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Sob o Véu das Estrelas (BakuDeku)

Capítulo 1 – O Dançarino da Luz

A brisa quente da noite indiana soprava pelas cortinas finas da pequena casa de dois andares. Do alto da janela, onde o tempo parecia passar mais devagar, um par de olhos carmesim observava em silêncio...
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(apoiado no parapeito da janela, resmungando em voz baixa)
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
— De novo... Aquelas luzes acesas. E a música... É sempre essa maldita música hipnotizante.
Ele inclina a cabeça para o lado, tentando espiar melhor. Ao fundo da rua, um imponente casarão decorado com luzes douradas se erguia como um templo secreto. Era a "Casa da Dança do Ventre de Jaipur", um lugar reservado à elite do país, onde apenas nobres, comerciantes ricos e figuras influentes podiam entrar.
Através de uma fresta entre as cortinas do salão, Bakugou conseguia ver o palco iluminado... e naquela noite, viu algo — ou melhor, alguém — que fez seu coração tropeçar por dentro do peito.
Era a primeira vez que o via claramente. Um novo dançarino... pele clara como marfim, olhos verdes reluzentes como esmeraldas, e cabelos selvagens em um tom de verde incomum. Estava envolto em um véu transparente cravejado de pequenas moedas douradas que tilintavam a cada movimento. Seus quadris dançavam com graça, e o sorriso sereno nos lábios escondia uma chama misteriosa.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(quase sem perceber, sussurrando) — Quem é você...?
Corte para o interior da casa de dança. Nos bastidores, entre dançarinos experientes e vestes penduradas com cuidado, o jovem novato ajeita seu véu diante do espelho.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
(sorrindo para si mesmo, enquanto ajusta as pulseiras)
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
— Eles estavam todos olhando... Será que foi boa a apresentação?
Uma dançarina mais velha, chamada Rani, se aproxima dele com um sorriso carinhoso.
𝚁𝚊𝚗𝚒
𝚁𝚊𝚗𝚒
— Meu bem, você tem a luz no corpo. Quando você dança, é como se o tempo se curvasse para assistir.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
(rindo timidamente) — Eu só tento fazer o melhor. Ainda estou aprendendo...
𝚁𝚊𝚗𝚒
𝚁𝚊𝚗𝚒
(apertando sua mão suavemente) — Já encantou até os olhos que nem deveriam ver...
Izuku franze o cenho, confuso.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
— Como assim?
𝚁𝚊𝚗𝚒
𝚁𝚊𝚗𝚒
— O garoto da janela... Ele te olha toda noite. Ele mora ali...
𝚁𝚊𝚗𝚒
𝚁𝚊𝚗𝚒
(aponta discretamente pela fresta da cortina, em direção à casa modesta de dois andares)
𝚁𝚊𝚗𝚒
𝚁𝚊𝚗𝚒
— Um olhar tão intenso que poderia incendiar as velas do salão inteiro.
Izuku cora levemente, curioso. Naquela noite, ao sair para a varanda da casa, ainda com os véus sobre o corpo, ele se vira discretamente para a janela ao longe. E sorri.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
💭Então você está aí...💭
Corte para Bakugou, que se assusta ao perceber que o dançarino o olhou diretamente.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(recua da janela, o rosto em chamas) — Merda... ele viu.
☘︎CONTINUA☘︎

Capítulo 2 – A Dança Para Um Só Coração

A noite tinha se calado em Jaipur. As ruas antes movimentadas agora estavam vazias, banhadas apenas pela luz pálida da lua. A Casa da Dança do Ventre estava escura, silenciosa, seus salões já esvaziados, os aplausos ecoando apenas na memória das paredes douradas.
Mas no segundo andar de uma casa modesta, ainda havia um par de olhos acordado. Sempre atento. Sempre à espera.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(resmungando consigo mesmo, deitado no colchão encostado na janela)
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
Eu sou idiota mesmo... O que eu fico esperando? Que ele vá me notar?
Ele fecha os olhos, frustrado, pronto para se afastar da janela. Mas então, um brilho discreto invade o canto da sua visão. Ele abre os olhos de novo, lentamente.
Uma única lanterna a óleo foi acesa no terraço da casa de dança. No meio da escuridão, aquele pequeno ponto de luz tremeluzia como uma chama viva... E então, sob a luz suave e dourada, ele apareceu.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
(vestindo um traje simples, mas ainda adornado com os pequenos sinos dourados nos quadris e pulseiras)
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
(sussurrando, como se falasse para o vento) Eu sei que você está aí...
Ele estende os braços lentamente, e os véus que o envolviam deslizam como ondas no mar. Um passo... dois... e então, começa a dançar. Seus movimentos são lentos, fluidos. Um balé silencioso dedicado a um único espectador.
Os olhos de Bakugou se arregalam. Ele se levanta devagar, como se temesse espantar o momento com qualquer gesto brusco.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(em sussurro) — Ele tá... dançando pra mim?
Izuku gira, os sinos em sua cintura tilintando com suavidade. Seus olhos verdes não buscavam a plateia... eles estavam fixos na direção daquela janela no andar de cima. Seus quadris ondulavam, seus braços desenhavam histórias invisíveis no ar, e seu sorriso era doce como incenso queimando ao amanhecer.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
💭Eu não sei seu nome... Mas seus olhos são sempre os primeiros a me olhar. Isso basta por agora.💭
Por um instante, o tempo parecia ter parado. Não havia luxo, nem multidão, nem elite. Apenas um dançarino e um rapaz atrás da janela, presos em um silêncio mágico que gritava mais do que mil palavras.
O último giro foi lento. Izuku se curvou levemente, como se oferecesse aquela dança como presente. Depois, apagou a lanterna com um sopro suave... e sumiu de volta na escuridão da casa.
Bakugou ficou ali parado. O coração batendo no peito como um tambor em dia de festa.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(baixando a cabeça, sorrindo sem perceber) Tsc... Esse desgraçado... vai me matar ainda.
☘︎CONTINUA☘︎

Capítulo 3 – Noites de Ouro e Silêncio

A cidade de Jaipur dormia... Mas duas almas continuavam acordadas.
Na Casa da Dança do Ventre, Izuku já não esperava os aplausos da elite nem os olhares dos nobres. Todas as noites, após os salões se apagarem e as cortinas se fecharem, ele subia em silêncio para o terraço, acendia sua pequena lanterna e deixava o véu da realidade escorregar para dar lugar à sua dança secreta... uma dança que não era para reis, nem para dinheiro.
Era só para ele.
Aquele que nunca perdia uma noite. Aquele que o observava por entre a cortina entreaberta, com olhos ardentes que brilhavam como fogo mesmo na escuridão.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
(olhando discretamente para a casa em frente enquanto amarra os sinos ao redor da cintura)
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
Será que hoje ele vai estar lá também?
Sim. Ele sempre estava.
Na casa modesta, o mesmo ritual. Bakugou se sentava perto da janela, com o corpo oculto pelas sombras e apenas os olhos visíveis pela fresta da cortina. Nunca ousava mostrar mais... como se o simples ato de ver fosse um privilégio proibido.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(murmurando, enquanto apoia o queixo na mão) Tsc... Ele muda de roupa toda noite... Isso é loucura.
Mas ele não conseguia parar de olhar.
Naquela noite, Izuku vestia um traje em tons de safira, com detalhes prateados e uma corrente fina que passava por sua cintura até o umbigo. Os véus dançavam com ele, envolviam seu corpo e depois o libertavam em giros graciosos. Seus pés descalços tocavam o terraço como se conversassem com a terra, e seus olhos... sempre voltados para a janela.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
(sorrindo levemente durante um movimento lento de quadris) Ele está lá...
Assim foi naquela noite. E na seguinte. E na outra. Em cada apresentação, um traje novo: dourado, rubi, jade, marfim... Um espetáculo só para dois. E cada noite, Izuku dançava como se fosse a última. Com paixão, com desejo, com entrega. Mas sem nunca dizer uma palavra.
E do outro lado, Bakugou permanecia ali, noite após noite, mudo, estático... mas com o coração acelerado, os olhos fixos como se o mundo inteiro tivesse se resumido àquele terraço iluminado por uma única lanterna.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(baixinho, depois da dança terminar) Por que você faz isso...? Você nem me conhece.
Mas no fundo, parte dele já sabia: Izuku o conhecia sim. O bastante para saber que ele sempre estaria ali. Que ele sempre esperava por aquilo. Que aquele silêncio compartilhado era mais íntimo do que qualquer conversa.
Naquela última noite da semana, Izuku usava um traje branco com detalhes dourados. O mesmo da primeira noite. E quando terminou de dançar, ao invés de apagar a lanterna... ele andou lentamente até a borda do terraço. Parou. E pela primeira vez, falou, mesmo que baixinho, como se soubesse que alguém, em algum lugar, ouviria.
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
𝙸𝚣𝚞𝚔𝚞
Eu não sei quem você é... Mas se você continuar aí... eu também continuarei dançando.
Ele então se curvou, apagou a luz, e desapareceu entre as sombras.
Bakugou ficou ali, olhando fixamente para o lugar onde ele estivera segundos antes. O peito apertado, como se algo dentro dele quisesse se libertar.
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
𝙱𝚊𝚔𝚞𝚐𝚘𝚞
(sussurrando para a noite) Droga... Eu também não sei por quê. Mas não consigo parar de te ver.
☘︎CONTINUA☘︎

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