「赤は愛を意味する」 – Vermelho Significa Amor
A cidade de Takayama nunca foi silenciosa de verdade.
Entre o vento frio que desce das montanhas e o sussurro das árvores, há algo… ouvindo.
E olhando.
Sempre olhando.
Seong Osawa, um garoto gentil mas marcado por medos que ninguém entende, começa a ver flores vermelhas brotando em lugares onde ninguém mais as nota. Higanbanas, as flores do outro lado da vida. E, junto delas, sussurros que o chamam pelo nome.
Ryusei Tsuchiya, um ano mais velho, parece ser o único que acredita nele — ou talvez seja o único que sabe a verdade. Ele já viu essas flores antes. Ele já perdeu alguém por causa delas.
E, agora, ele teme que Seong seja o próximo.
Mas…
Entre a culpa e o medo, um sentimento nasce. Um amor desesperado, vermelho como o sangue.
E quanto mais forte o amor, mais flores surgem.
Em Takayama, dizem que o amor pode matar.
Mas o que é pior? Amar e sangrar junto… ou ficar sozinho e sobreviver?
Personagens 🩸
SEONG OSAWA
Nome: Seong Osawa
Kanji: 小沢 セオン
Leitura: おざわ セオン (Osawa Seong)
Idade: 16 anos
Aniversário: 14 de março
Signo: Peixes
Tipo sanguíneo: O
Altura: 1,77m
Cor favorita: Azul acinzentado, como o céu antes da chuva
Aroma que lembra ele: Ferro (cheiro metálico de sangue) e chuva fria
Comida favorita: Sopa de algas que a mãe faz
Hobby: Pintar no clube de arte, guardar pétalas secas em cadernos, observar as janelas da vizinhança em silêncio
Medo: Que ninguém acredite nele e o chamem de “louco”
RYUSEI TSUCHIYA
Nome: Ryusei Tsuchiya
Kanji: 土屋 流星
Leitura: つちや りゅうせい (Tsuchiya Ryusei)
Idade: 17 anos
Aniversário: 9 de janeiro
Signo: Capricórnio
Tipo sanguíneo: A+
Altura: 1,85m
Cor favorita: Vermelho queimado
Aroma que lembra ele: Fumaça de lenha e tecido úmido
Comida favorita: Chá quente com bolinhos de arroz
Hobby: Caminhar à noite para “esvaziar a cabeça”, observar estrelas, enfaixar as mãos (mesmo sem machucá-las)
Medo: Que alguém morra por causa dele de novo
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Oque são as flores? 🩸
As flores vermelhas (higanbana) realmente existem fisicamente na cidade.
Elas nascem em locais onde houve mortes violentas ou onde sentimentos de amor desesperado, arrependimento ou culpa extrema foram intensos no momento da morte.
Quanto mais forte a emoção, mais flores brotam.
Quem pode ver?
Todos podem ver as flores normais.
A cidade inteira as teme, e elas são vistas como um presságio de morte.
Alguns moradores acreditam que arrancá-las ou queimá-las pode afastar a maldição; outros colocam talismãs ou evitam passar perto delas.
Seong Osawa vê “mais” do que os outros.
Para ele, as flores pingam sangue de verdade.
Ele vê flores onde ninguém mais vê (às vezes crescendo em pessoas vivas).
Algumas parecem sussurrar ou se mexer em direção a ele.
Isso indica que ele está sendo “marcado” pela maldição.
Ryusei Tsuchiya sente, mas tenta ignorar.
Ele já foi marcado no passado, então sente calafrios e o cheiro metálico de sangue sempre que está perto das flores.
Em momentos de tensão extrema, ele também pode começar a vê-las como Seong vê, mostrando que a maldição pode estar voltando para ele.
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Se você chegou até aqui, seja bem-vinde à minha nova história no NovelToon.
"Vermelho Significa Amor" é um BL com tons de terror psicológico, romance triste e uma atmosfera sufocante.
Acompanhe Seong Osawa, um garoto que ver flores vermelhas brotando de cadáveres e lugares sussurrando seu nome, e Ryusei Tsuchiya, alguém que já sobreviveu a essa maldição antes — mas perdeu tudo que amava no processo.
Esse não é um romance leve.
É uma história sobre culpa, amor e obsessão. Sobre até onde alguém pode ir para proteger quem ama — mesmo que esse amor seja o que mais os destrua.
— Com carinho,
Ryuu💔🌹
As flores sempre estiveram aqui.
Ou, pelo menos, é o que parece. Elas brotam de um dia para o outro, como se estivessem apenas esperando o momento certo para aparecer. Em Takayama, todo mundo tenta ignorá-las, mas ninguém consegue de verdade.
Elas são higanbanas vermelhas. E flores assim não deveriam crescer em todos os lugares.
O ar da manhã estava frio e úmido quando abri a porta do meu quarto. A madeira estalou sob meus pés, e o cheiro leve de chá verde se espalhava do corredor. A chaleira fervia na cozinha, o vapor subindo em silêncio.
— Seong? — a voz da minha mãe ecoou baixa.
— Estou indo para a escola.
Nenhuma resposta. Talvez ela estivesse ocupada, ou talvez simplesmente não soubesse o que dizer.
No genkan, curvei-me diante do pequeno altar onde meu pai sempre deixava flores para os antepassados. Hoje, as flores eram higanbanas vermelhas. Vermelhas demais. Eu não me lembrava delas ontem.
Abaixei-me. Toquei uma pétala. O orvalho era morno. Cheiro metálico.
Engoli em seco e saí.
As ruas de Takayama estavam cobertas por uma neblina densa, descendo das montanhas como um manto branco. As casas de madeira antiga, com telhados de cerâmica escura, pareciam deformadas atrás da névoa. As senhoras varriam as calçadas com vassouras de bambu, e o som do atrito seco com as pedras ecoava alto demais na manhã silenciosa.
— Mais flores? — ouvi uma delas cochichar, inclinando-se para a amiga.
— É azar… dizem que elas aparecem onde alguém morre.
Fingi que não ouvi, mas meu peito apertou.
Passei pela rua antiga comercial. As cortinas noren balançavam no vento, e os donos das lojinhas falavam baixo, como se tivessem medo de serem ouvidos.
— Elas cresceram na ponte também.
— De novo?… Isso não é normal.
Todos sabiam que não era normal. Higanbanas não crescem assim, em pleno concreto, entre as rachaduras das pedras. Mas ninguém comentava muito. Em Hanamori, falar demais sobre as flores era pedir para que algo ruim acontecesse com você também.
E havia flores. Sempre flores.
Num canto de viela, novas higanbanas brotavam, vermelhas como carne aberta. Abaixei-me para observá-las. O orvalho escorria das pétalas, mas uma gota caiu no chão, espessa e escura. Sangue.
Foi então que ouvi.
— Você não vai escapar…
O sussurro foi tão próximo que senti o ar gelado bater na minha orelha. Levantei-me de repente, o coração disparando, e olhei para os lados. Ninguém. Só a neblina.
Apressei o passo. A cada esquina, ouvia passos atrás de mim, mas sempre que virava, a rua estava vazia.
Quando cheguei na ponte de pedra, o rio corria silencioso, refletindo o céu cinzento. Flores brotavam alinhadas na beirada, como se alguém as tivesse plantado.
Apoiei as mãos na pedra fria e fiquei olhando.
Então senti.
Algo gelado segurou meu tornozelo.
Olhei para baixo, o coração disparado. Não havia nada — só minha calça molhada pela neblina.
Me afastei rápido, sentindo meu estômago se revirar.
O Colégio Hanamori parecia ainda mais velho naquele dia. O prédio de madeira escura rangia a cada passo, e o cheiro de tatames velhos misturava-se ao de giz.
Sentei no meu lugar perto da janela, observando o pátio.
Flores. Higanbanas tinham crescido perto do muro desde ontem.
— Já viu? — ouvi dois alunos cochichando. — Cresceram do nada… e logo ali, onde o cachorro morreu semana passada.
Eu me virei para a lousa, mas minhas mãos tremiam.
A aula passou lenta, abafada. Cada risada parecia distante, como se eu estivesse ouvindo debaixo d’água. Quando o sinal tocou, fui direto para o clube de arte.
O quarto do clube ficava num corredor afastado. Era pequeno, com paredes amareladas pelo tempo e teto manchado de umidade. O cheiro de tinta, papel e mofo era forte, mas me acalmava.
— Seong! — Hina kuroki sorriu ao me ver.
Seu cabelo preto estava preso em um rabo de cavalo, e ela se movia animada entre as telas espalhadas pelo tatame.
— Chegou cedo hoje!
Dei de ombros.
— Não consegui ficar na sala.
— Entendo… — ela sorriu, pegando um pincel. — O mundo fica mais bonito quando você pinta, né?
Sentei-me diante de uma tela em branco. Peguei o pincel. Eu queria pintar outra coisa, mas… minha mão se moveu sozinha.
Quando percebi, estava pintando flores. Higanbanas. Pétalas curvas, vermelhas, escorrendo tinta grossa, como se sangrassem.
— Nossa… — Hina se aproximou. — Está lindo, mas… meio assustador.
Larguei o pincel. Eu nunca queria pintar isso. Elas apenas… apareciam.
Foi quando ouvi a porta deslizar.
Um garoto entrou. Cabelos rosa queimado, olhar calmo demais.
— Desculpem… — sua voz era grave e serena. —Posso ficar aqui um pouco?
Hina assentiu sorrindo. Eu fiquei em silêncio.
Nossos olhares se encontraram.
E então senti.
O cheiro metálico do sangue encheu o quarto.
Ele sentou-se num canto, quieto, olhando para a janela. O silêncio era tão denso que só o som da chuva batendo no vidro se ouvia.
Olhei para a minha pintura. As flores na tela… tremiam.
E, no fundo da minha mente, uma voz sussurrou:
— Ele vai te levar também.
A chuva engrossou quando voltei para casa. As ruas estavam vazias, e o som das minhas passadas parecia mais alto na neblina.
Passei pela ponte outra vez. As flores que estavam pequenas de manhã agora pareciam mais altas. Duas senhoras observavam de longe, cochichando algo que não consegui entender.
O ar ficou gelado de repente.
— Você também vai morrer logo…
A voz veio de todos os lados. Virei-me rápido. Nada.
Continuei andando, mais rápido. Às vezes, achava ver vultos entre as árvores, sempre me observando.
Quando cheguei em casa, estava encharcado. Descalcei os sapatos no genkan e subi direto para o quarto.
Sentei-me na cama, tentando respirar fundo.
Foi quando senti.
Algo gelado segurou meu pulso.
Olhei para o lado. Nada.
Mas eu sabia que havia algo ali.
E então as vozes voltaram, sussurrando em coro, como se estivessem coladas aos meus ouvidos:
— A culpa vai te consumir.
— Ele não vai sobreviver… e a culpa vai ser sua.
Tapei os ouvidos, mas os sussurros estavam dentro da minha cabeça.
Fechei os olhos com força. Quando os abri, achei ter visto… rostos sorrindo no canto do quarto. Rostos mortos.
E então percebi.
As flores estavam mais perto da minha janela.
>FIM DO CAPÍTULO 1
Acordei com o som da chuva batendo no telhado. O céu estava cinzento, e o vento fazia as janelas tremerem. Era como se o dia já tivesse acordado cansado, exausto, assim como eu.
Sentei-me na cama os cabelos bagunçados caindo sobre os olhos. O quarto estava gelado, e as flores que meu pai havia colocado no altar no corredor agora estavam murchas. Isso me deixou inquieto.
Abri porta e caminhei pelo corredor. O cheiro de miso e peixe seco vinha da cozinha, onde minha mãe mexia distraída numa panela.
Ela não me olhou.
— Seong, coma antes de sair.
— Não estou com fome.
— Você está ficando pálido demais. Vai desmaiar um dia desses.
Não respondi. Peguei a mochila e saí.
No genkan, troquei os chinelos pelos sapatos e, antes de abrir a porta, olhei para o portão do quintal. Mais flores. Três higanbanas novas haviam brotado durante a noite.
Respirei fundo. Cheiro metálico. O ar parecia mais denso do que ontem.
A rua estava estranhamente silenciosa, mesmo com as vassouras raspando as pedras. O vento trazia o cheiro forte de terra molhada misturado com algo azedo. Um grupo de senhoras cochichava do outro lado da rua, olhando em direção à casa do vizinho idoso.
— Encontraram ele caído na escada…
— Sangue demais para uma queda normal.
— E flores… flores brotando na entrada, como se tivessem esperado por ele.
Meu coração disparou.
Olhei para a casa. A escada de pedra que levava à entrada estava manchada de vermelho. O corpo já havia sido levado, mas o rastro de sangue ainda estava lá, escorrendo até as higanbanas que haviam crescido no portão. Era como se elas estivessem se alimentando do sangue.
Um homem que passava murmurou:
— Isso não é normal…
Abaixei o olhar, apertando a alça da mochila. Senti um arrepio subir pela espinha.
E então, por um momento, tive certeza de que vi uma mão ensanguentada tentando agarrar uma das flores.
Pisquei. Nada lá. Só o rastro vermelho escorrendo lentamente.
Foi então que as vozes vieram.
— Você deveria ter fugido…
— Você viu. Você sabe.
Tapei os ouvidos, fingindo que era o vento. Mas o vento não fala.
Apressei o passo em direção ao colégio.
O caminho até o colégio estava mais cheio do que o normal. As pessoas andavam rápido, evitando parar perto das flores que haviam surgido na rua. Algumas pareciam mais altas do que ontem, como se tivessem crescido durante a madrugada.
Cochichos me seguiam.
— Ele estava lá ontem, não estava?
— Ouvi dizer que ele sempre aparece onde as flores brotam primeiro…
— Isso é só coincidência, né?
Apertei o passo. Eles estavam falando de mim.
Passei pela ponte de pedra, e o rio estava mais turvo com a chuva. As flores estavam alinhadas na borda, como um tapete vermelho, molhadas e brilhantes. Duas crianças apontavam, curiosas, e a mãe delas as puxou rápido:
— Não encostem! É perigoso.
Tudo estava… errado.
O corredor do colégio estava mais silencioso do que nunca. As conversas eram sussurradas, e alguns alunos olhavam pela janela, para o pátio. Novas flores haviam aparecido lá também.
Quando entrei na sala, um grupo de alunos cochichou.
— Ele chegou.
— Olha a cara dele…
Fingi não ouvir. Sentei perto da janela.
E foi quando ele entrou. Ryusei Tsuchiya.
Seus cabelos rosa queimado estavam úmidos pela chuva, e ele caminhou com passos lentos, o olhar baixo, como se o barulho dos cochichos não o atingisse. Mas eu vi quando alguns alunos se afastaram, como se ele carregasse algo ruim.
Ele me olhou, de relance, e por um momento senti aquele cheiro metálico de novo.
Ele se sentou duas fileiras atrás.
Tentei me concentrar na aula, mas a sensação de estar sendo observado era sufocante. Às vezes, eu virava rápido, e Ryusei estava me olhando.
Quando o sinal tocou, fui direto para o clube de arte. Hina estava lá, mexendo nas tintas, mas até ela parecia inquieta.
— Você ouviu sobre o senhor Asahi? — perguntou, referindo-se ao vizinho morto.
Assenti, sentando.
— Dizem que ele estava tentando arrancar as flores quando caiu… — ela mordeu o lábio. — Seong, você acha que essas flores são… ruins?
— Não sei. — minha voz soou baixa demais.
Peguei um pincel. Eu não queria pintar, mas minha mão se moveu sozinha de novo. Flores. Sempre flores. Dessa vez, com pétalas escorrendo tinta vermelha demais.
Hina me olhou assustada.
— Isso… parece sangue.
Foi quando a porta deslizou.
Ryusei entrou.
— Posso ficar aqui um pouco? — perguntou, com aquela voz calma demais.
Hina assentiu. Ele sentou-se num canto, silencioso, observando a janela.
O quarto ficou sufocante. O cheiro metálico ficou mais forte.
E então ouvi.
— Ele vai te levar também.
Olhei para Ryusei. Ele parecia tranquilo, mas algo no fundo dos olhos dele… era pesado, como se carregasse todos os segredos que ninguém queria saber.
Quando voltei para casa, a neblina estava tão densa que quase não dava para ver a rua. As flores pareciam me seguir com os olhos invisíveis, balançando levemente com o vento.
Parei na frente da casa do vizinho morto. O portão ainda tinha manchas de sangue. As flores estavam maiores, quase tocando a escada.
Foi quando ouvi.
— Você viu ele morrer, não viu?
— Você podia ter ajudado.
— Vai ser o próximo.
Olhei ao redor. Os vultos entre as árvores pareciam mais próximos.
Cheguei em casa quase correndo. No quarto, sentei na cama, o coração acelerado.
Então senti.
Algo gelado segurou meu pulso. Olhei rápido, mas só vi minha própria mão tremendo.
As vozes vieram de novo, sussurrando em coro, grudadas nos meus ouvidos:
— O amor que te cerca é feito de sangue.
— Você não vai escapar.
— Ele não vai sobreviver… e a culpa vai ser sua.
Fechei os olhos com força. Quando os abri, vi o rosto do senhor Asahi, o vizinho morto, sorrindo no canto do quarto.
E na manhã seguinte… as flores estavam ainda mais próximas da minha janela.
> FIM DO CAPÍTULO 2
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