A casa de Marina para Luana era sua verdadeira fortaleza, era ali que ela se sentia bem e livre para falar o que quisesse, vestir o que quisesse e rir sem ter medo que alguém fosse lhe maliciar por isso, porém nem sempre tinha sido assim, quando Luana era pequena ela teve uma casa de verdade, uma que ela costumava chamar de lar, mas isso é claro já fazia muito tempo, na verdade isso tinha sido antes de seu pai falecer.
Ela, o pai e sua mãe moravam naquela casa, era uma boa casa, em um bom bairro, porém seu pai adoeceu e as coisas se complicaram, sua mãe costumava dizer:
- Papai só está cansado querida\, amanhã ele estará melhor e brincará com você...
Mas esse dia nunca chegou, o pai de Luana faleceu meses depois disso de câncer no pâncreas, lembrava-se de ouvir sua mãe falar com a voz embargada pela bebida forte.
- “Ele foi morar com Deus”...
Ela não conseguia entender quem era esse tal de “Deus”, mas sua vida virou um inferno depois disso, sua mãe começou a beber cada vez mais e Luana teve que começar a se virar sozinha, foi então que o pior aconteceu, sua mãe conheceu Jhony, um alcoólatra como ela que ainda por cima era viciado em jogos, o tempo passou e ele acabou perdendo a casa de vocês para uma dívida de jogo, as duas acabaram tendo que ir morar na casa dele, uma casa pequena e muito velha, caindo aos pedaços em um péssimo bairro, a porta estava sempre quebrada, o próprio Jhony era quem a quebrava, toda vez que chegava bêbado ou quando perdia a chave, Luana cresceu desconfortável sendo perseguida pelos avanços do homem que insistia em passar a mão em seu corpo, ela pediu ajuda da mãe inúmeras vezes, porém a mãe estava sempre na maioria do tempo fora de si por conta das bebidas, então o jeito era fugir e se trancar em seu quarto até que ele desistisse dela e a deixasse em paz.
Sua mãe não acreditava que Jhony pudesse lhe fazer mal, para ela ele era um homem bom e as tinha acolhido por amor, cega por ele desacreditava toda vez que a filha falava dele.
- Mãe\, ele já tentou me tocar!
- Deixe disso Luana\, Jhony nunca encostaria um dedo em você\, ele não é seu pai de sangue\, porém lhe ama como se você fosse filha de verdade dele.
Luana suspirava e engolia suas lágrimas, Marina era sua única amiga e também a única que sabia de toda a sua dor.
- Nós podíamos ir para a balada hoje...
Disse ela empolgada, Luana apenas sorriu.
- Sabe que eu não posso\, meu padrasto me mataria\, e tem mais\, eu não tenho dinheiro...
- Seu padrasto é muito ruim para você! Por que não pede para sua mãe?
- Ela não me ouviria\, têm bebido muito nos últimos dias\, eles tiveram uma briga na semana passada e isso só fez piorar o vicio dela.
- Que horror\, quanto ao dinheiro sabe que não precisa se preocupar com isso\, eu jamais te cobraria um centavo por sair comigo.
Marina era estudante de Fotografia e morava a pelo menos seis anos na cidade, porém estava desempregada e isso preocupava Luana, pois se ela não conseguisse um emprego, logo teria que voltar para a casa de seus pais.
- Conseguiu algum emprego?
- Nada! Estava querendo alguma coisa no ramo da fotografia\, porém todas as vagas disponíveis requerem experiência\, como eu vou ter experiência se ninguém me dá a primeira oportunidade?
- Talvez devesse dizer isso nas suas entrevistas de emprego\, vai que dá certo...
Marina suspirou.
- Seria uma boa tentativa.
Ela ficou em silencio por um tempo e logo deu um salto.
- É isso! – Disse saltando como se tivesse tido uma ideia. – Vou tirar fotos suas para o concurso da Lyne Models\, assinarei como sua fotógrafa pessoal\, você é escolhida e se torna modelo deles e de quebra me arrasta junto! Seremos um sucesso!
- Lyne Models? O que é isso? Ficou doida? Eu nem modelo sou!
- Não é\, mas pode ser... Olha só para você\, você é linda! Tem ideia de como as ruivas são raras e procuradas dentro do mundo da moda? E tem mais o concurso para ser o novo rosto da Lyne Models está aberto e não custa nada à gente tentar!
- E se meu padrasto descobrir?
- Ele não irá descobrir! Vamos amiga\, por favor\, você é minha melhor aposta!
Luana mordeu o lábio nervosa, isso não estava cheirando bem, ela nunca tinha se imaginado como modelo, porém queria poder ajudar Marina e não custava nada dar essa forcinha.
- Tudo bem\, eu topo... O que eu preciso fazer?
Ela comemorou entusiasmada.
- Vou olhar agora mesmo quando que enceram as inscrições...
Ela abriu a internet e pareceu ficar apavorada com algo.
- Droga! Termina hoje... – Ela me olhou de cima a baixo. – Ok! Não criamos pânico\, eu te empresto uma roupa e vamos agora mesmo fotografar em frente a Lyne Models!
- Hoje? Quer dizer\, agora? E por que em frente a Lyne?
- Sim\, agora! Não temos muito tempo e vamos até lá por que tem um belo jardim em frente\, as fotos ficaram perfeitas!
Luana suspirou se sentindo amedrontada, já tinha se arrependido por ter concordado com isso, mas no fundo queria poder ajudar Marina, afinal ela já a tinha ajudado tanto.
Marina lhe emprestou um vestido bonito e a maquiou, olhou-se no espelho sem acreditar na própria aparência.
- Nossa você fez um verdadeiro milagre aqui!
- Deixe disso! Você é linda\, veja só esse corpo\, esses cabelos vermelhos e esses olhos azuis\, quer ser mais perfeita como?
- Para! Eu não sou tão bonita assim...
- Tem razão\, não é bonita\, é linda! Agora vamos\, que eu ainda tenho que editar sua foto para participar do concurso.
- Ok!
Eu a segui, pegamos um Táxi que nos deixou em frente a Lyne, eu subi as escadas e fiz pose para ela que estava com o celular em mãos, Marina tirava tantas fotos que eu já estava ficando zonza, o vento bateu no meu vestido e tentou erguê-lo nesse instante eu me assustei e na tentativa frustrada de segurar o a barra da saia comecei a rir sozinha, Marina se aproveitou do momento e bateu a foto, antes porém que eu pudesse me recuperar de tudo, alguém bateu forte contra o meu ombro e me derrubou no chão.
O homem bem vestido que esbarrara em mim, porém, nem se importou com isso, seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido, irritada joguei uma pedra nele que acabou acertando sua nuca o fazendo se virar.
- Hei você! Não olha por onde anda não?
Ele se virou para mim com o olhar mais frio e duro que eu poderia receber, me senti congelada instantaneamente ao o ver vindo na minha direção.
- Por acaso sabe com quem está falando?
Eu ri alto sem dar plateia para o show dele.
- Ah coitado! Ele tem amnesia\, não se lembra de quem é!
Ele sorriu umedecendo os lábios e coçou os olhos de um jeito que fez com que eu me arrepiasse dos pés a cabeça, arrogante, estúpido, porém, muito, mas muito belo...
- Tudo bem\, o que você quer?
- O que eu quero? Você esbarrou em mim! Derrubou-me e ainda estragou minha foto!
Ele me olhou fixo sem sorrir e então fez um sinal para Marina.
- Você... Envie-me a foto dela! – Ele disse abrindo a carteira e tirando duas notas de cem dólares e me alcançando.
- O que é isso?
- Dinheiro\, oras... Acabei de comprar sua foto! Agora\, me deixe em paz!
Eu abri e fechei a boca incrédula com a arrogância dele, quem ele pensava que era para me tratar dessa forma, ele me deu as costas e eu teria ido atrás dele se Marina não tivesse me segurado pelo braço e me impedido.
- Para Luana!
- Parar? Você viu a arrogância daquele estupido? Eu vou é quebrar a cara dele!
- Não vai não! Ficou maluca? Têm ideia de quem ele é?
Eu olhei para o homem que entrava no carro de luxo e se retirava.
- E que diferença faz? Vai saber quem ele é!
- Ele é Aaron Lyne! Dono da Lyne Models! Você acabou de insultar o dono da agência para a qual pretende entrar!
Meu queixo voltou a cair e eu cobri a boca agora mais apavorada ainda, se eu não tinha nenhuma chance antes, agora com certeza elas estavam zeradas.
- Meu Deus! Por que você não mandou eu me calar?
- Eu tentei\, mas você nem olhou para mim!
Sentei na escadaria desanimada.
- Droga! Joguei nossa oportunidade de mudar de vida no lixo\, ele nunca que vai me dar uma chance dentro da agência dele!
Marina se sentou ao meu lado me consolando.
- Vai saber\, ele comprou sua fotografia\, numa dessas talvez ele decide pensar com o coração e te dar uma chance.
Eu olhei para ela incrédula.
- E aquilo lá\, tem coração por acaso?
É isso era uma boa colocação a se fazer, já que era de conhecimento geral que Aaron Lyne era um homem extremamente frio e calculista quando se tratava dos negócios.
Aaron abriu a foto de Luana dentro do carro admirando a beleza da moça, Max olhou para a foto no celular do amigo.
- Comprou mesmo a foto dessa moça?
- Comprei\, ué... É bonita.
- Verdade\, muito bonita\, aliás\, ela tem de fato uma beleza exótica e muito distinta.
Aaron enviou a foto para o amigo.
- Enviei para você\, descubra tudo sobre ela\, nome\, endereço\, telefone... Tudo... Quero essa garota na minha cobertura.
Max piscou como se não tivesse acreditado no amigo.
- Não pode estar falando sério...
- É claro que estou\, qual é o problema?
- Olhe para ela\, ela não é como as garotas que está acostumado\, veja bem\, o que te faz crer que a mesma garota que te atacou e insultou minutos atrás irá aceitar jantar com você?
Aaron estreitou os olhos.
- Todas tem um preço\, descubra o dela e eu o pagarei.
Max arqueou a sobrancelha, sentindo pena do amigo.
- Nem todas... Escute\, eu acho que...
- Não é pago para achar nada! Encontre a garota e a traga até mim! Apenas isso!
Max suspirou, não adiantava discutir, Aaron era obstinado, quando colocava uma ideia na cabeça ele não desistia e quando queria conquistar uma mulher ele sem dúvidas a tinha, era implacável, com essa doce e ingênua menina não seria diferente, Max só esperava que ela não saísse machucada com isso, pois não parecia o tipo de garota que Aaron estava acostumado a iludir.
Max buscou por toda a rede por qualquer informação sobre a garota, mas ela parecia de fato não existir dentro da sociedade, quem seria aquela menina? Tão bonita e ao mesmo tempo tão invisível? Sacudiu os ombros exaustos, talvez fosse Deus dizendo que ele não deveria envolver aquela doce menina com seu amigo, porém ele sabia que essa conta chegaria Aaron não desistiria até a ter o que queria e se ele simplesmente dissesse a ele que não a tinha achado ele mesmo a buscaria no inferno se fosse preciso, lembrou-se então da garota que estava com ela e então sorriu, a garota desconhecida tinha enviado a foto para o e-mail da Lyne Models, se ele achasse a fotografa, certamente acharia a modelo.
Demorou um pouco até que ele conseguiu encontrar Marina nas redes, sim, ela era conhecida no ramo, suas fotos eram belíssimas, a fotógrafa misteriosa tinha um grande talento, pensou.
Depois de algumas horas encontrou Marina nas redes sociais, não queria ser intransigente e perguntar a ela quem era a garota que a acompanhava, até porque se fossem de fato amigas ela nunca revelaria nada a respeito da garota sem nem ao menos conhecê-lo, então procurou foto por foto, até que finalmente encontrou Luana, bingo! Berrou entusiasmado, o nome da modelo misteriosa era Luana, Luana Bristot, porém Luana não parecia ser uma garota de redes, as poucas fotos que tinha dela tinham sido tiradas pela própria amiga, não havia marcações, apenas o nome e era com isso que ele teria que se contentar.
No dia seguinte Max encontrou Aaron no escritório.
- Boas notícias... Achei sua modelo!
Aaron levantou os olhos do computador e arqueou a sobrancelha.
- Eu também.
Girando a tela do computador ele mostrou a inscrição da mesma para o concurso da Lyne Models.
- Como é? O concurso? As fotos eram para o concurso?
- É\, sua garota tímida e inocente quer fazer parte do show business\, parece que ela não é tão tímida assim\, ou não iria querer isso para si...
Max suspirou, talvez Aaron tivesse razão, talvez toda mulher tivesse um preço, certo, ele não se meteria mais nisso, se a garota queria ficar famosa, então ela iria conseguir isso, uma noite com o grande Aaron Lyne, um bom destaque para uma desconhecida, um prêmio desses na mão da mulher certa era sem dúvidas um marco em uma carreira de sucesso.
- O que quer que eu faça?
- Quero que a procure\, quero-a na minha cobertura\, sexta feira.
- O que direi a ela?
- Não sei\, prometa uma vida luxuosa\, dinheiro\, uma carreira\, apenas consiga convencê-la a que preço\, vemos depois!
Max concordou, porém ainda não estava totalmente seguro de que aquela era uma boa ideia, aquela menina tinha um brilho diferente no olhar e pela primeira vez ele estava inseguro sobre a escolha de seu amigo.
Comprou um belo vestido para que a garota se sentisse importante, flores e também joias, pegou o endereço no site da empresa e se dirigiu até a casa de Luana, assim que chegou no bairro percebeu que alguma coisa estava errada, as pessoas de origem simples o olhavam com um jeito estranho admirando suas vestimentas e seu carro luxuoso, encostou o carro na esquina próxima a casa da garota e desceu nervoso, pela primeira vez estava temeroso de ser assaltado, ele nunca tinha andado por aquele lado da cidade, talvez porque fosse o lado dos esquecidos, o lado daqueles que nem ao menos existiam para eles, sentiu-se péssimo ao ver a forma como aquelas pessoas se vestiam, atravessou a rua e conferiu o número da casa, era aquele lugar mesmo.
A casa caindo aos pedaços era um pouco mais que um casebre velho e muito sujo, a porta estava totalmente arrebentada, não oferecendo nenhuma segurança a quem vivia ali, os degraus estavam quebrados e era preciso tomar cuidado para subir, os vidros da janela também estavam quebrados e remendados com fita adesiva o que indicava que não havia dinheiro para o conserto, seu coração apertou e pensou em recuar, aquela garota não merecia sofrer mais, morar em um lugar assim já era o suficiente, deu um passo para trás pensando em desistir, mas nessa hora a porta se abriu e ele a viu surgir em sua frente.
Os cabelos não estavam tão arrumados quanto no dia das fotos, não havia maquiagem em seu rosto e ele percebeu que havia pequenas e singelas sardas em seu rosto que combinavam perfeitamente com seu cabelo ruivo, havia ali uma beleza real, uma beleza como ele a muito tempo não tinha visto.
- Senhorita Bristot?
Luana o olhou de cima a baixo desconfiada e trancou a porta atrás de si.
- Sou eu\, algum problema? Eu conheço o senhor?
- Me chamo Maximiliano Scurssel\, sou diretor jurídico do grupo Lyne Models e estou aqui em nome de meu amigo o senhor Aaron Lyne.
Luana não conseguiu esconder o sorriso, chegou a dar um pulinho de felicidade.
- Fui escolhida? Não acredito!
Max sorriu um tanto sem graça, o que dizer? Que sim? Que não? Bom Aaron tinha dito para conseguir a garota a todo custo, então era uma boa forma de ganhá-la.
- Sim.
Luana gritou emocionada comemorando, Max sentiu-se culpado, aquela certamente era a forma dela de mudar de vida e ela estava acreditando que isso aconteceria, e aconteceria de fato, porém talvez não da forma que ela esperava, porém ele tinha prometido que não se envolveria nisso.
- O senhor Aaron Lyne gostaria de recebê-la neste endereço\, hoje à noite.
Ele entregou um cartão de passe a ela e logo em seguida a sacola com o vestido e as joias.
- O que são estas coisas?
- Roupas e joias para que esteja a caráter\, é importante que esteja bem vestida.
Ele disse sorrindo, Luana assentiu com a cabeça maravilhada com tudo aquilo que estava acontecendo, nem mesmo ela acreditava, como faria para contar para Marina? Ela precisava ligar para ela mais tarde.
Max se despediu e se retirou, Luana entrou ainda sem sentir os pés, era como se ela pudesse flutuar de tanta felicidade, ela era o novo rosto da Lyne Models! Meus Deus, como isso podia ter mesmo acontecido? Entrou no quarto e se trancou se atirando na cama ainda em êxtase, será que Aaron se lembrava dela? Lembra-se que ela o tinha agredido? Bom, certamente não, porque que tipo de masoquista seria ele se mesmo com esta lembrança ele a escolhesse? Não é?
Luana ouviu quando o padrasto chegou em casa e rapidamente escondeu as roupas bonitas e as joias, não conseguia nem imagina o que Jhony faria com aquelas coisas se as visse, certamente as venderia para comprar bebidas, ela espiou para fora do quarto e o viu desmaiar no sofá totalmente alcoolizado o cheiro de álcool emanava dela e invadia todo o espaço da sala, ela sentiu o estomago se revirar e voltou a se trancar, era sua chance de escapar, tomou banho, ajeitou os cabelos como pode e então vestiu o vestido que Max tinha lhe deixado, Deus! Aquilo era muito mais do que ela poderia um dia imaginar, aquele vestido era sem dúvidas muito chique e muito caro ao mesmo tempo, deixou as joias para colocar quando já não estivesse mais no bairro, pois tinha medo de ser assaltada, já seria difícil passar despercebida com aquele vestido e com aqueles saltos, talvez fosse bom pegar um táxi, suspirou e abriu seu porta joias pegando as ultimas notas de dinheiro que tinha, seria um gasto, porém era um gasto necessário, ela não podia arriscar ser assaltada, como ela explicaria na agência que tinham lhe levado as roupas e as joias de milhões?
Assim que terminou de se arrumar olhou-se no espelho sem se reconhecer, estava tão bela que nem ao menos parecia ser ela, cuidadosamente saiu do quarto vendo se seu padrasto ainda dormia, mas pelo visto ele ficaria naquele estado até de manhã, sua mãe ainda não tinha chegado do trabalho, tinha conseguido um serviço em um restaurante, então Luana deixou um bilhete para ela avisando que tinha ido para a casa de Marina, não queria lhe contar dessa forma que a vida dela tinha mudado.
Empolgada alcançou a porta da frente e escapou para fora, iria até o bar do senhor Júlio e de lá ligaria para um táxi, porém assim que saiu na rua, viu um rapaz muito bem vestido fazer sinal para ela.
- Senhorita Bristot?
- Sou eu.
- Sou o motorista do senhor Aaron Lyne\, ele pediu que eu viesse buscá-la.
Luana sorriu animada, nem mesmo acreditava que não gastaria seu dinheiro, guardou rapidamente os trocados na bolsa e entrou no carro onde o rapaz lhe tinha aberto a porta.
A limusine preta e luxuosa era imensa, Luana olhou para todos os lados sem acreditar, seus vizinhos observavam o carro incrédulos, ela só esperava que ninguém comentasse com sua mãe antes dela voltar, porém ao julgar pela forma como a tinham olhado, eles nem a tinham reconhecido, ela estava tão diferente com aquela roupa bonita, sorriu colocando rapidamente as joias que tinha deixado para por depois, o rapaz abriu o vidro da limusine para poder se comunicar com ela.
- Se a senhorita desejar\, há champanhe no frigobar.
Luana olhou para o lado vendo a pequena geladeira sem acreditar, havia taças ali também, porém tendo crescido entre alcoólatras ela tinha aprendido a detestar bebidas.
- Muito obrigada\, mas eu não bebo.
O rapaz pareceu estranhar, porém não disse mais nada, voltou a fechar o vidro e a comunicação se encerrou por ali, assim que pararam em frente ao imenso prédio, ele circulou o carro e abriu a porta novamente para ela.
- Senhorita... – Disse lhe alcançando a mão.
- Obrigada.
Agradeceu novamente.
- A senhorita pode se dirigir ao elevador e subir até a cobertura.
- Você não vem comigo?
Ele piscou várias vezes parecendo confuso e então sorriu sem graça.
- Não senhorita\, meu trabalho encerra aqui.
- Tudo bem então...
Luana caminhou até as portas de vidro que se abriram automáticas e então se dirigiu até o elevador, porém estranhou, o local estava deserto, estariam todos no andar de cima? Será que ela estava atrasada?
Pelo que ela tinha lido no site da Lyne Models com Marina, no dia que ela fosse selecionada haveria uma coletiva de imprensa onde ela seria apresentada, mas então onde estavam os repórteres? Osa jornalistas? Fotógrafos? Aliás, será que Marina tinha sido chamada? Afinal ela era quem tinha tirado suas fotos? Ela não tinha conseguido ligar para ela, pois o telefone de casa tinha sido cortado por falta de pagamento e como ela não tinha celular nem ao menos tinha conseguido avisar sua amiga, mas imaginava que Lyne Models a tinha chamado, ou pelo menos assim esperava que tinha acontecido, pois Marina ficaria muito chateada se não fosse chamada.
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