Te Odeio, Mas Te Quero
TE ODEIO, MAS TE QUERO
Tori
(olhando para Akali) Oii cachorrinho
Akali
(revirando os olhos) O que você quer?
Tori
Quis lhe ver ué? (morde os lábios) e você veio né…
Akali
Não por você. Esse lugar é o único onde dá pra respirar sem ouvir as vozes idiotas da sua turminha.
Tori
Então por que seu coração disparou quando me viu?
Akali
Disparou de raiva. Fica tranquila.
Tori
Engraçado… sua pulsação diz o contrário.
Akali
Você anda me escutando agora?
Tori
Eu sempre escuto o que quero. Inclusive… você gemeu meu nome ontem à noite? Ou era só um sonho meu?
Akali
(encarando sério) Você tá pedindo pra cair desse terraço, é isso?
Tori
Tô pedindo pra você me beijar. Mas se quiser empurrar… pode tentar. Lobinha.
As duas se encaram por alguns segundos, o ar quase vibrando entre elas.
Tori
(olhando pro horizonte) Mas mudando de assunto… eu ouvi dizer que você quebrou seu celular novo… de novo haha.
Akali
(fecha os olhos e respira fundo) Quem foi que te contou?
Tori
Alguém que sobreviveu, aparentemente.
Akali
Eu estava calma. Até uma certa vampirinha irritante me mandar mensagem perguntando se eu estava com saudade.
Tori
(sorrindo de canto) E você estava?
Akali
Estava tentando não destruir outro aparelho.
Tori
Engraçado… você me respondeu.
Akali
Com um “vai pro inferno”.
Tori
Que pra mim soa como um “sinto sua falta”.
Akali
Tori, você me dá dor de cabeça.
Tori
E você me dá calor. Olha só, estamos quites.
Silêncio tenso por alguns segundos
Tori se aproxima de Akali com um sorriso provocante nos lábios, parando bem perto dela, quase encostando
Tori
Mas me fala… sua primeira vez foi com quem, cachorro? Com a Mia? Haha.
Akali vira lentamente o rosto na direção dela, com um olhar que mistura irritação e perigo
Akali
Tá querendo apanhar, é isso?
Tori
Só tô curiosa… você tem cara de que gemeu o nome dela e depois fugiu na forma de lobo.
Akali
(se aproxima ainda mais, olhando nos olhos dela) E você tem cara de que nunca esqueceu sua primeira mordida.
Tori
(arqueia uma sobrancelha) Que ousada. Vai me morder também?
Akali
Se eu morder… você não anda por uma semana.
Tori ri, mas engole seco ao ver a seriedade no olhar de Akali. A tensão entre elas fica tão densa que o ar parece para
Tori
Você fala como se fosse boa nisso…
Akali
E você fala como se não morresse de vontade de descobrir.
As duas ficam a centímetros uma da outra, o clima prestes a explodir
As palavras de Tori saem em um sussurro quente, direto no ouvido de Akali
Tori
Hoje à noite… eu lhe ensino como se morde.
Akali fecha os olhos por um segundo, sentindo a pele arrepiar. Quando abre, os olhos brilham com fúria e desejo
Akali
Você não tem ideia do que tá provocando.
Tori
Tenho sim. E você vai implorar pra eu continuar.
Akali agarra o pulso de Tori com força, mas sem machucar, puxando-a com brutalidade para mais perto, colando seus corpos
Akali
Se você aparecer no meu quarto hoje, eu juro que vou te fazer esquecer todas as regras de etiqueta que seus ancestrais te ensinaram.
Elas se encaram, respiração pesada, lábios quase se tocando…
Então — BAM! A porta do terraço se abre bruscamente
Lina
AAAAAAA EU SABIA! EU SABIA! EU NÃO ACREDITO!
Tori e Akali se separam num pulo, como se nada tivesse acontecido
Tori
Lina? Que susto! Não bate assim na porta!
Lina
Ah pronto! Eu venho buscar minha amiga pra aula e encontro vocês duas quase… quase… (grita de novo) MEU DEUS!
Akali
(resmunga, virando de costas) Tô indo embora.
Tori
(sorrindo) Te vejo à noite, cachorro.
Mais tarde no pátio, Tori está sentada no banco bebendo um suco vermelho suspeito quando Lina se aproxima com aquele olhar de quem sabe que aprontou
Tori
Amiga, você atrapalhou tudo!
Lina
(lambendo as presas) Foi mal, amiga. (mostra as presas) Tá limpa?
Tori
(revira os olhos) Simm! Mas como anda você e o Jin, irmão mais velho da Akali?
Lina
(dando um sorrisinho) Anda… intenso.
Tori
(arqueando uma sobrancelha) Intenso tipo “a gente se ama”? Ou tipo “quebrei a cama ontem”?
Lina
(olha pros lados e sussurra) Ele me mordeu no pescoço ontem. No meio da aula de estratégia avançada. (sorri satisfeita) Tô com a marca até agora.
Tori
(engasga com o “suco”) O quê?! Na aula?!
Lina
(dá de ombros) Ele disse que não conseguiu se segurar… e eu também não reclamei. Foi uma mordida bonita.
Tori
(encostando a cabeça no banco, rindo) E eu achando que era a imprudente da história.
Lina
(se senta do lado dela) Falando nisso… vai mesmo no quarto da Akali hoje?
Tori
(olhando pro céu) Não sei. Talvez. Se ela não fugir como sempre faz.
Lina
(com um sorrisinho malicioso) Se você não for… eu vou no lugar.
Tori
(encara ela séria) Toca na minha lobinha e você acorda sem memória, sem sangue e com um penteado horroroso.
Lina
(rindo alto) Uiii! Tá apaixonadinha mesmo!
No quarto de Jin — luz baixa, cheiro de loção e couro no ar. Akali está sentada na poltrona, mexendo no celular, enquanto o irmão se joga na cama com um sorriso satisfeito
Jin
E você acredita que ela deixou eu morder ela no pescoço?
Akali
(sem tirar os olhos da tela) Hum…
Jin
E ainda disse “mais forte”. Tá maluca.
Akali
(levanta uma sobrancelha, finalmente olhando pra ele) E você não tá?
Jin
(rindo) O que foi agora, irmãzinha? Com ciúmes?
Jin
Ah, então é da Tori, né? Aposto que ela morde mais gostoso.
Akali
(fecha o celular com força) Ela não mordeu ninguém.
Jin
(olha com um sorrisinho provocador) Ainda.
Akali
(levanta da poltrona e caminha lentamente pelo quarto) Você quer saber o que me irrita?
Akali
O jeito que ela sorri. O tom da voz. O cheiro de perfume caro misturado com sangue antigo. E mesmo assim…
Jin
(sentando) …você vai deixar ela ir no seu quarto hoje?
Akali
(encara o irmão) Se eu não deixar… vou ficar pensando até o amanhecer sobre isso.
Jin
Só não arranha o colchão todo, tá? Esses híbridos têm força quando ficam carentes.
Akali
(pegando a jaqueta de couro) E os lobos têm garra quando ficam apaixonados.
Ela sai do quarto sem olhar pra trás, deixando o irmão com um sorriso de orgulho e preocupação ao mesmo tempo.
Jin
(falando sozinho) Aquele quarto vai pegar fogo hoje…
Minutos depois — no quarto de Akali
O ambiente está em meia-luz, com a janela aberta deixando a brisa da noite dançar pelas cortinas. Akali está de pé, de costas para a porta, prendendo o cabelo com uma fita escura quando ouve a batida firme.
Tori
(do outro lado da porta) A professora particular chegou…
Akali sorri de leve, mas mantém a pose fria
Akali
(calma) Tá atrasada.
Tori
(abrindo a porta sem esperar permissão) É que precisei preparar o material… e colocar uma lingerie nova.
Akali se vira lentamente, os olhos percorrendo Tori de cima a baixo. Tori está encostada na porta com um robe de seda por cima da roupa, que claramente não é nada comportada.
Akali
(cruzando os braços) E vai me ensinar exatamente o quê?
Tori
(andando em direção a ela) Anotou a lição mais cedo, não foi? Eu disse que ia lhe mostrar… como se morde.
Akali engole seco, mas mantém o olhar firme. Quando Tori chega perto o bastante, ela segura o queixo da vampira com firmeza
Akali
Eu não sou dessas que aprende com qualquer uma.
Tori
E eu não sou qualquer uma.
Akali solta o queixo dela e segura pela cintura, puxando-a com força, colando seus corpos
Akali
Então me mostra, professora…
Tori sorri, desliza os dedos pela nuca da lobisomem e, sem hesitar, a beija — com força, com desejo, com raiva acumulada de anos. O beijo é quente, possessivo, uma guerra e uma rendição ao mesmo tempo. Akali a empurra contra a parede, os olhos brilhando em vermelho. Tori geme contra os lábios dela.
Tori
(sussurrando) Não morde agora… senão eu desmaio.
Akali
Então segura firme. Porque essa aula só tá começando.
No dia seguinte — Terraço da faculdade
A manhã está nublada, o vento frio acaricia os cabelos de Tori, que está encostada na grade com um copo de café nas mãos. Akali chega logo atrás, segurando uma maçã e com marcas de arranhões no pescoço. As duas se encaram como se nada tivesse acontecido… mas os corpos lembram.
Tori
Ontem à noite você foi bruta demais!
Akali
(mordendo a maçã) Hum… vai dizer que foi seu primeiro sexo selvagem?
Tori
HAHAHA! Que nada. Mas foi o primeiro com uma loba estressada e territorialista.
Akali
Territorialista? Você que quase rasgou meu lençol com as garras.
Tori
(sorri de canto) Você me provocou.
Akali
Você que chegou dizendo que ia ensinar a morder…
Tori
E ensinei. Até você implorar.
Akali
Implorar? (encosta do lado dela) Foi você quem disse “não para, por favor”.
Tori
Aquilo foi provocação. Estava testando seu controle.
Akali
(olha nos olhos dela) Então da próxima vez… perde o controle comigo.
As duas ficam em silêncio por alguns segundos, a tensão ainda dançando entre elas mesmo depois da noite toda. Mas há um sorriso escondido nos lábios das duas.
Tori
Só me avisa antes de quebrar a cabeceira da cama. Tô com dor no pescoço até agora.
Akali
(piscando) Eu posso massagear mais tarde. Com a boca.
Tori engasga com o café e ri, virando o rosto para esconder o sorriso bobo. Akali só observa, vitoriosa.
Durante a aula — sala de estratégia e história das raças
Toda a sala vira pra ela. O professor fecha os olhos por um segundo, respirando fundo.
Professor Han
(revirando os olhos) Tori… quer vir aqui ensinar, então?
Lina
(do fundo, gargalhando) HAHAHA SE FUDEU!
Tori
(virando pra trás) FÃ OU HATER?
Lina
Os dois! Mas hater com amor, tá?
Professor Han
Senhoritas… já que estão tão participativas, podem apresentar juntas o resumo do capítulo. Agora.
Tori
(suspira alto) Tá vendo, Lina? Agora é culpa sua.
Lina
Eu só rio, quem grita é você!
Tori se levanta, ajeitando o uniforme de forma nada discreta, e anda até a frente da sala com aquele ar debochado. Akali observa em silêncio do canto, com os olhos semicerrados.
Professor Han
Estamos esperando, senhorita Tori.
Tori
(cruza os braços e começa) Muito bem, turma! Hoje vamos falar sobre como vampiros e lobisomens se odiavam… até que um dia, duas representantes das raças transaram e o mundo começou a fazer mais sentido.
Alguns alunos riem, outros ficam em choque. O professor engasga com a água.
Lina
(batendo na mesa) EU VOU MORRER!
Akali, do canto da sala, apenas apoia o rosto na mão e murmura com um sorrisinho quase invisível.
Sala de aula — clima tenso depois da piada indecente
Professor Han
Tori, pra diretoria! Agora!
Silêncio. Todos segurando o riso ou arregalando os olhos. Lina enterra o rosto no caderno, rindo sem som.
Tori
(com falsa inocência) Mas professor Han… eu falei algo errado?
Professor Han
(já vermelho) Você desrespeitou toda uma linhagem de história entre espécies com… com… pornografia verbal!
Tori
(dá de ombros) Ué… se é parte da reconciliação entre raças, por que esconder a melhor parte?
Tori
(pegando a mochila devagar) Tá bom… já entendi. Censura histórica.
Lina
(sussurrando) Representa a gente, rainha.
Enquanto caminha até a porta, Tori joga um olhar para Akali, que está com o olhar fixo nela, contendo um sorriso com a língua nos dentes.
Tori
(em voz baixa só pra Akali) Se quiser, te espero lá fora. Diretoria pode esperar um pouco.
Akali
(sussurrando de volta) E se eu for com você… quem vai precisar de castigo sou eu.
As duas se encaram, e por um segundo, parece que vão levantar juntas.
Na diretoria — sala fria, com paredes forradas de livros antigos. A Diretora Hana está sentada atrás da mesa, olhando por cima dos óculos com aquele ar de autoridade que fazia qualquer um engolir seco. Menos Tori.
Diretora Hana
Então, Tori… quer dizer que agora você anda falando coisas… indecentes?
Tori
(cruzando as pernas com calma) Eu só tava falando a verdade. Não é verdade a história?
Diretora Hana
A história, senhorita, não inclui detalhes explícitos sobre práticas íntimas entre raças.
Tori
(inclinando a cabeça) Mas por que não posso falar da parte prática? É importante saber como a aliança se fortaleceu… inclusive em… momentos de união mais intensos.
Diretora Hana
(fecha os olhos por um segundo, massageando a testa) Isso aqui é uma escola, não um bordel diplomático.
Tori
(finge ofensa) Nossa, que julgamento! Eu tô sendo didática. Educação é tudo, diretora.
Diretora Hana
E ousadia tem limite.
Tori
Mas se a parte prática for ignorada, como vamos evitar erros interespécie? Já pensou num vampiro mordendo a orelha errada de um lobisomem?
Diretora Hana
(olha séria) Tori… você me dá dor de cabeça.
Tori
Eu dou muita coisa, diretora. Dor de cabeça é só o início.
Um silêncio desconfortável toma a sala por dois segundos. A diretora solta um longo suspiro.
Diretora Hana
Vai ficar uma semana na detenção. E sem provocar os professores… ou os lobisomens.
Tori
(sorrindo) A segunda parte vai ser difícil. Principalmente se o lobisomem tiver cabelo vermelho, olhos perigosos e uma certa… pegada.
Tori sai da sala rindo sozinha. Do lado de fora, adivinha quem está esperando encostada na parede, de braços cruzados?
Akali
Teve aula particular com a diretora também?
Tori
(encostando do lado dela) Você não resistiu, né?
Akali
Nunca disse que ia resistir.
Corredor em frente à diretoria — Tori escora-se na parede ao lado de Akali, com aquele olhar que mistura charme e provocação. O corredor tá vazio… o perigo mora na tensão silenciosa entre elas.
Tori
Bom… como você deve ter escutado, eu estou em detenção. Acho que vou ter que organizar os livros da biblioteca, sei lá…
Akali
(cruzando os braços com um sorriso debochado) Parabéns! Finalmente vai aprender o que é trabalho manual.
Tori
(morde os lábios, olhando pra ela de cima a baixo) Você bem que poderia organizar pra mim os livros, né? Eu… recompensaria.
Akali
(arqueando uma sobrancelha) Recompensaria como?
Tori
Você escolhe. Pode ser com mordidas, gemidos… ou talvez te deixe amarrar minhas mãos dessa vez.
Akali
(chega mais perto, olhos nos dela) Você tem certeza que sabe com quem tá brincando?
Tori
Tenho. Com a lobinha que tremeu quando eu sussurrei no ouvido dela ontem.
Akali
(sorri de canto, perigosamente) Então tá. Hoje à noite, você vai pra detenção. E eu vou te ajudar… a empilhar livro por livro… em cima de você.
Tori
Ai, nossa. Tô até arrepiada.
Akali
(chega ainda mais perto, voz baixa) E depois… você me recompensa do jeito que quiser. Só não pede pra parar.
As duas ficam coladas uma na outra, respiração pesada. Mas antes do beijo acontecer…
Lina
(aparecendo do nada) AHH NÃO, DE NOVO NÃO! VÃO TRANSAR EM OUTRO LUGAR, PELO AMOR DE DEUS!
Tori
(suspira alto) Amiga, você precisa aprender a bater antes de aparecer!
Akali
(resmunga) Ela tem sensor de tensão sexual, não é possível.
Lina
Tenho sim! E tá apitando feito louco!
Corredor — a tensão começa a esfriar, e Lina, como sempre, aparece com um comentário inesperado que muda tudo
Lina
Mudando o assunto e o clima… girls, hoje vai ter uma festinha com música bem legal! (olha direto pra Akali com um sorrisinho malicioso) O seu irmão vai!
Tori arregala os olhos e bate palminhas, empolgada
Tori
Que legal! Conta comigo, amiga!
Akali
(desconfiada) Que tipo de festinha?
Lina
Do tipo que tem bebida, gente bonita e pouca roupa. Vocês gostam, né?
Tori
A gente ama! Inclusive… Akali, vai com aquela camisa preta que fica colada no seu peito. Só uma sugestão.
Akali
(olhando de canto) E você vai com o quê? Um vestido ou uma armadilha?
Tori
Depende… você quer me despir fácil ou com esforço?
Lina
(gritando) EU TÔ AQUI AINDAAAA!
Tori
A gente percebe, Lina. Mas não se preocupa, você também vai brilhar… com seu lobo sexy.
Lina
(sorri orgulhosa) Jin que se prepare.
Akali
(resmunga) Inferno. Uma festa cheia de gente suada e música alta. Que alegria.
Tori
Vai, sim. Porque se não for… eu te mordo em público. Na frente da sua matilha.
Lina arregala os olhos e começa a rir descontroladamente
Lina
É ISSO! ESSA É A ENERGIA QUE EU QUERIA! AMO VOCÊS!
Enquanto Lina se afasta toda animada, Tori e Akali trocam um último olhar carregado de intenção. A noite promete.
Minutos depois — no quarto de Jin
O quarto dele é mais arrumado do que o esperado, com um sofá de couro, algumas armas escondidas entre os livros e um espelho grande que ele claramente usa pra admirar a própria beleza. Jin está sentado na beirada da cama, mexendo no relógio de pulso quando a irmã entra.
Jin
Então, maninha… você vai?
Akali
(encostando na parede) Vou aonde?
Jin
Na festa, oras. Ou vai se trancar no quarto de novo fingindo que odeia multidão, enquanto stalkeia o Instagram da Tori?
Akali
(finge indiferença) Eu não faço isso.
Jin
(sorrindo) Claro que não. Por isso você curtiu aquela foto dela de biquíni duas da manhã e descurtiu logo depois.
Akali
(joga uma almofada nele) Cala a boca!
Jin
(rindo) Relaxa. Vai ser bom pra você… se distrair. Ou se pegar no flagra beijando ela no meio da pista de dança.
Akali
Eu não beijo ela em público.
Jin
(ergue uma sobrancelha) Ainda.
Akali
(suspira) Eu só vou pra garantir que ela não se jogue no colo de outra pessoa.
Akali
(encarando sério) Se alguém encostar nela, eu arranco o braço. Só isso.
Jin
(levanta com as mãos pra cima) Ok! Vai armada então. Mas se for pra ameaçar alguém, avisa antes pra eu filmar.
Akali revira os olhos, mas no fundo tá segurando um sorriso. A guerra entre orgulho e desejo dentro dela nunca descansa.
No quarto de Tori — o som de músicas tocando baixinho ao fundo, maquiagem espalhada pela cama, vestidos jogados por todo lado. Lina está sentada com cara de quem já perdeu a paciência enquanto Tori gira pela enésima vez na frente do espelho.
Lina
(sem paciência) Amiga, você já tá nessa há horas! Se passar mais uma camada de batom, vai virar armamento biológico.
Tori
(se olhando no espelho, fazendo pose) Como eu tô? (pausa dramática) Sexy?… ou… meu Deus, não diga que pareço do job?
Lina
(olhando com a cara mais julgadora possível) Tá sexy. Mas sexy com intenções criminosas.
Tori
(sorri, aliviada) Ótimo. Porque essa lobinha vai aprender a dançar coladinha hoje.
Lina
Já tô até vendo. Vai rolar mordida na pista de dança.
Tori
(passando perfume) E se rolar… vai ser no pescoço. Bem onde ela gosta.
Lina
(jogando uma almofada nela) VOCÊ É INSUPORTÁVEL! Mas eu te amo.
Tori
(pegando a bolsinha) Eu sei. Agora vamos, antes que a festa comece sem a estrela principal.
Lina
(pegando a chave do carro) Você, no caso?
Tori
Eu, Akali… e talvez o escândalo do ano.
Na festa — luzes coloridas dançam pelo salão, o som grave faz o chão vibrar, corpos se movem no ritmo da batida. Perfumes caros e feromônios pairam no ar. No canto do bar improvisado, Jin está encostado, camisa meio aberta, observando o ambiente com aquele olhar de predador tranquilo… até ela aparecer.
Lina se aproxima com passos lentos e provocantes, o vestido colado delineando cada curva. Ela para bem na frente dele, o olhar afiado.
Lina
(provocando) Oi, Lobão…
Jin ergue os olhos devagar, uma sobrancelha arqueada
Jin
(sorrindo de canto) E aí, Vampirinha… já veio com intenção de morder ou só quer provocar?
Lina
Depende… você quer ser mordido ou marcado?
Jin
Já tô marcado, Lina. (puxa a gola e mostra discretamente a mordida do outro dia) Mas se quiser deixar mais uma…
Lina
(chegando mais perto, sussurrando no ouvido dele) Só se você me levar pra um lugar onde ninguém vai interromper dessa vez.
Jin
(segurando a cintura dela) Vai acabar me viciando, sabia?
Lina
Esse é o plano, Lobão.
Ambos sorriem, mas com olhos perigosos. O jogo entre eles é antigo… e cada encontro só aumenta a intensidade.
Enquanto isso, do outro lado da festa, Tori entra pela porta principal e o salão inteiro parece desacelerar ao redor dela. E no fundo… Akali vê.
No meio da festa — luzes vermelhas piscando, batidas lentas e sensuais tomam o ambiente
Akali stá encostada perto da parede, uma bebida na mão, os olhos fixos na entrada — esperando ela. Mas quem aparece primeiro não é quem ela queria…
Mia, a ex, surge sorrateira, com aquele vestido justo e perfume doce que Akali conhecia bem demais. Ela se aproxima por trás, colando o corpo com naturalidade como se o tempo não tivesse passado.
Mia
(sussurrando, perto do ouvido dela) Oii lobinha…
Akali se vira devagar, tensa, surpresa… mas sem mostrar. Mia sorri com aquele ar de perigo antigo.
Akali
(fria) O que você tá fazendo aqui?
Mia
A mesma coisa que você. Esperando a música certa… e talvez… a pessoa errada.
Akali afasta o copo da boca, prestes a responder, mas algo muda no ar. Ela sente. E quando vira o rosto — lá está ela.
Tori , no meio do salão, acabando de entrar. Vestido preto justo, olhos brilhando. Por um segundo, os olhares se encontram — Tori vê Akali com Mia colada nela, e seu sorriso morre no mesmo instante. Mas antes que a dor vire reação…
Um vampiro alto, de cabelos escuros e sorriso cínico se aproxima dela com confiança. Ele segura sua mão e a puxa com decisão pra pista
Vampiro
Vamos ver se você dança tão bem quanto provoca.
Tori hesita, olha uma última vez pra Akali — mas vê Mia tocar o peito dela com familiaridade.
Então ela decide: ergue o queixo, sorri… e entra na dança. Corpo colado ao do vampiro, rebolando lenta e perigosamente. O jogo começou.
Akali aperta o copo com força, a mandíbula travada.
Mia
(encostando no ombro dela) Vai deixar ela provocar… ou vai mostrar que ainda é sua?
Pista de dança — luzes vermelhas e roxas cortando a fumaça, os corpos se movendo como uma guerra lenta. Ao fundo, Tori dança colada ao vampiro, rindo sem graça mas com o olhar fixo em Akali.
Mia, colada no ombro da loba, solta um sorriso perigoso, como quem vê uma oportunidade brilhando diante dos olhos.
Mia
(sussurrando, voz macia) Sabe que eu posso te ajudar a deixar ela com ciúmes… né?
Akali, ainda com os olhos grudados na cena da pista, hesita por um segundo. O orgulho, a raiva, o desejo e o passado dançando dentro dela ao mesmo tempo.
Mia
(passa os dedos lentamente pelo braço de Akali) Simples… você me beija. Aqui. Agora. Em público. Ela vai ver. Vai sentir.
Akali engole seco, seus olhos brilham num tom âmbar ameaçador. O coração batendo forte — parte de raiva, parte de excitação.
Mia
(sussurra no ouvido dela) Ou… podemos dançar daquele jeitinho que ela não conhece ainda. Que só eu conheço.
Akali fecha os olhos por um segundo. A lembrança de Tori gemendo seu nome ainda ecoa em sua mente. Mas agora ela estava ali… sorrindo para outro. Dançando com outro.
Quando abre os olhos…
Akali
(olhando pra Mia) Se for pra provocar… então vamos fazer direito.
Ela puxa Mia pela cintura e entra com ela na pista. Do outro lado, Tori gira com o vampiro, e quando volta, dá de cara com a cena: Akali colada na ex… dançando bem mais colada do que ela esperava.
O sorriso falso no rosto de Tori some de vez. E no lugar… um olhar de pura fúria contida. O vampiro sorri, achando que ganhou alguma coisa. Mas ele não tem ideia
Tori
(encarando a cena) Quer guerra, lobinha? Então você vai ter.
Pista de dança — a batida da música aumenta, o ritmo desacelera como se tudo estivesse esperando o próximo movimento. Tori, com o olhar fixo em Akali e Mia dançando perigosamente perto, respira fundo e decide que não vai perder essa guerra de orgulho e desejo.
Ela puxa o vampiro com firmeza pela camisa, colando o corpo dele no seu com um movimento fluido, sensual e ousado.
Tori
(sussurrando e rindo baixinho, perto do ouvido dele) Cê gosta né?
Vampiro
(sussurrando de volta, com um sorriso malicioso) Uhum… gosto!
Ele desliza as mãos pela cintura dela, descendo lentamente até os quadris. Tori rebola devagar contra ele, os olhos nunca deixando o rosto de Akali.
Ela joga o cabelo pro lado, gira de costas, e cola o corpo ainda mais, agora de costas pro vampiro, o bumbum pressionado contra ele. A mão dele sobe pela sua coxa exposta pela fenda do vestido.
Akali vê tudo. E o sangue ferve.
Mia ainda dança com ela, mas Akali já não tá mais ali. Os olhos fixos em Tori, e o maxilar travado.
Mia
(sussurrando no ouvido da loba) Ela tá jogando sujo… quer que a gente jogue mais sujo ainda?
Akali não responde. Mas larga Mia com um movimento seco e começa a atravessar a pista, com os olhos brilhando em fúria e desejo misturados.
Tori sorri de lado, ainda rebolando, sentindo a presença se aproximando por trás. Ela sabia. Ela queria isso.
No meio da pista — a tensão se transformou em algo cortante, quase palpável. As luzes piscam, a música continua, mas tudo parece girar em volta das duas…
Tori vê Akali se aproximando com aquele olhar assassino-disfarçado-de-desejo e larga o vampiro imediatamente, se virando de frente, braços na cintura e um sorriso provocante no rosto.
Tori
(sorrindo) Olha só a quem tá aqui! Olá, lobinha!
Akali
(com desprezo) Cínica.
Tori
(sorriso desaparece) O quê?
Akali
(com um sorriso de canto, sem ânimo) Você chegou ao nível mais baixo dos baixos.
Tori
(ri sem humor, batendo palmadinhas leves no próprio ombro) Amor, AMOR! E dançar com a ex não é falta de noção, né? Isso é o quê? Reunião de ex-alunos da decepção?
As duas se encaram, olhos fixos, respiração acelerada. A pista toda parece em silêncio por alguns segundos. As pessoas sentem o cheiro de briga no ar.
Lina chega, afobada, olhando entre as duas como se tivesse entrado no meio de um campo de guerra prestes a explodir.
Lina
(olhando de um lado pro outro) O que tá acontecendo aqui?
Tori
(fingindo leveza, mas com a voz afiada) Nada, amiga! Só gente INSIGNIFICANTE demais nessa festa!
Lina
(revira os olhos, sem entender nada) Meu Deus… Vamos voltar. (puxa Tori pela mão) Você bebeu demais, né?
Tori
(voz já longe enquanto é arrastada) Nem cheguei a beber!
Akali fica parada no meio da pista, com os olhos ainda fixos onde Tori estava segundos atrás. E então…
Jin aparece, vindo do bar, com cara de quem sentiu o cheiro de treta mesmo a metros de distância.
Jin
(sério) O que aconteceu, Akali?
Akali respira fundo, ainda olhando pro vazio.
Akali
(murmura) Aconteceu que ela ainda consegue me machucar… mesmo depois de ontem.
Jin
(coloca a mão no ombro dela) Então talvez seja hora de você parar de brincar… e dizer o que realmente sente.
Akali
(olha pra ele, amarga) E se ela não quiser ouvir?
Jin
Então fala com o corpo. Você é loba, não diplomata.
Silêncio. Akali fecha os olhos por um segundo… e quando abre, o olhar não é mais de raiva. É de decisão.
No outro dia — refeitório externo da universidade, sol fraco, cheiro de grama molhada no ar. Lina aparece animada, com os olhos vermelhos vibrando, lambendo discretamente as presas enquanto senta ao lado de Tori.
Lina
(lambendo as presas) Vamos caçar hoje?
Tori vira o rosto devagar, com aquela expressão de princesa exigente, franzindo o nariz como se tivesse cheirado algo horrível.
Tori
(com cara de nojinho) Ai, amiga… eu só tomo sangue Rh Nulo! E bem filtrado, de preferência. Caçar no meio da floresta? Ecaaa.
Lina
(rindo alto) AI AI! Você é a vampira mais fresca que eu já conheci.
Tori
Sou gourmet, amor, não fresca. Tem uma diferença.
Lina
Qualquer dia desses você vai acabar bebendo sangue tipo O+ e nem vai notar.
Tori
(olha séria) Se isso acontecer, me enterra. Com sal grosso e flor de lavanda, tá?
Lina gargalha, batendo na mesa, enquanto Tori pega o copinho de sangue importado dela e dá um gole delicado com o dedo mindinho levantado.
Lina
(olhando com diversão) Mudando de assunto, viu a Akali hoje?
Tori
(olhar afiado, mas tentando disfarçar) Não. E nem quero. Tô em fase de desintoxicação de lobas idiotas.
Lina
Tá. Mas ficou olhando o story dela no loop umas dez vezes, né?
Tori
(tomando outro gole) Provas?
Lina
(sorrindo) A sua cara entrega tudo.
Ainda no refeitório, Tori continua mexendo no canudinho do copinho de sangue como se fosse um milkshake caríssimo. Ela revira os olhos, solta uma risadinha e muda de assunto com aquele jeitinho debochado e fofo ao mesmo tempo.
Tori
(revira os olhos e ri) Mudando de assunto… você viu o professor novo?
Lina
Vi! Totalmente diferente do professor Han.
Tori
Total! Além de ser mais jovem, tem senso de humor!
Tori
Quase… já que ele é humano, tem que ter o sangue Rh Nulo pelo menos! Porque senão… sem chance!
Lina
(rindo) Ai, você é impossível! O homem dá bom dia com charme e você já quer saber o tipo sanguíneo!
Tori
Segurança em primeiro lugar, amiga! Imagina se eu me apaixono e na hora do vamos ver… descubro que ele é A+? Credo.
Lina
(segurando o riso) Trágico! Pior que beijo ruim!
Tori
Exato! Tipo… “Oi, sou fofo, inteligente, cheiroso… e indigesto.”
As duas caem na risada, mas Tori dá aquela olhadinha pro lado, como quem procura alguém… mas disfarça rápido.
Lina
Tá procurando a lobinha?
Tori
Tô procurando paz… e ela não tá incluída.
Lina
Hmm… então por que você olhou justo pro canto onde ela senta?
Tori
Coincidência, Lina. Coincidência e olhos treinados pra identificar incômodos visuais.
Lina
Claro… super convincente.
Enquanto o clima no refeitório segue descontraído, uma presença familiar se aproxima com aquele sorriso preguiçoso e charme natural de sempre. Jin, camisa aberta no ponto certo, cabelo bagunçado de propósito, chega até a mesa com a confiança de quem sabe que é bonito.
Tori e Lina olham pra cima com sorrisos afiados e risadinhas sincronizadas.
Jin
(encarando Lina com aquele olhar de quem já tá pronto pra bagunçar tudo) Posso roubar a Lina um pouco, Tori?
Tori
(olhando pros dois, com um sorrisinho debochado) Pode… haha. Aproveita que ela já tá alimentada.
Lina
(abraça Jin) Me rouba logo, Lobão
Jin
(passando o braço por trás dela) Claro, vampirinha.
Sem hesitar, Jin ergue Lina nos braços com facilidade. Ela solta um gritinho animado, rindo alto como uma adolescente em parque de diversão.
Lina
Jiiiiiiiin! Me coloca no chão antes que eu morda sua orelha!
Jin
(sorri) Então morde, ué.
Tori observa os dois se afastando com uma cara teatral de enjoo, levantando as mãos em falsa rendição.
Tori
(fingindo nojo) Eca! Essa cena tá muito linda… haha! Me dá até vontade de tomar vinagre puro pra equilibrar esse açúcar todo.
Enquanto eles se afastam, Tori finge que não se importa… mas seus olhos inevitavelmente deslizam até o outro canto do pátio… onde Akali acaba de chegar, de fone no ouvido e olhar atento.
Tori
(murmurando pra si) Melhor eu sair antes que eu pegue intoxicação…
Ela se levanta, ajeita os óculos escuros que nem precisava estar usando, e sai do local com passos elegantes e o coração batendo alto, mas o rosto fingindo indiferença absoluta.
Enquanto isso, do outro lado do pátio, Akali chega com fones no ouvido, ouvindo provavelmente alguma playlist sombria e agressiva de rock — ou talvez só trilha sonora de raiva acumulada. Antes que ela possa pisar no próprio silêncio…
Noa
(chegando com um sorrisão) Fala, loba mais brutal da matilha!
Akali
(tirando um dos fones, sem parar de andar) O que você quer, Noa?
Noa
Vim garantir que você ainda é a líder do “clube das encalhadas emocionalmente”.
Akali
(seca) Sai da minha frente antes que eu arranque seu braço e jogue pros cachorros de verdade.
Noa
Aí! Você me trata assim mas sabe que me ama.
Akali
(suspira) Sabe o que eu amo? Quando você vai embora.
Noa
(anda ao lado dela) Tá, mas… e a vampirinha?
Akali
(sem encarar) O que tem?
Noa
Ela saiu correndo quando te viu. Isso aí é ódio ainda… ou saudade disfarçada?
Akali
(parando de andar) Ela dança colada com um vampiro, depois age como se fosse a vítima. E eu que sou a errada?
Noa
Mas você também não fica muito atrás… (pausa dramática) Eu soube que você dançou com a Mia.
Akali vira lentamente o rosto na direção dele, o olhar cortante, como se as palavras tivessem sido mais afiadas que uma lâmina.
Noa
A festa inteira, né? A galera ainda tá comentando. “A ex com a atual-não-assumida numa guerra de egos em forma de dança.” Foi um evento.
Akali
(fria) Eu só dancei com a Mia pra deixar claro que não me importava.
Akali hesita. Os dedos apertam o fone com força. A resposta não sai de imediato.
Noa
Então talvez seja a hora de parar de brincar de ferir quem você ama, só pra parecer que tá no controle.
Akali
(seca) Não me dá sermão, Noa!
Noa
Não é sermão. É conselho de quem já se fodeu por orgulho também. Manda mensagem pra ela, vai. Antes que ela decida dançar com outro… e dessa vez seja pra valer.
Akali fica ali parada, respirando fundo. O celular já na mão. O nome “Tori” fixado no topo das conversas.
Noa
(sorri satisfeito) É isso aí!
Ela digita rápido, seca, direta. Sem firulas, sem emoji, sem ponto final
Akali
📲: Precisamos conversar
A resposta vem quase de imediato. Rápida demais. Como se Tori já estivesse com o celular na mão esperando exatamente por isso.
Por um segundo, Akali hesita. O coração bate forte, e ela sente o peso das últimas palavras, olhares e provocações ecoando na mente. Mas ela não vai recuar agora.
Ela começa a digitar… apaga. Digita de novo… apaga. Até que finalmente manda:
Akali
📲: Sobre o que tá acontecendo entre a gente. E o que ainda vai acontecer.
Silêncio. Três pontinhos aparecem. Desaparecem. Voltam. E então…
Tori
📲: Então me encontra. No terraço. Agora.
Akali guarda o celular no bolso, olha pra Noa com um meio sorriso de quem já sabe no que vai dar.
Akali
Se eu não voltar… já sabe.
Noa
(sorrindo) Vou mandar flores. E gelo.
Ela vira as costas e caminha em direção ao terraço, determinada.
No terraço — o céu está num tom acinzentado, como se também estivesse segurando lágrimas ou raiva, ou os dois. O vento sopra gelado, balançando os cabelos loiros de Tori, que está parada perto da grade, de costas para a porta, os braços cruzados sobre o peito e o olhar perdido no horizonte.
Ela ouve os passos firmes e marcados de Akali se aproximando… e fala antes mesmo de se virar.
Tori
(olhando pro horizonte) Eu sou apaixonada por essa vista.
Silêncio. Só o som do vento e do coração acelerado.
Tori
(continua) Sempre venho aqui quando tô tentando não socar alguém… ou quando tô tentando não chorar. Às vezes os dois ao mesmo tempo.
Akali para a poucos passos dela, o olhar fixo nas costas da vampira. Aquela voz ainda tem o mesmo efeito — arrepia, enfurece, atrai.
Akali
E hoje… qual dos dois?
Tori
(suspira, ainda sem se virar) Os dois. Porque você me irrita… e me faz falta. E isso me deixa ainda mais irritada.
Akali se aproxima devagar, agora a centímetros dela.
Akali
Então por que dançou com aquele cara?
Tori
(vira devagar, encarando Akali nos olhos) Porque você dançou com a Mia.
Akali
Eu só queria te provocar.
Tori
Conseguiu. E eu quis devolver na mesma moeda.
Akali
(engole seco) E conseguiu.
As duas se encaram. A raiva esbarra no desejo, o orgulho esbarra na saudade. A tensão entre elas vibra.
Akali
Mas eu me arrependi. Logo depois. Você?
Silêncio. Só o som do vento e da respiração pesada.
Tori
(desviando o olhar) Eu te odeio às vezes, sabia?
Akali
(dando um passo à frente) Eu também. Mas odeio mais quando você não tá perto.
As duas agora tão próximas demais. Um passo, um suspiro… e tudo pode explodir.
TE ODEIO. MAS TE QUERO
Akali
(Ri baixinho) talvez!
As palavras saem suaves, mas carregadas de afeto. Pela primeira vez em dias, o tom entre elas não tem veneno — só um tipo estranho de ternura que nenhuma das duas sabe lidar muito bem. Tori dá dois passos, fecha a distância entre elas e para bem na frente de Akali.
Do nada, o céu — que já vinha ameaçando — finalmente desaba. As primeiras gotas caem leves, depois ganham força em segundos. Uma chuva fria, repentina, quase simbólica.
Tori ergue o rosto devagar, sentindo a água escorrer pelo rosto. Ela sorri, olhos fechados por um segundo.
Tori
(olhando pro céu e sorrindo) Chuva?
Akali observa. Não o céu. Não a água. Mas ela. Os traços delicados da vampira, o sorriso espontâneo, os cílios molhados. Tudo parece em câmera lenta.
Akali dá um passo à frente. O coração pesado e leve ao mesmo tempo.
Akali
(baixo) Mesmo molhada… você continua linda.
Tori abre os olhos lentamente, surpreendida pela doçura inesperada. Mas ela não recua.
Tori
(sussurrando) Fala mais uma dessas… e eu juro que te beijo aqui mesmo.
Akali
(chega mais perto, os olhos nos dela) Então se prepara.
E ali, no meio da chuva, no terraço da universidade, com as roupas coladas ao corpo, os corações despidos e o orgulho derretido… Akali a beija. Com força. Com fome. Com tudo que segurou por dias.
Tori corresponde como se esperasse por aquele momento desde a primeira briga, desde o primeiro olhar de ódio… que sempre foi amor disfarçado.
Após o beijo intenso, Akali sorri — um sorriso raro, sincero, quase moleque — e envolve Tori pela cintura com os braços fortes. Sem avisar, a ergue do chão e gira com ela no meio da chuva.
Tori solta uma risada leve, quase infantil, abrindo os braços como se estivesse voando. Os olhos fechados, o rosto voltado pro céu, deixando cada gota escorrer pelo corpo como se estivesse lavando tudo que doeu até ali.
Akali gira mais uma vez, depois a coloca devagar no chão, mas ainda a mantém nos braços.
Tori
(ofegante, sorrindo) Agora eu entendi por que você é uma loba… precisa me marcar pra ninguém mais tentar me levar, né?
Akali
(sussurrando, colando a testa na dela) Já te marquei. Só você não percebeu.
As duas permanecem ali, grudadas, com a chuva como trilha sonora de um recomeço. Sem mais palavras. Só respirações quentes, corações descompassados e a certeza de que, entre mordidas e provocações, o sentimento é real.
Tori
Promete nunca me abandonar?
As duas se abraçam em seguida se encaram e riem, e correm pelo terraço com a chuva caindo sobre elas
Observando de longe o casal!
Lina
(Olhando pra Jin e sorrindo) Cadê meus 100 conto?
Jin
(Revira os olhos rindo) que saco você ganhou!
Lina
(Beija ele) eu sou ótima em apostas Lobão!
Jin
To vendo isso vampirinha!
Os dois riem baixinho olhando Tori e Akali aproveitando um momento juntas!
Mia
(Olhando para as duas) Isso não vai ficar assim!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!