NovelToon NovelToon

"Chefe da Máfia Implacável "

Capítulo 1: A Invasão da Noite

A luz pálida da lua era a única testemunha silenciosa quando a porta da frente se estilhaçou com um baque surdo, ecoando como um tiro na quietude da madrugada. Nyonya, mergulhada nos labirantes do seu último trabalho de faculdade sobre a arquitetura gótica, mal teve tempo de registrar o som antes que a escuridão do corredor fosse rasgada por duas silhuetas imponentes. Seu coração, que antes batucava um ritmo calmo e concentrado, agora parecia um tambor descontrolado em seu peito, anunciando a chegada de algo terrível.

Ela não gritou. Não imediatamente, pelo menos. A paralisia do choque a manteve presa à cadeira, os dedos ainda pousados sobre as teclas frias do notebook. Seus olhos, antes focados nos detalhes de uma abóbada ogival, agora se arregalaram para as figuras que invadiam o lar que até então parecia inquebrável. Um dos homens, um brutamontes com ombros largos e um rosto que parecia esculpido em pedra, avançou primeiro, os passos pesados ressoando no assoalho de madeira. Seus movimentos eram calculados, desprovidos de pressa, mas carregados de uma intenção fria e letal. Nyonya sentiu um arrepio percorrer sua espinha, um pressentimento gélido de que sua vida, como ela a conhecia, estava prestes a se desintegrar.

Atrás do primeiro, surgiu o segundo homem. E foi nele que o olhar de Nyonya se fixou, como se hipnotizado por uma serpente. Ele não era um brutamontes. Era... diferente. Impecavelmente vestido em um terno escuro que parecia moldado ao seu corpo definido, ele irradiava uma aura de poder silencioso e perigoso. Seus cabelos, lisos e de um preto tão profundo quanto a noite lá fora, emolduravam um rosto de feições marcadas e elegantes, mas com uma dureza implacável. Os olhos, escuros como ônix polido, varreram o cômodo com uma intensidade calculista, detendo-se nela por um milissegundo que pareceu uma eternidade. Nele, Nyonya não via a raiva bruta do outro homem, mas uma frieza cortante, a inteligência afiada de alguém que planeja e executa com precisão mortal. Esse era Keizo. Ela sabia, de alguma forma inata, que a ameaça real estava nele.

"Nyonya", a voz dele era um barítono grave, surpreendentemente calma para a violência da invasão, mas carregada de uma autoridade inquestionável. Não era uma pergunta, mas uma constatação. Seus olhos negros se cravaram nos dela, buscando algo, avaliando-a.

Foi então que o medo deu lugar a uma onda de raiva ardente. "Quem são vocês?", ela conseguiu cuspir, sua voz tremendo, mas com uma faísca de desafio. Tentou se levantar, mas o homem musculoso ao lado de Keizo a empurrou de volta na cadeira com uma mão no om ombro, uma força que a fez sentir minúscula e impotente.

Keizo deu um passo à frente, sua presença dominadora preenchendo o pequeno espaço da sala de estudo. "Seus pais. Temos negócios pendentes. Uma dívida, para ser mais exato." Ele fez uma pausa, e um sorriso quase imperceptível, um mero movimento nos cantos dos lábios, surgiu em seu rosto. Não era um sorriso de diversão, mas de triunfo predatório. "E você, Nyonya, é o meu pagamento."

A palavra "pagamento" atingiu-a como um golpe físico. Ela não era uma coisa, uma mercadoria a ser trocada. "O quê? Do que você está falando? Meus pais não devem nada a ninguém!" Sua voz subiu um tom, a incredulidade e a indignação misturadas em uma torrente de protesto. Ela nunca soubera de dívidas, de perigos. Sua vida de estudante, focada nos livros e nos planos para o futuro, parecia agora uma miragem.

Keizo inclinou ligeiramente a cabeça, como se apreciasse a sua indignação. "Eles sabem. E agora você também sabe." Ele gesticulou para o homem ao seu lado. "Leve-a."

A fúria explodiu em Nyonya. "Não! Eu não vou a lugar nenhum com vocês!" Ela tentou se debater, chutando o ar, mas os braços fortes do brutamontes a envolveram em um aperto de ferro. Ele a levantou da cadeira com uma facilidade assustadora, como se ela não pesasse nada. Nyonya gritou, um som agudo e desesperado que ecoou pela casa. A adrenalina corria em suas veias, e ela se contorcia, buscando qualquer ponto fraco, qualquer maneira de escapar. Seus cabelos lisos, antes presos em um coque desfeito pelo estudo, se soltaram e caíram em cascata sobre seu rosto enquanto ela lutava.

Keizo a observava, os olhos escuros revelando nada além de uma calma gelada. Não havia raiva em seu olhar, apenas uma determinação inabalável. Ele não esperava obediência, não de imediato. A rebelião dela parecia apenas confirmar algo para ele. "Resistência é inútil", ele declarou, e sua voz, embora calma, carregava o peso de uma ameaça velada. "A dívida é grande. E as consequências são definitivas."

Ela continuou a se debater, as lágrimas de frustração e terror começando a embaçar sua visão. Sua vida simples e pacífica estava sendo arrancada dela por dois homens, um deles um "chefe CEO" que, de alguma forma, era a personificação da escuridão. "Me solta! Eu não sou sua propriedade! Eu sou uma pessoa!" ela gritou, a voz rouca.

"Agora, você é minha", Keizo corrigiu-a, o tom frio e final. Ele deu as costas, e o homem com ela a arrastou para fora da sala de estudo, em direção à porta quebrada. O vento frio da noite invadiu a casa, trazendo consigo o cheiro de perigo e o prenúncio de um futuro incerto. Nyonya lançou um último olhar desesperado para o cômodo onde sua antiga vida estava sendo deixada para trás, os livros abertos, o laptop ainda ligado. O mundo que ela conhecia havia desaparecido, substituído por uma realidade sombria sob o domínio de Keizo. O conflito, como ela sentiu em cada fibra de seu ser, havia apenas começado. E ela não seria quebrada tão facilmente.

Capítulo 2: O Cativeiro de Ouro e Ferro

A escuridão da noite engoliu Nyonya enquanto ela era arrastada para fora de sua casa, o ar gelado da madrugada chicoteando seu rosto e os gritos de seus pais, que agora pareciam ter despertado, ecoando dolorosamente em seus ouvidos. Ela lutou, esperneou, mas os braços de ferro do brutamontes eram inquebráveis. Keizo, com sua calma perturbadora, observava tudo à distância, como um predador que já havia garantido sua presa. O carro, um SUV preto e imponente com vidros fumê, esperava silenciosamente na rua. Ela foi jogada no banco de trás, o homem musculoso ao seu lado, enquanto Keizo se acomodava no banco do passageiro da frente, sem sequer olhar para trás.

A viagem foi um borrão de velocidade e desespero. Nyonya tentou memorizar o caminho, as ruas, as curvas, mas a escuridão da noite e a velocidade a impediam. Seus olhos, antes cheios de lágrimas de raiva e medo, agora estavam secos, fixos em um ponto invisível enquanto sua mente processava a brutalidade da situação. Seus pais... o que aconteceria com eles? A dívida. Que dívida era essa que a transformava em moeda de troca? A indignação fervia em seu peito, misturada com uma sensação de impotência esmagadora.

O carro parou tão abruptamente quanto havia partido. Quando a porta foi aberta, Nyonya foi puxada para fora, cambaleando, para um pátio imenso. A luz da manhã começava a quebrar no horizonte, revelando uma mansão colossal, mais uma fortaleza do que uma residência. Muros altos, portões de ferro forjado e uma arquitetura que misturava o clássico com o moderno, tudo exalava uma riqueza opulenta e uma segurança impenetrável. Era o tipo de lugar que se via em filmes, não em sua vida real.

Ela foi levada para dentro, os passos ecoando em um hall de entrada grandioso, com pisos de mármore polido e um lustre de cristal que parecia uma constelação suspensa. O ar era pesado com o cheiro de limpeza e um leve aroma de charuto, um contraste estranho com a violência da noite. Nyonya foi guiada por corredores amplos, adornados com obras de arte e móveis que pareciam valer mais do que a vida de sua família. O luxo era inegável, mas para ela, era um cativeiro de ouro e ferro.

Finalmente, ela foi empurrada para um quarto. Não era uma cela, mas um quarto de hóspedes que superava em muito o seu próprio. Uma cama king-size com lençóis de seda, um closet que parecia uma pequena loja, uma penteadeira elegante, e uma vista para um jardim impecável. Havia até mesmo um banheiro privativo com uma banheira de hidromassagem. Era uma ironia cruel: ser sequestrada e jogada em um paraíso dourado.

O brutamontes, que ela agora sabia se chamar Marco, apontou para a cama. "Fique aqui. O Chefe Keizo virá falar com você." Sua voz era rouca, sem emoção. Ele saiu, e a porta se fechou com um clique suave, mas definitivo. Nyonya correu até ela, tentando girar a maçaneta. Trancada. Ela socou a madeira, a frustração explodindo em um grito mudo.

Ela estava sozinha. Completamente sozinha em um lugar que era lindo e sufocante ao mesmo tempo. Nyonya caminhou até a janela, observando o sol nascer, pintando o céu com tons de laranja e rosa. A vista era deslumbrante, mas a cerca alta e os seguranças patrulhando o perímetro deixavam claro que não havia fuga.

Horas se arrastaram. A raiva de Nyonya deu lugar a uma exaustão profunda. Ela se sentou na beira da cama, os olhos varrendo o quarto, procurando por qualquer sinal, qualquer pista. Por que ela? Por que seus pais? Ela era apenas uma estudante, com sonhos simples. Como sua vida se tornou um pesadelo de máfia e dívidas?

O som de passos no corredor a tirou de seus pensamentos. A porta se abriu novamente, e Keizo entrou. Ele não estava mais com o terno da noite anterior, mas com uma calça social escura e uma camisa branca impecável, os primeiros botões abertos revelando um vislumbre de seu peito definido. Seus cabelos ainda estavam perfeitamente penteados, e seus olhos escuros mantinham a mesma intensidade fria. Ele parecia ter acabado de sair de uma reunião de negócios, e não de ter sequestrado alguém.

"Espero que tenha se acomodado", ele disse, sua voz tão calma quanto antes, mas com um tom que não pedia uma resposta, mas uma aceitação. Ele caminhou até a janela, observando a mesma vista que ela havia contemplado.

Nyonya se levantou, a rebeldia acendendo novamente em seu olhar. "Acomodado? Você me sequestrou! Meus pais! Que dívida é essa? Eu não sou sua propriedade!" As palavras saíram em uma torrente, carregadas de toda a frustração e indignação que ela havia acumulado.

Keizo virou-se para encará-la, uma sobrancelha ligeiramente arqueada, como se ela fosse um problema interessante a ser resolvido. "Seus pais. Eles se envolveram em negócios que não entendiam. Pegaram dinheiro emprestado. E não pagaram." Ele deu de ombros, como se fosse a coisa mais lógica do mundo. "A dívida é grande. E eles não tinham como pagar."

"Então você me pega? É assim que você faz negócios? Sequestrando pessoas inocentes?" Nyonya deu um passo à frente, desafiando-o com o olhar. "Eu sou uma estudante! Eu não tenho nada a ver com isso!"

Um brilho quase imperceptível passou pelos olhos de Keizo, algo que Nyonya não conseguiu decifrar. "Você é a garantia. A partir de agora, você está sob minha proteção. E sob minhas regras." Ele se aproximou, e Nyonya sentiu o calor de sua presença, uma mistura de poder e um perigo latente que a fez recuar um passo. "Você não é inocente quando sua família se associa com a minha organização. E sim, Nyonya, é assim que eu faço negócios. E você é minha propriedade agora."

A última frase foi dita com uma finalidade que cortou o ar. Nyonya sentiu um arrepio. Ele não estava brincando. Essa não era uma negociação. Era uma sentença. Mas mesmo diante da frieza de Keizo, a chama de sua resistência não se apagou. Ela o encarou de volta, os olhos cor de mel fixos nos dele, uma promessa silenciosa de que, não importa o que acontecesse, ela nunca o obedeceria. O cativeiro podia ser de ouro, mas sua vontade era de ferro. E o jogo de poder estava apenas começando.

Capítulo 3: A Rotina Dourada e o Fio da Navalha

Os dias na mansão de Keizo se arrastavam em um ciclo monótono e surreal. Nyonya acordava em uma cama de seda, envolta em um luxo que contrastava violentamente com a sua alma aprisionada. A cada manhã, ela se forçava a olhar para o espelho, buscando vestígios da estudante destemida que era, antes de se tornar a "propriedade" de um chefe da máfia. Seus olhos cor de mel, que antes brilhavam com curiosidade e determinação, agora carregavam um brilho de desafio e uma tristeza velada.

A rotina era imposta de forma sutil, mas inquebrável. Refeições eram servidas em horários fixos, trazidas por empregados silenciosos que evitavam contato visual, como se temessem a presença dela ou a ira de Keizo. A comida era excelente, gourmet, mas Nyonya a comia com um nó na garganta, sentindo-se um animal de estimação de luxo. Ela tinha acesso a todo o quarto, ao banheiro suntuoso, e até mesmo a uma biblioteca que exibia volumes raros, mas as portas para o mundo exterior permaneciam trancadas, suas janelas de vista deslumbrante revelando apenas o perímetro patrulhado pelos seguranças de Keizo. Marco, o brutamontes da noite do sequestro, era uma sombra constante, aparecendo ocasionalmente na porta para se certificar de que ela estava "bem" – uma palavra que Nyonya amargamente considerava um eufemismo para "ainda sob controle".

A maior parte do seu tempo era consumida pela busca incessante por uma brecha, uma falha na segurança, qualquer caminho para a liberdade. Ela inspecionava as paredes, os móveis, as maçanetas, os cantos mais remotos do quarto, com a esperança desesperada de encontrar uma rota de fuga. Seus dias de estudo em arquitetura gótica, que exigiam precisão e lógica, agora eram aplicados à sua própria prisão. Ela testava a porta repetidamente, pressionava as janelas, até mesmo considerava a possibilidade de improvisar uma corda com os lençóis de seda – uma ideia rapidamente descartada pela altura do andar e a visibilidade para os seguranças.

Keizo aparecia uma ou duas vezes ao dia. Não para ter uma conversa amigável, mas para reafirmar seu domínio e testar a resistência dela. Ele nunca batia; apenas entrava, como se tivesse o direito absoluto de invadir seu espaço, mesmo que esse espaço fosse uma prisão. Ela sempre o encontrava lendo um livro na biblioteca, ou trabalhando em seu escritório, ostentando sua fachada de CEO. Ele parecia ter tempo de sobra, uma calma que a irritava até o âmago.

Em uma dessas visitas, Keizo a encontrou lendo um dos livros da biblioteca, um clássico da literatura russa. Ele a observou em silêncio por um longo momento, e Nyonya sentiu seu olhar perfurar sua pele, a presença dele preenchendo o cômodo.

"Vejo que encontrou algo para ocupar sua mente", ele disse, a voz monótona, sem emoção.

Nyonya levantou os olhos do livro, um brilho desafiador neles. "Estudar é o que faço. Não é porque estou presa que vou parar de pensar."

Um canto de seus lábios se curvou, um leve e quase imperceptível sinal de... o quê? Divertimento? "Inteligência é uma arma, Nyonya. Mas também pode ser uma fraqueza, se mal empregada." Ele deu um passo à frente, e ela sentiu a tensão no ar aumentar. "Você continua com a ideia de que pode me desafiar, não é?"

"Eu não sou sua propriedade", ela repetiu, a frase se tornando seu mantra silencioso. "Nunca serei."

Os olhos escuros de Keizo se estreitaram ligeiramente. "Você pode não gostar da palavra, mas é a realidade. Seus pais me deviam. E você é o pagamento. Um pagamento... peculiar, eu concedo." Havia algo em seu tom, uma nuance que Nyonya não conseguiu decifrar, algo que não era apenas ameaça.

"Peculiar? Você me roubou da minha vida! Do meu futuro!" A voz de Nyonya se elevou, sua raiva e frustração se derramando. "Eles eram meus pais! Você não tinha o direito!"

Keizo deu mais um passo, diminuindo a distância entre eles. "Direito? Eu faço minhas próprias leis, Nyonya. E a lei da dívida é absoluta. Seus pais escolheram o caminho. Eu apenas cobro o preço." Ele parou a poucos centímetros dela, e Nyonya precisou levantar o queixo para encará-lo, sentindo o calor do corpo dele, o cheiro de sua colônia amadeirada, que era ao mesmo tempo atraente e assustador. Ele era um fio da navalha, perigoso e fascinante.

"E o que você vai fazer comigo?", ela perguntou, a voz mais baixa agora, mas carregada de desafio. "Me manter presa para sempre? Até quando?"

Um sorriso de escárnio surgiu no rosto de Keizo, um sorriso que não alcançava seus olhos. "Para sempre é uma palavra forte. Eu pretendo que você seja... útil. Útil para os meus propósitos. E até lá, você estará aqui. Em segurança. Protegida de tudo lá fora." Havia um tom irônico em "protegida", como se a maior ameaça para ela fosse o próprio Keizo.

"Eu não quero sua 'proteção'!", ela retrucou, o desprezo evidente em sua voz. "Quero minha liberdade!"

"Liberdade é um luxo que poucos podem pagar, Nyonya", ele respondeu, seus olhos varrendo o rosto dela, detendo-se nos seus lábios. A tensão no ar era quase palpável, uma eletricidade perigosa entre eles. "E você, no momento, tem uma dívida a ser paga." Ele se virou, encerrando a conversa de forma abrupta, e caminhou para a porta.

Antes de sair, ele parou e se virou novamente. "Há roupas no closet. São novas. Vista-as. E esteja pronta para o jantar. Você vai jantar comigo esta noite."

O tom de Keizo era uma ordem, não um convite. Nyonya sentiu um arrepio. Jantar com ele? Era um teste? Uma demonstração de poder? Ou algo mais? Ela sabia que não seria uma refeição tranquila. Seria mais uma batalha, um novo desafio em seu cativeiro dourado. Ela observou a porta se fechar atrás dele, o clique seco do trinco ecoando em seus ouvidos. A resistência era o único escudo que lhe restava.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!