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O QUE RESTOU DE NÓS.

Capítulo 1

Meu nome é Leonardo Villar. Aos vinte e cinco anos, concluí a faculdade de Administração e, logo em seguida, assumi um cargo na Villar & Co., uma das empresas mais respeitadas do setor, comandada por meu tio Sérgio Villar — irmão do meu pai e uma referência no mundo dos negócios.

Dois anos atrás, realizei um dos maiores sonhos da minha vida: me casei com Samantha. Ela sempre foi a mulher que fez meu coração bater mais rápido, mais forte... mais vivo. Nosso primeiro ano de casamento foi como um filme bonito e sereno, daqueles que a gente não quer que acabem. Ríamos por qualquer bobagem, nos entendíamos pelo olhar, e o amor parecia crescer a cada dia.

Mas, como uma reviravolta inesperada, tudo começou a desmoronar quando Samantha aceitou um emprego ao lado de Silvia, uma antiga amiga, em um conceituado escritório de advocacia. Desde então, a mulher que eu amava — e que sempre me olhou com doçura — passou a ser uma estranha em nossa casa. Fria. Distante. Calada.

Nossas conversas, antes recheadas de planos e ternura, foram se transformando em silêncios longos ou discussões vazias. Às vezes, olho para ela e sinto que estou tentando alcançar alguém que já partiu, mesmo estando ao meu lado.

Tenho-me desdobrado em esforços para salvar o que ainda resta do nosso casamento. Amo Samantha mais do que sou capaz de expressar. Só de imaginar perdê-la, um abismo se abre dentro de mim. E, ainda assim, por mais que eu lute, parece que a distância entre nós cresce a cada dia.

Leonardo Villar.

Meu nome é Samantha. Tenho vinte e quatro anos e trabalho em um escritório de advocacia.

Se eu pudesse voltar no tempo, talvez não tivesse cometido o maior erro da minha vida: me casar com Leonardo Villar.

Não me entenda mal — Leonardo não é um mau homem. Pelo contrário. Ele é trabalhador, honesto, generoso. Talvez bom até demais… Mas nosso casamento nunca foi uma escolha do coração. Foi uma decisão tomada sob a sombra das expectativas alheias. Meus pais sempre o consideraram o genro perfeito, e, querendo agradá-los, acabei dizendo “sim” a um homem que sempre me amou com loucura… e que eu nunca consegui amar da mesma forma.

As coisas começaram a mudar de verdade quando comecei a trabalhar no escritório. Rodrigo, o dono, entrou na minha vida como uma brisa suave — e, aos poucos, virou uma tempestade. Atencioso. Sensível. Intenso. Com ele, descobri sentimentos que nunca imaginei sentir. Emoções que jamais vivi ao lado de Leonardo. E sim… nos apaixonamos.

Rodrigo quer que eu me divorcie. Que a gente assuma tudo, sem esconderijos. Mas eu ainda não tive coragem. Não por Leonardo — e sim pelos meus pais. Sei que esse rompimento vai abalar nosso relacionamento familiar de uma forma quase irreversível.

Mesmo assim, estou chegando ao meu limite. A convivência com Leonardo se tornou um martírio. As conversas viraram atritos. Os abraços sumiram. O lar que um dia tentamos construir virou apenas um espaço frio, de paredes silenciosas e olhares perdidos.

E agora, entre o medo de decepcionar os outros e o desejo de ser feliz… estou dividida. Só sei que não aguento mais essa vida dupla. Nem a ausência de Rodrigo. Nem a presença de Leonardo.

Samantha

O relógio marcava 18h47 quando Samantha fechou o último processo do dia. A sala estava em silêncio, os demais funcionários já haviam ido embora. Apenas o som do ar-condicionado preenchia o ambiente — e o barulho quase imperceptível dos passos que ela já reconhecia de longe.

Eu sou Rodrigo, tenho 28 anos.

Rodrigo entrou, sem bater, como sempre fazia. O terno impecável, a gravata ligeiramente afrouxada e aquele olhar que, desde o início, conseguia atravessar as defesas que ela tentava erguer.

— Podemos conversar? — perguntou ele, com a voz baixa, mas firme.

Samantha suspirou e fez um gesto para que ele se sentasse. Rodrigo puxou a cadeira à sua frente e apoiou os cotovelos sobre a mesa, encarando-a com intensidade.

— Já decidiu? — ele foi direto.

— Rodrigo... — ela desviou o olhar, mexendo nervosamente nos papéis à sua frente — Você sabe que não é tão simples assim.

— Não é? — ele retrucou, se inclinando um pouco mais. — Você mesma me disse que não ama o Leonardo. Que só estão juntos por obrigação. Que mal se falam. Por que prolongar esse sofrimento, Sam?

Ela fechou os olhos por um segundo, sentindo o peso da culpa apertar o peito.

— Eu não quero machucá-lo... E tem os meus pais. Eles colocaram tantas expectativas nesse casamento. Sempre viram o Leonardo como o homem ideal. Se eu me separar, tudo vai desmoronar.

Rodrigo riu, mas sem humor.

— E quando você vai começar a pensar em você? Vai viver a vida inteira tentando agradar os outros? Escondendo o que sente?

— Não é só sobre agradar — rebateu ela, com a voz trêmula. — É sobre ter responsabilidade com as escolhas que fiz. Eu disse "sim" no altar. Não posso simplesmente jogar tudo fora como se não significasse nada.

Rodrigo se levantou, dando uma volta lenta ao redor da mesa, até parar ao lado dela.

— E o que significa continuar casada com alguém que você não ama? — perguntou, mais calmo. — Isso não é justo com você. E, se quer saber, também não é justo com ele.

Samantha engoliu em seco. Sentia-se como se estivesse presa em uma corda bamba, tentando equilibrar razão e emoção, passado e futuro.

— Eu preciso de tempo — sussurrou, por fim. — Só mais um pouco. Preciso encontrar uma forma de fazer isso da maneira menos dolorosa possível.

Rodrigo assentiu, embora seus olhos mostrassem impaciência.

— Tudo bem... Eu vou esperar. Mas não por muito tempo, Sam. A vida não para pra quem tem medo de viver. E eu... eu quero viver ao seu lado.

Ele se inclinou e beijou sua testa com delicadeza. Em seguida, saiu da sala, deixando Samantha sozinha — cercada por papéis, dúvidas e um coração dividido

Palavras da autora:

Conto com vocês para me apoiar em mais este livro.

_ Curtindo todos os capítulos.

_ Comentando.

Gratidão.

Capítulo 2

A porta da frente se abriu com um estalo seco. Ouvi os passos apressados de Shamantha, os saltos sendo abandonados no chão e a bolsa jogada no aparador da sala. Já passava das dez da noite. A casa estava mergulhada num silêncio sufocante — até que minha voz o rompeu, vinda da cozinha:

— Está chegando tarde de novo, Shamantha.

Não falei alto, nem com raiva. Só estava... cansado. Cansado de repetir as mesmas palavras.

Ela revirou os olhos, do jeito que fazia quando queria encerrar qualquer conversa.

— Ah, Leonardo... Por favor, não começa.

— Não estou começando. Só estou observando. Você sai cedo e volta quando quer. Eu sou seu marido, Shamantha. Não um inquilino nesta casa.

— E o que você quer que eu faça? Que largue meu trabalho? — retrucou, jogando o blazer sobre a cadeira da sala de jantar. — Se ainda não percebeu, eu também tenho uma vida, Leonardo. Um trabalho de verdade, que exige meu tempo e minha atenção!

— E o nosso casamento? Exige o quê? Nada? — levantei da cadeira, indo até o corredor, ficando mais próximo dela. — Você quer manter as aparências, mas nem olha mais na minha cara.

— Talvez porque eu esteja cansada de discutir todo santo dia! — rebateu, na mesma intensidade. — Você vive me cobrando, me julgando, como se tivesse feito um favor me casando com você. E sabe o que é pior? Eu fiz mesmo! Casei por impulso. Por pressão!

Respirei fundo. Tentei segurar o nó que começava a crescer na garganta. Mas meus olhos já estavam ardendo.

— Então agora é isso? Vai jogar na minha cara que o nosso casamento foi um erro?

— Você não percebe, Leo? Nós não somos mais um casal! Só restou rotina, cobranças e silêncio. E eu estou farta disso!

Não disse mais nada. Voltei para a cozinha. A comida já estava fria. Me sentei, peguei o garfo e continuei o jantar do jeito que dava.

Ela me seguiu em silêncio, sentou-se do outro lado da mesa. Ficou mexendo na comida, sem levar nada à boca.

— Se não vai comer, por que se sentou? — perguntei, sem tirar os olhos do prato.

— Por educação — respondeu, seca. — Ou talvez porque ainda esteja tentando manter alguma normalidade nessa farsa.

Larguei os talheres com força sobre o prato.

— Isso não é uma farsa pra mim, Shamantha. Eu ainda amo você. E não sei mais o que fazer pra salvar esse casamento. Mas você não ajuda, você não tenta. Você só se afasta mais a cada dia.

Ela me encarou por alguns segundos. Depois se levantou sem dizer uma palavra e foi para o quarto.

Mais tarde, já deitado, senti o colchão afundar do outro lado. Me aproximei devagar. Puxei os lençóis e me deitei ao seu lado. Ficamos em silêncio. O quarto escuro, o ar pesado. Toquei de leve seu braço.

— Sam... — murmurei, me inclinando para beijá-la.

Ela virou o rosto, fugindo do meu toque.

— Não, Leonardo... Por favor.

— Por favor o quê? — insisti, tentando me manter calmo. — Você me evita, me trata como um estranho. Agora nem posso mais te tocar?

— Não é o momento, Leonardo. Eu não estou bem. Não tenho cabeça pra isso.

— Você nunca está! — explodi, sentando-me na cama. — A verdade é que você não quer mais estar comigo. Já faz quase um mês que não fazemos amor. Eu sou homem, Sam. Eu te amo. Mas você não me ama mais, só pode ser isso.

— E se for verdade? — ela me olhou com frieza. — Vai fazer o quê? Vai me obrigar a continuar nessa prisão que virou nossa vida?

As palavras dela foram como facas. Fiquei em silêncio, digerindo cada uma com dificuldade.

— Eu só queria que você fosse sincera. Que me dissesse o que está acontecendo. Porque, sinceramente, essa indiferença está me matando.

Ela virou-se de costas, puxando o lençol até o queixo.

— Boa noite, Leonardo.

Fiquei ali, sentado por longos minutos, encarando o teto escuro do quarto. Sentindo que cada tentativa minha era só mais um passo na direção do fim.

E, naquele silêncio ensurdecedor, eu soube: algo entre nós estava prestes a se quebrar de vez.

A manhã seguinte chegou com os primeiros raios do sol atravessando as cortinas. Era sábado. O único dia da semana em que, antes, costumávamos estar mais próximos. Agora, era só mais um dia onde o silêncio falava alto demais.

Acordei antes do relógio. Me virei e a observei dormindo de lado, os cabelos soltos cobrindo parte do rosto. Ainda era linda. E talvez meu erro fosse amar tanto alguém que já não estava mais ali.

Com cuidado, me aproximei e beijei devagar o pescoço dela, num gesto quase desesperado por conexão.

— Bom dia... — murmurei, ainda com a voz rouca de sono.

Ela se remexeu, incomodada.

— Leonardo, não... — disse, afastando-se de forma ríspida. — Por favor, não começa com isso logo cedo.

Me afastei, sentindo como se tivesse levado um tapa.

— “Isso”? — repeti, magoado. — Eu só queria te dar um bom dia. Ser carinhoso com minha esposa. Mas parece que nem isso posso mais.

Ela virou de costas, puxando o lençol até o pescoço.

— Você sempre escolhe os piores momentos... Só queria dormir um pouco mais. Já não basta a semana inteira exaustiva?

Me sentei na cama, esfregando o rosto com as mãos.

— Não é só sono, Shamantha. Você me afasta todos os dias. Qualquer toque meu é rejeitado. Qualquer palavra vira discussão. Me sinto invisível dentro da nossa própria casa.

— Porque você não entende, Leonardo! — ela se virou, sentando-se na cama com os olhos furiosos. — Eu não estou bem! Não quero fingir que está tudo bem entre nós. Não quero carinhos forçados, nem beijos por obrigação. Isso só me sufoca mais!

— Então diz o que você quer! — me levantei, perdendo o controle. — Porque eu já tentei de tudo! Já fui paciente, já fui presente, já implorei por um gesto seu... E nada! O que você quer de mim, Shamantha?

Ela me encarou, os olhos cheios de raiva — e talvez de dor também.

— Eu quero paz, Leonardo. Só isso. Quero parar de viver essa mentira. Quero acordar sem sentir esse peso no peito.

— E eu sou o peso? — perguntei, com amargura.

— Somos um para o outro. Essa relação está nos sufocando. Só você ainda não percebeu.

Fui até a janela e abri as cortinas com força. A luz invadiu o quarto como se pudesse iluminar também a escuridão que se instalou entre nós.

— Então é isso? Vai passar o fim de semana me tratando como um estranho?

Ela não respondeu. Apenas se deitou novamente e virou o rosto.

Olhei para ela uma última vez, depois saí do quarto. E o som da porta se fechando atrás de mim soou como um ponto final. Como se, ali, o que restava de nós tivesse começado a ruir de vez.

Nota da autora:

Cada curtida sua é muito importante para mim. Não deixe de curtir.

Capítulo 3

O sábado se arrastava. Eu estava sentado na sala, fingindo que lia alguma coisa no celular, mas, na verdade, cada passo de Shamantha pelo corredor me feria mais do que o anterior. O som do salto batendo no piso era como um lembrete cruel: ela sempre tinha tempo para sair — nunca para ficar.

Ela surgiu na porta com aquela pose de sempre: bolsa discreta pendurada no ombro, cabelos soltos, maquiagem leve, mas impecável. O mesmo perfume doce que um dia me encantou preencheu o ambiente por um segundo. E, naquele segundo, tudo o que eu senti foi distância.

— Vai sair? — perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

— Vou. Preciso resolver umas coisas com a Sílvia — respondeu sem olhar nos meus olhos. E sem esforço algum para parecer convincente.

Apenas assenti. Não tinha mais força para discutir. As palavras tinham perdido o sentido. As desculpas, o peso. Ela saiu sem nem se despedir.

Fiquei ali por alguns minutos, tentando decidir se ficava preso naquele silêncio ou se dava um jeito de escapar de mim mesmo. Peguei as chaves e saí. Eu precisava respirar. Pensar. Ou talvez apenas dirigir, sem rumo, como quem tenta fugir de um incêndio interno.

Depois de um tempo rodando, parei em uma cafeteria no centro. Era um dos meus lugares preferidos antes de me casar. Um lugar onde o tempo parecia desacelerar. Assim que entrei, senti o cheiro de café fresco e uma música instrumental suave. Por um instante, quase senti paz.

Mas durou pouco.

Congelei.

Ali, no canto do salão, estava ela. Shamantha. Com Rodrigo.

Eles não estavam apenas conversando. Estavam próximos demais. Os olhos grudados, os gestos íntimos demais. Rodrigo segurava a mão dela, e ela acariciava os dedos dele com uma naturalidade que nunca vi nos últimos meses.

O ar me faltou. Tudo ao meu redor sumiu. O chão, o som, o cheiro de café… tudo desapareceu. Só restou aquela cena. A traição estampada. A confirmação do que meu coração já gritava há tempos, mas que minha mente insistia em negar.

Rodrigo se inclinou e sussurrou algo no ouvido dela. E ela sorriu.

Ela sorriu. Com um brilho que não usava comigo há muito tempo.

Naquele momento, pensei em ir até lá. Encará-los. Gritar. Dizer tudo o que estava entalado na minha garganta. Perguntar por quê.

Mas não.

Dei um passo para trás. Depois outro. E saí. Saí com o coração em cacos e a dignidade costurada por um fio. Saí como se nunca tivesse entrado. Ninguém percebeu. Ninguém notou o homem despedaçado que atravessava a porta.

Lá fora, o sol já não brilhava como antes.

E ali eu entendi: o fim não viria com uma explosão. Ele estava vindo aos poucos. Em silêncio. Em cada manhã fria. Em cada desculpa. Em cada beijo negado.

E agora… naquela cafeteria.

(Shamantha)

Dirigi de volta para casa com as mãos firmes no volante, mas o pensamento longe. Ainda sentia na pele o toque de Rodrigo, o riso fácil, a leveza do nosso encontro. Há quanto tempo eu não me sentia assim? Livre. Desejada. Viva.

Mas quando olhei o relógio e vi que passava das dez, senti o frio conhecido no estômago. Leonardo.

Já conseguia imaginar a cena: ele no sofá, semblante fechado, braços cruzados, pronto para me interrogar. Sempre igual. A tensão crescia entre nós como uma bomba prestes a explodir.

Estacionei na garagem, respirei fundo, peguei a bolsa e entrei. Entrei devagar, como quem já se sente culpada mesmo antes de ser acusada.

Mas, para minha surpresa, tudo estava em silêncio. A casa escura. Nenhuma luz acesa. Nada.

— Leonardo? — chamei, baixinho, tirando os sapatos.

Silêncio.

Verifiquei a cozinha. O quarto. Até o banheiro. Nada.

Soltei um suspiro. Um alívio amargo.

Pela primeira vez em muito tempo, ele não estava ali. Não estava esperando. Não estava reclamando. Não estava… em lugar nenhum.

Sentei no sofá com uma xícara de chá. Liguei a televisão, coloquei em qualquer canal só para abafar o som dos meus pensamentos. E fiquei ali, imóvel. Por fora, tranquila. Por dentro… inquieta.

Onze e meia.

Meia-noite.

Nada.

Me levantei e comecei a andar de um lado para o outro. Peguei o celular. Liguei. Caiu na caixa postal. Tentei de novo. E de novo.

— Atende, Leonardo… — murmurei, com a garganta apertada.

Tentei lembrar se ele havia mencionado alguma saída. Algum compromisso. Nada. O silêncio dele naquela manhã tinha sido diferente. Mais pesado. Como se já tivesse desistido de mim e eu não tivesse percebido.

À uma da manhã, liguei mais três vezes. Nada. Nenhuma mensagem. Nenhum sinal.

Às duas, cansada e com o coração acelerado, me deitei. Mas o sono não veio.

O travesseiro ao meu lado estava frio. Intocado. Um aviso silencioso de que algo estava realmente errado. Leonardo sempre voltava. Sempre.

Meu peito doía. A mente acelerada. Pela primeira vez em muito tempo, eu não sentia raiva… eu sentia medo.

E se tivesse acontecido alguma coisa?

E se...

Me virei, abracei o travesseiro e fechei os olhos com força. Mas era inútil. A culpa já estava ali, sentada na beira da cama, sussurrando tudo o que eu evitei ouvir por tanto tempo.

E naquela madrugada silenciosa, eu percebi: por mais que eu tivesse acreditado que não o amava mais, a ausência dele me doía num lugar que eu nem sabia que existia.

E talvez… só talvez…

Eu estivesse percebendo isso tarde demais.

Nota da autora:

Cada curtida sua é muito importante para mim. Não deixe de curtir

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