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Entre a Lâmina e o Vício

A Primeira Olhada é um Aviso

Personagens Principais:

Isadora Legrand: 21 anos, filha de um influente juiz. Inteligente, contida, vive sufocada pelas expectativas da família. Esconde traumas antigos.

Damián Vilela: 32 anos, ex-presidiário, ex-lutador clandestino, dono de um bar decadente e envolvido com o submundo. Carrega um passado sangrento e uma obsessão por justiça — ou vingança.

.......Ela era a filha do juiz. Ele, o homem que todos temiam — um ex-detento com olhos que escondiam cicatrizes antigas e uma promessa de destruição. Quando suas vidas colidem por um capricho do destino, nasce uma obsessão tão intensa quanto perigosa.

Isadora vive cercada por regras, aparências e segredos da alta sociedade. Damián é um homem quebrado, movido por vingança, e não tem medo de arrastar qualquer um para o abismo com ele — especialmente ela.

O que começa como um jogo psicológico se transforma em um romance doentio e inescapável, onde o amor se mistura com a dor, o desejo com a culpa, e o limite entre redenção e ruína desaparece.

> O bar parecia um esconderijo para pecados. Fumaça pairava no ar como uma prece maldita. Isadora sentia os olhos queimando, não pelo cigarro — mas pelo olhar que a atravessava.

Ele.

Sentado na escuridão, com o copo de vidro grosso entre os dedos tatuados. Um homem que parecia moldado à mão pela própria violência.

Seus olhos não eram castanhos. Eram uma tempestade abafada. Uma promessa de tudo o que ela nunca ousou querer.

Ela não deveria estar ali. Sabia disso. O motorista a deixou na esquina, sem perguntas. Sua mãe acharia que estava na biblioteca da universidade. Seu pai... Bom, o pai estava ocupado demais sendo Deus para prestar atenção em uma filha silenciosa.

Ela queria perigo. Precisava sentir algo — qualquer coisa — que a lembrasse que ainda estava viva.

— Está perdida, boneca? — a voz veio densa, grave, como se ele não falasse, mas marcasse palavras com as cordas vocais.

Isadora virou-se. Não precisou perguntar quem era. Seu corpo reagiu antes mesmo da mente compreender. Pele arrepiada. Batimentos nos ouvidos. Tesão... ou medo?

Ela o encarou. Como quem encara o abismo só para saber se ele devolve o olhar.

— Não. Eu vim pra te ver.

Silêncio. A tensão entre os dois pulsava como um fio prestes a estourar. Damián se levantou devagar, como se o mundo tivesse que pedir permissão para ele se mover. Alto. Ombros largos. Presença que sufocava.

— Você sabe quem eu sou? — ele pergunta, já próximo o bastante para que ela sinta o cheiro: couro, fumaça, e alguma nota metálica... como sangue.

Isadora não recua. Mas engole em seco.

— Sei.

— E ainda assim veio?

Ela sorri. Quase um desafio.

— Justamente por isso.

Um músculo no maxilar dele se contrai. Os olhos passeiam pelo corpo dela como mãos invisíveis. O vestido preto curto. As pernas nuas. A ousadia de quem quer se ferir — mas quer escolher com quem.

Damián dá um passo. Está tão perto agora que ela sente o calor dele. E o frio que traz junto.

Ele toca o rosto dela com as costas dos dedos — devagar, com uma delicadeza que contrasta com cada cicatriz no seu corpo.

— Você não tem ideia do que está fazendo, princesa.

— Então me mostra.

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> E ali, naquela noite de calor abafado e pecado latente, Isadora aprendeu que há toques que não tocam a pele — tocam a alma, rasgam memórias e acendem vícios.

E que às vezes, o desejo tem gosto de destruição.

Capítulo 2 – O Preço de Escolher o Inferno

O caminho até o apartamento de Damián foi feito em silêncio — daqueles que gritam por dentro.

Isadora sentia o motor da moto vibrar entre suas pernas, os braços enlaçados na cintura dele, o couro da jaqueta queimando contra sua pele exposta. A cidade passava ao redor como um borrão indiferente. Nada importava, exceto o homem que ela escolheu seguir.

Um desconhecido. Um perigo vivo. E, ainda assim, a única coisa que parecia real.

O prédio era antigo, escondido entre construções modernas. Um monólito esquecido. Subiram três lances de escada, e o som das botas de Damián nos degraus ecoava como um aviso. Isadora não sabia se tremia de expectativa ou de medo — talvez dos dois.

Quando ele abriu a porta, o cheiro de cigarro, álcool e algo mais — algo dele — invadiu os sentidos dela. O apartamento era escuro, com paredes nuas e móveis gastos. Um espaço que não pedia licença, só aceitava os que tinham coragem.

Damián jogou as chaves sobre a bancada e se virou para encará-la.

— Você ainda pode ir embora — disse, a voz grave como um trovão contido. — Ninguém saberia que esteve aqui. Ninguém saberia que me viu.

Isadora deu um passo à frente. A pouca luz desenhava sombras no rosto dele. Era bonito, sim, mas não de um jeito doce. Era o tipo de beleza que vem com faca na alma e gosto de perigo na boca.

— Eu não quero esquecer — ela respondeu, os olhos cravados nos dele. — Quero lembrar. Cada segundo.

Damián se aproximou como um predador. Os dedos tocaram o pescoço dela com uma lentidão quase reverente. Subiram até a linha do maxilar, e pararam no queixo. Ele a fez olhar para cima.

— Você não é feita pra esse mundo — murmurou. — Mas algo em você... quer sangrar.

Ela não respondeu. Só ficou ali, parada, sentindo o peso do toque, a ameaça na ternura. Ele não precisava usar força. A presença bastava. Era como estar diante de um deus pagão — um deus que exigia sacrifícios, e ela estava pronta para se oferecer.

Os lábios dele tocaram os dela sem aviso. Não foi um beijo. Foi uma invasão.

E ela permitiu.

A língua exigia, os dentes ameaçavam, e a mão dele segurava a nuca dela como se temesse que ela fugisse — ou esperasse que ela tentasse. Mas Isadora não fugia. Não agora. Talvez nunca mais.

Damián a empurrou contra a parede, e ela arfou, não de dor, mas de rendição. O vestido subiu um pouco, e as mãos dele exploraram com a precisão de quem conhece a anatomia do desejo. Havia algo quase cruel na forma como ele a tocava — como se quisesse marcar não o corpo, mas a alma.

— Você ainda não entende — ele rosnou contra sua pele. — Eu não sei amar bonito. Não sei tocar sem quebrar.

— Então me quebra — ela sussurrou, o olhar incendiado.

Por um momento, ele congelou. E então riu — baixo, rouco, perigoso. Como se acabasse de encontrar um vício novo.

Naquela noite, Isadora não descobriu o amor. Descobriu outra coisa.

Um espaço entre dor e prazer onde o controle desaparece.

Onde a entrega é total. Onde não existe mais certo ou errado — só verdade.

E quando o sol ameaçou nascer, filtrando uma luz tímida pela janela suja, Damián olhou para ela como quem enxerga além da carne.

— Agora você é minha, princesa — ele disse, sem suavidade.

— Eu sempre fui — ela respondeu.

O que começou como curiosidade… agora tinha gosto de sentença.

E ela o saboreava como quem bebe veneno, sabendo que já é tarde demais para parar.

Onde a Pele Esconde Feridas

Ainda entre os lençóis desfeitos — se é que se podiam chamar assim — Isadora sentiu os dedos de Damián deslizarem pela sua coxa, marcando o caminho com o calor da posse.

Ela achava que já tinha sido tomada. Que o auge tinha passado. Mas estava errada.

— Você acha que acabou? — ele murmurou contra a pele dela, enquanto mordiscava sua barriga baixa, o olhar levantado, sombrio e faminto.

Ela estremeceu.

— Não? — ousou provocar, mesmo com a voz trêmula.

Ele sorriu — um sorriso torto, perigoso, o tipo que antecede um incêndio.

Subiu por cima dela, arrastando o peso do corpo como uma sentença inevitável. As mãos encontraram os pulsos dela e os prenderam acima da cabeça, contra o colchão. Com a outra, percorreu cada centímetro da pele com uma lentidão quase cruel.

— Quero que sinta cada segundo — disse, colando os lábios no pescoço dela. — Quero que lembre de mim toda vez que fechar os olhos.

Ela arfou quando sentiu a pressão dele novamente, roçando, provocando. Seu corpo respondeu antes mesmo de ela entender. Aquilo não era só desejo — era uma necessidade primal. Como se o corpo dela tivesse sido feito pra isso. Pra ele.

Quando ele a penetrou pela segunda vez, foi com uma lentidão precisa, quase reverente. Como se estivesse escrevendo um novo idioma na carne dela. Ela se arqueou, buscando mais, sentindo cada nervo acender.

Os olhos de Damián estavam fixos nos dela. Não havia nada suave naquele momento. Era intensidade crua. Ele se movia dentro dela com controle absoluto — cada estocada firme, cada gemido arrancado como uma confissão.

— Dói? — ele sussurrou, os dentes arranhando o lóbulo da orelha dela.

— Não. — Ela mordeu o lábio. — Queima.

— Melhor assim.

Ele soltou os pulsos dela, e imediatamente as mãos dela foram para o corpo dele — costas marcadas por cicatrizes antigas, musculatura tensa sob os dedos. Ela o puxava mais, como se quisesse que ele atravessasse não só o corpo, mas tudo o que ela era.

O ritmo acelerou. O quarto inteiro parecia respirar com eles. As paredes, cúmplices. O tempo, suspenso.

Isadora fechou os olhos. Mas as imagens vinham mesmo assim. O reflexo no espelho, o gosto dele em sua boca, a forma como seu nome escapava entre os dentes dele como uma prece suja.

Quando chegou ao limite outra vez, foi como ser engolida por um mar escuro. Gritou, não com a garganta, mas com a alma. Sentiu-se inteira — e, ao mesmo tempo, completamente despedaçada.

Damián veio logo depois, os músculos tensos, a boca colada na curva do ombro dela, os dedos cravados em sua cintura como se não quisessem deixá-la escapar.

O silêncio que se seguiu não era vazio. Era cheio demais. Cheio de tudo que não conseguiam dizer.

Ela virou o rosto e o olhou. Ele também a observava — não como quem vê um corpo, mas como quem vê um espelho quebrado refletindo seus próprios pedaços.

— Isso… não é normal — ela murmurou.

— Eu nunca fui — ele respondeu.

E ali, entre os lençóis amassados e os corpos suados, ela entendeu:

Havia toque que curava. E havia toque que queimava.

Damián era fogo. E ela… já não queria ser salva.

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