NovelToon NovelToon

Nada entre Nós Dois

Capítulo 1

— Você não pode simplesmente deixar tudo para trás e ir embora assim, Tony!

— Sim, mamãe! Eu posso, e eu vou!

Desci as escadas com apenas uma mala nas mãos. Em frente a casa, o motorista já me aguardava. Entrei no carro e vi a imagem da minha mãe ficando para trás. Eu não queria ter que sair de casa assim, mas eu precisava sumir, ou faria uma loucura.

Me chamo Anthony Maestrine, tenho 31 anos, sou filho único de umas das famílias mais influentes e poderosas de São Paulo. Meus pais, Genaro e Maria Maestrine, vieram da Itália quando eu tinha apenas 1 ano de vida. Aqui eles construíram um império no ramo da construção civil. Hoje nossa fortuna já está na casa dos bilhões de Euros.

Apesar de amar o Brasil, estou indo embora para a Itália. Não foi nada planejado,eu só preciso fugir da dor que estou sentindo, e da vontade de fazer algo que destruiria não só a mim, como também a minha família.

3 anos depois …

— Graçom, mais uma garrafa de champanhe!

Estou em um dos bares que mais gosto aqui na Itália. Desde que me mudei, a 3 anos atrás, vivo de jogos, mulheres e muita bebida boa. Foi a forma que encontrei para não enlouquecer, depois de tudo que passei.

Meus pais , no começo, não queriam que eu viesse para cá. Mas ao notarem que eu poderia fazer uma loucura se ficasse no Brasil, decidiram aceitar. Nós temos algumas empresas aqui na Itália, e eu ficaria responsável por uma delas. Sou formado em gestão empresarial e administração. Meu pai me criou para substituí-lo nos negócios, mas confesso que nunca gostei da área. Porém, no Brasil eu seguindo indo muito bem, trabalhava todos os dias, participava das reuniões, era o vice - presidente do grupo Maestrine. Mas aqui na Itália, acredito que os funcionários nem saibam quem eu sou. Não tenho tempo para bater cartão, afinal eu sou o dono de tudo aquilo, e posso pagar para que façam meu trabalho, sem que eu precise acordar cedo todos os dias e vestir um terno para ir até lá.

Isso funcionou durante esses anos, mas de uns meses para cá, meus pais começaram a se incomodar com meu estilo de vida, e estão exigindo que eu volte para o Brasil o quanto antes.

Mas eles não vão conseguir isso tão fácil, eu não pretendo voltar para o Brasil, nunca mais.

— Tony, querido, a quanto tempo não te vejo! — Uma linda mulher de olhos verdes e seios fartos , disse se sentando em meu colo.

— Estou sempre aqui, meu bem, sempre aqui! — A beijei, aquela era a terceira ou quarta boca da noite, já havia perdido as contas. Não sabia seu nome, nem de onde ela me conhecia, só sei que aproveitaria todas as mulheres que me quisessem, sem distinção.

Já era duas da manhã, chamei o garçom e mandei que ele fechasse a conta, iríamos para minha casa, terminar a noite por lá.

— Senhor Maestrine, o cartão não passou!

Gargalhei, aquilo só poderia ser brincadeira. Peguei mais dez cartões que tinha na carteira e entreguei a ele.

— Algum desses deve passar!

As pessoas ao redor riram, todos ali sabiam quem eu era.

Algum tempo depois a gerente, um antigo caso meu, me chamou.

— Tony, nenhum dos seus cartões passou. Liguei para o banco, estão todos bloqueados.

Olhei para Carina assustado.

— Bloqueados?! Isso só pode ser coisa dos meus pais.

— O que você fará? — Ela me perguntou.

Tirei o relógio do pulso, um Rolex praticamente exclusivo. Só haviam três no mundo todo.

— Fique com isso, acredito que cubra muito mais do que o valor da conta. Assim que resolver as coisas com meu pais, venho buscar. Cuide bem dele, meu bem! — Dei um beijo quente em Carina, que jamais me negou o que quer que fosse. Fui em direção ao lugar onde estávamos e chamei todos para terminar a noite na minha casa. Além dos meus amigos, mais algumas pessoas da mesa ao lado se levantaram e foram juntos comigo.

A noite estava apenas começando, se meus pais achavam que aquilo iria me fazer voltar para o Brasil, eles estavam muito enganados, eu logo daria um jeito de contornar a situação.

Mas hoje, eu só vou aproveitar o restante da noite, muito bem acompanhado.

Capítulo 2

— Amore, cheguei!

Caminhei até o quarto animada, fazia uma semana que eu e Henrico não nos víamos. Estava louca de saudade.

Ao chegar na porta, me deparei com a cena mais inpossivel de se acreditar. Henrico totalmente sem roupa, deitado ao lado de Mirela, nossa colega de trabalho. Não consegui me conter, fui para cima dele, lhe acordando aos tapas.

— Camile, meu amor, não é nada disso que você está pensando.

— Eu não estou pensando, Henrico, eu estou vendo.

Me chamo Camile Medeiros, tenho 26 anos e sou brasileira. Vim para a Itália a quatro anos atrás, para estudar. Sou advogada, recém formada. Trabalho em um dos escritório mais importantes da cidade . Até a alguns minutos atrás, namorada o Henrico, moravamos juntos a algum tempo , e na minha cabeça eramos o casual perfeito . Até encontra-lo na nossa cama, como uma colega de trabalho.

— Amiga …

— Não, não me chame de amiga. Uma amiga não estaria na cama com o namorado da outra. Vocês dois, vocês não valem nada!

Mirela se enrolava no lençol da cama, enquanto Henrico procurava o short pelo quarto. Era inacreditável, o homem com quem eu me relacionava a 2 anos, o homem que dormia ao meu lado todos os dias desde que sair do apartamento que dividia com minhas amigas, para morar no apartamento dele, isso não podia estar acontecendo.

— Amore mio, deixa eu te explica, tudo isso… foi um erro …

— Um erro?! — Mirela gritou com os olhos cheios de raiva.

— Desde quando isto está acontecendo? — Perguntei tentando conter as lágrimas.

— Não …

— Henrico, não tente mentir. Estamos juntos a mais de um ano, Camile. — Mirela me disse sem esconder a satisfação do momento.

Não conseguir dizer mais nada, apenas peguei minha bolsa e sai batendo à porta com força. Sem saber muito bem o que fazer, fui direto até o apartamento que um dia foi meu.

Contei tudo para Selma e Patrícia, minhas amigas desde a faculdade.

— Meu amor,sei que não é hora para isso, mas nós tentamos te alertar sobre o Henrico.

— Selma, não é hora amiga. O que a Camile precisa agora, é do nosso apoio. — Patrícia sempre foi mais delicada, nesse quesito.

— Eu só preciso chorar, está doendo tanto …

Me joguei nos braços delas, e ali passei a tarde, envolva a lágrimas e a raiva. No final do dia, depois de uma garrafa de tequila, Selma e Patrícia me convenceram a sair de casa. Segundo elas, aquela era a oportunidade de eu comemorar, por finalmente está livre do traste do Henrico. E assim fizemos, fomos parar em um dos bares mais caros da Itália.

Já passava das duas da manhã, quando empolgada ouvir o cara do lado convidar para terminar a noite em sua casa. Não fazia ideia de que ele era, só que levantamos e fomos junto com eles e mais umas dez pessoas.

Não era uma casa, era uma mansão. Em um condomínio fechado de alto padrão. Entramos e ele nos mandou ficar a vontade. Muita bebida cara, comida a vontade na geladeira . Ele ligou o som bem alto, sem parecer se importar com os vizinhos. Aquela casa era tão grande, que provavelmente o som se dissiparia antes que chegasse nas casas ao lado.

Logo estávamos dançando em cima dos sofás caros e até de uma mesa de madeira que ficava no centro de uma das salas. Não sei que horas era, mas senti uma tontura muito forte, já havia bebido demais, nunca havia bebido tanto. Subi as escadas e entrei no primeiro quarto que vi. Só lembro de ouvir Selma e Patrícia me chamar para ir embora, apaguei.

Capítulo 3

Acordei com uma voz que conhecia muito bem, era minha mãe. Abrir os olhos devagar, a claridade parecia espetar agulhas em minhas pupilas.

— Mãe, a senhora não bate mais? O que estão fazendo aqui a essa hora?

Meus pais estavam parados de pé, na frente da minha cama. Me olhavam como se quisessem me dar uma surra.

— Anthony Maestrine, posso saber o que você fez com a nossa casa? E essa garota, quem é ela?

Só aí olhei para o lado e me deparei com uma linda mulher, ainda sonolenta , tentando entender o que estava acontecendo. Quando viu meus pais, ela puxou o lençol rapidamente, se dando conta que estava apenas de calcinha e sutiã.

Não pensei muito, olhei para os meus pais e disse em um tom calmo.

— Essa é minha namorada, vocês podem nos dar licença para que possamos nos trocar ?!

Eles saíram do quarto sem retrucar, levantei e fechei a porta enquanto eles desciam as escadas. Olhei para a cama e a vi se levantar tentando esconder o corpo.

— Seu vestido, está na cadeira. — Apontek para a cadeira. Ela correu até lá e começou a se vestir.

— Namorada? Você está doido? Eu se quer sei seu nome… na verdade, eu nem sei o que estou fazendo aqui. Droga!, eu não deveria ter bebido tanto ontem.

Ela parecia mesmo não lembrar de nada da noite anterior.

— Eu sou Anthony Maestrine, mas você pode me chamar de Tony, todos os meus amigos me chamam assim, e você como minha namorada, tem também esse privilégio. — Sorri meio sínico, não conseguir me conter.

— Isso só pode ser um daquela reality shows não é? Me fala, onde estão as câmeras?

— Não tem câmera nenhuma, e você está bem acordada, também não é um pesadelo… — Me aproximei dela, ainda estava só de cueca. — Eu diria que um sonho, dada as circunstâncias que você acordou hoje, e na cama de quem você acordou.

Ela revirou os olhos enquanto prendia o cabelo em uma espécie de nó.

— Me fala, o que aconteceu. E sem brincadeirinhas por favor.

— Vou te contar tudo, mas antes, eu preciso saber o nome da mulher que acordou ao meu lado essa manhã.

Ela revirou os olhos novamente, respirando fundo.

— Me chamo Camile Medeiros. Sou Brasileira, e pelo seu português perfeito, suspeito que você também seja.

— Bem Camile, vou te contar como você veio parar na cama do homem mais cobiçado desse país … — Ela jogou o peso do seu corpo na cadeira, parecia ainda não acreditar que estava ali.

Contei o que tinha acontecido na noite anterior, como ela subiu até o meu quarto , tirou o vestido e se jogou na minha cama.

— Suas amigas tentaram te acordar, mas você estava totalmente apagada. Elas deixaram esse bilhete aqui.

Entreguei o bilhete que dizia: “Amiga, nós tentamos, mas você não se mexeu. Espero que esteja bem, nos liga assim que acordar!”

— Eu vou matar aquelas duas, como elas me deixam sozinha na casa de um desconhecido… espera, a gente …

Vi as palavras faltarem em sua boca e sorrir imaginando o que ela queria perguntar.

— Não, não aconteceu nada. Eu estava no banheiro quando vi você na minha cama. Lhe cobri e deitei no sofá. Com o dia já claro deitei na cama, não estava aguentando de dor nas costas, aquele sofá é muito pequeno para um homem do meu tamanho.

Vi o peso sair de seus ombros, ela estava aliviada.

— Eu jamais tocaria em um mulher sem que ela me permitisse, estava bebado, mas não perdi o meu caráter no copo de wisk.

Ela se levantou, procurava pela bolsa. Apontei para o chão, onde a bolsa estava.

— Eu preciso ir, estou atrasada para o trabalho.

— Espera! — Disse a segurando pelo braço. — Eu preciso que você se apresente aos meus pais como minha namorada.

— Você só pode ser louco! — Ela se soltou da minha mão e caminhou até a porta.

— Estou realmente louco de pedir isso a alguém que não conheço. Mas eu preciso convencer os meus pais a me deixarem ficar aqui, e você pode me ajudar apensas se apresentando a eles. Não estou te pedindo muita coisa, é só sorrir e dizer seu nome.

Ela me olhou com desconfiança, mas resolveu aceitar. Descemos e meus pais estavam sentado em meio a bagunça da noite anterior.

— Pai, mãe, está é Camile, minha namorada.

Camile sorrio e apertou a mão dos meus pais meio sem graça.

— Desculpem por essa primeira impressão, nós exageremos na noite passada. Sinto muito não poder ficar mais, estou muito atrasada para o trabalho.

Meus pais a olhavam com desconfiança.

— Está tudo bem, querida. Nos falamos depois.

Dei um beijo em sua bochecha, ela sorrio em direção aos meus pais e saiu pela porta apressada.

Agora eu estava ali, diante das duas únicas pessoas que me faziam recuar sempre que era preciso.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!