a tensão crua entre poder e submissão, entre luta e rendição.
[ O número de palavras não atingiu o número necessário e eu nem sei mais o que escrever kkkkkkk, que vergonha de escrever isso daqui, mas enquanto for necessário atingir 500 palavras, vamo que vamos kkkkkkk. Eu sequer tenho ideias para completar. Vocês que aguentem minha maluquice rsrsrs. Enfim, vocês estão bem? Se alimentaram? Beberam água? Tem que beber muita água hein. Cuidado com a pedra nos rins meu amor, beijo]
Finalmente atingiu o limite 😂😂😂
Beijo💕
2 ANOS ATRÁS...
A manhã de quinta-feira despontava com uma luz suave, que se infiltrava pelas cortinas de linho branco da suíte principal, tingindo as paredes de um tom dourado e acolhedor. O silêncio da casa era quebrado apenas pelo canto distante de pássaros lá fora e pelo leve ronco do ar-condicionado. Lucas Mountbatten, deitado na cama king-size, ainda envolto no calor dos lençóis de algodão egípcio, abriu os olhos lentamente. Seu olhar, como sempre, encontrou Oliver, seu ômega, seu amor, seu tudo. Oliver dormia profundamente, os cabelos castanhos bagunçados caindo sobre a testa, os lábios entreabertos em uma expressão de serenidade que fazia o coração de Lucas se aquecer. Com cuidado para não o acordar, Lucas estendeu a mão, os dedos traçando a curva suave da bochecha de Oliver, sentindo a pele quente e macia sob o toque.
O movimento gentil despertou Oliver, que piscou lentamente, seus olhos castanhos encontrando os de Lucas. Um sorriso preguiçoso curvou seus lábios, e ele murmurou, a voz ainda rouca de sono:
Oliver: Oi, amor... bom dia.
Lucas sentiu um calor familiar subir pelo peito. Ele se inclinou, os lábios roçando os de Oliver em um beijo leve, mas cheio de ternura.
Lucas: Bom dia, meu lindo — respondeu, a voz baixa, carregada de uma afeição que parecia crescer a cada dia. Ele se afastou apenas o suficiente para olhar nos olhos do marido, o polegar ainda acariciando sua bochecha. —Dormiu bem?
Oliver se espreguiçou, os braços se esticando acima da cabeça enquanto ele soltava um suspiro satisfeito.
Oliver: Como um anjo.— disse, o tom leve, quase brincalhão. Ele virou o rosto, pressionando um beijo rápido na palma da mão de Lucas. —E você? Como está meu CEO favorito depois da nossa... noite especial?
Lucas riu, o som baixo e quente, enquanto lembranças da noite anterior dançavam em sua mente — a forma como Oliver o puxara para mais perto, os sussurros trocados no escuro, a sensação de estarem completamente conectados.
Lucas: Digamos que estou pronto pra enfrentar o mundo— respondeu, os olhos brilhando com um misto de amor e diversão. —Mas só porque você me deixa assim.
Oliver ergueu uma sobrancelha, o sorriso se alargando.
Oliver: Sempre soube que sou seu combustível secreto— brincou, antes de se sentar na cama, os lençóis deslizando por seu corpo. —Mas, falando sério, é melhor a gente se mexer. Hoje é dia de viagem, né?
Lucas assentiu, já sentindo a energia do dia começar a tomar forma.
Lucas: Você tem razão. Japão nos espera, e eu não quero ouvir Luke reclamando que perdeu o voo por nossa causa.— Ele se levantou, alongando os braços, a musculatura definida visível sob a camiseta cinza que usava. —E, falando nisso, acho que ele vai querer visitar aquele parque de dinossauros de novo. O que acha?
Oliver riu, o som leve enchendo o quarto.
Oliver: Aposto que sim. E Mia? Ela vai querer correr atrás de qualquer coisa que brilhe, como sempre.— Ele se levantou, caminhando até a janela e abrindo as cortinas um pouco mais, deixando a luz inundar o espaço. —Vai ser uma aventura.
Antes que Lucas pudesse responder, a porta do quarto foi escancarada com um entusiasmo infantil. Luke, de 3 anos, entrou correndo, os cachinhos castanhos balançando enquanto gritava.
Luke: Bom dia, papai, bom dia omma! — Sua voz era alta e cheia de energia, como se o mundo inteiro precisasse saber que ele estava acordado.
Atrás dele, Mia, de apenas 1 ano, engatinhava com determinação, balbuciando algo que soava vagamente como “Papa!” enquanto tentava acompanhar o irmão.
Lucas se abaixou, pegando Luke no colo e bagunçando seus cabelos.
Lucas: Bom dia, meu dinossauro favorito!— disse, rindo enquanto o menino se contorcia, tentando escapar.
Oliver, por sua vez, pegou Mia, aninhando-a contra o peito e beijando sua testa.
Oliver: E bom dia pra minha princesinha.— murmurou, o rosto suavizando ao olhar para a filha, que segurava seu dedo com força.
Luke: Papai, eu sonhei com um dinossauro!— exclamou Luke, os olhos arregalados. — Ele era verde e grandão, e tava voando!
Lucas: Voando?— Lucas ergueu as sobrancelhas, fingindo surpresa.— Mas dinossauros voadores não são pterodáctilos? Conta mais, vai.
Luke começou uma história desconexa, misturando dinossauros, aviões e um castelo imaginário, enquanto Oliver ouvia com atenção exagerada, fazendo perguntas que só incentivavam a imaginação do menino. Mia, por sua vez, parecia mais interessada em puxar o colar de Oliver, rindo cada vez que ele fingia surpresa.
Depois de alguns minutos de risadas e brincadeiras, Oliver olhou para Lucas, um brilho travesso nos olhos.
Oliver: Tá na hora de arrumar esses dois, né? — Ele se levantou, segurando Mia com um braço e a mão de Luke com a outra. — Vou levar eles pra Teresa. Volto já.
Lucas assentiu, começando a arrumar a cama enquanto Oliver levava as crianças até a governanta. Teresa, uma mulher de meia-idade com um sorriso maternal, recebeu os pequenos com entusiasmo, prometendo deixá-los prontos para a viagem. Quando Oliver voltou ao quarto, encontrou Lucas dobrando os lençóis com uma precisão quase militar.
Oliver: Você e sua mania de deixar tudo perfeito,— brincou Oliver, se aproximando para ajudar.
Juntos, eles arrumaram a cama, movendo-se em uma sincronia silenciosa que vinha de anos de convivência. Cada gesto era familiar, confortável, como uma dança que eles conheciam de cor.
Oliver: Pronto pro Japão? — perguntou Oliver, enquanto guardava algumas camisas na mala aberta sobre a cômoda.
Lucas sorriu, dobrando uma calça com cuidado.
Lucas: Mais do que pronto. Acho que vai ser bom tirar uns dias só pra nós quatro. Sem reuniões, sem prazos... só a gente.
Oliver parou por um momento, olhando para o marido com um carinho que transborda.
Oliver: Você merece isso, sabe? Trabalha demais. E eu... bom, eu só quero ver você sorrindo assim todos os dias.
Lucas se aproximou, puxando Oliver pela cintura e depositando um beijo rápido em seus lábios.
Lucas: Com você do meu lado, isso não é difícil,— murmurou, antes de soltá-lo com um sorriso.— Agora, que tal um banho? A gente precisa se apressar.
Oliver riu, seguindo Lucas até o banheiro. O chuveiro foi ligado, e o vapor começou a encher o espaço, embaçando o espelho e criando uma atmosfera de intimidade. O que começou como um banho compartilhado logo se transformou em algo mais profundo. Entre risos abafados, toques suaves e olhares que diziam mais do que palavras, eles se entregaram um ao outro. A água quente caía sobre seus corpos, apagando qualquer distância, enquanto o mundo lá fora parecia desaparecer. Era um momento só deles, uma conexão que ia além do físico, um lembrete do amor que os unia.
Quando saíram do banheiro, as bochechas coradas e sorrisos tímidos estampados nos rostos, eles se vestiram, ainda trocando comentários sobre a viagem. Lucas ajustava a gravata azul-marinho, olhando para Oliver pelo reflexo do espelho.
Lucas: Acha que o clima em Tóquio vai estar bom?— perguntou, enquanto amarrava os sapatos.
Oliver, abotoando uma camisa cinza, deu de ombros.
Oliver: Espero que sim. Mas, se chover, a gente pode ficar no hotel brincando com as crianças. Luke vai querer construir um forte com os travesseiros, certeza.
Lucas riu, imaginando a cena.
Lucas: E Mia vai querer derrubar tudo. Como sempre.
Terminados os preparativos, eles desceram para o café da manhã. A mesa da sala de jantar estava coberta com uma toalha branca, repleta de panquecas, frutas frescas, suco de laranja e café recém-passado.
Teresa já havia sentado Luke e Mia em suas cadeirinhas, e o menino devorava uma panqueca coberta de calda de maple, enquanto Mia brincava com pedaços de morango, espalhando suco vermelho pelas mãozinhas.
Oliver: Olha só, filha, você tá fazendo arte moderna!— brincou Oliver, limpando o rosto da filha com um guardanapo. Ela riu, batendo palmas e espalhando ainda mais suco.
Lucas se sentou ao lado de Luke, cortando uma panqueca para o menino.
Lucas: Come direitinho, campeão. A gente precisa de energia pro voo.
Luke: Voar é como dinossauro voador?— perguntou Luke, os olhos brilhando de curiosidade.
Lucas: Quase, — respondeu Lucas, rindo. — Mas o avião é um pouco mais confortável.
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Após o café, a família se dirigiu ao carro. Lucas assumiu o volante, enquanto Oliver se acomodou no banco do passageiro, verificando a bolsa com os documentos da viagem. No banco traseiro, Luke e Mia estavam seguros em suas cadeirinhas, Luke segurando um dinossauro de pelúcia e Mia agarrada a um chocalho colorido.
Enquanto dirigiam rumo ao aeroporto, a conversa fluía leve. Oliver contava uma história sobre um funcionário seu, do trabalho que havia tentado cozinhar sushi em casa e acabou com peixe cru espalhado pela cozinha.
Oliver: Juro, Lucas, ele achou que era só enrolar o arroz e pronto,— disse, rindo.
Lucas balançou a cabeça, um sorriso nos lábios.
Lucas: E é por isso que a gente deixa sushi pros profissionais. Mas, sério, você sempre me faz rir com essas histórias.
Oliver estendeu a mão, apertando a de Lucas por um breve momento.
Oliver: Que bom, porque eu pretendo fazer isso pelo resto da vida.
O momento de leveza, porém, foi interrompido em um piscar de olhos. Um caminhão surgiu na pista contrária, desgovernado, os pneus chiando enquanto invadia a faixa deles. Lucas tentou desviar, girando o volante com força, mas o impacto foi brutal. O carro voou, girando no ar antes de capotar violentamente. O som de metal amassado, vidros estilhaçados e os gritos abafados das crianças encheram o ar, antes de tudo mergulhar em um silêncio aterrorizante.
No hospital, a luz branca e fria do teto era quase cegante. Lucas abriu os olhos, a cabeça latejando, o corpo pesado como se estivesse preso em um pesadelo. Ele tentou se mover, mas a dor o fez gemer. O cheiro de antisséptico enchia o ar, e o som de monitores apitando parecia distante, abafado. Ele piscou, confuso, tentando lembrar o que havia acontecido.
Uma médica se aproximou, o rosto marcado por uma expressão de pesar.
— Sr. Mountbatten, começou, a voz firme, mas suavizada pela compaixão. — O senhor está no hospital. Houve um acidente de carro.
Lucas sentiu o coração disparar, o pânico subindo pela garganta.
Lucas: Meus filhos... Luke e Mia, onde eles estão?— perguntou, a voz rouca, quase quebrando. — E meu esposo? Oliver, ele tá bem?”
A médica hesitou, o silêncio pesando como chumbo. Ela baixou os olhos por um momento, antes de encará-lo novamente.
— Seus filhos estão na UTI. Eles sofreram ferimentos graves, mas estão estáveis e recebendo os melhores cuidados. Quanto ao seu companheiro...— Ela fez uma pausa, como se as palavras fossem difíceis de pronunciar.— Oliver... ele não resistiu aos ferimentos. Sinto muito.
O mundo de Lucas desmoronou. Um grito rasgou sua garganta, um “Não!” que ecoou pelo quarto, carregado de desespero, dor e incredulidade. Ele fechou os olhos, as lágrimas escorrendo quentes pelo rosto, enquanto a realidade o engolia como um abismo. Oliver, seu amor, sua âncora, se fora. E nada, absolutamente nada, poderia prepará-lo para o vazio que agora tomava conta de seu peito.
Dois anos haviam se passado desde o dia em que o mundo de Lucas Mountbatten desmoronou. A ausência de Oliver ainda ecoava em cada canto da mansão, como uma sombra que se recusava a partir. Luke, agora com 5 anos, e Mia, com 3, cresciam rápido, carregando traços do pai que se fora — os cabelos rebeldes de Luke, o sorriso doce de Mia. Após a morte de Oliver, Lucas herdara não apenas o luto, mas também a responsabilidade de comandar a empresa deixada pelo marido, além de sua própria. Sob o peso de ser o CEO de duas corporações, ele se esforçava para ser o pai perfeito, o líder incansável, o homem que todos esperavam que fosse. Mas, por dentro, a dor ainda o consumia, silenciosa e implacável.
Era uma manhã de segunda-feira, tão comum quanto qualquer outra, mas carregada com a rotina que Lucas havia construído como uma armadura. O despertador tocou às 6:30, pontual como sempre. Ele abriu os olhos, encarando o teto branco do quarto, o mesmo onde, dois anos atrás, acordava ao lado de Oliver. A lembrança ainda doía, mas ele a empurrou para o fundo da mente, como fazia todas as manhãs. Levantou-se, os pés descalços tocando o assoalho frio, e caminhou até o banheiro. O chuveiro quente aliviou a tensão em seus ombros, enquanto ele se preparava para mais um dia. Vestiu uma camisa social azul, passou os dedos pelos cabelos pretos, agora com alguns fios grisalhos precoces, e ajustou a gola com um suspiro.
Saiu do quarto e dirigiu-se ao de Luke, no corredor ao lado. A porta estava entreaberta, e ele viu o filho já acordado, sentado na cama, segurando um dinossauro de pelúcia e folheando um livro ilustrado sobre répteis. O coração de Lucas se aqueceu com a cena.
Lucas: Bom dia, meu campeão — disse, entrando no quarto com um sorriso suave.
Luke ergueu os olhos, o rosto iluminando-se. Ele pulou da cama e correu para o pai, envolvendo-o em um abraço apertado, os bracinhos cercando a cintura de Lucas.
Luke: Bom dia, papai! — respondeu, a voz cheia de entusiasmo.
Lucas se abaixou, bagunçando os cachos do menino com carinho.
Lucas: Dormiu bem? — perguntou, enquanto ajudava Luke a tirar o pijama.
Luke: Sim! Sonhei com um T-Rex, mas ele era bonzinho e me deu um sorvete — contou Luke, os olhos brilhando enquanto gesticulava.
Lucas riu, levantando o filho no colo e levando-o até o banheiro.
Lucas: Um T-Rex que dá sorvete? Esse eu quero conhecer — brincou, enquanto abria a torneira para encher a banheira.
Ele banhou Luke com cuidado, esfregando o shampoo nos cabelos bagunçados, que teimavam em cair sobre os olhos do menino. Depois, penteou os cabelos com uma escova macia, rindo quando Luke fez caretas no espelho. Vestiu-o com o uniforme da creche — uma camiseta polo azul e calças cáqui — e, satisfeito, segurou a mão do filho para descerem.
Na sala de jantar, Teresa, a governanta, já estava ocupada. O aroma de café recém-passado misturava-se ao cheiro de torradas e frutas frescas. Ela organizava a lancheira das crianças, colocando sanduíches, maçãs cortadas e suco em caixinhas coloridas. Ao ver Lucas e Luke, seu rosto se abriu em um sorriso maternal.
Teresa: Bom dia, filho — disse ela, limpando as mãos no avental.
Lucas: Bom dia, Tête — respondeu Lucas, usando o apelido carinhoso que tinha para ela desde que Teresa começara a trabalhar para a família, ainda antes do nascimento de Luke.
Luke correu até Teresa, abraçando suas pernas.
Luke: Bom dia, vovó! — exclamou, fazendo Teresa rir e bagunçar seus cabelos.
Teresa: Bom dia, meu pequeno. Prontinho pra creche? — perguntou, enquanto colocava um prato de panquecas na frente dele.
Lucas deixou Luke com Teresa e voltou ao andar de cima, agora para o quarto de Mia. A menina ainda dormia, encolhida sob um cobertor rosa, segurando um coelhinho de pelúcia. Ele se aproximou, sentando na beira da cama, e acariciou os cabelos loiros dela com suavidade.
Lucas: Mia, meu amor, hora de acordar — murmurou, a voz baixa para não assustá-la.
Mia abriu os olhos, mas logo franziu o rosto, começando a choramingar. Lágrimas brilharam em seus olhos, e Lucas a pegou no colo, balançando-a gentilmente.
Lucas: Ei, ei, tá tudo bem, princesa — disse, beijando sua testa. — O papai tá aqui.
Aos poucos, o choro de Mia se acalmou, e ela esfregou os olhos, ainda sonolenta.
Mia: Bom dia, papai — balbuciou, a voz infantil cheia de doçura.
Lucas: Bom dia, minha pequena — respondeu Lucas, sorrindo enquanto a levava para o banheiro.
Ele a banhou com cuidado, rindo quando ela brincava com a espuma, soprando bolhas que flutuavam pelo ar. Depois, vestiu-a com um vestidinho florido e prendeu os cabelos em duas marias-chiquinhas, cada uma com um laço rosa. Satisfeito, pegou-a no colo e desceu para a sala de jantar.
Luke já estava comendo suas panquecas, lambuzando o rosto com calda de maple. Teresa ria, limpando-o com um guardanapo.
Teresa: Olha só, Luke, sua irmã chegou! — disse ela, enquanto Lucas colocava Mia na cadeirinha.
Mia bateu palmas, animada ao ver o prato de frutas cortadas à sua frente. Lucas sentou-se à mesa, tomando um gole de café preto enquanto observava os filhos. Luke contava uma história sobre dinossauros para Teresa, enquanto Mia tentava pegar um pedaço de melancia com as mãos, rindo cada vez que escorregava.
Luke: Papai, você vai na creche hoje? — perguntou Luke, entre uma mordida e outra.
Lucas: Claro, campeão. Vou levar vocês, como sempre — respondeu Lucas, sorrindo.
Após o café da manhã, Lucas ajudou as crianças a colocarem as mochilas. Ele segurou a mão de Luke e carregou Mia no colo, despedindo-se de Teresa com um aceno. Dirigiu até a creche, ouvindo Luke cantar uma música inventada sobre dinossauros enquanto Mia balbuciava junto, tentando imitar o irmão. Ao deixá-los na escola, abraçou cada um com força, prometendo buscá-los no fim do dia.
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Do outro lado do mundo, em uma pequena cidade na China, o sol brilhava alto, iluminando as ruas estreitas de paralelepípedos. Yuan Meng, um ômega de 22 anos, caminhava apressado, um sorriso iluminando seu rosto delicado. Seus cabelos pretos, longos e soltos, balançavam com o vento, e seus olhos castanhos brilhavam com uma esperança que ele não sentia há muito tempo. Ele carregava uma sacola com algumas compras, mas sua pressa não vinha da fome — ele queria compartilhar uma novidade com seu pai. Finalmente, após meses de busca, Yuan conseguira um emprego em uma loja local. Era simples, mas significava um recomeço, uma chance de ajudar seu pai a sair do buraco em que caíra.
Yuan era órfão de mãe desde o nascimento. Ela falecera no parto, deixando-o aos cuidados do pai, um homem que, apesar das dificuldades, sempre fora carinhoso e protetor. Mas quando Yuan completou 15 anos, tudo mudou. Seu pai, devastado por problemas financeiros e pela solidão, começou a se afundar no álcool. Yuan tentou de tudo — conversas, súplicas, até mesmo esconder as garrafas —, mas nada funcionou. O homem que outrora o ninava agora mal conseguia manter uma conversa.
Ao chegar à casa humilde onde viviam, Yuan abriu a porta com entusiasmo.
Yuan: Pai! Pai, cheguei! — chamou, a voz ecoando pelo corredor vazio. — Tenho uma novidade boa!
Silêncio. Ele franziu a testa, tirando os sapatos e deixando a sacola na entrada.
Yuan: Pai? — tentou novamente, caminhando pela sala. Pensou que talvez ele tivesse saído, embora fosse raro.
Deu de ombros, decidindo preparar o almoço.
Yuan: Tudo bem, vou fazer a comida, e ele chega já.
Mas ao entrar na cozinha, o mundo de Yuan parou. Seu pai estava caído no chão, imóvel, os olhos abertos fixos no teto. Uma garrafa vazia jazia ao seu lado, o cheiro de álcool impregnado no ar. Yuan sentiu o coração disparar, as pernas fraquejarem. Ele se ajoelhou, as mãos trêmulas tocando o rosto do pai.
Yuan: Pai? Pai, acorda! — gritou, sacudindo-o com desespero. — Por favor, fala comigo!
Nenhuma resposta. Yuan continuou chamando, as lágrimas escorrendo pelo rosto, a voz quebrando a cada súplica. Ele correu até a porta, gritando por ajuda, mas os vizinhos que acudiram só confirmaram o que ele temia. Seu pai estava morto, vencido pelo vício que Yuan lutara tanto para combater.
Os dias seguintes foram um borrão de dor e burocracia. Yuan organizou o enterro com o pouco que tinham, uma cerimônia simples, sem a presença de parentes. Seus tios, que nunca se importaram com ele, o rejeitaram quando pediu ajuda. Ele estava sozinho, sem família, sem apoio, sem chão. Uma semana após o enterro, Yuan tomou uma decisão que mudaria sua vida. Vendeu a casa, juntou o pouco dinheiro que conseguiu, pegou suas roupas, documentos e celular, e comprou uma passagem para o Canadá. Era um salto no escuro, mas ele não podia ficar onde tudo o lembrava de sua perda.
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No aeroporto de Vancouver, após o desembarque, Yuan sentou-se em um banco, as mãos apertando a alça da mochila. As lágrimas vieram, não por tristeza, mas por uma mistura de alívio e medo. Ele estava começando de novo, em um país estranho, sem conhecer ninguém. Ajeitou os cabelos pretos, prendendo-os em um coque frouxo, e respirou fundo.
Yuan: Você consegue, Yuan — murmurou para si mesmo, levantando-se. Com determinação, saiu em busca de um hotel barato, pronto para enfrentar o que viesse.
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Enquanto isso, na Mansão Mountbatten, o sábado amanhecia tranquilo. Lucas trabalhava em seu escritório doméstico, uma sala ampla com janelas que davam para o jardim. Após a morte de Oliver, ele montara aquele espaço para conciliar as demandas das empresas com a criação dos filhos. A mesa estava coberta de papéis e relatórios, e a tela do laptop exibia gráficos financeiros. Luke e Mia ainda dormiam, o que dava a Lucas algumas horas para adiantar o trabalho antes de se dedicar aos pequenos.
Um leve toque na porta interrompeu seus pensamentos.
Lucas: Pode entrar — disse ele, sem desviar os olhos do laptop.
Teresa entrou, carregando uma bandeja repleta: café preto, torradas, ovos mexidos, frutas frescas e um copo de suco de laranja. Seu sorriso maternal iluminou o ambiente.
Teresa: Bom dia, filho — disse, colocando a bandeja na mesa, ao lado dos papéis. — Trouxe seu café da manhã.
Lucas suspirou, passando a mão pelo rosto.
Lucas: Bom dia, Tête — respondeu, com um meio sorriso. — Não precisava se incomodar, sabe.
Teresa cruzou os braços, o olhar firme, mas cheio de carinho.
Teresa: Não se incomoda quem quer ver você saudável — retrucou, apontando para a bandeja. — Você anda pulando refeições, Lucas. Não pensa que eu não percebo. Come direitinho, ou vai adoecer, e aí quem vai cuidar dos pequenos?
Lucas balançou a cabeça, derrotado, mas com um brilho de gratidão nos olhos.
Lucas: Tá bem, tá bem. Vou comer — disse, puxando a bandeja para mais perto. Ele pegou uma torrada, dando uma mordida enquanto Teresa o observava, satisfeita.
Teresa: Assim que eu gosto — disse ela, suavizando o tom. — Vou preparar o café das crianças agora. Não se preocupa, que eu cuido deles hoje de manhã. Você termina seu trabalho aí.
Lucas: Obrigado, Tête — murmurou Lucas, a voz carregada de sinceridade. — Não sei o que faria sem você.
Teresa sorriu, dando um tapinha leve em seu ombro antes de sair. Sozinho, Lucas continuou comendo, os pensamentos vagando. Ele olhava pela janela, onde o jardim florescia, mas tudo o que via era o vazio que Oliver deixara. Engoliu o café, tentando afastar a melancolia, e voltou ao trabalho, determinado a ser o pilar que sua família precisava.
Lucas Mountbatten
Luke Mountbatten
Mia Mountbatten
Yuan Meng
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