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Mais Uma Chance Para o Amor

Capítulo Um

Victor narrando

Mais uma vez naquele dia estávamos dentro da viatura,há alguns minutos recebemos uma ocorrência sobre um roubo em uma das joalherias do centro.

- esses moleques não nos dão um descanso - disse meu parceiro com os olhos na estrada

- sabe que sempre foi desse jeito por aqui, a polícia nunca tem descanso - disse revirando os olhos

- vamos pegar logo esse trombadinha, por que quero voltar para casa cedo hoje - disse o homem sorrindo

Logo após ele encostar a viatura, abri a porta e fechei a mesma logo em seguida.

- eu entro pela frente, e você vai pelos fundos - disse retirando a minha arma do coldre

Abri a porta da loja, e estava tudo escuro, exceto algumas luzes de emergência que estavam acesas.

- polícia, estamos adentrando o local - disse fazendo minha voz ecoar por todo o local

Após alguns minutos verificando cada canto da loja, encontro com meu parceiro.

- não encontrou nada ?- perguntei encarando-lhe

- não, parece que já foram embora - disse ele balançando a cabeça em negação

- eu vou verificar o beco dos fundos - disse passando por ele

- já verifiquei, está vazio - disse meu parceiro sorrindo

- vou dar mais uma olhada

Caminhei para a porta dos fundos, e abri a mesma dando de cara com um beco levemente escuro. Logo escuto um barulho ao lado de uma lata de lixo, e em seguida alguém sai correndo. Comecei a correr atrás da pessoa.

- pare aí mesmo ou eu atiro - disse ofegantemente

A pessoa já estava distante de mim, e sabia que não iria conseguir alcançar, peguei um atalho pelo beco, e logo consegui ficar a frente da pessoa que corria desesperadamente.

Quando ele iria sair do beco, entrei na frente, ali caído no chão se tratava de um garoto. O beco que ficava atrás da loja era extremamente grande, era muito fácil para se perder.

- levante-se, você está preso por roubo - disse apontando a arma pro garoto

O garoto se levantou e saiu do beco, e foi nesse momento que eu pude contemplar a beleza dele.

- me desculpe senhor, mas eu não roubei nada, até pensei, mas devolvi - falou ele com as mãos na cabeça

Eu estava estático, o garoto tinha uma pele branquinha, seus olhos eram de um tonalidade verde, seus cabelos eram negros e estavam caídos sobre a sua testa por conta da fuga.

- senhor policial - disse ele chamando a minha atenção

- lamento garoto, mas vou ter que te revistar - disse saindo do meu transe

Encostei o garoto em uma parede que havia ali, e comecei a revistá-lo, e assim como ele havia me falado, não estava com nada da loja.

- eu poderia te prender por tentativa de roubo, mas vou deixar isso passar. Você pode ir, espero não te ver de novo - disse franzindo o cenho

- obrigado senhor - disse o garoto passando por mim

Encarei as costas do garoto que corria apressadamente, ele parecia ser muito delicado e sensível, não sei o que acontecia, mas o jeito dele havia mexido comigo.

- conseguiu pegar ?- perguntou meu parceiro aparecendo

- se fosse uma urgência, eu já estaria morto Wilson - falei encarando o homem

- me desculpe, eu estava tentando alcançá-los, sabe que minhas pernas já não são como antes - disse o homem dando um meio sorriso

- tudo bem, não tem problema, o garoto estava limpo, acho que os ladrões devem ter fugido- disse sorrindo

Retornamos para a viatura, mas minha cabeça estava apenas no garoto.

- ih, o que está acontecendo com você, está no mundo da lua desde que saímos daquele beco - disse Wilson chamando a minha atenção

- nada demais, apenas repensando umas coisas sobre a vida - falei dando um meio sorriso

- vamos retornar para o distrito, temos que passar o relatório do caso para o delegado - falou ele dando partida na viatura

Após alguns minutos, chegamos em frente a delegacia, ele estacionou o carro e entramos no local, entramos no vestiário dos policiais, e todos estavam dando risadas, e quando nos viram pararam.

- vejam pessoal, o boy chegou - disse um dos policiais se referindo a mim

- acho bom ter mais respeito polícial, a não ser que queira ir para outro distrito - falei sorrindo

- foi apenas uma brincadeira mano - disse o policial sorrindo nervosamente

- acho bom - disse saindo do vestiário

Entrei na sala do delegado, e expliquei tudo que tinha acontecido com o caso.

- vamos arquivar esse caso, mas vamos ficar de olho nesse moleques, já é a quinta vez só nessa semana que temos ocorrência de roubos em joalherias no centro - disse o delegado seriamente

- senhor delegado, se não for pedir muito, será que eu posso ir para casa, tenho que colocar a cabeça no lugar - falei encarando o homem

- pode sim, receio que com tudo que esteja passando está difícil lidar com a situação - falou ele sorrindo

- muito obrigado - disse saindo da sala do homem

Troquei minha roupa, e logo sai da delegacia, entrei no estacionamento e peguei meu carro. Após dirigir alguns minutos cheguei em frente a minha casa.

Parei o carro, e coloquei a cabeça sobre o volante, e assim permiti que lágrimas caíssem. após alguns minutos, abri a porta de casa e me joguei em meu sofá.

- senhor Douglas, não sabia que iria chegar mais cedo hoje, poderia ter me avisado, eu preparava algo para comer - disse a minha empregada Rosemary

- eu estou bem Rose, apenas vim mais cedo para casa, minha cabeça está uma bagunça - falei encarando a mulher

- quer me contar o que houve ?, pode desabafar comigo - disse a mulher se sentando ao meu lado

- você sabe Rose, eu dei tudo para a Camile, mas no final tudo o que ele queria era dinheiro. Eu não acredito que ele jogou tudo isso na minha cara - disse deixando algumas lágrimas caírem.

- eu sei que realmente não é fácil ouvir essas coisas, mas você se lembra que eu te avisei que aquela mulher era interesseira, deveria ter me escutado meu garoto - disse Rose me abraçando fortemente

Meus pais faleceram quando eu era uma criança de dez anos, dali para a frente Rose que era a empregada deles passou a me criar. Depois de um tempo eu consegui comprar minha casa, e fiz questão que ela ficasse ao meu lado.

- por que não sobe para descansar um pouco, quem sabe pela manhã tudo não melhora - disse a mulher me encarando

- você está certa, eu vou descansar um pouco, e você também vai, nada de ficar acordada até mais tarde - falei sorrindo para ela

- ok, então, boa noite - disse a mulher sorrindo

Dei um beijo na bochecha da mulher e logo em seguida subi as escadas, peguei uma toalha em meu guarda-roupas, e entrei embaixo do chuveiro deixei a água gelado cai sobre minhas costas relaxando meus músculos, e enquanto isso me vinham memórias do que havia me acontecido.

Memórias do passado

- você nunca percebeu, mas eu nunca te amei, eu sempre quis o dinheiro que você tinha. Ao contrário de você, o seu amigo meu deu tudo que eu preciso, você me dava dinheiro, ele me dava amor, coisa que você nunca deu

- Camile, não faz assim, nós vivemos muitos momentos bons - falei encarando a garota

- bons, você me deixava aqui trancada o dia inteiro, eu fiz bem em ter me aproveitado do seu dinheiro. Você não presta para mim

- então fique com ele, e não me procure mais - disse sem paciência

Abaixei a cabeça e deixei mais lágrimas caírem. De todas as pessoas no mundo, eu não imaginava que Camile iria fazer tal coisa comigo, eu me sinto um lixo, não sei se consigo me apaixonar de novo.

Capítulo Dois

Tales Narrando

Pela manhã eu despertei com minha mãe derrubando a porta.

- levanta dessa cama seu vagabundo, por que não vai achar um serviço, ao invés de dormir o dia inteiro - gritou ela

Esfreguei a mão no rosto, segui para meu banheiro e escovei meus dentes. A minha vida inteira foi resumida nisso, a minha mãe me tratava igual um vagabundo, a única pessoa que eu ainda podia contar era meu irmão, ele sempre foi muito apegado a mim.

Respirei profundamente, e sai do meu quarto, na cozinha estava minha mãe e meu irmão.

- bom dia irmãozão - disse ele sorrindo alegremente

- bom dia meu príncipe - disse dando um beijo na bochecha do garoto

Meu irmão tinha uma deficiência em uma das pernas, e por esse motivo ele tinha que ficar andando de muletas.

- parem com essa melação, e você seu vagabundinho, arrume um emprego, ainda essa semana quero me ver livre de vocês - disse ele me encarando ferozmente

As vezes parecia que essa mulher não amava os filhos, meu irmão já estava acostumado com o jeito de ser da nossa mãe, então ele já não se incomodava.

- irmãozão, você vai conseguir arrumar um emprego ?- perguntou ele me encarando - essa mulher me dá medo - disse ele abaixando a cabeça

- eu vou conseguir, tenho que te tirar de perto dessa cobra, e não se preocupe ela não vai fazer nada com você - disse abraçando o garoto

Caminhei para a sala e a mulher conversava com alguém pela porta.

- não vejo a hora de me livra desse problemático, só me dar gastos - disse ela dando uma leve gargalhada

- se ele só te dar gastos, então por que foi transar sem proteção, a culpa disso é sua, não o culpe por seus erros - falei chamando a atenção da mulher que me encarava perplexa

- moleque acho bom me respeitar, ou ao cair da noite vão estar os dois no olho da rua - disse ela bravamente

- atreva-se a fazer isso, que eu coloco a polícia no meio de tudo isso - falei sorrindo

- está me ameaçando ?- perguntou ela me encarando

- considere apenas um aviso - falei subindo as escadas

Peguei minha mochila, e peguei uma pasta que continham alguns currículos dentro, e logo desci as escadas, meu irmão estava assistindo desenhos na sala, me aproximei dele e sorri.

- ei, quer dar um passeio comigo ?- perguntei encarando-lhe

- vamos, eu posso tomar um sorvete ?- perguntou ele me encarando

- quantos quiser - falei sorrindo

Animadamente ele pegou as suas muletas e saímos de casa. Meu irmão tinha seus nove anos de idade, mas já tinha visto e ouvido muita coisa que uma criança não deveria ouviria, e nem ver.

Caminhamos um pouco, e logo paramos em uma sorveteria que estava contratando balconistas, entrei no estabelecimento e deixei um de meus currículos.

- boa sorte, estamos precisando muito de balconistas, o último não aguentou a carga horária - disse a mulher avaliando meu curriculum

- não tenho problemas com horário, pode ser qualquer um, o importante é estar trabalhando - disse sorrindo para a mulher

- eu vou encaminhar seu currículo para a nossa gestão, espero que eles possam te contratar - falou a mulher me encarando

- fico aguardando - disse sorrindo

Meu irmão estava olhando as vitrines, eu havia esquecido que tinha lhe prometido um sorvete.

- bom, você pode me vê um sorvete de baunilha na casquinha - falei chamando a atenção da mulher

- ok, podem se sentar que eu já levo - disse a mulher sorrindo

Nos sentamos em uma cadeira que havia ao lado de fora, e logo a mulher aparece com o sorvete e entrega para meu irmão que pega o mesmo sorrindo.

- você fica aqui, eu vou ali pagar e já volto - disse sorrindo pro garoto que apenas concordou com a cabeça

Me levantei da cadeira e segui até o caixa. Retirei um nota do bolso e entreguei para a mulher. Meu irmão não sabia, mas no cair da noite eu costumava fazer uns assaltos com o pessoal da boca que fica próximo de casa. Sabia que era perigoso, mas eu iria fazer de tudo para tirar meu irmão daquela casa.

- obrigado, e boa sorte mais uma vez - disse a mulher me devolvendo o troco

- eu quem agradeço - disse saindo da sorveteria

Após alguns minutos meu irmão já havia terminado com o sorvete, e saímos do local, entreguei currículos em mais alguns lugares, e logo retornamos para casa.

- está com fome ?- perguntei encarando o garoto que assistia desenhos

- um pouco

- eu vou preparar algo para você comer - disse sorrindo

Ele apenas afirmou positivamente com a cabeça, caminhei para a cozinha, e procurei algo para comer. Acabei por encontrar um miojo, e na geladeira encontrei alguns ovos.

Preparei o miojo e fiz ovo mexido, coloquei tudo em um prato e levei para o garoto.

- mas é você ?, o que vai comer irmãozão ?- perguntou ele me encarando

- nada, não se preocupe comigo - falei me sentando ao seu lado

Já fazia um bom tempo que nossa mãe não fazia compras, ela disse que não iria mais gastar com a gente, por que era uma perda de tempo, as vezes ela comprava o básico para ela sobreviver, mas apenas para ela.

- toma - disse ele me oferecendo o garfo com o miojo

Queria recusar, mas a barriga estava roncando muito. Abocanhei o garfo e degustei o miojo, e assim ele fez comia e me dava para comer também.

Quando ele acabou retirei o prato e levei para a cozinha. Pela tarde a mãe sai para trabalhar, aonde ela nunca disse. Passei o dia assistindo desenhos com meu irmão, e quando estava escurecendo percebi que ele estava com sono. Levei o garoto para a cama, apaguei a luz e fechei a porta, e logo a campainha toca.

Segui até a porta e abri dando de cara com um dos rapazes da boca.

- e aí menor, a chefia quer falar com você parça - disse o rapaz me encarando

- bora lá - disse sorrindo

Começamos a caminhar e logo entramos na viela onde ficava a boca. Conversei com o chefe, e mais uma vez ele me pediu para fazer um roubo, e era em mais uma joalheria.

Um pouco mais tarde já estava tudo pronto, sai de casa e encontrei com os dois garotos que iria junto comigo nesse rolê. Andamos alguns minutos e logo chegamos em frente a uma das joalherias do centro.

Um dos rapazes quebra o vidro e destranca a porta.

- não tem alarme ?- perguntei curioso

- nessa parte não, o alarme fica no setor das jóias, se a gente não ter cuidado pode acionar os tiras - disse ele entrando na loja

Com muito cuidado pegamos tudo que precisávamos, e colocamos na mochila que estava com um dos garotos.

- sujou menor, a polícia chegou, bora meter o pé - disse um dos garotos que havia ficado vigiando do lado de fora

Os três garotos saíram correndo pelos fundos, e logo em seguida eu saí, me escondi atrás de uma lixeira que havia no beco dos fundos. Sabia que não dava tempo de correr, se fizesse tal ato, iria acabar morto ou iria pro hospital.

Notei que um dos policiais examinou o beco e logo entrou na loja novamente. Quando eu pensei em correr saiu outro polícial da loja, vagarosamente comecei a dar alguns passos para trás, e acabei esbarrando em algumas caixas que caíram no chão.

Comecei a correr como se não houvesse o amanhã, quando estava quase saindo daquele beco interminável, acabei dando de cara com o peitoral de alguém. Olhei para cima e me surpreendi, o polícial era extremamente lindo.

Eu nunca havia ficado com homens, peguei umas garotas na época do colégio, mas não passava de apenas meras ficadas. Sai do beco com as mãos na cabeça, e pensei que ali seria o meu fim.

Parecia que o policial estava em estado de choque, ele não se mexia nem esboçava nenhuma reação. Por fim, ele acabou me revistando, e por sorte as jóias roubadas haviam ficado na mochila.

Ele me liberou, e eu corri para casa. Abri a porta e me joguei no sofá, respirei profundamente, eu não conseguia esquecer de nenhum modo os olhos daquele polícial, parece que finalmente o destino estava sorrindo para mim.

Capítulo Três

Victor Narrando

Acordei de manhã com os pássaros cantando na minha janela, esfreguei meus olhos e me levantei da cama. Me olhei no espelho do banheiro e eu estava um bagaço, escovei meus dentes e logo em seguida desci as escadas, em meu sofá estava Camile, ao vê-la ali, meu sangue esquentou.

- o que faz aqui ?, não está feliz com seu namorado ?-perguntei chamando a atenção da garota

- o Vinícius me largou, ele disse que eu não servia para ele - disse ela deixando algumas lágrimas caírem

- aqui se faz, aqui se paga - disse sorrindo levemente

- por favor Douglas me perdoa, eu juro que não queria dizer aquilo tudo - falou ela me encarando

- você está perdoada, mas não ache que vamos reatar o relacionamento - disse encarando a garota

- por que não ?, eu sou tudo o que você sempre quis - falou ela me encarando perplexa

- você era tudo que eu sempre quis, até eu descobrir as suas verdadeiras intensões - falei cruzando os braços - volte para o Vinícius, eu sei que ele vai te querer de volta

- está me expulsando ?- perguntou a garota me franzindo o cenho

- sim, eu disse para não me procurar, isso ainda não mudou - disse abrindo a porta

- você ainda vai ser meu Douglas, escuta o que eu estou te dizendo - falou a garota passando pela porta

- sonha querida - gritei para que ela pudesse ouvir

Caminhei para a cozinha, e Rose estava preparando a mesa do café.

- Rose, se a Camile vir me procurar novamente, não a deixe entrar, não quero ter mais nenhum contato com ela - disse me sentando na cadeira

- tudo bem senhor, eu apenas a deixei entrar por que ela disse que precisava conversar urgentemente com você - disse a mulher sem me olhar

- sim, ela veio me pedir perdão, disse que o Vinícius a largou, eu acho bom - disse sorrindo

- o mundo dá volta meu filho - falou Rose colocando um pouco de café sobre a mesa

Tomei meu café da manhã, e subi para meu quarto, peguei minha mochila, e sai do quarto novamente.

- Rose estou indo trabalhar, preciso espairecer a cabeça, não se preocupe comigo - disse chamando a atenção da mulher que lavava as louças

- tudo bem, se precisar pode me ligar - falou ela sorrindo

Sai de casa e entrei em meu carro, após alguns minutos cheguei no distrito. Coloquei meu uniforme e segui para a sala do delegado.

- o que faz aqui ?, pensei que não iria vir hoje - perguntou o homem me encarando

- eu precisava espairecer a cabeça, e em casa isso não iria dar certo. Vamos delegado, me dê aí casos que ainda não foram solucionados - disse encarando o homem que apenas sorriu

- bom, o nosso principal caso é sobre o roubo das joalherias - falou ele sorrindo

- pode deixar, eu vou ficar de tocaia no centro, provavelmente ele vão atacar hoje - falei sorrindo

- tudo bem, o Wilson não irá vir hoje, parece que ele precisará comparecer a alguma reunião de escola da filha dele - disse o delegado sorrindo

- tudo bem, se eu precisar de ajuda, solicito reforços - falei fechando a porta

Entrei na viatura e logo sai da delegacia, segui para o centro e quando cheguei, encostei o carro em um local que dava para ficar de olho nas joalherias que ainda não foram assaltadas.

Quando havia começado a escurecer, eu já estava quase cochilando dentro da viatura, e logo percebi uma movimentação na entrada de uma das joalherias. Sai do carro e encaminhei perto do garoto que tentava entrar na loja.

- paradinho aí, se não a coisa vai ficar feia - disse vendo o garoto levantar as mãos - vire-se - ordenei

Ali em minha frente estava o mesmo garoto da noite passada, coloquei minha arma no coldre e me aproximei dele.

- parece que não entendeu quando eu disse que não queria lhe ver por aqui - disse encarando-lhe

- me desculpa senhor policial, mas eu precisava

- garoto isso não é vida para você, acredite a visão da cadeia é horrível, ainda mais para você que é jovem - falei sorrindo

- não vai me revistar ?- perguntou ele me encarando

- não, você não entrou na loja então não está com nada - disse constatando o óbvio

- não está com medo de que eu esteja armado ?- perguntou ele me encarando

- você não está armado, se estivesse já teria atirado - disse me aproximando do garoto

O garoto encostou suas costas na vitrine da loja. Meu rosto estava bem próximo do dele, dava para sentir a respiração dele.

- você vem comigo - disse puxando o rapaz pela mão

Segui para a viatura, e abri a porta do passageiro para que ele pudesse entrar, e sem questionar, ele entrou. Entrei no lugar do motorista, e após fechar a porta o encarei.

- quer me explicar por que precisava assaltar aquela loja ?- perguntei curioso

Ele respirou profundamente, e me encarou, dava para perceber em seus olhos que o assunto era sério.

- eu tenho um irmão deficiente, a minha mãe odeia nós dois, e quer fazer de tudo para nos colocar na rua. Ela não faz comprar, as vezes passamos fome por causa dela, e por isso eu venho fazendo roubos pela noite, para consegui dinheiro para alimentar eu e meu irmão - explicou ele me encarando

- não sabia que ainda existiam gente desse tipo - disse perplexo - bom, está com fome ?- perguntei curioso

- um pouco

- me espere aqui, não fuja - falei abrindo a porta do carro

Me encaminhei para uma lanchonete que havia ali próximo, e pedi três hambúrgueres, e alguns refrigerantes, e logo retornei para o carro. Entreguei um dos hambúrgueres pro garoto que me encarava em questionamento.

- coma - disse sorrindo

Com um pouco de vergonha ele começou a comer, e após alguns minutos terminamos.

- o outro eu quero que leve para seu irmão, juntamente com isso - disse lhe entregando uma nota de cem

- não, não precisa me dar dinheiro, já fez muito por mim - disse ele sorrindo

- apenas aceite - falei sorrindo

- isso não vai dar problema pro seu trabalho ?- perguntou ele preocupado

- não, não teve nenhuma ocorrência - falei sorrindo

Ele pegou o dinheiro da minha mão e colocou em seu bolso, entreguei a sacola com o hambúrguer para ele, e logo ele abriu a porta do carro.

- quando estiver com fome, eu estarei aqui nesse mesmo lugar. Apenas não roube nenhuma loja - disse sorrindo

- obrigado, e como se chama ?- perguntou ele curioso

- Victor Douglas - disse sorrindo - pode me chamar do jeito que quiser

- muito obrigado Doug - falou ele fechando a porta do carro

Ele se afastou da viatura e logo já não o via mais. Fiquei ali vigiando até o final do meu turno. Deixei a viatura na delegacia, e retornei para casa. Eu estava animado,não sabia o motivo, mas estava gostando daquela animação repentina.

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