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A NOVIÇA DO DIABLO/ O LEGADO CONTINUA.

DESCRIÇÃO

**A NOVIÇA DO DIABLO: O LEGADO CONTINUA**

*Um romance dark intenso, visceral e inesquecível.*

Anos depois dos eventos que marcaram a vida de Dante e Isadora, o legado sombrio da família Bianchi continua vivo — pulsando nas veias de sua filha, Angel.

Linda, decidida e marcada por princípios fortes, Angel Bianchi cresceu entre a fé e o fogo. Estudante de psicologia, sua vida é aparentemente normal… até que um encontro inesperado a joga em uma teia de poder, mentiras e desejo que mudará tudo o que ela pensava saber sobre si mesma — e sobre o mundo ao seu redor.

Do outro lado, Vicent Rocco, o novo Don da máfia, é temido por todos e amado por ninguém. Forjado em traumas e banhado em sangue, ele comanda com punhos de ferro, olhos frios e um coração aprisionado. Mas nada poderia prepará-lo para ela… a única capaz de quebrar suas regras — e sua sanidade.

Ela não conhece o verdadeiro passado de seu pai.

Ele não imagina quem ela realmente é.

Um romance proibido.

Um legado que renasce.

Um jogo de sedução, poder e segredos.

⚠️ *Para leitores que apreciam histórias sombrias, emocionais, com personagens complexos, dominadores e intensos. Esta obra contém cenas sensíveis e deve ser lida com responsabilidade.*

CAPÍTULO 1.

O céu estava dourado naquela tarde de verão nas Maldivas. O som das ondas quebrando suavemente à beira da praia criava uma falsa sensação de paz… falsa, porque dentro da mansão Bianchi, o caos reinava.

Angel estava no quarto quando o e-mail chegou.

Sentada em sua escrivaninha branca, cercada de livros e recordações de sua infância, ela atualizava compulsivamente a caixa de entrada. As unhas curtas tamborilavam sobre o tampo da mesa. O coração, que antes batia forte, agora parecia querer sair pela garganta.

Quando a notificação surgiu no canto da tela, ela congelou.

**“Università di Psicologia di Milano – Decisão Final”**

Ela clicou.

Os olhos correram pelas primeiras linhas, até que a frase mágica saltou:

**"Parabéns, Angel Bianchi. Sua matrícula foi aprovada para o semestre de outono, início em outubro."**

Ela gritou. Um grito longo, agudo, carregado de emoção. Levantou-se da cadeira como uma explosão de alegria e correu pelos corredores da mansão, os pés descalços tocando o chão de mármore com pressa e euforia.

— MÃE!!! MÃE!!! EU PASSEI!!!

Isadora apareceu na varanda com o pequeno Benjamim no colo. A barriga já não estava mais redonda; o menino agora tinha cinco anos, mas o colo da mãe ainda era seu porto seguro. Os cabelos negros, os olhos de mel e aquele jeito esperto e teimoso faziam dele o retrato de Angel na infância — mas com o gênio de Dante.

— O quê? — perguntou Isadora, largando tudo.

Angel correu até ela e mostrou o celular, as mãos tremendo.

— Eu consegui, mãe! A faculdade de Milão! Aquela que só entra a nata da psicologia! Eu vou pra Itália!

Isadora sorriu. Um sorriso orgulhoso, mas imediatamente ofuscado por uma sombra de preocupação. Ela sabia o que isso significava. Sabia quem não ficaria nada feliz.

E ele estava chegando.

O ronco do motor da SUV preta ecoou pela entrada da mansão. Dante estacionou, vestindo camisa branca de linho e calça social preta. O olhar sério, cicatrizes discretas pelo corpo ainda visível através dos tecidos leves, e a aura imponente de um homem que um dia foi o próprio inferno — e que agora se esforçava para ser apenas… pai.

Quando Angel correu até ele com os olhos brilhando, Dante soube: algo estava errado.

— Pai! Eu passei! Na Universidade de Psicologia de Milão!

O sorriso que ela esperava não veio. O rosto dele endureceu.

— Não.

Foi só isso. Uma palavra. Seca. Cruel. Final.

Angel parou no mesmo instante.

— Como assim "não", pai?

— Você não vai pra Itália. Você sabe o que a Itália representa. Aquele lugar não é seguro.

— Você tá me negando meu sonho? Eu estudei anos pra isso! Você mesmo disse que eu era forte!

— Forte aqui. Com a gente. Não sozinha, num país onde eu fiz muitos inimigos — ele rosnou.

Angel quis gritar, mas apenas virou as costas. Isadora se aproximou do marido, com Benjamim ainda no colo.

— Dante… — começou, com suavidade.

— Não, Isadora. Eu não vou colocar a filha que eu abri mão de tudo por ela e por você por nossa família em um país que me odeia até hoje.

Ela o encarou nos olhos.

— Então você não confia que Deus a proteja? Você criou a Angel pra ser forte. Vai prendê-la agora que ela quer voar?

Dante calou-se. O silêncio durou dias.

---

Foram três dias de orações. Três dias em que Isadora não deixou Dante em paz. Conversou com ele, o lembrou do homem que havia se tornado, da vida que reconstruíram. Relembrou os sonhos… os mesmos sonhos que ele teve com Angel quando ainda estava entre a vida e a morte naquele hospital em Nápoles.

No quarto dia, Dante cedeu.

Na varanda, sob o pôr do sol, ele chamou Angel com a voz grave:

— A universidade vai receber você. Com escolta. Três seguranças. Um colar com rastreador. Um apartamento já foi comprado. Seus documentos estão sendo providenciados. Você vai. Mas se me der um motivo, UM motivo, eu trago você de volta pela força.

Angel correu e o abraçou com força. Ele hesitou, mas retribuiu.

— Eu te amo, pai.

— Eu também, minha pequena. Não se esqueça disso.

---

O dia da partida chegou. Angel usava um vestido leve, os cabelos negros em trança. A mala vermelha arrastava pelo chão polido da mansão. Marco ajudava com os documentos. Marieta já chorava no canto. Isadora tentava ser forte.

Benjamim pulou no colo da irmã.

— Você vai demorar? — perguntou com os olhos marejados.

— Dois meses e já estou de volta nas férias, meu príncipe — ela respondeu, beijando sua testa.

Ela se aproximou da mãe e a abraçou com força.

— Mãe… me promete que vai cuidar dele.

— Só se você prometer voltar com o coração inteiro.

Dante surgiu por último. Usava uma camisa preta, mangas dobradas, e os olhos mais sombrios do que o normal.

Angel se aproximou e o abraçou.

— Eu vou ser tudo o que você me ensinou a ser. E ninguém vai me quebrar.

— Vai… mas não se esqueça de quem você é, Angel Bianchi.

Ela assentiu.

O avião decolou ao entardecer. E com ele, partia a filha do Diablo… para viver o próprio legado.

CAPÍTULO 2.

O silêncio da noite em Nápoles era enganador. A cidade dormia, mas o submundo — aquele que jamais fechava os olhos — respirava através das ruelas mal iluminadas, dos porões abafados, das vozes abafadas em rádios codificados.

Ali, entre sombras e poder, reinava Vicent Rocco.

Não por herança.

Não por sangue.

Mas por merecimento.

Ninguém conhecia a dor que moldou o novo Don da 'Ndrangheta. Ninguém ousava perguntar o que havia por trás dos olhos frios, dos braços cobertos por tatuagens negras que escondiam cicatrizes antigas, nem das mãos que pareciam sempre carregadas de decisões pesadas — sentenças de vida ou morte.

Vicent não era filho de mafioso.

Ele não era ninguém.

Foi deixado como um lixo humano na porta de um orfanato público, numa manhã de janeiro tão fria quanto os olhos da diretora da instituição. Cresceu ali como crescem as ervas daninhas: à margem, pisado, ignorado, silenciado. Sofreu abusos que o tempo não apagou. Seu corpo era mapa de violência. Cada cicatriz escondida sob tinta escura contava uma história que ele jamais repetia.

Aos quatorze, decidiu que não morreria naquelas paredes fedorentas.

Fugiu.

Ensanguentado, nu, com a pele marcada pelas torturas que se recusava a nomear. Foi na rua, entre os becos e o asfalto molhado, que conheceu Marco, então braço direito do poderoso Don Bianchi. Marco não fez perguntas. Reconheceu algo em Vicent — a mesma fome que tinha quando fora encontrado anos antes.

Levou o garoto para um lugar que não existia nos mapas: a Scuola dell'Ombra, a escola dos soldados.

Ali, Vicent reaprendeu tudo. Como andar. Como comer. Como pensar. Como matar.

Anos depois, era o melhor entre os recrutas. Forte, ágil, frio e metódico. Nunca se permitia falhas. Nunca criava laços. Obediência. Lealdade. Punição. Recompensa. As palavras formavam seu novo alfabeto.

Foi Dante Bianchi, o lendário Diablo, quem viu nele algo além de um executor. Dante não precisava de mais um cão de guerra.

Vicent nunca soube que um dia se tornearia o capô da máfia.

Cada missão. Cada morte. Cada decisão que executava sem hesitar, tudo fazia parte de um plano maior. Até que, com a queda do antigo império Bianchi e o exílio de Dante, a família precisou de um novo líder.

E foi Vicent quem herdou o trono.

Não o trono dourado dos contos de fada.

Mas um trono de ferro, forjado com sangue, medo e códigos milenares.

Don Rocco.

Era assim que o chamavam agora. E ninguém ousava contrariá-lo.

Sentado em seu escritório no último andar do Palazzo della Notte, um edifício disfarçado de casa noturna e sede de negócios legais, Vicent encarava os relatórios diários. As boates — especialmente a Rapture, sua joia milionária — estavam rendendo mais do que nunca. Os lucros com armas e drogas sintéticas circulavam silenciosamente pela Europa, e ele possuía espiões dentro da Interpol e da própria polícia italiana.

Aos 34 anos, Vicent era o homem mais temido do sul do país. E talvez, o mais solitário.

Seu escritório era escuro, decorado com madeiras nobres, couro preto e obras de arte contemporâneas com tons de vermelho e cinza. A janela de vidro espelhado dava vista para toda a cidade. Ao lado de sua mesa, um bar discreto com bourbon, conhaque e vodca gelada.

Ele bebia pouco.

Dormia menos ainda.

O telefone tocou com um som abafado.

— Don Rocco. — Era Leonardo, um dos gerentes de segurança. — A garota foi localizada. A filha do senador está na boate esta noite.

Vicent esfregou o maxilar, pensativo. Era sempre assim: protegidos que se sentiam imortais debaixo das luzes e bebidas.

— Cuidem para que ninguém chegue perto. Mas não toquem nela. Ainda. — disse ele, seco. — E me mandem a lista dos convidados da área VIP.

— Sim, senhor.

Quando desligou, seus olhos recaíram sobre a pasta aberta à sua frente. Ali estavam os registros de movimentações da semana. Uma quantia alta em diamantes chegaria na sexta, vinda de Antuérpia. Ele mesmo supervisionaria o carregamento.

Mas não era isso que tirava o sono dele.

Vicent dormia pouco não pelos perigos do cargo… mas pelos pesadelos.

Sonhava com gritos abafados. Com o cheiro de mofo e ferro queimado. Com a risada da diretora do orfanato enquanto ele era espancado por se recusar a obedecer suas ordens doentias. Sonhava com o porão. Com o cinto. Com o som do gelo caindo no balde.

Acordava molhado de suor. Duro. Furioso. E sozinho.

Desde que se tornara Don, nunca mais permitiu uma mulher em sua cama por mais de uma noite. Seus encontros eram em motéis de luxo, pagos em dinheiro, com mulheres que sabiam exatamente o que ele queria: submissão, silêncio e prazer sem alma.

Nenhuma delas ousava perguntar sobre as cicatrizes.

Nenhuma se atrevia a olhar nos olhos dele por muito tempo.

Vicent não confiava em ninguém.

Nem mesmo em si.

Por isso liderava com mão de ferro. Por isso fazia questão de manter o controle sobre tudo: sua máfia, seus homens, seus lucros… e sobre si mesmo.

Só que havia uma inquietação nos últimos dias. Um pressentimento.

Ele não era dado a crendices, mas seus instintos nunca falhavam. Sentia que algo estava prestes a mudar. E ele não sabia ainda se era sorte… ou maldição.

Seu olhar foi até o cofre embutido na parede atrás da estante.

Lá dentro, guardava três coisas: uma carta antiga que Dante lhe deixou ao passar o comando… uma foto antiga dos dois juntos em uma missão… e um pequeno crucifixo de prata que Marco certa vez lhe dera, dizendo que nem todo monstro era esquecido por Deus.

Vicent não era religioso.

Mas às vezes, nos momentos mais escuros, ele rezava.

Rezava não para ser salvo.

Mas para não voltar a ser o menino do porão.

Ele se levantou, pegou o casaco de couro, e desceu até a garagem onde seu carro o aguardava. Tinha uma boate para inspecionar. E sabia que esta noite… algo aconteceria.

Ele sentia.

E Vicent Rocco, Don da máfia… nunca errava.

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