De repente um garoto acorda no meio da noite ele está coberto de suor sua respiração está acelerada ele olha ao redor perguntando onde está e como chegou ali infelizmente ele não lembra de nada ele olha ao redor para descobrir onde está e se surpreende com o que descobre deitado na cama ao lado da dele está outro garoto exatamente igual a ele o garoto sente algo que não sabe explicar lágrimas começam a escorrer de seus olhos e o garoto se assusta com as lágrimas pois essa sensação é desconhecida para ele ele desce de sua cama e vai em direção ao outro garoto ele não sabe porque mais ele sente que precisa trocá-lo para saber que aquilo é real e não vai simplesmente se desfazer no ar como ele sente que já havia acontecido antes, ele para a três passos de distância do outro garoto ele estende os braços para trocá-lo e se espanta ao ver que olhos iguais aos dele estão o observando ele congela onde está como se algo o impedisse de se aproximar ele se desespera sentindo que precisa tocar no outro garoto então ele escuta uma voz soar em seu ouvido e volta a se mexer a voz veio do outro garoto era fraca e baixa como a voz de um doente e diz apenas uma frase que faz seu coração se despedaçar.
- Tudo bem irmão eu ainda estou aqui eu não vou morrer agora.
As palavras vindas de seus gêmeo trouxeram de volta um enxurrada de lembranças e memórias lembranças de algo que mais parece ter sido uma outra via pois o garoto que havia acabado de lembrar o próprio nome que também havia esquecido se lembrou de já ter visto seu irmão Adam morrer vítima de uma terrível doença que nem mesmo sua mãe sendo dona de um Boticário e com excelentes habilidades pode tratar por não ter acesso as ervas que precisava por elas serem extremamente caras por só serem encontradas no reino vizinho com o qual na época o império estava em guerra, o garoto que se chamava Yuji correu e segurou a mão que Adam mantinha estendida então se abaixou ao lado dele e exibindo um sorriso confiante disse.
- Não se preocupe você não vai morrer porque eu não vou deixar.... Não pela segunda vez.
Enquanto segurava a mão de Adam esperando que ele dormisse Yuji começou a colocar seus pensamentos em ordem, mesmo sem fazer ideia de se aquelas memórias eram realmente memórias dele ou se eram apenas partes de um delírio, pois para ele isso não importava já que graças a esse sonho ele agora tinha o conhecimento necessário mudar o que parecia ser seu futuro e salvar seu irmão.
Yuji cerrou os dentes com força enquanto relembrava a forma como sua mãe tinha sido assassinada enquanto ele impotente sangrava lentamente com uma ferida no abdômen que deveria tê-lo matado mais infelizmente não o fez já que o destino queria que ele sofresse mais, depois do homem que atacou sua mãe ter terminado com ela os homens de sua gangue também a atacaram e então cortaram sua garganta e viram enquanto ela se afogava em seu próprio sangue. Ele se lembrou do ódio que havia sentido de si mesmo por não ter conseguido fazer nada para ajudá-la, da dor de ter vários de seus osso quebrados quando o grupo que achou que ambos estivessem mortos atirou seus corpos por uma ribanceira à beira da estrada onde por obra do destino ele foi encontrado com vida quase 2 dias depois por Aika uma escrava e aprendiz de Ankou o assassino mais temido do império.
Se lembrou de como Ankou pessoalmente havia tratado suas feridas e após ouvir sua história o havia tomado sob sua proteção para que se torna-se seu aprendiz se lembrou do medo que sentiu na primeira vez que adentrou o covil dos assassinos mais temidos do continente o castelo noctis, onde ele junto com Aika passaram por um treinamento infernal e constante de 6 anos, até que suas habilidades foram reconhecidas por terem atingido um nível em que seu mestre já em idade avançada o reconheceu como seu sucessor. Yuji se lembrou da alegria que sentiu naquele momento que infelizmente durou pouco já que meses depois seu mestre foi assinado por Aika devido a inveja e esta foi morta por ele junto com todos os outros traidores logo assim que ele que estava em missão descobriu o que havia ocorrido. Se lembro do rosto de todos aqueles que ele havia matado depois de assumir a posição de Ankou até que finalmente conseguiu se encontrar novamente com a gangue da hidra os assassinos de sua mãe e finalmente obteve sua vingança, antes de desistir da vida de assassino e passar a se dedicar apenas ao treinamento dos jovens discípulos dos assassinos que habitavam forte Noctus até o início da guerra contra o reino de Claus que devido a ajuda de traidores levou a morte do imperador e a queda do império de Kenzem junto com a destruição de várias cidades. E por fim de como ele havia morrido enquanto tentava ganhar tempo para que seus discípulos pudessem cruzar a fronteira para o reino de Evocam depois de serem emboscados, e por um momento não pode deixar de ficar triste ou tentar imaginar o que deveria ter acontecido com seus jovens alunos sendo que muitos ainda nem sequer tinham atingido a maior de idade.
Logo depois tristeza passou quando ele percebeu que agora ele poderia evitar esse futuro e que isso acontecesse talvez até mesmo evitar que aqueles que se tornaram seu discípulos se tornassem órfãos de guerra e precisassem pedir abrigo a uma das três torres, com esse pensamento Yuji se levantou e foi até a porta do quarto pegou seu casaco pendurado e seguiu para as escadas que levavam ao primeiro andar onde funcionava o Boticário de sua mãe então verificou se ela estava dormindo e fechando a porta saiu para noite fria de inverno para encontrar as plantas que precisava para curar a doença de seu irmão e começar a mudar seu futuro.
Naquele momento ele jurou que sem importar o que tivesse de fazer ele protegeria seu irmão e mãe e impediria que tudo que ele havia testemunhado naquele futuro terrível acontecesse novamente.
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Enquanto mancava de volta para casa lentamente Yuji tentava manter seu braço quebrado o mais imóvel possível, mas mesmo assim a dor que sentia era tanta que se não fosse pelo risco de hipotermia devido à nevasca que caia ele ainda estaria deitado na rua dos bordéis onde fora deixado mais cedo depois da surra, ele sabia que sangue lhe escória do nariz quebrado e do lábio cortado, mas não valia a pena tentar limpar não com a dor que sentiria como custo para isso, não algumas manchas seriam melhor que tentar mexer um dos braços ainda mais com o risco de uma fratura exposta e hemorragia. Se aproximando da área dos cortiços ele sabia que ainda faltava boa parte do caminho até sua casa na zona baixa da cidade por isso trincou os dentes de dor ao cair para frente sobre os braços depois de escorregar sobre uma poça recém congelada ele tentou se levantar mais a dor ao tentar se apoiar em seus braços, foi tanta que ele desistiu da ideia optando por apenas rolar para o lado e sair de cima do braço. Ele ficou ali deitado vendo a neve cair até perder a noção do tempo e estar semi enterrado na Neve ele via as silhuetas das pessoas passando ao seu lado e o ignorando enquanto sentia o frio lhe penetrar até os ossos ele pensou em como sua vida tinha mudado em alguns meses e se perguntava o quanto era irônico se ver naquelas condições sendo filho e aprendiz de uma curandeira que tantas vezes havia ajudado muitos daqueles que agora fingiam não o ver ali era tão irônico que ele riu consigo mesmo assustando alguns transeuntes que olharam surpresos para ele no chão mais mesmo assim não tentaram ajudá-lo. Enquanto sentia seu corpo ficar cada vez mais rígido e sua consciência mais e mais distante ele se perguntava se alguém além de seu irmão e Lizy sentiriam sua falta então se lembrou da briga que haviam tido dias antes e imaginou se o veria novamente para poder se desculpar e com esse pensamento fechou os olhos para descansar, instantes depois estava imerso em um sono pesado e profundo revendo diversas cenas de acontecimentos de sua vida alguns bons outros já nem tanto Yuji sentiu seu coração pesar quando as imagens chegaram aos acontecimentos de 6 meses atrás que marcaram o início da guinada para baixo de sua vida. Ele se viu de volta na floresta do lobo caminhando a apressado ao lado de seu irmão enquanto seguiam de volta para casa no final do dia após passarem boa parte do dia tentando caçar qualquer coisa que valesse a pena vender em alguns dias em sua primeira participação
na feira de inverno na vila Gai ou como seu mestre caçador velho Billy costumava dizer a formatura dos verdadeiros caçadores da vila de Kan.
Mesmo sendo uma viagem curta de apenas um dia eles se sentiam empolgados e animados com a ida a vila vizinha que era conhecida por ser almenos 10 vezes maior que a vila Kan conhecida como porta do fim do mundo por ser o último ponto de parada antes da fronteira do lado ocidental do império de Kenzem onde viviam, cada um deles estava criando suas próprias expectativas sobre como seria a vila, como seria a feira, quanto poderiam ganhar com os artigos que tinham para vender e acima de tudo como seria acampar na parte mais distante da floresta e dormir sem a proteção das paredes de uma casa não que fosse a primeira vez que fariam isso mas esta seria a primeira vez que fariam fora da proteção da barreira da vila sem sua mãe e um grupo de mercenários armados m como escolta da caravana como tinha cido quando viajaram pela primeira vez até Kan a 2 dois anos.
Os dois irmãos caminhavam em silêncio com cada um nutrindo sua própria imaginação de como seria a partida no dia seguinte, como caçadores treinados até mesmo seus passos era quase inaudíveis mesmo naquela trilha lamacenta e parcialmente coberta de neve que cortava parte da floresta eles sempre se mantinham atentos aos arredores pois como já haviam aprendido a sempre o risco de serem atacados na floresta ainda mais os possíveis predadores noturnos que poderiam surgir a qualquer momento de entre as árvores devido ao dia nublado e escuro de inverno, quando estavam se aproximando do final daquela trilha um movimento entre as árvores lhes chamou a atenção fazendo com que soltasse seus alforjes e levassem suas mãos as armas que traziam Adam que tinha pedido sua lança trazia uma adaga longa que presa ao cinto e Yuji a um arco curto feito a mão que trazia às costas.
Adam se sentindo desconfortável por não ter sua lança costumeira consigo assumiu a liderança e avançou até o lugar que havia captado sua atenção em quanto Yuji preparava uma flecha no arco para o caso de qualquer eventualidade, aliviado mas ainda em prontidão Yuji observou enquanto Adam guardava novamente a adaga e sinalizava para que ele se aproximasse ainda com o arco nas mãos Yuji se aproximou cautelosamente contornando as árvores pelo lado oposto ao que Adam estava e se surprendeu ao ver um homem que aparentava ter pouco mais de 40 anos caído ali, ele estava envolto em um manto negro como a noite feito de algum tecido que eles até então nunca haviam visto enquanto Yuji guardava novamente o arco para ver o homem ali caído ele escutou a voz de Adam em sua cabeça dizendo.
- Acha que ele está morto?
Rapidamente Yuji se abaixou e verificou a respiração e pulso do homem o pulso estava fraco da respiração irregular e lenta como se estivesse ferido. Antes de verificar suas suspeitas Yuji virou se para Adam respondendo sua pergunta com um aceno rápido de cabeça então conjurando sua habilidade e verificou as auras dos dois e falou normalmente.
- Ele não está morto mais mesmo assim não está nada bem sua aura está muito fraca e fica oscilando assim como seu pulso e respiração se ele não receber tratamento logo provavelmente vai estar morto até o fim da noite.
Então removendo o manto que o envolvia surpreendeu se ao ver a ferida terrível que lhe devia o peito na diagonal relembrando de suas lições e experiências como ajudante de curandeiro Yuji começou a revirar os vários bolsos do casaco atrás do pequeno saco de ervas que havia colhido mais cedo e separando a que precisava falou.
- Ele está pior do que pensei vou ter de tentar estancar o sangramento antes de poder levá lo daqui.
Adam com uma expressão indiferente perguntou.
- Você acha que conseguiremos ir com os outros amanhã de manhã?
Yuji irritado pela indiferença do irmão levantou a cabeça para encara lo e então em tom sério e ríspido falou.
- Eu não me importo com isso! Mais já que você está tão preocupado assim com isso corra até a vila e peça para alguém para vir até aqui com uma carroça e depois avise nossa mãe para preparar todas as plantas e ervas para tratar uma ferida profunda com risco de infecção.
Adam ainda ficou parado por um tempo como se pensasse em algo para dizer mais vendo o olhar irritado de Yuji virou se e começou a correr. Sozinho com o ferido Yuji levantou se e correu para pegar seu alforje então tirou seu odre de água e abrindo o jogou parte da água sobre a ferida do homem em seguida usou um pedaço de tecido para limpar o sangue seco acumulado ao redor do ferimento, dando se por satisfeito pegou duas das várias plantas que trazia uma com efeito anestésico e outra com efeito coagulante e as envolveu em outro pedaço de tecido úmido e as esmagou transformadas em um balsamo grosseiro, em seguida esfregou a mistura sobre o ferimento e verificou novamente a respiração do ferido ficando aliviado ao notar que ela começava a se normalizar Yuji voltou sua atenção aos possíveis animais que poderiam ser atraídos pelo cheiro de sangue voltou a empunhar seu arco após subir uma árvore para ter uma visão melhor dos arredores então novamente se concentrou para ativar sua habilidade que usou para verificar a aura de todas as criaturas vivas escondidas nos arredores sentido se grato por não serem muitas, então ainda com sua habilidade ativa a tirou a primeira flecha que desapareceu na copa de uma árvore a pouco mais de 20 metros a frente dele onde se cravou em um galho alto assustando dois abutres que já estavam a espreita, a segunda flecha disparou para baixo a direita perfurando com perfeição o pescoço de uma raposa velha com sua aura já debilitada a pouco mais de 13 metros, preparou e disparou uma terceira flecha na direção oposta a primeira raposa atingindo o chão a frente de uma segunda acerca de 7 metros dele esta foi esperta o bastante para fugir em seguida preparou uma quarta flecha que atirou para trás na direção de um velho carvalho a 26 metros onde uma criatura com uma aura estranha parecia estar se escondendo sem notar nenhuma reação da criatura Yuji disparou uma segunda flecha fazendo esta atingir mais perto da aura da criatura novamente não houve resposta, já começando a se sentir cansado pelo uso de sua habilidade mas sem querer deixar seu paciente correr riscos Yuji disparou uma terceira flecha desta vez mirando o centro da aura da criatura meio triste viu a flecha seguir com perfeição na trajetória desejada imaginando que tipo de criatura teria matado sem necessidade, deu uma rápida olhada nos arredores então desativou sua habilidade e saltou da árvore e seguiu até a raposa morta arrancou a flecha e arrasto a carcaça até perto de seu alforje indo em seguida na direção da outra criatura que havia atingido mais ficou apreensivo quando ao se aproximar do velho carvalho encontrou apenas suas flechas cravadas na árvore sem sequer um sinal de sangue Yuji preparou novamente o arco girou sobre os calcanhares observando atentamente os arredores em busca de qualquer movimento que indicasse um animal se deslocando em meio aos arbustos mas não conseguiu ver ou ouvir nada e já exausto não podia contar com sua habilidade então decepcionado abaixou se para tentar recuperar alguma de suas flechas presas a árvore e neste momento olhando para o chão mais a frente viu algo que lhe pareceu uma pegada mais escuro como estava não havia maneira de ter certeza ele pensou na possibilidade de tentar acender uma fogueira mas vendo a quantidade de neve que ainda cobria a maior parte do chão ao seu redor imaginou que não seria possível então segurando a haste de uma das flechas que havia conseguido salvar cravou a no chão para marcar o lugar onde a pegada estava e voltou para perto do ferido que se mantinha absolutamente imóvel e inconsciente pensando no que fazer enquanto esperava o regresso de seu irmão com a ajuda decidiu se afastar um pouco do ferido para começar a esfolar a raposa parando ocasionalmente para fazer uma ronda rápida já estava no fim do processo quando durante uma das rondas captou de canto de olho o brilho de uma lanterna irritado pela demora seguiu volto até onde havia deixado suas coisas perto do ferido. Adam que caminhava lentamente vinha seguido de dois aldeões de aparência velha que Yuji não reconheceu um deles guiando uma carroça puxada por uma mula que parecia prestes a desabar, ignorando a ira Yuji fez sinal para se aproximarem e com cuidado acomodou o ferido sobre uma pilha de palha colocada na parte de trás da carroça então oferecendo 10 moedas de bronze ao cocheiro para conduzir assumiu as rédeas cortando caminho por fora da trilha.
Minutos depois estavam sendo recebidos por sua mãe em casa e correndo para acomodar o ferido sobre uma mesa vazia no pequeno depósito de ervas sem perder tempo Yuji acompanhou homem que o havia ajudado a carregar o ferido até a porta e depois de agradecer rapidamente ao cocheiro lhe entregou um punhado de moedas de bronze e correu novamente pra dentro para ajudar sua mãe no tratamento do ferido enquanto Adam acendia a pequena lareira do depósito para ajudar a iluminar e aquecer o lugar e em seguida retornava animado a preparação dos suprimentos para a viagem da manhã seguinte.
Horas depois quando a ferida do homem já estava limpa e perfeitamente costurada e medicada Yuji desabou sobre uma cadeira encostada a parede se perguntando se todo aquele esforço tinha valido a pena de algum modo ou se o paciente apenas morreria durante a noite, sua mãe sentando ao se lado lado lhe envolveu os ombros com um dos braços apertando gentilmente e como se tivesse lido seus pensamentos Emily sorriu para ele e com voz baixa e cansada disse.
- Fizemos tudo ao nosso alcance agora só depende dele acordar ou não.
Yuji concordou com um aceno rápido de cabeça então conjurando sua habilidade rapidamente avaliou novamente a aura do ferido e sorriu para sua mãe ao dizer.
- A aura dele está bem mais forte que antes mais pra ter certeza vou passar a noite para observar melhor.
Emily sorriu de volta para ele então olhando nos olhos do filho disse com voz suave.
- Você tem um dia cheio amanhã então deixe que eu o observo está noite e vá descansar.
Yuji negando com a cabeça disse.
- Eu não estou cansado e mesmo que estivesse não conseguiria dormir essa noite então a senhora pode ir descansar despreocupada e caso ele acorde eu te chamo na mesma hora.
- Mais e a viagem a vila vizinha? Você não vai conseguir acompanhar os outros se não estiver descansado.
Dando de ombros Yuji respondeu.
- Não importa eu posso ir na próxima.
- Mais o Adam estava tão empolgado para vender as peles de vocês na feira de inverno ele vai ficar decepcionado se você não for.
Ele pode vender as peles sozinho além do mais haverá outras oportunidades.
- Tem certeza. Perguntou Emily ao levantar se da cadeira.
Yuji novamente concordou com um aceno rápido então Emily o abraçou rápida mente e sussurrou em seu ouvido.
- Continue sendo gentil meu menino. Em seguida em quanto sentia o rosto corar Yuji viu uma lágrima cortar o rosto de Emily antes dela virar se e seguir apressada na direção da porta.
Emily voltou minutos depois carregando uma bandeja com uma caneca uma vazia, um bule cheio de água fervente, um pote cheio de ervas secas e um prato com alguns pedaços de pão e carne seca. Ela colocou a bandeja em uma bancada vazio perto da lareira abriu o bule e jogou um punhado de ervas dentro depois de esperar um momento para o chá ficar pronto encheu a caneca até perto da borda em seguida a entregou a Yuji junto com o prato de pão e carne e saiu novamente da sala em silêncio, Yuji que ainda não havia comido se sentiu agradecido pela pequena refeição depois de terminar seu primeiro caneco de chá acompanhados da maior parte do conteúdo do prato se levantou para se servir de um segundo mas na metade do caminho até a bancada mudou de direção e contornando a mesa onde o ferido estava deitado se dirigiu a um conjunto de prateleiras altas cheias de frascos de extratos de plantas raras que sua mãe raramente usava então contornando a parede seguiu até pisar sobre a tábua solta do assoalho rapidamente se abaixou remover a tábua em seguida retirou do buraco forrado de palha um livro fino encapado em couro que tinha o título escrito com letras douradas A ARTE DOS VENENOS em seguida recolocou a tábua e voltou a cadeira levando o livro e um lampião a óleo que pendurou em um suporte acima da cadeira depois de acender com uma brasa da lareira.
Passou algum tempo com Yuji completamente entretido em sua leitura de A ARTE DOS VENENOS ele prestava atenção a cada pequeno detalhe enquanto memorizava cada desenho de planta,descrição e nota de rodapé de cada uma das receitas mau percebeu a luz do lampião diminuindo até que está se apagou um tanto decepcionado fez uma pequena dobra na ponta da página que havia parado e levantou se para reabastecer o lampião deixando o livro sobre a cadeira foi em direção a porta mas antes de sair parou por um momento para observar o ferido e levou um susto ao notar que ele o encarava de volta com uma expressão séria e carrancuda, com calma Yuji começou a se aproximar do ferido antes o cumprimentando com um breve aceno de cabeça enquanto pensava em algo para dizer mais antes que tivesse a chance o homem perguntou com cautela em voz baixa.
- Foi você que tratou minha ferida?
Yuji dando de ombros respondeu.
- Em parte sim eu o encontrei na floresta e parei o sangramento então o trouxe até aqui e minha mãe cuidou do resto.
O ferido murmurou um agradecimento em seguida tentando se levantar perguntou.
- Sua mãe é uma sacerdotisa?
Yuji não queria ser desrespeitoso com o homem mais velho e desconhecido mais ao ouvir a pergunta precisou de bastante esforço para não começar a rir ele respirou fundo algumas vezes para acalmar a vontade de rir e só quando conseguiu falou.
- O senhor sabe que apenas as donzelas podem ser sacerdotisas não é?
O homem concordou com a cabeça.
- Então como minha mãe poderia ser uma?
- Desculpe. disse o ferido tocando o curativo no peito.
- Mas é que quando toque este curativo senti a mesma sensação dos efeitos das runas usadas pelas sacerdotisas.
- Não precisa se desculpar, minha mãe realmente tentou usar runas para trata lo mais elas não tiveram efeito então ela usou plantas e ervas para limpar sua ferida e tentar evitar uma infecção.
Sem conter sua incredulidade o ferido perguntou.
- Sua mãe sabe usar runas? mesmo não sendo uma sacerdotisa?
- Sim. respondeu Yuji então abrindo um sorriso cheio de orgulho continuou - e eu também.
Ainda sem acreditar o ferido falou.
- Já andei por quase todo o império mais nunca conheci alguém que fosse capaz de usar runas sem ser um paladino ou sacerdote.
Ainda mais empolgado e orgulhoso Yuji falou.
- Não se preocupe eu apresento vocês assim que ela acordar.
O homem fez uma expressão que Yuji não soube decifrar quando perguntou.
- Se sua mãe é uma curandeira tão boa quanto você diz porque ela está dormindo enquanto te deixa aqui?
Yuji sentiu uma pontada de raiva ao ouvir a pergunta considerando a ofensiva mas o homem ali deitado não parecia querer ofender por isso se esforçando para não ser grosseiro respondeu.
- Pra começar eu não fui deixado aqui eu optei por ficar porque ela estava cansada depois de tratar você e não é só isso, ela está doente desde que saímos da capital cada dia que passa ela tem se tornado cada vez mais fraca e por isso eu decidi ajudá la e me tornar seu aprendiz tenho lido cada livro possível que fale sobre doenças, plantas, maldições e venenos mais ainda não consegui encontra o que ela tem e nem uma possível cura pra isso.
O homem sentindo se culpado por sua pergunta falou em voz baixa.
- Desculpe eu não queria ofender e nem me intrometer em assuntos de família.
Yuji deu de ombros como se o assunto não tivesse importância e enquanto o ferido olhava para o teto rapidamente secou uma lágrima que brilhava em seus olhos, os dois seguiram em silêncio por algum tempo até que o ferido voltando a fitar Yuji perguntou.
- Qual é seu nome garoto?
Yuji estava novamente perdido em seus pensamentos levou um tempo até responder.
- Me chamo Yuji e você?
- Eu me chamo Hermann.
Yuji assentiu rapidamente então com cautela perguntou.
- Então senhor Hermann se em portaria de contar como você se feriu?
Hermann indiferente a cautela do garoto falou calmamente.
- Não se preocupe não sou um criminoso como você deve estar pensando...
- Desculpe. Disse Yuji interrompendo Hermann - Não tive a intenção de te ofender mas precisamos informar os guardas da vila sobre todas as pessoas de fora que tratamos.
- Eu entendo mas como disse não sou criminoso sou apenas um homem sem sorte.
- Então você foi atacado na estrada por ladrões? É por isso que você estava sem nada na floresta?
Hermann inexpressivo respondeu em voz tão baixa se assemelhava a um sussurro.
- Não eu não fui atacado na estrada foi algo muito pior.
*******Nota do Autor ********
A Habilidade de Yuji citada acima é chamada de olho espiritual ou olhos da aura. É uma habilidade rara e não congênita (Herdada ou passada por linhagem de sangue).
Ela dá ao seu usuário a capacidade de ver a aura ou força vital de qualquer ser vivo assim como determinar o estado de espírito ou ler as emoções e ver o fluxo de mana de magos, bestas ou criaturas mágicas e demônios.
Acima também a um momento em que Adam fala diretamente na cabeça de Yuji isso é devido a uma outra habilidade compartilhada entre eles chamada
Elo Empático: (Basicamente eles podem se comunicar mentalmente um com o outro, podem sentir as emoções um do outro e se concentrarem também podem compartilhar uma memória ou imagem assim como saber a localização um do outro) mas depois de dominada eles também podem bloquear a conexão impedindo o outro de ter acesso as essas informações.
Ouvindo o tom baixo da voz de Hermann Yuji soube por suas experiência que sua história era triste e dolorosa mas antes que pudesse falar algo para confortálo Hermann inspirou profundamente e voltou a falar.
- Antes de contar o porque de meu ferimento vou falar um pouco sobre meu clã para que você entenda as circunstâncias que levaram a isso.
Empolgado Yuji assentiu para que Hermann continuar.
- Eu venho de um clã antigo que devido a um crime cometido por nosso ancestral atualmente não está vinculado a nenhum reino ou bandeira e ainda carrega uma maldição lançada por um deus que não pode ser quebrada ou evitada ela impede que possamos viver em qualquer parte da terra que possa ser tocada pela luz do sol.
Hermann fez uma pequena pausa e vendo o olhar confuso de Yuji continuou.
- Não é como se não pudéssemos viver onde a luz do sol toca é que a luz do sol é o que ativa essa maldição fazendo com que certas coisas ocorram por isso a evitamos mas fora isso somos pessoas normais que caçam, pescam e cultivam campos de lavoura só que fazemos isso a noite.
- Mas isso não é difícil? Perguntou Yuji - Fazer todos esses trabalhos a noite?
- Não. Respondeu ele - Por 2 razões a 1° É porque não fazemos isso em grande quantidade já que ficamos espalhados por regiões diferentes e 2° Porque nós aprendemos a viver assim desde o nosso nascimento, mais isso não vem ao caso agora você queria saber o porque do ferimento certo?
- Sim. Concordou Yuji mexendo a cabeça.
- Como já disse meu clã foi a amaldiçoado por um deus devido a um crime de nosso ancestral
e por isso assim como a maioria dos demônios mais fortes não podemos sair a luz do dia e devido a isso desde a era de meus ancestrais um grupo de pessoas que se dizem "servos desse deus" tem nos considerado malignos e vem nos perseguindo para nos eliminar, devido a isso meu clã acabou se dividindo em pequenas colônias para se tornar mais difícil de ser localizado e nos mudamos a intervalos regulares e isso deu certo por vários séculos mais nos últimos anos esses "servos de deus" tem ficado melhores em nos encontra nos obrigando a mudar com maior frequência e menos preparo levando a mais baixas durante a nossa migração na última vez perdemos vários de nosso grupo em uma emboscada mais isso nos possibilitou a chance de mudar a um lugar menor e mais difícil de ser encontrado ou pelo menos foi isso o que pensávamos até a noite passada. Hermann fez uma uma pausa e fixou o olhar no vazio como se estivesse revendo os acontecimentos que estava prestes a contar nesse momento seu olhar se tornou vazio passaram se vários minutos em silêncio até que sem conseguir conter sua curiosidade Yuji perguntou.
- O que aconteceu ? Vocês foram atacados não é, foi por isso que você estava ferido? Mas como você chegou a floresta sem poder andar sob a luz do sol?
Yuji ainda tinha mais perguntas que gostaria de fazer mas antes que pudesse continuar ouviu uma voz lhe interromper dizendo.
- Não acha que são perguntas demais para para se fazer a um homem ferido?
Virando a apressadamente na direção de onde vinha a voz Yuji encontrou sua mãe parada do outro lado da sala os encarando com um expressão cansada no rosto enquanto mantinha os braços cruzados diante do corpo com A ARTE DOS VENENOS nas mãos vendo o livro ali a mente de Yuji disparou pensando em todas as possíveis desculpas que poderia dar a sua mãe para tentar evitar a bronca e o possivelmente o castigo que receberia por pegar aquele livro sem a permissão dela mais antes que pudesse pensar em uma desculpa satisfatória ouviu Hermann perguntar em uma mistura de surpresa, confusão, medo e dúvida ao sair de seu transe.
- E... Emily é você mesma? Como isso possível?
Yuji espantado por ouvir Hermann dizer o nome de sua mãe se virou para ele querendo perguntar como ele a conhecia mas novamente antes que tivesse a chance foi impedido quando indo em direção a eles sua mãe respondeu calmamente.
- Sim. Hermann sou eu.
Hermann tornando se nítida mente mais pálido começou algo que Yuji imaginou que fosse uma nova tentativa de pergunta mais antes que pudesse terminar de organizar seus pensamentos Emily o interrompeu dizendo.
- Sei que está surpreso em me ver e que tem perguntas que gostaria de me fazer assim como eu tenho as minhas pra você mas antes disso me deixe trocar umas palavrinhas com meu FILHO tudo bem?
Em seguida sem esperar confirmação Emily envolveu os ombros de Yuji com um dos braços e o encarou por um momento exibindo um semi sorriso tão assustador que inconscientemente o fez começar a tremer quando sua mãe o guiou na direção da porta, assim que saíram por ela Emily a fechou silenciosamente e assumindo uma postura séria perguntou em um sussurro.
- Sobre o que vocês conversaram?
- Nada demais. Respondeu Yuji mais notando o olhar de irritação de sua mãe contínuo. - ele me falou um pouco sobre o clã dele que não podem sair a luz do dia devido a uma antiga maldição. Vendo que sua mãe franzia as sobrancelhas acrescentou rapidamente. - não faz muito tempo que ele acordo.
Yuji ficou aliviado ao ver a expressão de sua mãe se suavizando enquanto ela se virava para voltar pela porta e enquanto ela girava a maçaneta Yuji cogitou todos os riscos de tentar falar com sua mãe naquele momento mas por sua expressão ele sabia que não era um boa ideia naquele momento mais antes que ela pudesse cruzar a porta vencido por sua curiosidade perguntou.
- De onde vocês se conhecem?
No momento em que terminou a pergunta Yuji viu sua mãe congelar no lugar como um animal acuado em um cerco de caçadores mais para sua surpresa viu a virar lentamente em sua direção então expirou brevemente e falou.
- Eu conheci o Hermann pouco tempo antes de você nascer na época ele era amigo do seu pai mais depois da morte dele não nos falamos mais.
- Um amigo do meu pai? Como eles se conheceram? Ele também serviu no exército?
- Sim ele foi amigo do seu pai mais não sei dizer quando e como eles se conheceram. Emily viu o olhar confuso de Yuji então exitante mente explicou - como ele já deve ter dito a você ele não pode sair a luz do dia e também não fica muito em um mesmo lugar para evitar chamar atenção.
Yuji ficou em silêncio por um momento processando as informações então olhando nos olhos de sua mãe perguntou.
- Então porque você não contou antes que já o conhecia se sabia que ele era amigo do nosso pai?
Ainda olhando nos olhos do filho Emily respondeu.
- Porque da forma que ele estava não imaginei que ele sobreviveria a noite e mesmo que sobrevivesse não achei que acordaria tão rápido e não queria dar mais motivos para você e seu irmão encheram ainda mais suas mentes de perguntas que não sei responder sobre um pai que vocês nunca vão conhecer.
Yuji sabia que sua mãe não estava lhe contando toda a verdade tinha mais perguntas que gostaria de fazer agora que eles haviam adentrado um tema quase nunca falado mas vendo o quanto sua mãe parecia estar cansada pelas poucas palavras ditas decidiu esperar outra ocasião afinal Hermann ainda teria de ficar de repouso por vários dias antes de poder partir e provavelmente apareceriam outras oportunidade de voltar ao assunto quando sua mãe estivesse melhor então saindo de seus devaneios Yuji ouviu sua mãe perguntar.
- Poderia nos deixar conversar sozinhos por um momento?
Yuji queria negar o pedido de sua mãe mas antes que pudesse falar notou que ela ainda segurava A ARTE DOS VENENOS nas mãos por isso indo contra todos os seus instintos e curiosidade concordou brevemente com um aceno rápido virando se em seguida para ir embora mas antes que pudesse se afastar ouviu sua mãe falar.
- YUJI? Ele não sabia explicar mais alguma coisa no modo como ela pronunciou seu nome o fez sentir um arrepio percorreu sua espinha assumindo um tom de cautela ao se virar para responder.
- Sim?
Emily abrindo o livro nas mãos falou com um meio sorriso se formando nos lábios.
- Depois conversamos sobre este livro e como você o encontrou.
Sentindo um novo arrepio Yuji concordou com um aceno antes de seguir para seu quarto.
Abrindo a porta se surpreendeu ao encontrar Adam ainda de pé revisando seus alforjes empilhados em um dos cantos do quarto ao vê lo Adam perguntou.
- Você vai desistir de ir a Balem não é?
Yuji foi pego de surpresa pela pergunta pois sabia o quanto ambos tinham esperado pela viagem e se dedicado nas preparações para ela mais ele já havia tomado sua decisão sobre a viagem e não faria diferença contar agora ou depois por isso simplesmente respondeu indo em direção a sua cama.
- Sim. Vendo a decepção de Adam ao assentir rapidamente continuou - Eu já estava pensando em desistir antes devido a doença da mamãe mas agora que estamos com um paciente não acho que possa passar uma semana fora deixando ela sozinha.
Adam abaixou a cabeça e Yuji dando a conversa por terminada puxou as cobertas e deitou se em sua cama ainda vestido com as roupas do dia e imediatamente foi tomado pelo cansaço do dia como era comum quando usava suas habilidades, com os olhos já fechados e quase caindo no sono ouviu a pergunta de Adam através de seu elo empático.
- Ela está tão mau quanto aparenta?
Exausto Yuji respondeu pouco antes de cair no sono.
- Não ela está pior.
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O que estão achando da minha primeira obra ?
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