Quando eu era criança, meu sonho era ser escritora. Sonhava em criar histórias e que as minhas histórias virariam livros, que chegariam a leitores de uma forma especial ao ponto de me fazer uma seller. Aos 18 anos, comecei a enviar minhas histórias para as editoras, mas nunca recebia respostas.
Aos 21 anos, saí da casa da minha mãe. Minha irmã mais nova e eu alugamos um pequeno apartamento. Ainda fazendo faculdade de pedagogia, comecei a trabalhar em um colégio interno, onde eu era professora.
Mesmo depois de muito tempo, não havia perdido o meu desejo de ser uma escritora, sempre enviava minhas muitas histórias para as editoras, pois não desistia do meu sonho.
Estava quase na hora do almoço, quando o sinal tocou e as crianças começaram a sair da Sala de aula. De repente, o meu celular tocou.
— Alô!
— Hoje é sexta-feira e estamos todos aqui no restaurante, te esperando para almoçar – disse Mariane, minha irmã, ao som de risadas do outro lado da linha. – Kauane disse que se você não vier, ela não vai deixar você malhar de graça na academia.
— Eu trouxe minha marmita, hoje tenho que pegar o turno da tarde também. Mas vou ficar muito feliz se tiver pizza à noite.
— Pizza está fora da dieta.
— Podemos buscar nosso balde chutado na segunda – falei, enquanto verificava minha caixa de e-mail no notebook.
— Está bem, faremos uma reunião aqui e incluiremos seu pedido em pauta.
Nos despedimos e ela desligou, com vozes ao fundo dizendo que eu viraria um zumbi, provavelmente o namorado de Kauane.
Éramos um maravilhoso quinteto fantástico.
Mariane, minha irmã, que me apresentou Kauane, e desde então não nos desgrudamos. Ela era uma linda loira de olhos claros; era minha personal favorita. Jeon, o namorado de Kau, que veio de brinde por causa dela, os dois eram donos de uma academia muito conceituada bem no centro da cidade de São Paulo, ótimos animadores em tempos difíceis.
E também tinha meu melhor amigo, Kai Young. Conheci Kai no curso de inglês; eu estava em uma discussão no telefone e esbarrei nele, derramando meu café em sua linda blusa social. E assim nós tomamos amigos.
Kai era um homem muito bonito com seus 31 anos era também um maravilhoso advogado. Ela era bem alto, com seus 1,82 de altura, tinha seus olhos puxados como se desse asiáticos. Tinha um corpo bem musculoso, seus cabelos eram pretos e liso, bem penteados para trás, mas ainda sim havia uma mecha
que persistia em cair sobre sua testa. Kai era sempre um cavalheiro.
De repente minha caixa de e-mail bipo.
Prezado Sr. Fernanda Lourenço,
Agradecemos por escolher nossa editora para enviar os originais de seu livro. Não há dúvidas de que se trata de uma obra bem elaborada. Temos certeza de que irá alcançar uma ampla faixa de leitores, e, por isso, nos comprometemos em fazer parte deste projeto. Para mais detalhes, entre em contato conosco para avaliarmos juntos todas as possibilidades de lançar essa tão bela história.
Atenciosamente, Editora B.M contado: 4002-8922
Meu coração bateu acelerado, eu já não sentia mais as minhas pernas, eu não estava acreditando, uma editora entrou em contato comigo, gostaram da minha história.
Rapidamente entrei em contato com a editora. Editora Bianchi Marino, um nome forte de origem italiana.
Martina era a secretária de Lorenzo, como ela havia-me dito, ele era um sócio da editora. A editora ficava localizada na Itália, na cidade de Veneza, lugar de grande cultura de literatura. Martina explicou-me tudo sobre a empresa, sobre como foi fundada.A empresa tinha um bom currículo, também pude tirar as minhas dúvidas sobre como seria minha estadia na Itália até o lançamento do meu livro, então tudo foi confirmado para a viagem.
— Então ficamos acertadas assim, senhorita Fernanda. Quando seus documentos estiverem prontos, entre em contato comigo, ok?
— Está certo então.
A parte da tarde passou lentamente. Tentei dar as minhas aulas, sem me distrair, pedindo que o relógio fosse, magicamente adiantado em suas horas. Quando o sinal soou, foi a minha alegria. Arrumei as minhas coisa o mais rápido possível. Ao guarda o meu computador portátil na mochila, theo aparece na porta.
Theo era o professor de educação física. Conhecemos-nos quando eu ainda estava no estágio da faculdade. Theo sempre fez questão de mostrar ,querer algo sério comigo, ainda após ter ficado uma vez com ele no banco de traz do seu carro, bastou isso para ele achar que tínhamos algo. Ele era uma cara bonito, alto,com 1,83, moreno forte, com maxilar bem marcado e uma barbar por fazer. Seus olhos eram um castanhos claros, quase mel, cabelos pretos ondulados.
— Oi linda! Já está saindo?
— Sextou né theo– sorri
— Tem algo para hoje? Estava pensando em...
— Marquei com as meninas
Ele saiu do batente da porta onde estava escorado,com seus braços cruzados deixando seus músculos mas definidos e vindo até mim, parando na minha frente e deixando um pequenino espaço entre nós dois, ele esticou sua mãos e antes que ele acaricia-se minhas bochechas, minha irmã mandou mensagem,dizendo que já estava chegando.
—Nao theo– falei dando três passos para traz– para com isso,se alguém chegar e ver.
— Somos dois adultos!
—Minha irmã deve já estar me esperando, preciso ir.
Não dei tempo para ele querer me beijar e sai rápido da sala. Ele era uma cara legal,mas não era o que eu queria. Bati meu ponto e fui até a portaria, Mari estava me esperando no estacionamento com seu carro.
Chegamos em casa e fui direto para o banho,quando sai,kauane e jeon já estavam na sala com uma bebida na mão. Mari foi abrir a porta para o Kai e eu peguei o telefone para pedir pizza. Estava uma noite descontraida,bem tranquila para dar eles a notícia.
— Gente! Tenho uma coisa para dizer.
— você está grávida?– diz kau
— Nao! De onde tirou isso? Então...depois de muito tempo e trabalho árduo eu consegui!meu livro será publicado.
Todos me olharam meio extasiados,como se eu estivesse falando outra língua.
— Você tinha um livro? – pergunta jeon.
— Eu conheço a editora?– pergunta Kai
— E se for um golpe? – pergunta Mari.
— Não é um golpe,eu entrei em contato com a editora, e a secretária me informou que um dos sócios gostou do meu trabalho e queria publicar meu livro, lá na Itália
— Itália!– disseram em uníssono
Eu não estava acreditando que meus amigos estavam totalmente sendo indiferente a minha alegria. Aquele era o meu sonho que estava se tornando realidade e eu com toda a meu entusiasmo estava dividindo com eles, oque por muito tempo senti almejei.
— Não estamos contra voce e sim preocupados com você– diz kau.
— Você já parou para pensar que é em outro país?– diz Mari.
— Acho que vocês que não estão entendendo o meu lado,eu esperei por essa oportunidade a anos, e agora que preciso do apoio de vocês,todos estão me criticando.
—Amiga não é assim–diz kau
— O seu sonho kauane era seguir com a educação física e olha só,você e seu namorado tem uma academia. E você kai? Um advogado! E você Mari está segundo seu sonho de ser veterinária! Sua faculdade. Cada um de vocês estão seguindo o sonhos de vocês, e o eu? E que eu quero?
Ouve um silêncio. Mari olhou para Kai e levantou-se e foi ajudando Kauane a tirar a mesa. Jeon serviu-se de mais uma taça de vindo e pegou o celular, Kai levantou-se e foi para a sacada.
Me senti uma droga. Eu não queria ofender ninguém, sei que estão preocupados comigo, a final eles são minha família, eu precisava deles. Eu já estava cansada de tantos nãos, ou de tantos " e ses" e principalmente,eu estava exausta de tantas críticas. Eu mesma não estava me importando se eu iria quebrar a cara, porque todos os defeitos eu já tinha, eu precisava mesmo era ver o lado bom da situação.
Eu sabia que sim, poderia ser um golpe, mas estava disposta a tentar, mesmo que eu voltasse com o rabo entre as pernas, pelo menos eu nao me arrependeria de nunca ter feito, mas me arrependeria de nuca saber o que realmente teria acontecido. Eu estava mais que determinada a fazer acontecer.
Fui até a sacada falar com Kai. Parei a lado dele me debruçando no parapeito e olhando para todos os prédios ao meu redor. Kai estava pensativo, olhando para a vista e segurando sua taça de vinho.
— Que foi? você também vai ficar contra mim?
— Você já sabe minha resposta.
Pensei em falar algo, tentar me justificar mas quando abri a boca, logo fechei, antes que eu falasse mas coisas erradas na irá e, ferisse meu melhor amigo.
— Você já sabe que pode dar muito errado não é?
— olha Kai...
— Agora eu que vou dar a minha opinião– disse Kai virando-se para minha direção, com seu semblante sério.– Você já parou para pensar em tudo que você vai deixar aqui só por algo, um sonho que nem mesmo é palpável? Seu trabalho instável, um vida tranquila,sua irmã.
— Porque vocês acham isso né! Isso não é o que eu quero para o resto da minha vida kai. Não adianta, eu já tomei minha decisão.
— Verdade, você é uma cabeça dura e sei que posso dizer todos os argumentos, e você não vai ouvir nenhum deles. E mais uma vez eu te digo. Você sabe que isso podar dar muito errado,não sabe?
— Ou, muito,muito certo– sorri.
— Mas sua cabeça está totalmente fechada.– Kai volta a olhar para o nada de novo– Só não magoe que te ama de verdade tá.
— Você tá dentro ou está fora?– perguntei.
— Eu tenho alguma escolha? Por que se eu puder, eu estou fora.– Kai olhou para mim com suas sobrancelhas graças levemente arqueadas e um pequeno sorriso
— Não, você e meu melhor amigo, não você tem que estar dentro, hanhã não pode sair.
Demos risadas um para o outro e Kai deu um suspiro e me abraçou. Eu sempre dizia que Kai era meu irmão mas velho de outra mãe. Kai era o equilíbrio do nosso quinteto de amizade, mas sensato. Havia um tempo que ele e Mari estavam saindo, por ele ser mais reservado, não me contava e também não opinava sobre isso, até porque, os dois queriam e eram bem adultos, para entender o que era importante para suas vidas.
— Faz um ano que eu comprei um apartamento em Veneza.– disse Kai enquanto ainda me abraçava.– fique lá até conseguir resolver seu livro.
Comecei a dar vários pulos de alegria, agradecendo ao Kai por me dar a aquela notícia maravilhosa, por deixar eu ficar no seu apartamento. Eu sabia. Aquilo era o primeiro passo, que tudo daria certo, que eu voltaria para o Brasil com meu livro, meu troféu nas mãos.
Eu estava certa que na segunda-feira eu faria todas minhas correrias, passaporte, trabalho... Mesmo sendo muito amigos, nunca me prevaleçi sobre as condições dele mas agradeci tanto por ter um melhor amigo rico.
— Em tudo que você fazer me comunique. Eu sou o seu advogado tá bom!– disse Kai me e abraçando.
Depois voltei para a cozinha e me desculpei com as meninas. Kauane e jeon foram embora e deixei Kai e Mari na sala, fingindo que depois Kai iria embora, quando na verdade eu sabia que ele não iria, pelo menos não até às 2h da manhã.
Ao entrar no quarto, fui direto para o notebook, ver sobre meu passaporte, tirar minhas duvidas. Agora seria uma correria boa. O começo da minha tão sonhada jornada.
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