**LUNA REYES**
20 anos | Rebelde, impulsiva, resistente
Luna é uma garota forjada nas cinzas do abandono e da sobrevivência. Perdeu a mãe muito cedo, e o padrasto — homem frio e interesseiro — a criou apenas até o momento em que ela pôde ser usada como moeda. Durante a infância, Luna aprendeu a esconder sentimentos, a manter a cabeça erguida mesmo quando tudo desmoronava. Ela carrega feridas antigas, mas aprendeu a usar sua dor como escudo.
Mesmo vendida, Luna não se vê como uma vítima passiva. Ela resiste. Questiona. Provoca. Seus traços de rebeldia são sua identidade, e ela odeia a ideia de ser moldada para caber no molde de alguém como Caim Moretti. Porém, quanto mais tenta odiá-lo, mais percebe que o ódio e o desejo podem ter raízes entrelaçadas — e que o caos que ele representa também existe dentro dela.
**Pontos fortes:** Inteligência emocional, coragem, instinto de sobrevivência.
**Pontos fracos:** Impulsividade, dificuldade de confiar, traumas afetivos.
**Aparência:** Cabelos escuros, longos, olhar intenso e corpo delicadamente marcado por cicatrizes e curvas sutis. Há beleza em sua dor, e ela não tenta escondê-la.
**CAIM MORETTI**
27 anos | Dominador, frio, estrategista
Caim é a sombra que anda entre homens comuns. Dono de um império que se ergueu nas ruas e se refinou nos salões de luxo, ele é tão temido quanto respeitado. Cresceu em meio ao crime, mas não foi moldado por ele — foi ele quem moldou as regras. Nunca teve tempo para emoções, pois na vida em que vive, fraquezas matam. Ele não ama, não sente culpa e não acredita em redenção.
Quando compra Luna, não o faz por prazer. Faz por estratégia. Ela é uma moeda viva, e ao mesmo tempo, uma provocação. Ela não teme como os outros. Não abaixa a cabeça. E por mais que ele tente mantê-la à distância, seu corpo e sua mente são puxados para ela como se ela fosse feita de veneno doce.
Caim é o tipo de homem que faz perguntas perigosas com os olhos, e ordens mortais com a voz. Mas por trás da frieza, há segredos. E Luna pode ser a única capaz de enxergar a rachadura sob o concreto.
**Pontos fortes:** Controle emocional, inteligência estratégica, poder absoluto.
**Pontos fracos:** Incapacidade de lidar com sentimentos reais, traumas mal resolvidos, possessividade.
**Aparência:** Alto, musculoso, olhos de aço cinza, tatuagens que contam histórias que ele nunca revela, rosto austero e irresistivelmente perigoso.
**MIRKO SALVATORE**
32 anos | Aliado de Caim, enigmático, executor silencioso
Braço direito de Caim e seu melhor amigo — se é que Caim permite esse tipo de laço. Mirko é discreto, letal e extremamente fiel. Diferente de Caim, não vê graça em jogos psicológicos. Ele mata, limpa, some com corpos, organiza negociações, e não hesita diante da violência.
Porém, ao conhecer Luna, mesmo sem envolvimento emocional, ele começa a questionar os limites de seu próprio silêncio. E talvez esconda algo mais sobre o passado de Caim do que aparenta.
**Pontos fortes:** Lealdade, eficácia, silêncio.
**Pontos fracos:** Carga emocional reprimida, obediência cega.
**Aparência:** Alto, barba por fazer, olhos escuros e frios, presença quieta porém ameaçadora.
**LEONARDO ‘LEO’ REYES**
45 anos | Padrasto de Luna, traidor, interesseiro
Homem desprezível que se casou com a mãe de Luna por interesse e, após sua morte, viu a menina como um estorvo — até que se tornou uma peça útil. Endividado com o crime, vendeu a enteada como moeda para saldar suas contas com Caim. Sua covardia é proporcional à sua ambição. Ainda acredita que pode lucrar com a submissão de Luna, sem entender que ela jamais será domada.
**SOFIA ARANDA**
24 anos | Ex de Caim, manipuladora, obsessiva
Sofia foi amante de Caim por um tempo — ou ao menos foi isso que ela acreditou. Ainda vive à sombra da lembrança dele, e vê em Luna uma ameaça ao seu lugar na vida e na mente de Caim. Rica, inteligente e maquiavélica, pode se aliar com os piores inimigos apenas para ver Luna arruinada.
É o tipo de vilã que sorri antes de envenenar. E o veneno dela é lento.
**NINA**
19 anos | Jovem envolvida com tráfico de menores, se torna aliada de Luna
Conhece Luna em uma das propriedades de Caim. Ambas dividem momentos difíceis, e Nina mostra que, apesar do cenário sombrio, ainda é possível criar laços entre as ruínas. Nina será peça-chave quando Luna começar a entender a verdadeira extensão do império de Caim — e as pessoas que ele finge não proteger.
O ar da mansão era pesado, quase sufocante. Cada passo que eu dava parecia ecoar na escuridão dos corredores, e a luz tênue dos lustres refletia no mármore negro, fazendo com que minhas próprias sombras dançassem contra as paredes. Eu não tinha para onde correr — não de verdade. A prisão dourada de Caim se mostrava imponente, e eu, apesar de toda a minha rebeldia, sentia a raiz do medo crescendo no peito.
A porta se fechou atrás de mim com um estalo que soou como um aviso. Eu me virei lentamente, olhos fixos na figura dele que apareceu do nada, a silhueta perfeita contra o pouco de luz que entrava pela janela.
— Achou que poderia fugir? — a voz era tão baixa quanto ameaçadora, mas carregava uma carga que fazia meu corpo estremecer.
Não respondi. Não havia respostas que pudessem salvar alguém como eu ali. Apenas a raiva pulsava em minhas veias, mais forte do que o medo.
— Luna — disse ele, e o nome saiu da boca dele como uma promessa ou uma sentença, eu não sabia qual das duas —, essa é a sua casa agora. Pode tentar resistir, mas tudo aqui foi feito para te prender.
O olhar dele era como gelo líquido, mas meu fogo interior não se apagava. Eu recuei um passo, com as mãos fechadas em punhos.
— Eu não pertenço a você. Nem a essa casa, nem a esse submundo que você chama de reino.
Ele riu, um som curto, sem humor, que fez o ar vibrar.
— Ainda não percebeu? Você já pertence a mim. E quanto mais tenta negar, mais fundo vai afundar nessa teia que eu tecer.
Por um instante, o silêncio foi interrompido apenas pelo som dos nossos próprios corações — acelerados, um duelo invisível entre poder e resistência.
Ele se aproximou, e a distância entre nós desapareceu como uma fagulha se tornando chama. O cheiro dele invadiu meu espaço: notas de couro, tabaco e um toque de algo selvagem. Minha pele arrepiou, e apesar da voz firme, meu corpo tremia.
— Eu não sou um homem comum, Luna — sussurrou ele, a respiração quente no meu rosto. — Eu não quero só seu corpo. Quero sua mente, sua vontade. Quero que você me deseje, mesmo quando tentar odiar.
Minhas pernas vacilaram, mas eu segurei firme o olhar, decidida a não mostrar fraqueza.
— Você pode tentar, mas vai falhar. Eu não sou uma boneca para você quebrar e guardar numa caixa.
Caim sorriu, dessa vez um sorriso cruel, quase possessivo.
— Bonecas quebradas são mais interessantes. Elas guardam histórias que só eu posso contar.
E ali, no meio daquela sala fria e reluzente, eu entendi que não era só uma negociação comercial. Era uma batalha de almas.
Eu, Luna, contra Caim. Luz contra sombra. Caos contra ordem.
E nenhuma das duas partes tinha intenção de recuar.
O som da minha respiração parecia alto demais naquele silêncio quase palpável. Aquele lugar, embora luxuoso, tinha um cheiro metálico, como se o ouro fosse uma máscara para o ferro frio que corria por suas veias. Cada móvel, cada detalhe, exalava poder e domínio — o poder dele, o domínio que Caim exercia sobre tudo ao seu redor.
Ele deu um passo atrás, como se estivesse me testando, avaliando se eu aguentaria as regras do jogo.
— Eu te dei um nome, Luna. — A voz dele era baixa, mas firme, cheia de uma certeza que eu nunca teria. — Antes, você era só uma mercadoria. Agora, você tem identidade. Algo que ninguém mais pode tocar sem minha permissão.
Aquelas palavras eram como um açoite. Eu queria arrancá-las do ar, arrancar esse mundo que ele criava ao meu redor. Porque identidade, naquele lugar, não era liberdade. Era controle.
— Não quero seu nome — respondi, encarando-o com toda a fúria que ainda me restava. — Quero minha vida de volta.
Ele deu um sorriso sombrio, de quem sabe que aquela luta era apenas o começo.
— Sua vida? Essa já morreu, Luna. O que eu te dou é uma existência nova. Um jogo onde as regras são minhas — e você só sobrevive se aprender a jogar.
Eu quase podia sentir o convite perverso naquelas palavras. O desafio. A promessa de que, no meio do caos, poderia haver algo... mais.
Me aproximei, rompendo o espaço que ele tentava manter entre nós. Olhei para os olhos frios dele, buscando uma fresta, um sinal de humanidade.
— Eu não jogo com monstros. — A firmeza na minha voz era quase uma mentira para mim mesma.
Ele segurou meu pulso, a força dele surpreendendo minha rebeldia.
— Eu não sou um monstro. Sou a consequência dos seus medos mais profundos. E, quer você queira ou não, eu vou estar na sua pele.
O toque dele era firme, mas não agressivo — como se, apesar de tudo, existisse um cuidado cruel naquele domínio.
Eu desviei o olhar, mas meu corpo não mentia. O calor se espalhava da pele para os ossos, um fogo que eu não queria, mas não conseguia evitar.
— Não espere que eu me renda — murmurei, quase inaudível.
— Eu não espero — disse Caim, soltando meu pulso com um sorriso quase gentil. — Eu exijo.
Antes que eu pudesse reagir, a porta se abriu com um estalo seco, e uma voz masculina soou na sala.
— Senhor Moretti, há visitantes inesperados na porta principal.
Caim franziu a testa, a máscara de controle momentaneamente trincando.
— Mostre quem são — ordenou.
Enquanto o silêncio se instalava de novo, eu percebi que ali, naquela prisão dourada, cada segundo era um risco. E que, por mais que eu lutasse, o jogo nunca seria meu para vencer sozinha.
Os passos no corredor tinham um ritmo tenso, como se até as paredes da mansão soubessem que algo estava prestes a explodir. Caim voltou a se posicionar perto da janela, os olhos fixos no horizonte escuro. Por um instante, ele parecia uma estátua de pedra, imóvel, insensível — mas eu sabia que, por trás daquela fachada, cada músculo estava tenso, aguardando.
— Quem são? — perguntei, a voz baixa, tentando controlar a ansiedade que crescia dentro de mim.
Ele se virou devagar, os olhos atravessando os meus com uma intensidade que me fez recuar um pouco.
— Problemas — respondeu simplesmente, um sorriso curto, irônico, passando por seus lábios.
Eu queria perguntar mais, mas sabia que não adiantaria. Caim nunca dava explicações de graça. Era um enigma, um labirinto de segredos que eu ainda não tinha coragem de desvendar por completo.
Então, a porta da sala se abriu, revelando Mirko, o braço direito dele. A expressão do homem era sombria, carregada de uma notícia ruim.
— Senhor Moretti, chegaram os visitantes. Não são do tipo que espera receber bem — disse Mirko, sem rodeios.
Caim assentiu, olhos brilhando com aquela luz fria que eu já tinha aprendido a temer.
— Prepare a sala de negociações. Quero que estejam confortáveis, mas saibam que quem entra aqui, entra em um campo minado.
Eu ouvi as palavras dele, mas não conseguia deixar de sentir um aperto no peito. Negociações. Submundo. Caos. Tudo parecia girar ao redor daquele homem e do mundo que ele comandava — um mundo onde eu não pertencia, mas estava presa.
Enquanto Caim e Mirko saíam para receber os convidados indesejados, eu fiquei sozinha na sala. A sensação de vulnerabilidade me atingiu como um soco no estômago.
Fechei os olhos, tentando controlar a vontade de chorar, de gritar, de fugir — mas sabia que isso não passava de um sonho impossível.
Quando a porta se abriu novamente, Caim voltou, seu olhar pesado pousando em mim.
— Fique aqui — ordenou —. Não quero que apareça nas negociações.
Aquelas palavras me atingiram de uma forma inesperada. Por um momento, pensei que talvez, naquele universo cruel, ele quisesse me proteger. Ou talvez fosse só para manter as aparências.
Não respondi. Apenas o encarei, tentando decifrar o homem por trás do monstro.
E, naquele instante, entendi: Luna, o caos que tenta controlar não está lá fora. Está aqui dentro.
A noite caiu pesada sobre a mansão, envolvendo tudo em um manto de silêncio e mistério. Eu ainda estava ali, presa naquela sala que mais parecia uma cela de luxo, olhando para as sombras que dançavam nas paredes. O ar estava carregado, como se o próprio ambiente respirasse junto com a tensão entre mim e Caim.
Ele voltou para a sala pouco depois, dessa vez sem a máscara de frieza absoluta que usava quando lidava com negócios. Havia algo diferente no olhar dele — uma mistura inquietante de desejo e desafio.
— Você não devia estar aqui — disse, a voz baixa, quase um sussurro que queimava em meus ouvidos.
— E eu não devia estar em nenhum lugar — respondi, o peito apertado, tentando controlar o tremor que sentia. — Mas aqui estou.
Ele se aproximou, tão perto que pude sentir o calor do corpo dele. O ar entre nós era denso, carregado de uma eletricidade que não podia ser ignorada.
— Você está tentando me desafiar — disse Caim, a voz um pouco mais áspera.
— Talvez — respondi, não conseguindo esconder a provocação.
Por um instante, tudo parou. O mundo se reduziu ao espaço entre nós, aos olhares que se encontravam e se afastavam como um jogo perigoso.
Então ele tocou meu rosto, a mão firme e quente, como se quisesse marcar aquela pele com seu toque.
— Você não sabe no que está se metendo, Luna — murmurou, a respiração quente na minha pele.
Eu queria recuar, fugir daquele toque que despertava sensações contraditórias, mas meu corpo não obedecia.
— E você? Está preparado para o que eu posso ser? — perguntei, o desafio nos olhos.
Caim sorriu, um sorriso sombrio, cheio de promessas não ditas.
— Eu espero que sim. Porque eu não vou recuar.
Naquele momento, entendi que estávamos presos em um labirinto sem saída, onde cada passo podia ser uma armadilha — e onde a única escolha era seguir em frente, mesmo que isso significasse se perder no caos.
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