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Amor Proibido nas Sombras da Riqueza

Cap 1: Sombras de um Olhar

A mansão dos Albuquerque erguia-se como um monumento de opulência no coração da cidade. Seus muros de pedra branca refletiam a luz do sol poente, enquanto as janelas amplas revelavam o brilho de lustres de cristal. Erick Albuquerque, herdeiro de uma fortuna construída em investimentos imobiliários, atravessava o salão principal com passos confiantes, o celular colado ao ouvido. Aos 28 anos, ele era a personificação do charme: alto, com cabelos castanhos levemente bagunçados e olhos verdes que pareciam esconder um segredo que nem ele mesmo conhecia.

— Sim, fechamos o contrato. Não, não vou ceder no preço. Eles querem o terreno, vão pagar o que pedi — dizia ele, a voz firme, mas com um toque de impaciência. Desligou o telefone e jogou-se no sofá de couro, esfregando as têmporas. O peso de ser o herdeiro de um império às vezes o sufocava, mas ele sabia disfarçar bem.

Do outro lado da sala, Violeta limpava o aparador de mogno com um pano úmido, os movimentos precisos, quase mecânicos. Seus cabelos negros, presos em um coque simples, deixavam à mostra o pescoço delicado, e os olhos castanhos, sempre tão atentos, desviavam-se rapidamente toda vez que Erick entrava no ambiente. Aos 23 anos, ela trabalhava na mansão desde adolescente, ajudando a mãe, Dona Rosa, a empregada-chefe que servia os Albuquerque há duas décadas. Violeta era invisível para a maioria dos que frequentavam aquela casa — exceto para si mesma, que carregava um segredo perigoso: o coração acelerava toda vez que Erick passava por ela.

— Violeta, você terminou o salão? — A voz de Dona Rosa ecoou da cozinha, quebrando o silêncio.

— Quase, mãe. Só falta polir o espelho — respondeu Violeta, a voz suave, mas firme. Ela lançou um olhar rápido para Erick, que agora folheava uma revista, alheio à presença dela. O coração dela deu um salto, mas ela reprimiu o sentimento, como sempre fazia. Ele era intocável. Um abismo os separava — não apenas de riqueza, mas de mundos.

Enquanto isso, no andar superior, Dona Karen, a matriarca dos Albuquerque, ajustava o colar de pérolas no pescoço, admirando-se no espelho de sua suíte. Aos 50 anos, Karen mantinha uma elegância fria, com cabelos loiros impecavelmente penteados e um olhar que cortava como lâmina. Para ela, a ordem natural das coisas era clara: ricos com ricos, pobres com pobres. Qualquer desvio dessa regra era uma afronta. Ela desceu as escadas com a graça de quem sabe que todos os olhos se voltam para ela, mesmo que, naquele momento, só Violeta e Erick estivessem no salão.

— Erick, querido, você já confirmou o jantar com os Martins amanhã? — perguntou Karen, ignorando completamente a presença de Violeta.

Erick ergueu os olhos da revista, um sorriso educado no rosto. — Sim, mãe. Tudo certo. Será no La Belle às oito.

— Ótimo. Eles são uma família importante. Quem sabe não surge uma boa... conexão? — disse Karen, com um tom sugestivo que fez Erick revirar os olhos discretamente. Ele sabia que a mãe sonhava com um casamento estratégico, de preferência com a filha dos Martins, uma jovem que ele achava insuportavelmente superficial.

Violeta, ainda polindo o espelho, ouviu o comentário de Karen e sentiu uma pontada no peito. Não era novidade. Dona Karen sempre falava de casamentos e alianças como se fossem negócios, e Violeta sabia que, para ela, alguém como a filha de uma empregada jamais seria considerada digna de Erick. Mesmo assim, cada palavra de Karen parecia reforçar o quanto seu amor por ele era impossível.

Quando Karen saiu do salão, Violeta deixou escapar um suspiro que não percebeu que estava segurando. Erick, pela primeira vez naquele dia, notou o som. Ele levantou o olhar, curioso, e seus olhos encontraram os dela por uma fração de segundo. Violeta corou imediatamente, desviando o rosto e voltando ao trabalho com mais afinco. Erick franziu o cenho, intrigado. Havia algo naquele olhar — uma intensidade que ele não conseguia decifrar. Mas, como sempre, a vida corrida o puxou de volta. Ele pegou o celular e se levantou, saindo do salão sem dizer uma palavra.

Violeta ficou ali, com o pano na mão, o coração batendo descompassado. Ela sabia que era loucura, mas cada pequeno momento como aquele alimentava a chama que ela tentava, em vão, apagar. Enquanto isso, no fundo da casa, Dona Rosa observava a filha de longe, com um misto de preocupação e ternura. Ela conhecia aquele olhar. E temia o que ele poderia trazer.

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Cap 2: Um Toque de Coragem

O sol da manhã banhava a mansão Albuquerque com uma luz dourada, infiltrando-se pelas cortinas de linho do salão de jantar. Violeta arrumava a mesa para o café da manhã, alinhando os talheres de prata com uma precisão que escondia o turbilhão em seu peito. Desde o breve encontro de olhares com Erick no dia anterior, ela não conseguia parar de pensar nele. Cada gesto, cada palavra casual que ele dizia, parecia ganhar um peso que a fazia questionar sua própria sanidade. “É só um olhar”, repetia a si mesma, tentando apagar a esperança que insistia em crescer.

Na cozinha, Dona Rosa cortava frutas com a eficiência de anos de prática, mas seus olhos vigilantes não deixavam Violeta. — Você tá quieta demais hoje, menina. Tá tudo bem? — perguntou, o tom carregado de uma preocupação que Violeta conhecia bem.

— Tô sim, mãe. Só pensando no trabalho — respondeu Violeta, forçando um sorriso. Ela sabia que a mãe desconfiava de algo, mas não ousaria confessar o que sentia. Não ainda.

Enquanto isso, Erick descia as escadas, o cabelo ainda úmido do banho, vestindo uma camisa social azul que destacava seus olhos verdes. Ele entrou no salão de jantar e, por um instante, seus olhos cruzaram com os de Violeta novamente. Dessa vez, ela não desviou o olhar tão rápido. Havia algo diferente nela hoje — uma ousadia sutil, como se estivesse testando os limites de sua própria coragem. Erick hesitou, sentindo um leve desconforto, não por ela, mas pela sensação estranha que aquele olhar provocava.

— Bom dia, Violeta — disse ele, quase por reflexo, surpreendendo a si mesmo. Era raro ele dirigir-se diretamente a ela.

Violeta congelou por um segundo, o coração disparando. — Bom dia, senhor Erick — respondeu, a voz quase um sussurro, enquanto colocava a jarra de suco na mesa. O “senhor” soava forçado, um lembrete da distância que os separava, mas o tom dela carregava uma suavidade que fez Erick inclinar a cabeça, curioso.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Dona Karen entrou no salão, o perfume caro precedendo sua presença. — Erick, você já revisou os papéis do contrato com os Martins? Não quero que nada saia errado hoje à noite — disse ela, sem nem ao menos notar Violeta, que se afastou discretamente para o canto da sala.

— Já está tudo sob controle, mãe — respondeu Erick, com um tom que misturava paciência e exaustão. Ele pegou um croissant da bandeja e se sentou, mas seus olhos, por um momento, seguiram Violeta enquanto ela saía para buscar mais guardanapos. Ele não sabia por que estava prestando atenção nela. Talvez fosse a maneira como ela se movia, com uma graça silenciosa, ou o jeito como seus olhos pareciam guardar histórias que ele nunca se preocupara em conhecer.

Na cozinha, Violeta apoiou as mãos na bancada, respirando fundo. — Meu Deus, o que tá acontecendo comigo? — murmurou para si mesma. A troca de palavras com Erick, por mais banal que fosse, parecia um terremoto em seu mundo. Ela sabia que era perigoso alimentar aqueles sentimentos, mas o coração não obedecia à razão.

Enquanto isso, no salão, Karen continuava falando sobre o jantar com os Martins, mas Erick estava apenas meio presente. Sua mente voltava àquele instante com Violeta. Havia algo nela que ele não conseguia definir — uma mistura de força e vulnerabilidade que o intrigava. Ele balançou a cabeça, tentando afastar o pensamento. “É só a filha da empregada”, disse a si mesmo, mas a frase soava vazia.

Mais tarde, no jardim dos fundos, Violeta varria as folhas caídas perto da piscina, um dos poucos momentos em que podia respirar sem sentir o peso da mansão. Ela ouviu passos e, ao virar, viu Erick se aproximando, com um copo de café na mão. Ele parecia descontraído, mas havia uma curiosidade em seu olhar.

— Você sempre trabalha tanto assim? — perguntou ele, quase como se quisesse preencher o silêncio.

Violeta parou, surpresa com a pergunta. — É o que faço, senhor Erick. Alguém precisa manter isso aqui em ordem — respondeu, com um leve sorriso que escondia o nervosismo.

Ele riu, um som leve que a fez corar. — É, acho que sim. Mas você já pensou em fazer outra coisa? Algo... sei lá, maior?

A pergunta pegou Violeta desprevenida. Ninguém nunca havia perguntado sobre seus sonhos. Ela hesitou, segurando a vassoura com mais força. — Às vezes. Mas a vida não é tão simples assim, né?

Erick a olhou por um momento, como se tentasse enxergar além das palavras. — Talvez não — disse, antes de tomar um gole de café e se afastar, deixando Violeta com o coração acelerado e uma pergunta que ecoava em sua mente: por que ele estava falando com ela?

Naquele instante, escondida atrás de uma das janelas do segundo andar, Dona Karen observava a cena. Seus lábios se apertaram em uma linha fina. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas algo naquela interação a incomodava. Por enquanto, era apenas uma sombra de desconfiança. Mas Karen nunca deixava nada passar despercebido.

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Cap 3: Fagulhas no Silêncio

O crepúsculo tingia o céu de tons alaranjados enquanto a mansão Albuquerque se preparava para o jantar com os Martins. O salão de jantar, agora impecável graças ao trabalho incansável de Violeta e Dona Rosa, exibia uma mesa decorada com toalha de linho branco, taças de cristal e arranjos de orquídeas que pareciam gritar riqueza. Violeta, vestida com o uniforme impecável de empregada — avental preto sobre uma blusa branca —, movia-se como uma sombra, garantindo que cada detalhe estivesse perfeito. Mas sua mente estava longe, ainda presa à conversa inesperada com Erick no jardim naquela manhã.

Aquele momento, tão breve, havia plantado uma semente de esperança que ela lutava para arrancar. “Ele só foi educado”, pensava, tentando se convencer. Mas o jeito como ele a olhou, com uma curiosidade que parecia genuína, fazia seu coração teimar em sonhar.

Na cozinha, Dona Rosa notou a filha mais distraída que o usual. — Violeta, cuidado com essas taças, menina! Se quebrar uma, Dona Karen vai ter um ataque — alertou, enquanto temperava o molho para o prato principal.

— Desculpa, mãe — respondeu Violeta, voltando ao presente. Ela segurou a taça com mais firmeza, mas seus olhos traíam a inquietação. Rosa franziu o cenho, mas não disse nada. Conhecia a filha o suficiente para saber que algo a estava consumindo.

No andar de cima, Erick ajustava a gravata diante do espelho de seu quarto. O terno azul-escuro, feito sob medida, caía perfeitamente em seus ombros largos. Ele não estava animado para o jantar. Os Martins eram aliados comerciais importantes, mas a filha deles, Clara, era um teste de paciência. Dona Karen, no entanto, via no jantar uma oportunidade de “consolidar laços”, o que Erick sabia que significava “arranjar um casamento vantajoso”. Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo. Por algum motivo, sua mente voltou à imagem de Violeta no jardim, ao jeito como ela respondeu sua pergunta com uma mistura de timidez e ousadia. Havia algo nela que o fazia querer saber mais.

No salão, os Martins chegaram pontualmente, trazendo consigo o ar de quem sabe o poder que carrega. Clara, com um vestido vermelho que gritava por atenção, sorriu para Erick assim que o viu descer as escadas. — Erick, que prazer te ver! — disse ela, com uma doçura ensaiada que o fez disfarçar uma careta com um sorriso educado.

— O prazer é meu, Clara — respondeu ele, apertando a mão dela com cortesia fria. Karen, ao lado, observava com aprovação, alheia ao desconforto do filho.

Enquanto o jantar começava, Violeta servia os pratos com uma discrição treinada, movendo-se entre os convidados como se fosse invisível. Mas, para Erick, ela não era. Ele a observava de relance, notando como suas mãos tremiam levemente ao colocar o prato de sopa à sua frente. Seus olhos se encontraram por um instante, e Violeta corou, desviando o olhar rapidamente. Erick sentiu um calor estranho subir pelo peito, algo que ele não conseguia nomear.

— Erick, querido, conte aos Martins sobre o novo projeto no litoral — sugeriu Karen, puxando a atenção dele de volta à mesa.

Ele pigarreou, forçando-se a focar. — Claro. Estamos desenvolvendo um complexo residencial de alto padrão. Os investidores estão animados — começou, entrando no modo automático de negócios. Mas, enquanto falava, sua mente vagava. Por que Violeta parecia tão nervosa? E por que ele estava tão atento a ela?

Clara, percebendo a distração de Erick, inclinou-se para ele, o sorriso provocador. — Você deve estar tão ocupado, Erick. Mas espero que sobre tempo pra... diversão, não é? — disse, com um tom que insinuava mais do que deveria.

Violeta, que estava recolhendo pratos vazios, ouviu o comentário e sentiu uma pontada de ciúmes que a pegou desprevenida. Ela se repreendeu mentalmente. “Você não tem direito de sentir isso”, pensou, mas o aperto no peito não obedecia.

Mais tarde, quando os convidados já haviam passado para a sobremesa, Violeta voltou à cozinha para buscar o café. Erick, pretextando uma ligação, saiu do salão e, por impulso, seguiu pelo corredor até a área de serviço. Ele a encontrou ali, sozinha, enchendo a cafeteira com mãos que ainda tremiam.

— Tudo bem? — perguntou ele, a voz baixa, quase hesitante.

Violeta virou-se, surpresa, quase derrubando a cafeteira. — Senhor Erick! Eu... sim, tudo bem — gaguejou, o rosto quente. — Só estou terminando aqui.

Ele deu um passo à frente, encostando-se na bancada. — Você parece nervosa. Alguma coisa errada?

A pergunta era tão direta que Violeta não soube o que responder. Seus olhos encontraram os dele, e por um momento, o mundo pareceu parar. Havia uma intensidade naquele olhar que a fazia querer contar tudo — seus sonhos, seus medos, o que sentia por ele. Mas ela se conteve. — Não, senhor. Só o trabalho — mentiu, baixando os olhos.

Erick franziu o cenho, sentindo que havia mais ali. — Você não precisa me chamar de “senhor”. Só Erick tá bom — disse, com um meio sorriso que a desarmou.

Antes que Violeta pudesse responder, a voz de Karen cortou o ar. — Erick? O que você está fazendo aqui? — Ela estava na porta da cozinha, o olhar afiado passando de Erick para Violeta. — Os Martins estão esperando o café.

— Já estou indo, mãe — respondeu Erick, com um tom que escondia uma leve irritação. Ele olhou para Violeta mais uma vez antes de sair, deixando-a com o coração disparado e uma sensação de que algo estava mudando.

Karen, no entanto, ficou parada por um segundo, os olhos fixos em Violeta. Não disse nada, mas seu silêncio era pesado, como uma promessa de que aquela cena não passaria despercebida.

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