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Máfia: Esposa do Herdeiro Proibido

capítulo 01

Prólogo:

> — Você não faz ideia, princesa... do homem com quem se casou. — Matteo rosnou, pressionando meu queixo com firmeza, me obrigando a olhar nos olhos dele.

— E o pior... agora é tarde pra fugir de mim. — Seus olhos ardiam. — Porque você é minha. No altar, na cama... e no inferno, se for preciso.

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(Perspectiva de Valentina)

O cheiro de rosas brancas e hipocrisia enchia o salão. Todo mundo estava impecavelmente vestido, com sorrisos falsos e olhares cheios de julgamento.

— Não acredito que você vai se casar com... aquilo. — sussurrou minha tia, ajeitando o chapéu exagerado na cabeça, enquanto me lançava um olhar de pena. — Esse homem é um inútil, Valentina. Um fracassado. Um zero à esquerda.

Engoli em seco, olhando para frente, onde ele estava.

Matteo Romano.

De terno preto, barba impecavelmente alinhada, cabelo penteado pra trás. Elegante. Bonito demais pra própria desgraça. Mas... ainda assim, pra minha família, ele não passava de lixo.

— Olha só pra ele... — murmurou meu primo, cruzando os braços. — Casar com ele é uma vergonha. Ninguém sabe de onde esse cara saiu. Sem dinheiro, sem nome, sem futuro.

Meu pai não dizia nada, mas o olhar dele falava mais que mil palavras. Desprezo. Nojo. Decepção.

Engoli o nó na garganta quando ouvi o padre anunciar:

— Pode beijar a noiva.

Travei. Travei de um jeito que até respirar pareceu difícil. Matteo se inclinou, devagar, como se pudesse sentir minha repulsa. Seus olhos encontraram os meus. Não havia sorriso. Não havia arrogância. Só... aquele olhar indecifrável.

Ele segurou meu queixo com dois dedos, firme.

— Relaxa, princesa. — sua voz era baixa, rouca, só pra mim. — É só teatro... por enquanto.

Seus lábios tocaram os meus. Um selar seco, frio, sem gosto, sem amor. O suficiente pra parecer um casamento. O suficiente pra me lembrar que, a partir de hoje, eu era dele.

Mesmo odiando cada segundo disso.

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(Horas depois, na mansão da minha família)

— Você acha que pode se sentar aí, Matteo? — perguntou minha mãe, cruzando as pernas, encarando ele como se fosse sujeira no chão. — A mesa é pra família. Você pode comer na cozinha.

Meu rosto queimou de vergonha. Olhei pra ele, esperando que reagisse, que fizesse algo... Mas não.

Ele apenas respirou fundo, abaixou a cabeça e se levantou.

— Claro. Sem problemas. — respondeu, com a voz calma.

Ele caminhou até a cozinha, com as costas retas, passos firmes, mas eu vi. Vi o punho dele cerrar. Vi a mandíbula travar.

Aquele homem estava engolindo tudo.

Mas tinha algo ali... algo que eu não entendia.

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(No quarto, mais tarde)

— Você pode dormir no sofá. — falei, fria, apontando. — Isso... se quiser. Porque pra mim, tanto faz.

Matteo sorriu de canto, sem humor. Tirou o paletó devagar, abriu dois botões da camisa, revelando parte do peito tatuado — e sim, eu percebi, mesmo odiando perceber.

— Relaxa, princesa. — disse, jogando o paletó na poltrona. — Você é só minha esposa no papel... por enquanto.

Se virou, deitou no sofá e fechou os olhos, como se simplesmente desligasse do mundo.

E eu...

Fiquei ali. Deitada na cama. Olhando pro teto. Odiando ele. Odiando minha família. Odiando essa vida.

Sem saber que estava deitada ao lado do homem que mudaria tudo.

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...CONTINUA ...

capítulo 02

(Perspectiva de Matteo)

O cheiro de café queimado, misturado com o deboche daquela família, era a trilha sonora da minha manhã.

— Já que você não tem trabalho, pode ir lavar o carro, Matteo. — disse o irmão dela, largando a chave na mesa como quem joga ração pro cachorro. — Depois aproveita e leva Valentina pra faculdade. Pelo menos pra isso você serve.

Cerrei o punho por baixo da mesa. Respirei fundo. Engoli cada palavra que queria cuspir.

Por enquanto.

Levantei a cabeça, mantendo o olhar firme.

— Claro. Sem problema. — minha voz saiu tão tranquila que até eu me surpreendi.

O pai dela riu, cruzando os braços.

— Ele é obediente, pelo menos. Útil como empregado.

Valentina desviou o olhar. O rubor no rosto dela poderia ser raiva... ou vergonha. Talvez os dois.

— Vamos logo, inútil. Não quero me atrasar. — ela disse, se levantando, ajeitando a bolsa no ombro.

Sorri de canto.

— Claro, princesa. — abri a porta do carro pra ela, como um perfeito serviçal.

Mas eles não fazem ideia.

Eles não sabem...

Que o verdadeiro inútil aqui... é quem acha que eu sou fraco.

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(No caminho da faculdade)

Silêncio.

Só o som dos dedos dela nervosos tamborilando no vidro.

Até que, ao parar no sinal, dois idiotas de moto pararam do lado. Um olhou direto pra Valentina e soltou:

— É sério que a riquinha da Valentina agora anda de motorista particular? Misericórdia, caiu muito, hein...

O outro gargalhou alto.

— O inútil até que é bonitinho, parece um mendigo de terno...

Ela abaixou a cabeça, apertando os olhos, respirando fundo. Fingiu que não ouviu. Fingiu que não doeu.

Só que em mim... não doeu.

QUEIMOU.

Desci do carro. Sem pensar. Sem medir. Sem freio.

— Repete. — minha voz era tão baixa que fez os dois pararem de rir. — Eu te desafio... a repetir.

— Tá maluco, cara? — um deles recuou.

— A gente só tava brincando...

— Brincadeira? — tirei o paletó devagar, dobrei as mangas. — Então vamos brincar direito.

Dois segundos depois, um deles tava no chão, gemendo com a cara sangrando. O outro correu. Não... fugiu. Desesperado.

Voltei pro carro. Bati a porta. Liguei o motor.

Silêncio. Total.

Olhei de canto pra ela. Valentina me encarava, olhos arregalados, boca entreaberta.

— O... o que foi isso...? — gaguejou.

Sorri de canto, mão no volante, acelerando.

— Foi só um aviso, princesa. — minha voz saiu rouca, firme. — Ninguém... toca no que é meu.

Ela virou o rosto pro vidro, pressionou os lábios...

E não disse mais uma palavra.

Mas eu percebi.

Percebi o jeito que ela apertou as pernas. O jeito que engoliu em seco. O jeito que as bochechas ficaram vermelhas.

Porque ninguém nunca defendeu Valentina daquele jeito. Nunca.

E, a partir de agora...Ela ia aprender.

Que o homem que ela achava inútil... era, na verdade, o próprio perigo batendo na porta.

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O caminho até a faculdade nunca pareceu tão longo.

Minhas mãos estavam trêmulas no colo. Meu peito apertado. E, por mais que eu tentasse, não conseguia parar de olhar pra ele.

Pra Matteo.

O homem que eu passei dias desprezando. O homem que minha família humilha sem dó.

O mesmo homem que, minutos atrás, fez dois marmanjos correrem como ratos assustados.

Por mim.

A mão dele apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. O maxilar travado, a respiração pesada.

Ele não disse uma palavra. Nenhuma.

E o problema?

O problema era o que isso estava fazendo comigo.

Por que...

Por que meu coração estava acelerado desse jeito?

Por que minha pele estava arrepiada só de estar perto dele?

— Desce. — a voz dele cortou meus devaneios. Grave. Seca. Mandona.

Pisquei.

— O... o quê?

Ele parou o carro. Jogou o queixo pro lado, olhando pra porta.

— Chegamos. Vai.

Cruzei os braços, tentando recuperar minha pose.

— Não me dá ordens. — rosnei.

Ele sorriu. Aquele maldito sorriso de canto, cínico, perigoso... e sexy demais pro meu próprio bem.

— Então pede, princesa. Pede que eu atenda. — sua voz desceu uma oitava. Grave. Suja. Quase um sussurro de tentação.

Minha garganta secou.

— Você é insuportável.

Abri a porta, desci, e antes que batesse, ele falou:

— Eu volto pra te buscar. E se alguém... — ele respirou fundo, apertando o volante — ...se alguém sequer olhar torto pra você... eu quebro.

Bati a porta com força, antes que meu corpo cometesse a insanidade de agradecer.

Me afastei, respirando fundo.

Mas parecia que meu corpo não queria colaborar. As pernas estavam bambas. O coração batia tão forte que doía.

E pela primeira vez... eu não sabia se tremia de raiva...

Ou de desejo.

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(Mais tarde, no portão da faculdade)

E lá estava ele. Encostado no carro. Braços cruzados, expressão entediada, óculos escuros no rosto, camisa preta justa o suficiente pra denunciar cada músculo escondido.

Minhas amigas se aproximaram e começaram a cochichar.

— Você tem certeza que esse é aquele inútil que sua família te obrigou a casar? — perguntou uma delas, apertando os olhos.

— Porque... inútil, ele não parece. — outra completou, mordendo o lábio.

Revirei os olhos, fingindo indiferença.

— É só fachada.

Mentira.

Era pra mim mesma que eu tava mentindo.

Porque, quando ele me olhou, tirou os óculos devagar e me lançou aquele olhar de dono...

Meu corpo inteiro acendeu.

Fui até o carro, joguei a bolsa no banco e entrei.

— Vamos logo. — falei, tentando soar firme.

Ele não respondeu. Só ligou o motor.

Mas no silêncio...

A tensão falava mais alto do que qualquer palavra.

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E, naquele momento, uma coisa ficou clara pra mim.

Perigosamente clara.

O problema não era Matteo.

O problema... era o que ele tava começando a despertar em mim.

capítulo 03

(Perspectiva de Valentina)

O som do salto das minhas amigas batendo contra o piso ecoava no estacionamento da faculdade. Elas estavam rindo, fofocando como sempre, até que...

— Valen... — Isabella apertou meu braço, com os olhos brilhando. — É sério que aquele ali é... o seu marido?

Olhei pro lado, e lá estava ele.

Encostado no carro, braços cruzados, camiseta preta esticada nos ombros largos, jeans escuro e aquele maldito sorriso de canto. Um perigo ambulante.

— Gente... ele é GOSTOSO. — suspirou Camila, mordendo o lábio. — Sério, Valentina... se não quiser, me passa o zap.

Meu peito apertou instantaneamente.

— Vocês estão malucas? — disparei, cruzando os braços. — É só fachada. Ele é... inútil. Inútil.

Elas riram.

— Inútil? Se isso é ser inútil... misericórdia, me arranja dois desse. — Isabella piscou.

Fingi que não ligava. Fingi que não me importava.

Mas a verdade? Meu estômago virou.

Quando percebi, estava apertando tanto a alça da bolsa que meus dedos doíam. Meu coração disparava, e eu sentia o sangue fervendo nas veias.

— Cuidado, tá, meninas. — falei, entredentes. — O que é meu... é meu.

As duas arregalaram os olhos.

— Opa... alguém ficou brava.

— Não tô brava! — menti. Descaradamente.

Só que, naquele exato segundo, Matteo levantou o olhar.

Direto pra mim.

Como se sentisse. Como se soubesse.

O sorriso dele ficou mais largo.

Arrogante. Maldito. Lindo. Perigoso.

Ele ajeitou o relógio no pulso, mordeu o lábio inferior e disse, alto, só pra ter certeza que todas ouviriam:

— Anda, princesa. Não gosto de esperar. E você sabe... que quando eu não gosto de algo... eu resolvo do meu jeito.

As meninas praticamente derreteram.

— Aff... ele é TUDO, Valentina. Você tá reclamando de barriga cheia.

Subi no salto, fui até ele, cabeça erguida.

— Para de se achar. — falei, entredentes.

Ele inclinou a cabeça, abaixando um pouco pra que só eu ouvisse.

— Você é quem começou, princesa. Ou... não percebeu que tá toda enciumada? — a voz saiu rouca, baixa, cheia de provocação.

Meus olhos se arregalaram.

— Você é insuportável, Matteo.

Ele abriu a porta do carro, me olhando com aquele olhar de dono, e piscou.

— E você é minha, Valentina. Até onde quiser... ou além disso.

Sentei no banco, cruzando os braços, bufando.

Mas, por dentro?

Por dentro, eu tava em combustão.

Porque pela primeira vez...

O problema não era mais o casamento forçado.

O problema... era querer desesperadamente o homem que eu jurei odiar.

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(Perspectiva de Matteo)

Eu sentia o olhar dela queimando do meu lado.

Valentina cruzava os braços, fingindo indiferença. Mas não enganava nem a si mesma.

Estava com ciúmes. E eu? Eu tava me divertindo.

O carro deslizava pelas ruas, até que meu celular vibrou. Olhei a tela e meu corpo inteiro ficou em alerta.

Número desconhecido.

Atendi no viva-voz, de propósito. Só pra ver a reação dela.

— Fala. — minha voz saiu fria, dura.

Do outro lado, silêncio... por um segundo. Depois, uma voz que eu reconheceria até no inferno.

— Ora, ora... então é verdade. Você tá mesmo jogando de empregado agora, Matteo? Isso é patético até pra você.

Meu maxilar travou. As mãos apertaram o volante com força.

— O que você quer? — perguntei, seco.

Valentina me olhou, franzindo a testa.

— Quem é? — sussurrou, desconfiada.

Ignorei.

Do outro lado da linha, a voz riu, debochada.

— Só queria te avisar... que a paz acabou. E adivinha? Sua esposinha tá mais envolvida nisso do que imagina.

A ligação caiu.

Soltei o ar, respirando fundo, controlando a raiva que fervia no meu sangue.

— O que foi isso, Matteo? — ela perguntou, apertando o cinto, desconfiada. — Quem era?

Olhei pra frente, endurecendo a expressão.

— Ninguém. Negócios.

Mentira. E ela percebeu.

Porque, no segundo seguinte, meu celular vibrou de novo. Só que dessa vez... uma mensagem apareceu na tela.

E os olhos dela leram, antes que eu pudesse bloquear.

> “Espero que sua esposa esteja bem protegida... porque o passado volta, e volta pra cobrar.”

— Matteo... o que... o que tá acontecendo? — a voz dela falhou.

Suspirei. Segurei no volante, olhei nos olhos dela e respondi, frio, direto:

— Você vai ter que confiar em mim, princesa. Porque a partir de agora... o jogo ficou sério.

 

(Enquanto isso...)

Do outro lado da cidade, Pietro — o pai dela — estava no escritório, com o celular na mão, bufando de raiva.

— Sumiu. Ela sumiu, essa garota! Onde diabos Valentina se enfiou? — gritou, jogando o copo de uísque na parede.

O ex de Valentina, sentado na poltrona, cruzou as pernas com um sorriso cínico.

— Eu avisei, senhor Pietro... essa história de casar sua filha com um inútil foi o maior erro da sua vida.

O olhar de Pietro se encheu de ódio.

— Acha que eu não percebi? Esse Matteo esconde alguma coisa. E eu vou descobrir... antes que ele destrua a minha filha.

Eles não sabiam.

O que estava por vir... era muito maior do que eles imaginavam.

Porque agora...

Famílias inimigas estavam prestes a colidir.

E Valentina?

Estava no meio de um campo minado... apaixonada pelo homem que deveria odiar.

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