“Sob o Mesmo Teto”
01•Sinopse
Gael
Gael Garcia: 26 anos, sonhador, gentil, com um passado difícil. Apesar das lutas, mantém o coração cheio de esperança.
Estevão
Estevão: 34 anos, empresário sério e reservado. Viúvo há dois anos, carrega culpa pela morte do esposo.
Romeu
Romeu: 3 anos, esperto e doce. Ainda sente falta do mãe, mas encontra em Gael uma figura maternal.
Sinopse: Gael, é um jovem dedicado que trabalha como babá para sustentar a mãe doente, é contratada por Estevão, um viúvo bem-sucedido e distante emocionalmente, para cuidar do seu filho de três anos, Romeu. O que começa como uma relação profissional vai se transformando lentamente à medida que o carinho pelo menino cria laços inesperados entre os dois adultos. Mas entre os sentimentos que florescem estão segredos, cicatrizes do passado e barreiras sociais que ameaçam separar o que o destino insiste em unir.
🪷Enredo Resumido:
Início:
Gael aceita o emprego na casa de Estevão, um homem frio e distante que foca apenas no trabalho. Romeu é tímido, quase não fala, e rejeita a maioria das babás. Mas algo em Gael o faz se abrir.
Desenvolvimento:
Com o tempo, a presença de Gael suaviza a casa. Ele canta, conta histórias, prepara pequenos almoços com bilhetes doces — e Estevão começa a reparar não só na leveza que ele traz, mas também nele. Ele reluta, por medo de se apegar de novo. Já Gael luta contra o sentimento, por respeito ao emprego e à memória do falecido esposo.
Clímax:
Após uma crise de saúde de Romeu, Estevão e Gael se aproximam profundamente. Uma noite, compartilham confidências e quase se beijam — mas recuam. Estevão se afasta, assustado com o que sente, e decide demitir Gael, alegando que “não é certo”. Isso parte o coração dele, e também do Romeu.
Desfecho:
Ao perceber que afastá-lo não apagou os seus sentimentos. Estevão procura Gael. Mas ele já aceitou um novo trabalho em outra cidade. Em uma última tentativa, ele aparece com o Romeu no meio de uma tarde chuvosa, dizendo que “a casa nunca mais teve cor desde que ele saiu”.
Última cena:
Gael se ajoelha para abraçar o Romeu, os olhos marejados. Estevão segura sua mão. “Fica. Por nós.” E então, um beijo sutil sela o começo de um novo lar.
Capítulo 1 – A Porta que Se Abre
Chuva caía fina naquela manhã de segunda-feira. Gael apertou a alça da bolsa contra o ombro e respirou fundo diante do portão imponente da casa 107, no bairro nobre da cidade. Seu reflexo no vidro do interfone mostrava olheiras e uma expressão cansado, mas também a esperança de quem não podia errar.
Ele tocou o botão com dedos trêmulos.
Estevão
— Alô? — a voz masculina soou firme no interfone.
Gael
— Bom dia, senhor Estevão. Sou Gael… o nova babá.
Houve uma pausa. Um clique metálico. E o portão se abriu.
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A casa era silenciosa, espaçosa, quase fria. Não pelas cores ou móveis, mas pela ausência de vida. Gael percebeu isso logo ao pisar no tapete da entrada. Não havia brinquedos espalhados, nem risos vindos dos quartos. Só o tic-tac distante de um relógio caro.
Estevão surgiu no alto da escada, vestindo uma camisa branca impecável e um olhar calculado.
Estevão
— Seja bem-vindo. Romeu está no quarto. A babá anterior saiu há dois dias. — Ele falou sem sorrir.
Gael assentiu, tentando esconder o nervosismo.
Gael
— Obrigado. Prometo que vou cuidar bem dele.
Estevão
— Espero que sim. Ele… tem dificuldade com mudanças.
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Romeu estava encolhido num cantinho do quarto azul bebê, abraçando um coelhinho de pelúcia de orelhas gastas. Tinha grandes olhos castanhos e um olhar desconfiado.
Gael se agachou devagar, à distância.
Gael
— Oi, Romeu. Eu sou a gael. Gosto de chá de mentirinha e histórias de dragões bobos. E você?
Silêncio.
O menino apenas o observava.
Gael
— Tudo bem — gael sorriu, doce. — A gente pode começar sem pressa.
Ele sentou no chão, tirou da bolsa um livrinho ilustrado e começou a ler em voz alta. Sem pedir, sem forçar. Página após página. E quando virou para ver Romeu, o menino já havia se aproximado um pouco mais.
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🖋️ Diário de gael – 3 de maio
> "A casa é linda, mas parece vazia por dentro. O Sr. Estevão é educado, mas frio — como se tudo nele estivesse congelado desde algum momento do passado. Romeu… é um botão de flor fechado. Não sei quanto tempo vou ficar, mas quero deixar algo de bom aqui, nem que seja um sorriso."
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Naquela noite, Estevão o observou de longe pela porta entreaberta da sala de brinquedos. Romeu ria. Ria mesmo. Gael fazia vozes engraçadas, usando um polvo de pelúcia como chapéu.
Ele não via o filho sorrir daquele jeito há muito tempo.
E, por um instante, algo dentro dele também se moveu. Como uma rachadura no gelo.
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Capítulo 2 – Pequenas Mudanças
O segundo dia começou com um gesto simples.
Gael acordou cedo, fez panquecas e cortou morangos em formato de corações. Arrumou tudo em um prato pequeno e deixou um bilhete colorido ao lado:
Gael
> "Bom dia, Romeu. Que sua barriguinha fique feliz hoje. — gael ☀️"
O menino apareceu na cozinha de pijama, os olhos ainda sonolentos. Leu o bilhete devagar, depois olhou para gael.
Romeu
— Você desenhou um sol?
Gael
— Sim, porque hoje o seu dia vai ser cheio de luz.
Romeu sorriu. Não respondeu, mas sentou-se à mesa sem hesitar. Estevão observava tudo da porta, como se assistisse a uma peça que não era para ele.
Estevão
— ele não costuma comer de manhã — comentou, surpreso.
Gael
— Crianças não costumam confiar de primeira — gael respondeu, gentilmente. — Mas a gente aprende a esperar.
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As manhãs passaram a ter mais cor. Bilhetes no espelho. Desenhos colados na geladeira. Uma música leve saindo do rádio da cozinha. Romeu desenhava com mais vontade. E falava mais. Até cantava.
Estevão chegava do trabalho e encontrava seu filho com as bochechas coradas, os cabelos bagunçados de tanto brincar. E gael… com um avental florido, as mãos manchadas de tinta guache e um sorriso tranquilo.
Ele, no entanto, permanecia na retaguarda. Observando. Em silêncio.
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🖋️ Diário de gael – 9 de maio
> "Romeu está se abrindo como uma flor ao sol. Ele me abraçou hoje pela primeira vez. Disse que meu abraço tem cheiro de domingo. Não sei o que exatamente isso quer dizer, mas foi a coisa mais linda que ouvi nos últimos tempos."
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📓 Notas soltas de Estevão – não datadas, não mostradas a ninguém
> "Ele canta. Às vezes desafinado. E ainda assim a casa parece respirar melhor quando a voz dele enche os cômodos.
Romeu corre para abraço- lo como não fazia nem comigo.
Isso me acalma. E me assusta."
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Numa sexta-feira chuvosa, Romeu teve febre. O pequeno tremia, com os olhos marejados.
Romeu
— Papai… não vai embora — pediu ele, num sussurro.
Estevão estava pronto para sair. Mas parou.
Gael já estava ajoelhada ao lado da cama, mãos na testa do menino, expressão serena e firme.
Gael
— Vai ficar tudo bem, pequeno. Estou aqui
Estevão sentou-se do outro lado da cama, segurando a mão do filho. Pela primeira vez em muito tempo, ele e gael estavam lado a lado. Ambos cuidando de alguém. Ambos em silêncio.
Um silêncio cheio de significado.
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🖋️ Diário de gael – 12 de maio
> "Hoje, vi o Sr. Estevão diferente. Não sei dizer se foi o jeito que ele olhou para o Romeu, ou se foi a forma como nossas mãos quase se tocaram sobre os lençóis. Mas havia ternura. E medo. Acho que ele carrega os dois dentro do peito.
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