📚 Aviso da Autora
Esta obra é fruto da minha imaginação.
Qualquer semelhança com nomes, eventos ou pessoas reais é mera coincidência.
Todos os personagens, locais e acontecimentos são ficcionais.
Criei essa história com carinho, dando vida a um universo próprio.
Se esse conteúdo não for do seu gosto, sinta-se à vontade para não continuar a leitura.
Para quem fica...
Bem-vindo ao mundo de Elena, Heitor e Matteu.
Sinopse
Contracapa de “Entre Dois Capos”
Após ser abandonada no altar há dois anos, Elena Moretti tenta recomeçar sua vida longe de promessas e finais felizes. Herdeira de uma pequena livraria deixada por sua avó, ela se refugia entre histórias alheias, evitando encarar a sua própria.
Mas o passado não esquece... e bate à porta com um nome: Heitor Mancini, o homem que partiu seu coração sem explicação. Agora, ele está de volta — com olhos cheios de culpa e segredos que ameaçam tudo o que Elena pensava saber sobre si mesma.
Quando ela finalmente permite que um novo amor floresça com o encantador Matteu Bianchi, descobre que o destino não alivia. Matteu também carrega um legado perigoso: está prometido a outra mulher e prestes a se tornar o novo capo de uma das famílias mafiosas mais poderosas da cidade.
Entre o dever, o desejo e um passado enraizado em sangue, Elena se vê no centro de uma guerra que nunca escolheu.
Mas talvez esteja na hora de parar de ser o prêmio...
...e começar a ser a jogadora.
Elena Moretti – A Protagonista
Idade: 28 anos
Profissão: Dona da Livraria Il Rifugio delle Lettere
Personalidade: Determinada, inteligente, sensível, resiliente
Aparência sugerida: Cabelos castanhos longos, olhar profundo, estilo clássico e sóbrio
Elena é uma mulher forte, inteligente e apaixonada por livros. Herdou a charmosa Livraria Aurora de sua avó, que se tornou seu refúgio emocional desde que foi deixada no altar há dois anos por seu então noivo, Heitor Mancini, sem nenhuma explicação. A dor desse abandono moldou sua maneira de amar, confiar — e sobreviver.
Agora, aos 28 anos, Elena tenta reconstruir sua vida longe de promessas quebradas. Mas o destino tem planos diferentes.
Ela está prestes a descobrir que sua história é muito maior do que imaginava: o sangue que corre em suas veias pertence a uma das famílias mafiosas mais antigas da região.
Entre livros e lealdades, Elena terá que decidir quem ela é:
a herdeira silenciosa de um império sombrio, ou a mulher que reescreve seu próprio destino.
Heitor Mancini – O Ex-Noivo Misterioso
Idade: 30 anos
Profissão: Empresário e "herdeiro silencioso" da família Mancini
Personalidade: Reservado, protetor, introspectivo, marcado pela culpa
Aparência sugerida: Alto, cabelos escuros, olhar intenso, sempre vestido com sobriedade e elegância
Heitor foi o homem que prometeu o “para sempre” a Elena Moretti, e também quem a deixou no altar sem uma única palavra de explicação. Por dois anos, ele desapareceu completamente, carregando um segredo que o afastou da única mulher que amou: o fato de pertencer a uma das famílias mafiosas mais perigosas da cidade.
Ao retornar, Heitor está dividido entre o desejo de reconquistar Elena e o peso de proteger a todos de um mundo que ela ainda não conhece.
Sua presença ressurge com um misto de culpa, silêncio e intenções obscuras. O que ele esconde pode salvar Elena... ou arrastá-la ainda mais fundo nesse submundo.
Matteu Bianchi – O Novo Amor, o Futuro Capo
Idade: 29 anos
Profissão: Advogado e sucessor da família Bianchi
Personalidade: Carismático, sedutor, diplomático, dividido entre dois mundos
Aparência sugerida: Estilo elegante, sorriso gentil, olhar atento e postura firme
Matteu apareceu na vida de Elena como um alívio, um novo começo. Carismático, educado, inteligente — ele parecia o oposto de tudo que ela tentava esquecer. No entanto, por trás do charme e das palavras suaves, esconde-se um homem que também carrega uma herança mafiosa, com um destino já traçado: ele está prometido desde a infância a Stefany, e deverá se casar para assumir seu lugar como o próximo capo da família Bianchi.
Conflituoso e sincero, Matteu se apaixona por Elena — mesmo sabendo que isso pode significar quebrar regras, promessas e alianças familiares.
Agora, ele precisa decidir se o amor é mais forte que a honra… ou se ambos são impossíveis de conciliar.
FAMÍLIA MORETTI
Teresa Moretti (avó de Elena)
Dona original da Livraria
Mulher forte, culta, com passado oculto
Manteve um romance secreto com Caterine Bianchi na juventude
Sabia dos acordos entre as famílias, mas escondeu a verdade da neta
Manteve cartas trocadas por anos com Caterine
Pais de Elena
Possível envolvimento indireto com a máfia
Teresa manteve Elena longe do "nome" mafioso para protegê-la
Elena Moretti (28 anos)
Herdeira da livraria
Cresceu longe do mundo mafioso
Descobre os segredos das famílias e das avós por meio das cartas deixadas
Conexão emocional com o passado de Teresa e com Matteu
FAMÍLIA MANCINI (linha mais sombria, direta na máfia – rígida e patriarcal)
Don Enzo Mancini (pai de Heitor)
Capo da família
Casamento estratégico com uma mulher fria e tradicionalista
Viu em Heitor o herdeiro ideal
Heitor Mancini (30 anos)
Criado para liderar, mas emocionalmente marcado
Apaixonado por Elena, mas dividido entre o amor e os códigos mafiosos
Descobre pistas do passado ao investigar as conexões entre as famílias
FAMÍLIA BIANCHI (maior, mais política, com laços internacionais e ambições)
Caterine Bianchi (avó de Matteu)
Matriarca respeitada
Teve um romance proibido com Teresa Moretti
Seu casamento foi arranjado por obrigação familiar
Guardava cartas e um último segredo que só foi revelado após sua morte
Pais de Matteu
Políticos e diplomáticos do submundo mafioso
Acordaram o noivado entre Matteu e Stefany para consolidar alianças
Matteu Bianchi (29 anos)
Inteligente, estratégico, com alma de líder
Conhece Elena por acaso… mas descobre depois que o destino dos dois já estava selado
As cartas das avós mostram que talvez o amor possa ser mais forte que as obrigações
Stefany Giordano (noiva prometida de Matteu)
De família poderosa aliada dos Bianchi
Criada para ser a esposa perfeita de um capo
Pode ser rival, vítima ou peça fundamental na guerra
LIGAÇÕES ENTRE AS FAMÍLIAS
Cartas escondidas entre Teresa e Caterine revelam:
Um romance secreto entre as duas na juventude
Tentativas de proteger seus netos de repetir seus próprios destinos
Que Elena e Matteu foram observados desde pequenos, embora nunca soubessem
Casamentos arranjados:
Heitor deveria consolidar aliança com uma família aliada — mas fugiu disso ao deixar Elena no altar, ele a amava mais não queria trazer ela pro seu mundo.
Matteu está prometido a Stefany para unir dois impérios mafiosos
Teresa e Caterine lutaram contra seus próprios casamentos, mas foram silenciadas
Ontem, Teresa. Hoje, Elena.
Teresa, aos 18, olhava pela janela com a certeza de que amor era coisa perigosa. Seu coração batia por alguém que usava saias e prendia o cabelo com fita vermelha. Um amor bonito — e, por isso mesmo, proibido.
Elena, aos 28, encara o reflexo no espelho. O vestido de noiva ainda a espera pendurado, branco demais para um coração já machucado. Faz dois anos que Heitor não apareceu. Faz dois anos que ela tenta entender o que era tão errado em ser amada por ele.
Teresa tentava esquecer Caterine enquanto dizia “sim” a um homem que nunca escolheu. O altar foi uma sentença, não um começo. O amor dela foi engolido pelo tempo, costurado em silêncio ao papel de boa esposa, boa mãe, boa viúva.
Elena ainda não disse "sim" a ninguém desde que foi deixada no altar. Mas o eco daquele dia ainda vive dentro dela. Não foi rejeição — foi abandono. E ela, como Teresa, sente que a escolha não foi dela. Alguém decidiu que ela merecia menos.
Teresa e Caterine se cruzavam em mercados por décadas. Um aceno contido, um olhar demorado. Mas nunca mais um toque. O mundo não perdoava mulheres que ousavam amar errado.
Elena, em sua dor moderna, tem liberdade — mas não tem respostas. Heitor foi embora sem explicação, como se proteger ela fosse mais importante do que ficar. Como se amor fosse um risco que ela não deveria correr. Como Teresa um dia pensou.
Lembranças de uma conversar que Elena teve com sua vó Teresa antes dela vir a falecer, mais que ficara marcada pra sempre em sua memoria:
— Às vezes — diz Teresa, olhando o horizonte — o mundo não deixa a gente amar. Mas isso não quer dizer que a gente para de amar.
Elena não respondeu. Mas entendeu. Porque, por um instante, sente que sua história não começou com Heitor... e talvez ainda não tenha terminado.
Pensamento de Heitor
"Ela vai me odiar. E vai ter razão. Mas se eu apareço... se eu digo sim diante de todos, eu a arrasto pra um mundo onde amor é fraqueza, aliança é guerra e promessas são moeda. Elena não merece isso. Ela merece paz, não esse teatro de poder que minha família chama de dever. Eu a amo demais pra prendê-la nisso. Então eu vou embora. Sem carta. Sem desculpa. Ela vai chorar hoje... mas vai sorrir de novo. Livre. Viva. Longe de mim."
O terno estava pronto. Alinhado. Escuro como a decisão que ele ainda fingia não ter tomado. A gravata repousava sobre a cadeira, imóvel, esperando por um homem que não queria mais vestir aquele papel. O espelho diante dele refletia um noivo. Mas por dentro, Heitor se sentia um desertor.
Do lado de fora, o sol já dourava os telhados da propriedade dos Montez. Os músicos provavelmente afinavam os instrumentos, os convidados começavam a se acomodar e Elena... Elena devia estar sorrindo, sem saber que ele não iria.
Ele passou as mãos no rosto, como se pudesse esfregar a dúvida para fora da pele. Mas a dúvida não era dúvida — era certeza. Uma certeza amarga, cruel, mas inevitável.
Ele a amava. Isso era o problema.
Se não amasse, teria casado com ela com a frieza que seu pai sempre demonstrou nos negócios. Seria fácil. Uma união de interesse, como tantas. Mas Elena era diferente. Ela não sabia o quanto a família dele era suja. Nem imaginava as negociações nas sombras, os favores cobrados com sangue, as alianças que terminavam em ruínas.
Se a levasse com ele, ela deixaria de ser luz.
Heitor olhou para a porta entreaberta. Bastava sair. Não olhar pra trás. Nem dar explicações. Palavras, naquela hora, só trariam mais dor. O silêncio seria mais cruel — mas também mais seguro.
Respirou fundo. Pegou a chave do carro, ignorando o celular que vibrava sem parar sobre a mesa.
O nome dela piscava na tela.
Elena.
Por um segundo, quase atendeu.
Mas desligou o aparelho, enfiou no bolso do paletó que jamais usaria e saiu, deixando pra trás o som abafado dos sinos que já começavam a tocar.
O banco de trás do carro ainda tinha pétalas esquecidas da última entrega que mandou para ela. Um buquê que Elena nunca recebeu — chegou tarde demais. Assim como ele.
Heitor dirigia sem destino. Cada quilômetro era uma sentença. Cada curva, uma covardia. O motor rugia baixo, mas o silêncio dentro dele era mais alto do que qualquer coisa.
A estrada cortava a cidade como um bisturi, e ele se sentia aberto por dentro. Vazio, mas sangrando.
No rádio, uma música qualquer tocava, descompassada com o momento. Ele desligou.
Não queria mais sons.
Já tinha abandonado a única melodia que fazia sentido: a voz dela.
Ele imaginava, contra a própria vontade, como Elena reagiria. Primeiro a confusão. Depois o pânico. Por fim, o silêncio. O tipo de silêncio que nasce da dor que não se grita — só se engole.
Ele se odiava. Mas não voltaria.
Porque amar Elena era justamente o que o obrigava a deixá-la.
O dia do casamento (ponto de vista da Elena)
Elena sempre imaginou que o dia do casamento seria mágico.
Não perfeito — ela não era ingênua — mas cheio de significado. Cheio dele.
O vestido pesava mais do que imaginava, não pelo tecido, mas pelas expectativas costuradas ao longo dos meses. Ela mal conseguia respirar dentro daquele corpete justo, mas achava que era ansiedade. Nunca suspeitou que fosse presságio.
As madrinhas riam ao fundo, ajustando flores, tirando fotos. A mãe ajeitava um fio solto de cabelo com olhos marejados. Orgulho. Emoção. Nenhuma delas sabia. Nenhuma delas via o vazio que começava a se formar, discreto, como uma rachadura invisível.
— Já tá na hora? — perguntou, sorrindo, tentando não tremer.
— Quase, meu bem — respondeu o pai, com a gravata torta e o coração inchado.
Mas o “quase” virou “ainda não”.
E o “ainda não” virou silêncio.
Primeiro vieram os olhares. Depois os cochichos. O cerimonialista, nervoso, com o celular no ouvido e a testa úmida. Elena esperava que fosse apenas um atraso. Um pneu furado. Um engano no horário. Ele ia chegar. Ele sempre chegava.
Só que não chegou.
E então ela soube.
Não porque alguém disse.
Mas porque o tempo disse.
Porque o mundo parou de girar, e ela ainda estava ali, no centro de tudo, com flores demais nas mãos e ninguém pra recebê-las no altar.
O silêncio caiu como uma chuva pesada. A mãe desabou. O pai cerrou os punhos. E Elena?
Elena apenas ficou de pé.
Como uma estátua.
Como uma mulher que foi abandonada diante de todos, mas que não gritaria — não naquele momento.
Ela apenas pediu, com voz firme, que retirassem o véu.
E saiu.
Com os olhos secos, o queixo erguido e o coração em frangalhos.
Ainda o dia do casamento — horas depois
A casa estava vazia. Vazia de gente, de ruídos, de vida.
O vestido estava jogado sobre a cama como um corpo sem alma, e Elena, sentada no chão do próprio quarto, ainda usava o sapato de noiva em um pé só. O outro tinha sido chutado longe no corredor, entre a raiva e o colapso.
Os gritos da mãe já haviam cessado. Os consolos da tia, também. As palavras secas do pai — “Ele não merecia você” — ficaram presas no ar como fumaça de um incêndio que ninguém apagou.
E então o mundo silenciou.
E ela chorou.
Não o choro bonito das novelas. Não um soluço delicado. Mas um desabamento completo. Um som rouco, primitivo, de alguém que não sabe mais onde dói porque dói em tudo.
Ela não chorava só por ter sido deixada no altar. Chorava por tudo que veio antes. Por cada detalhe que preparou achando que teria com quem dividir. Por cada promessa muda que viu nos olhos de Heitor. Por todas as vezes em que acreditou que o amor era suficiente.
— Por quê? — sussurrou, encarando o vazio à sua frente. — Por que você não veio?
Mas a pergunta ficou no ar, sem resposta, como tantas outras que ela faria nos dias seguintes, nos meses seguintes, nos anos seguintes.
Ela se arrastou até o espelho e encarou o que restava de si. A maquiagem borrada, os olhos vermelhos, o batom apagado.
“Você ainda parece linda”, ela ouviu em pensamento. Uma memória da voz dele, doce e distante.
Ela sorriu. Um riso quebrado. Quase um soluço.
Depois apagou as luzes, deitou no chão frio do quarto e deixou a dor vir inteira.
Sozinha, pela primeira vez, não como noiva.
Mas como uma mulher traída não só por um homem,mas por um futuro que ela jamais teria.
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