Essa é a minha primeira história e não sei muito o que estou a fazendo kkkkk sempre amei criar histórias e decidi escrever essa. Espero de coração que gostem e que comentem se tiver qualquer conselho para que eu possa melhorar cada vez mais a história. Vamos juntos embarcar nesse romance que tem tudo para nos fazer chorar e sorrir 😍 😍 😍
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O som que nasce no silêncio
O silêncio sempre foi o idioma de Luca. Desde que nasceu, aprendeu a observar o mundo de um jeito diferente, enxergando detalhes que a maioria das pessoas ignorava.
Da janela do seu quarto, no segundo andar de um prédio simples, seus olhos azuis se perdiam todos os dias na mesma direção: o apartamento da frente. Mais especificamente, na jovem que ali morava... Aurora.
Ela tinha cabelos ruivos, longos, que pareciam ganhar vida ao vento. Sempre estava cercada de livros, folhas rabiscadas e uma xícara de café na mão.
— “Cara... Você PRECISA parar de só olhar...” — disse Gabriel, seu melhor amigo, cutucando seu braço.
Gabriel era a voz que Luca não tinha no mundo. Alto, divertido, sempre falante. Aprenderam juntos a se comunicar — um misto de Libras, expressões faciais e aquele tipo de linguagem que só grandes amigos entendem.
Luca fez um sinal rápido com as mãos, arqueando a sobrancelha.
— “Parar de olhar... e fazer o quê?” — traduziu Gabriel, rindo. — “Fala com ela, pô! Você vive suspirando aí. Até parece que vai derreter!”
Luca sorriu, envergonhado. Mexeu nas mangas da blusa, desviando o olhar.
Naquele momento, Aurora apareceu na janela. Estava ajeitando alguns vasos de plantas e, por um instante, olhou diretamente para ele. Seus olhos se cruzaram. Ela sorriu, e Luca travou.
Gabriel quase pulou.
— “Ela OLHOU! Meu Deus, ela olhou! Agora é sua chance, vai, acena, faz qualquer coisa!” — disse, gesticulando como um maluco.
Luca respirou fundo, tentou erguer a mão, mas Aurora já tinha voltado para dentro.
— “Perdeu...” — Gabriel bateu de leve no ombro dele. — “Mas relaxa, campeão, amanhã tem mais. Ou... você pode fazer melhor. Pode... sei lá... lembrar que ela gosta de música.”
Luca olhou sério, fez um gesto no ar, apontando para o velho piano na sala de Aurora.
— “O piano...” — traduziu Gabriel. — “Claro! Cara, é isso. Você lembra que foi sua maior conexão com ela quando eram crianças. A mãe dela te ensinou as notas, te ensinou a sentir a música. Você precisa usar isso. Voltar a tocar.”
Gabriel se levantou, empolgado.
— “Imagina! Você lá, no piano do prédio, treinando, e ouvindo... ou vendo... ou percebendo. Cara, romântico DEMAIS. Nem nos filmes tem isso.”
Luca sorriu, balançou a cabeça, mas uma lembrança atravessou seu peito como um vento gelado. O piano estava fechado. Desde que dona Elisa, mãe de Aurora, adoeceu e faleceu há alguns anos, ninguém mais tocou nele.
O silêncio naquela sala parecia tão pesado quanto o que Luca carregava desde que nasceu.
Mas, talvez, estivesse na hora de quebrar esse silêncio.
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Bom foi isso, espero que tenham gostado ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Amor no Silêncio – Capítulo 2
O peso do silêncio
O sábado amanheceu diferente. Luca acordou decidido.
Decidido a, finalmente, falar com Aurora.
— “Hoje vai.” — sinalizou para Gabriel, enquanto ajeitava o cabelo no espelho.
Gabriel sorriu, cruzando os braços.
— “É ISSO, moleque! Bora deixar de ser só o vizinho da janela. Hoje você vai ser o cara do coração dela.” — disse, piscando. — “Mas antes... missão mercado. Minha mãe me escalou, e, adivinha? Você vem comigo.”
Luca rolou os olhos, mas topou. Talvez uma caminhada ajudasse a acalmar a ansiedade que dançava no peito.
No mercado...
O lugar estava cheio. Carrinhos lotados, crianças correndo, filas gigantes. Gabriel foi buscar refrigerante, enquanto Luca ficou segurando alguns pães e uma caixa de leite na fila preferencial — aquela para idosos, gestantes e pessoas com deficiência.
Ele estava ali, tranquilamente, até ouvir, do lado, uma voz grossa e carregada de impaciência:
— “Ô, ô, parceiro... aqui é fila preferencial, tá?” — um homem de uns 50 anos, barrigudo, cruzou os braços, encarando Luca. — “Sai daí. Essa fila não é pra você, não.”
Luca percebeu que o homem estava falando com ele, mas não entendeu de imediato o que dizia. Só notou quando viu o dedo apontando e a cara fechada.
Ele levantou as mãos, tentando sinalizar. Mostrou rapidamente o crachá que carregava no pescoço, que dizia "DEFICIENTE AUDITIVO".
Mas, em vez de entender, o homem bufou.
— “Ah, surdo... mas não tá na cadeira de rodas, né? Isso é desculpa pra furar fila agora?” — gritou, atraindo olhares.
O rosto de Luca queimou. Suas mãos tremiam. Ele tentou gesticular, tentou responder, mas a boca do homem não parava de se mover, despejando palavras que ele não podia ouvir, mas que doíam mesmo assim.
Foi quando uma voz surgiu, alta e furiosa:
— “Opa! Tá falando besteira pra quem, irmão? Abaixa esse tom aí!” — Gabriel surgiu, empurrando o carrinho.
Ele ficou entre Luca e o homem, com as mãos na cintura.
— “Você não tá vendo que ele é surdo, não? Ou quer que eu desenhe? Surdez é deficiência, sim. Tá na lei. Quer que eu te mostre?” — apontou para o próprio celular.
O homem bufou, virou as costas, e saiu resmungando.
Gabriel olhou pra Luca, que abaixou a cabeça, segurando o choro.
— “Não, não, não... Nada de abaixar essa cabeça, cara.” — colocou a mão no ombro dele. — “Você não é menos que ninguém, ouviu? Esse cara é que é pequeno demais pra entender isso.”
Luca respirou fundo, mas uma sombra já tinha se formado em sua mente.
E se... Aurora pensasse da mesma forma? E se, ao se aproximar dela, ela enxergasse ele do mesmo jeito que aquele homem enxergou?
O medo apertou forte no peito.
E, naquele instante, a coragem que ele construiu pela manhã parecia evaporar no ar...
Mas Gabriel não deixaria isso barato.
— “A gente vai dar a volta por cima, Luca. Você vai ver.” — disse, sério, batendo no ombro dele. — “Ela não é como aquele cara. Ela vai te enxergar... do jeito certo.”
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O terceiro capítulo será lançado em breve 😘😘
Amor no Silêncio – Capítulo 3
Plano B: A coragem tem som próprio
Os passos de Luca eram mais pesados que o normal naquele fim de tarde. Enquanto andava de volta para casa, as palavras daquele homem no mercado ecoavam dentro dele... mesmo que ele não pudesse ouvir.
— “Cara, não deixa aquilo te derrubar...” — disse Gabriel, andando ao lado dele. — “Sério. Eu sei que doeu, mas... você não pode deixar esse idiota vencer.”
Luca respondeu com as mãos, devagar.
— “E se... e se Aurora também me olhar assim?”
Gabriel parou no meio da calçada, colocou as mãos na cintura e respirou fundo, como quem precisava puxar do fundo do peito a paciência e a força que o amigo precisava.
— “Luca... Ela não é como aquele cara. Você sabe disso. Você cresceu com ela, lembra? Sua mãe... Ela ensinou você a sentir a música, e ela estava sempre junto. Ela nunca te tratou diferente. Nunca!”
Luca olhou pro chão, apertando as mãos. A vontade de sumir era quase maior do que qualquer outra coisa. Mas, no fundo, bem no fundo, uma voz — que nem precisava de som — dizia que Gabriel tinha razão.
Gabriel respirou, ergueu a cabeça, e bateu palmas.
— “Tá. Se você não tem coragem de ir até ela, então ela vai até você. Mas do jeito certo.” — disse, abrindo um sorriso largo. — “Você ainda lembra daquele piano lá do salão de festas do prédio? Aposto que ninguém usa há anos.”
Os olhos de Luca se arregalaram. Ele sinalizou rápido.
— “Tá maluco?”
Gabriel riu.
— “Maluco? Talvez. Mas brilhante também. Escuta... quer dizer, olha.” — disse, ajeitando a mochila. — “Você vai lá. Começa a tocar. Ela vai ouvir. E se ela não ouvir... ela vai sentir. E se ela sentir... ela vem.”
Luca passou a mão no rosto, meio incrédulo, meio assustado.
— “Faz tanto tempo... E se eu errar? E se eu travar?” — sinalizou, as mãos trêmulas.
Gabriel segurou seus ombros, olhando firme nos seus olhos.
— “Se você não tentar... você já errou, irmão.” — disse, sorrindo. — “Além disso... você não vai estar sozinho. Eu vou estar lá. Do seu lado. Sempre.”
Um silêncio confortável pairou entre os dois. Um silêncio que não pesava, mas acolhia.
Luca respirou fundo, olhou pro céu que começava a se tingir de laranja, e finalmente balançou a cabeça em sinal de aceito.
— “Ok...” — sinalizou, sorrindo de canto, tímido, mas decidido. — “Vamos fazer isso.”
Gabriel deu um soquinho no ombro dele, empolgado.
— “Aí sim, parceiro! Bora fazer esse piano cantar... ou melhor, vibrar.” — riu.
Eles seguiram andando, agora com outro tipo de peso no peito. Não mais o do medo... mas o da expectativa.
O som que estava prestes a nascer, nas teclas do velho piano, não precisava ser ouvido. Só precisava ser sentido...
E talvez... fosse exatamente assim que começava o amor.
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Infelizmente isso não acontece apenas na história, a vida é cruel com quem é diferente, devemos sempre dar o primeiro passo para que o preconceito não aconteça e mostrar que todos podem ser amados da mesma forma❤️❤️❤️
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