FRAGMENTUM
• sıησρsє •
Dois olhos invisíveis se voltam à Terra — não pertencem a homens, mas os conhecem melhor do que eles próprios.
São Vozes antigas, forças opostas:
Nura, o eco da luz, e Nocten, o sussurro da escuridão.
Testemunhas silenciosas do que os humanos chamam de vida.
A cada capítulo, um conto. A cada conto, um conflito.
Histórias distintas de almas frágeis, cansadas, partidas — cada uma enfrentando suas próprias guerras internas.
Mas não estão sós: Bem e Mal caminham lado a lado, não para intervir, mas para observar.
Eles narram. Discutem. Se provocam. Concordam às vezes, raramente. Divergem quase sempre.
A cada dor humana, Nura sussurra esperança. Noctun, a verdade crua.
A cada escolha, uma batalha invisível acontece — não entre céu e inferno, mas dentro de quem sente.
E é ali, nos silêncios, nos gestos falhados, nos pensamentos não ditos, que o verdadeiro drama acontece.
"FRAGMENTUM" é um mergulho em almas à beira do colapso, em amores que sangram, em paternidades que salvam, em existências que resistem.
E quando tudo parece prestes a ruir, uma pergunta ecoa entre as vozes:
Quem, afinal, está vencendo?
• α gυєяяα qυє ηıηgυєм ѵıυ •
ηυяα
Mesmo que negue, mesmo que esconda, há algo ali dentro, preso entre as ruínas. Um resquício de luz.
ηυяα
Ele quer se entregar… mas o medo é maior. Cresceu dentro dele como uma muralha.
ηυяα
E quem pode culpá-lo? Já foi quebrado tantas vezes…
ησcтєη
O que restou já não é alma — é pó. Fragmentos jogados ao vento, sem destino.
ησcтєη
A esperança é uma ilusão que ele já deixou morrer há muito tempo.
ηυяα
Algo que o prende aqui, que o impede de cair de vez.
ηυяα
Alguém. Inocente, puro.
ηυяα
Um motivo forte o suficiente para manter o coração batendo, mesmo que em cacos.
ησcтєη
É só isso que o segura.
ησcтєη
Porque ele já aceitou: não é bom, não é inteiro, não é digno.
ησcтєη
Não busca ajuda porque não acredita mais que possa ser salvo.
ησcтєη
Finge que vive. Mas só se arrasta.
ηυяα
Ele aprendeu a se calar, sim.
ηυяα
A afastar todos, mesmo sem querer.
ηυяα
Talvez tenha sido o único jeito que encontrou de não ser ferido de novo.
ηυяα
Um mecanismo de defesa.
ησcтєη
Um escudo que virou prisão.
ησcтєη
E ele mesmo se trancou dentro dela.
ησcтєη
Faz com que o odeiem antes que o amem — porque amar dói, e ele não aguenta mais sangrar.
ηυяα
Mas por mais que ele diga que não sente, por mais que insista que não merece, há um desejo escondido ali.
ηυяα
Querer ser visto. Querer ser amado.
ηυяα
Mesmo que por um instante. Mesmo que isso o rasgue.
ησcтєη
Isso seria egoísmo.
ησcтєη
Querer alguém quando só carrega escombros.
ησcтєη
Quando tudo em volta dele é destruição.
ησcтєη
Ela não merece. O menino não merece. Ninguém merece.
ησcтєη
Ele não merece nada.
ηυяα
Mesmo assim, ele observa.
ηυяα
No silêncio, ele permanece.
ηυяα
Talvez por redenção. Talvez por um fim.
ηυяα
Mas não se move. Não grita.
ηυяα
Só assiste tudo se afastar.
ησcтєη
Porque ele já se acostumou com isso.
ησcтєη
Com o vazio que o envolve como um manto.
ησcтєη
Infelizmente… ou felizmente.
ησcтєη
Não nasceu para se ligar a ninguém.
ησcтєη
É uma alma amaldiçoada. E ele sabe disso.
ηυяα
E mesmo assim, continua.
ηυяα
Resistindo por aquele pequeno ponto de luz que ainda sorri para ele todos os dias.
ηυяα
Ele não vai deixá-lo. Não agora.
ησcтєη
Um dia, ele acredita que nem esse menino precisará mais dele.
ησcтєη
E quando isso acontecer…
ησcтєη
E toda a dor. Cada cicatriz. Cada sombra que carregou…
ησcтєη
Como marcas de uma guerra que ele lutou em silêncio.
• ηυяα & ησcтєη •
E perdeu.
• ση∂є ηυηcα єsтєѵє, мαs ƒıcσυ •
ησcтєη
Mesmo sem nunca ter tocado seu rosto. Mesmo quando já era tarde demais.
ησcтєη
Amava no silêncio. No espaço entre um olhar e a ausência de resposta.
ησcтєη
Amava como quem sabe que vai perder.
ησcтєη
E, ainda assim… não parava.
ηυяα
Havia pureza nesse amor.
ηυяα
Não era desejo, não era vaidade — era entrega.
ηυяα
Ele nunca pediu para ser amado de volta.
ησcтєη
Ela ria com outros, olhava para além dele, vivia como se ele fosse só mais um corpo no fundo da sala.
ησcтєη
Ele, por dentro, era um incêndio que ninguém via.
ηυяα
Ele escrevia para ela. Não cartas — pensamentos.
ηυяα
Frases que nunca seriam ditas.
ηυяα
Guardava cada gesto, cada palavra que ela dizia a outros, como quem coleciona ausências.
ηυяα
Era a forma que encontrara de estar por perto…
ηυяα
Mesmo estando tão longe.
ησcтєη
Era um masoquismo sutil.
ησcтєη
Sabia que não tinha chance.
ησcтєη
Sabia que amar sozinho é carregar o peso dos dois.
ησcтєη
Talvez porque, ao menos nisso, ainda se sentia vivo.
ηυяα
Ela nunca prometeu nada. Nunca iludiu.
ηυяα
Ela apenas existia — linda, leve, distante.
ηυяα
Existia também. Mas do outro lado do abismo.
ησcтєη
A verdade é que ele se agarrava à dor.
ησcтєη
Porque a dor era dele.
ησcтєη
Era a única coisa que ela, sem saber, havia deixado como lembrança.
ηυяα
Mesmo assim, ele a protegia em pensamento.
ηυяα
Desejava que fosse feliz, mesmo com outro.
ηυяα
Isso também era amor.
ησcтєη
Mas amor que sangra demais, um dia, se esvazia.
ησcтєη
Sabia que, no fundo, o que fazia era implorar por migalhas de atenção.
ηυяα
Mesmo ferido, ele continuava.
ηυяα
Amar era sua forma de existir.
ηυяα
E por mais que doesse, ainda era mais suportável do que não sentir nada.
ησcтєη
Vai sumir em silêncio, como todos que amam sozinhos.
ησcтєη
E ninguém vai notar.
• ηυяα & ησcтєη •
Apenas ele saberá o quanto doeu amar o que nunca foi seu.
E apenas o silêncio guardará seu nome.
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