Personagens Principais
Seraphina (Seris) – 17 anos
Filha de Thalion e Althaea, criada como humana no vilarejo de Brenndor com o nome de Seris. Tem cabelos dourados, olhos cor de mel e uma aura mágica que a diferencia. É gentil, corajosa, curiosa e começa a despertar seus poderes ocultos conforme a história avança.
Thalion – Cerca de 500 anos (aparência de 40)
Rei das fadas. Forte, sábio e justo, com longos cabelos prateados e olhos verdes como as florestas de Aelvaris. Ama profundamente Althaea e a filha. Sofre com a perda de ambas e vive com o peso da guerra passada.
Althaea – Cerca de 480 anos (aparência de 35)
Rainha das fadas. Estudiosa, sensível e poderosa. Tem cabelos dourados e olhos de mel. Era guardiã da Biblioteca Mística de Aelvaris. Morre ao proteger Seraphina, mas sua presença ecoa ao longo da história.
Cedric de Eldarion – 18 anos
Filho do rei Aldren e herdeiro do trono de Eldarion, Cedric é um guerreiro habilidoso, forte e respeitado por seu senso de honra e liderança. Com cabelos castanhos escuros, olhos cinzentos e uma cicatriz marcante, ele carrega o peso das expectativas do reino.
Criado para ser racional e desconfiado da magia, Cedric não gosta de Seris quando a conhece — vê nela um perigo velado, algo que desafia tudo o que aprendeu. Mas à medida que suas jornadas se entrelaçam, ele descobre em Seris uma força que o atrai, mesmo contra sua vontade.
Orgulhoso, leal e corajoso, Cedric esconde um coração dividido entre dever e desejo, razão e sentimento. Seu amor por Seris surgirá lentamente, construído entre batalhas, conflitos e escolhas difíceis.
Personagens Coadjuvantes
Morrighan – Cerca de 500 anos (aparência de 40)
Antiga amiga de Althaea e apaixonada por Thalion. Possui cabelos negros e olhos de ametista. Invejosa e ambiciosa, torna-se a vilã da história ao trair seu povo e tornar-se uma bruxa poderosa.
Faeril – Idade desconhecida (ser mágico ancestral)
O cervo branco guardião. Um animal mágico e silencioso que protege Seraphina desde que Althaea a deixa no mundo humano. Representa a ligação entre os dois mundos.
Elric – 45 anos
Camponês de Brenndor. Gentil, trabalhador e protetor, ele e a esposa Maela adotam Seraphina como filha e a criam com amor e simplicidade.
Maela – 42 anos
Esposa de Elric, amorosa e acolhedora. Ajuda Seris a crescer com valores humanos de empatia, respeito e coragem.
Rei Aldren – 50 anos
Pai de Cedric. Rígido, protetor e desconfiado, especialmente em relação ao passado de sua esposa, a falecida rainha Isolde, que acreditava nas antigas lendas.
Selene – 17 anos
Criada por Morrighan no mundo humano. Inteligente, encantadora e invejosa. Cresceu com ciúmes de Seris e guarda planos sombrios. É uma peça imprevisível na trama.
Kael – 18 anos
Melhor amigo de Seris desde a infância. Leal, corajoso e de espírito livre, esconde uma inquietação sobre o que existe além de Brenndor. Torna-se peça-chave na jornada de Seris — sem perceber os sentimentos que desperta em Elara.
Elara – 17 anos
Moradora reclusa de Brenndor, criada pela curandeira do vilarejo. Cabelos negros, olhos verdes intensos. Observadora, reservada e habilidosa. A melhor amiga desde a infância de Seris e uma aliada fiel. Apaixona-se por Kael, embora seu amor não seja correspondido.
Elandor – Cerca de 700 anos (aparência de 60)
Um dos últimos sábios ancestrais do reino das fadas. Vive recluso nas florestas de Aelvaris desde a guerra. Sereno, enigmático e sábio, torna-se o mentor de Seris, guardião dos segredos da luz e da antiga magia.
Riven – 19 anos
Espadachim da guarda real de Eldarion e amigo de infância de Cedric.
Leal, impulsivo e corajoso, Riven é o tipo que prefere agir antes de falar. Cresceu ao lado de Cedric nos treinamentos do castelo e o protege com devoção.
Ligação com o mundo mágico:
Sem saber, Riven é descendente de uma antiga linhagem de guerreiros élficos, banidos do reino das fadas por desobedecerem às ordens do Conselho Mágico durante a guerra. Seus reflexos sobre-humanos e intuição afiada vêm dessa herança. Um símbolo escondido em seu braço — que brilha quando Seraphina se aproxima — começará a revelar sua origem e importância na guerra que está por vir.
Lysandre – 18 anos
Estudioso e estrategista da corte, aprendiz dos escribas do reino.
Amigo de Cedric desde os tempos de estudo, é calmo, analítico e possui vasto conhecimento sobre lendas, mapas e antigas histórias — mesmo que o rei Aldren as proíba. Ao contrário de Riven, é mais reservado e cético, mas sua inteligência será fundamental nas decisões estratégicas durante a jornada.
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Ecos da Guerra
Muito antes da guerra, os quatro grandes reinos — o das Fadas, dos Dragões, das Sereias e das Bruxas — viviam em equilíbrio. Cada reino guardava um fragmento da magia primordial, fonte da harmonia e da vida no mundo. No centro de tudo, estava Aelvaris, o Reino das Fadas — um lugar de luz dourada, florestas que cantavam e rios que brilhavam sob o luar.
Foi ali que nasceu uma história de amor... e de traição.
Althaea, de cabelos dourados como a aurora e olhos cor de mel, era guardiã da Biblioteca Mística de Aelvaris, uma fada sábia e bondosa. Estudava as artes antigas ao lado de sua melhor amiga, Morrighan, uma fada de cabelos negros e olhos de ametista, ambiciosa e intensa — e secretamente apaixonada por Thalion, príncipe herdeiro do trono.
Mas Thalion escolheu Althaea.
Thalion: Nos seus olhos, Althaea, vejo o nascer de um novo mundo. Ao seu lado, não temo o destino.
Morrighan (silenciosa, lágrimas nos olhos): Você era minha irmã de alma... e me tirou o que eu mais amava.
Casaram-se sob a luz das estrelas. E de sua união nasceu Seraphina, uma menina envolta por uma aura mágica tão intensa que os sábios do reino profetizaram:
Elandor: Ela será o renascimento ou a ruína. A filha da luz, esperança dos reinos... ou sua destruição.
A inveja e o medo cresceram em Morrighan como veneno. Ela abandonou o reino das fadas e aliou-se às bruxas. Nas sombras, estudou feitiços proibidos, espalhou mentiras entre os dragões e promessas de domínio entre as sereias. Assim começou a guerra.
No auge do conflito, Thalion partiu para o campo de batalha. Antes de partir, olhou nos olhos da esposa uma última vez.
Thalion: Se eu não voltar... leve Seraphina. Proteja-a com sua vida.
Althaea obedeceu.
Naquela noite, sob um céu em chamas, ela fugiu pelas florestas encantadas, a filha nos braços. Correu por trilhas ancestrais, cruzou portais esquecidos e chegou ao mundo humano. Em um vilarejo simples chamado Brenndor, encontrou a casa de um casal bondoso — Elric e Maela.
Deixou a criança diante da porta, envolta em um manto encantado. No pescoço, um colar de cristal mágico — um selo que esconderia sua identidade.
Althaea (chorando): Perdoe-me, minha pequena. Que este colar te esconda... até o dia em que sua luz precise brilhar.
Com um último beijo, desapareceu entre as árvores.
Não muito longe, no bosque enevoado, Morrighan a encontrou. Um confronto breve, sem palavras. Luz e trevas colidiram. O golpe final foi silencioso.
O corpo de Althaea caiu, mas seu espírito tornou-se luz. Ligada à floresta, à filha, ao colar encantado. O cervo branco, Faeril, surgiu das sombras, como se já soubesse o que fazer. Com olhos antigos e silenciosos, ajoelhou-se diante do local onde Althaea tombara — e assumiu a missão de vigiar a filha da luz.
Enquanto isso, Thalion venceu a guerra.
Mas ao retornar e ouvir sobre a morte da esposa e o desaparecimento da filha, sua dor rasgou os céus.
Thalion (gritando): “ALTHAEA!”
O Reino das Fadas mergulhou em trevas. As flores murcharam. Os rios escureceram. O céu tornou-se cinza. A esperança parecia perdida.
Elandor (sereno): Ela vive. A filha da luz não se apagou. Posso senti-la.
Mas Thalion, envolto em silêncio e luto, não respondeu. Ainda assim, em seu coração, um sopro de esperança resistia.
Morrighan, porém, sabia a verdade. E para moldar seu próprio instrumento de vingança, encontrou uma criança humana órfã. Selene. Criou-a com mentiras, inveja e promessas. Fez dela sua sombra viva — a rival perfeita para Seraphina.
Anos depois...
Brenndor era um vilarejo modesto, esquecido pelo tempo. Mas ali, entre casas de pedra e campos floridos, crescia uma menina com olhos de mel e cabelos como o sol. Ela se chamava Seris. Criada com amor por Elric e Maela, desconhecia o passado mágico que corria em suas veias.
Mas às vezes... o vento sussurrava seu nome verdadeiro.
Naquela manhã, ao despertar, sentiu algo diferente. O colar em seu pescoço — que usava desde bebê — pulsava levemente, como se respondesse a um chamado distante.
Ao longe, nas florestas que cercavam Brenndor, o cervo branco ergueu a cabeça.
O tempo da lenda estava prestes a recomeçar.
O sol nascia devagar sobre o vilarejo de Brenndor, tingindo os telhados com um dourado suave e aquecendo a névoa que ainda pairava sobre os campos. Era um lugar simples, de casas de pedra, hortas bem cuidadas e uma rotina tranquila. Mas, entre as pessoas dali, havia uma jovem que sempre pareceu... diferente.
Seris, de dezessete anos, caminhava descalça entre as trilhas de terra batida, equilibrando uma cesta de frutas recém-colhidas. Os cabelos dourados, quase brancos à luz da manhã, chamavam a atenção por onde passava. Seus olhos, de um dourado acobreado, brilhavam como se escondessem o próprio sol.
Criada por Elric e Maela, um casal de camponeses bondosos, Seris sempre fora amada. Mas desde pequena carregava um sentimento que não sabia nomear — como se houvesse algo dentro dela que não pertencia àquele mundo.
Seris (pensando):
Por que me sinto tão... longe, mesmo estando aqui? Como se houvesse uma música que só eu escuto... e que ninguém mais consegue ouvir.
Seus dias eram divididos entre as tarefas da vila e os momentos ao lado de seus dois amigos mais próximos: Kael, seu melhor amigo desde a infância — leal, corajoso e de espírito livre, com dezoito anos e um desejo constante de explorar além dos limites do vilarejo — e Elara, também com dezessete anos, uma moradora reclusa criada pela curandeira do vilarejo. De cabelos negros e olhos verdes intensos, Elara era observadora, reservada e habilidosa. Crescera com Seris e Kael, e entre elas havia um laço silencioso e profundo, como o de irmãs não ditas.
Naquela manhã, enquanto colhia flores silvestres para ajudar Maela a fazer infusões, algo a fez parar. O vento mudou. As árvores silenciaram. E ali, entre a névoa da encosta, ela o viu.
Um cervo branco. Enorme. Majestoso. Seus olhos brilhavam em âmbar, como se contivessem um segredo antigo. Ele a fitava — não com medo, mas com reconhecimento.
Seris (sussurrando):
— Você... é real?
Ela deu um passo à frente, hipnotizada. Mas no instante seguinte, o cervo desapareceu como fumaça entre as árvores.
Seris levou a mão ao colar em seu pescoço — um pingente de cristal translúcido, suspenso por um fio antigo. Um presente de Maela, diziam. Mas naquele momento, ele pulsou. Levemente. Como se estivesse vivo.
Seris (assustada):
— O que está acontecendo comigo?
Nos dias seguintes, os sonhos se intensificaram. Vozes sussurravam em uma língua esquecida. Rios dourados, florestas em chamas, um céu dividido entre luz e trevas. E uma mulher de cabelos como a alvorada, que estendia a mão para ela.
Mulher nos sonhos:
— Acorde, filha da luz... O tempo se aproxima.
Seris acordava suando, ofegante, o colar quente contra a pele.
Na mesa do café, Elric percebia sua inquietação.
Elric (gentil):
— Dormiu mal de novo, pequena?
Seris (forçando um sorriso):
— Só sonhos tolos. Nada demais.
Maela (preocupada):
— Você anda tão distante... Está tudo certo?
Seris (olhando pela janela):
— Eu não sei... É como se algo estivesse me chamando, de muito longe. Mas não entendo o quê.
Do lado de fora, o vento uivava pela floresta. E lá dentro, algo despertava. O colar pulsava mais uma vez — três batimentos suaves, como um coração ecoando dentro dela.
Enquanto isso, a muitas léguas dali, em meio às muralhas frias do reino de Arvenor, outro jovem também sentia o peso de um destino que ainda não compreendia. Cedric, com dezoito anos, era o jovem duque herdeiro da Casa de Norwald. Crescera entre deveres, treinamentos e promessas feitas por outros em seu nome. Mas não estava sozinho.
Ao seu lado, estiveram sempre Riven, de dezenove anos — leal, impulsivo e corajoso, com sangue élfico correndo em suas veias. Treinou ao lado de Cedric desde a infância, e o protegia com devoção, mesmo quando isso significava desafiar ordens. E havia Lysandre, com dezoito anos, o oposto em temperamento: calmo, analítico e estudioso. Aprendiz dos escribas da corte, Lysandre dominava lendas, mapas e histórias antigas — mesmo as proibidas pelo rei Aldren — e seu conhecimento seria vital no que estava por vir.
Naquela noite, Seris saiu escondida até o topo da colina. De lá, podia ver todo o vilarejo adormecido. As estrelas brilhavam intensas, e a lua cheia banhava o campo em prata.
De novo, o cervo.
Mais perto desta vez.
Ele não fugiu. Apenas a observou. Como se esperasse.
Seris (sussurrando):
— Quem é você?
O cervo virou-se lentamente e sumiu na mata, deixando pegadas luminosas que desapareceram com o vento.
Seris ficou ali, sozinha, com o colar brilhando levemente em seu peito. Sentia, pela primeira vez, que a resposta para tudo estava mais próxima do que nunca.
E isso... a assustava.
A floresta chamava.
Não era um chamado comum. Era uma força sutil, quase invisível — como se algo em seu peito respondesse a um sussurro antigo vindo da terra. Seris acordou no meio da noite com o coração acelerado. O vento murmurava pela janela entreaberta, e a névoa rasteira cobria o vilarejo de Brenndor como um véu de mistério.
Vestiu o manto às pressas, pegou a lanterna... mas, ao acendê-la, a chama vacilou e se apagou. O colar em seu pescoço brilhou suavemente — como se dissesse: “Você não precisa de luz artificial. A sua está dentro de você.”
Saiu de casa em silêncio. Nem os galos haviam cantado ainda. Caminhou sem saber exatamente para onde, guiada apenas pela sensação de que era observada — mas não com hostilidade. Era como se alguém, ou algo, a esperasse.
E então ela o viu.
O cervo branco.
Imóvel no topo da colina. Tão majestoso que parecia feito de luar. Seus olhos dourados estavam fixos nela e, ao virar-se lentamente, entrou na mata. Seris o seguiu, sentindo os pés afundarem na relva úmida, o coração batendo como um tambor ancestral.
Quanto mais entrava na floresta, mais o mundo mudava. As folhas brilhavam com um leve tom azulado, cogumelos luminosos surgiam ao pé das árvores, e o ar tinha um perfume doce e inebriante — como jasmim e mel.
A floresta parecia... viva. Antiga. Desperta.
A certa altura, o cervo parou diante de um arco natural, formado por duas árvores entrelaçadas. Quando ela passou por ele, sentiu uma corrente elétrica atravessar seu corpo. O mundo ficou mais silencioso, mais denso. As sombras se alongaram, e tudo pareceu sagrado.
No centro de uma clareira iluminada pela lua, Seris parou. O cervo recuou, desaparecendo entre as árvores — como se tivesse cumprido sua missão.
Então, o colar brilhou intensamente.
As árvores começaram a sussurrar, seus galhos movendo-se mesmo sem vento.
Vozes da floresta (sussurrando):
— Filha da luz...
— O tempo está chegando...
— Desperte...
O chão sob seus pés pulsava, como se batesse em sintonia com o próprio coração dela. Seris caiu de joelhos. Uma dor latejou em sua cabeça. Memórias que não eram suas invadiram sua mente: uma mulher dourada, uma guerra em chamas, um trono partido, um rei gritando o nome “Althaea” sob uma tempestade.
E então, uma voz.
Voz feminina (nítida, ecoando em sua mente):
— Seraphina... minha filha. Lembre-se de quem você é. Você é a centelha que resta. A luz que um dia retornará.
Seris (sussurrando):
— Seraphina...? Quem... sou eu?
O chão estremeceu.
Um círculo de luz surgiu ao redor dela, elevando folhas secas e pétalas no ar. Seu corpo flutuou por um instante, envolto por uma energia quente e ancestral.
Mas então... tudo se apagou.
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Ela acordou dias depois, em sua cama. Fraca, desidratada, envolta em panos úmidos.
Maela (chorando de alívio):
— Você acordou! Seris, graças aos céus!
Elric (segurando sua mão):
— Achamos que te perderíamos, minha menina...
Seris (com a voz rouca):
— O... cervo... a floresta...
Maela:
— Você desapareceu por quatro dias. Os guardas, os vizinhos... todos a procuraram.
Seris fechou os olhos. O colar ainda estava em seu pescoço — mas agora... diferente. Sentia o peso dele. Um pulsar. Como se fosse parte viva de si mesma.
Nos dias seguintes, tentou agir como sempre. Riu dos velhos da praça, ajudou Maela com as ervas, fingiu não ver os olhares preocupados. Mas, à noite, no escuro do quarto, tocava o cristal e murmurava o nome que ouvira.
Seris (em pensamento):
Seraphina... sou eu? Sou mesmo filha desses campos? Ou vim de outro lugar... de outra verdade?
Certa noite, ouviu de novo.
Voz (distante, como o vento entre galhos):
— O tempo está chegando. Prepare-se, filha da luz...
E ela soube. Algo estava se aproximando. Algo maior do que o vilarejo. Maior do que seus sonhos.
Algo que já morava dentro dela — e que agora, finalmente, despertava.
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