A névoa da manhã ainda cobria o vilarejo Cléo saiu de casa com a mochila nas costas e os fones no ouvido.
Logo no início da trilha da floresta, ele/ela encontrou algo inesperado: bússola encontrado O coração disparou, e a curiosidade foi mais forte que o medo.
Enquanto observava aquilo mais de perto, uma voz familiar soou atrás dela
— Você também ouviu, não foi? — disse Bárbara, com os olhos fixos no mesmo ponto.
Elas trocaram um olhar silencioso, como se ambos entendessem que aquele momento marcava o início de algo muito maior do que pareciam preparados para enfrentar.
Bárbara pega a bússola e guarda na bolsa do casaco dela, caminhando em casa
Entrando dentro de casa, Cléo trancou a porta atrás de si com pressa. O vento lá fora começava a uivar mais alto, como se soubesse que algo havia sido trazido de volta. Bárbara tirou as luvas, jogando-as em cima da lareira apagada, e encarou o objeto agora repousando sobre a mesa da cozinha.
— Tem certeza de que devíamos ter trazido isso? — perguntou, mordendo o lábio inferior.
— Não. Mas também não consegui deixá-lo lá — respondeu Cléo. A voz saiu mais baixa do que esperava, quase engolida pelo silêncio da casa.
O objeto brilhava mais forte agora. Um pulso fraco, mas ritmado
As luzes da casa piscaram por um instante. Um estalo ecoou, vindo da janela dos fundos. Ambas se viraram ao mesmo tempo, o coração disparado.
Foi quando ouviram um homem alto sorridente
Bárbara se aproximou devagar da janela, mas antes que pudesse afastar a cortina, uma voz — suave e estranha
Era Rubens um homem que mora naquele vilarejo há muitos anos
Bárbara abre a porta para ele, ele e a sua esposa ia sempre na casa delas para ver como elas estavam
— Bárbara, é você? — disse Rubens, do lado de fora, com um sorriso tranquilo nos lábios.
Ela hesitou por um instante, depois se virou e abriu a porta. Rubens estava ali, com sua esposa ao lado, um casal que morava no vilarejo há muitos anos e que sempre vinha visitar para ver como ela e suas irmãs estavam.
— Rubens, que surpresa! — Bárbara disse, deixando a porta escancarada. — Já fazia tempo que não os via.
— Nós sempre passamos por aqui — disse a esposa de Rubens, com um olhar gentil. — Queríamos ter certeza de que vocês estavam bem, especialmente depois dos últimos dias.
Bárbara sentiu um calafrio. Algo no tom de voz deles parecia esconder um segredo, uma preocupação que não queriam dizer abertamente.
— Está tudo bem conosco — respondeu Cléo, forçando um sorriso, enquanto os convidava
Rubens olhou para ela, os olhos sérios.
— Sabemos, Cléo. Mas há algo que vocês precisam saber sobre o vilarejo. Algo que mudou nos últimos meses.
Rubens senta na poltrona
— Há muitos anos havia uns oitos marinheiro, não me lembro muito bem se era realmente era oito
Perfeito! Vou encaixar seu texto na história e seguir daqui, dando continuidade com espaço para você também:
Bárbara leu o papel atentamente. Nele estava escrito, com uma caligrafia antiga:
*“Há muitos anos, havia uns oito marinheiros... Não me lembro muito bem se realmente eram oito.”*
Ela franziu a testa, tentando entender o que aquilo significava.
— Marinheiros? Aqui? — perguntou Cléo, olhando para Rubens e para Bárbara
— Sim — respondeu Rubens. — Dizem que eles desapareceram misteriosamente nessa região, e desde então coisas estranhas acontecem.
De repente, o som suave ficou mais claro. Era uma melodia misteriosa, como um canto vindo de muito longe.
Som lado de fora, parecendo que alguém tava tocando piano
Cléo sentiu um arrepio subir pela espinha.
— Precisamos descobrir o que aconteceu com esses marinheiros — disse ela, determinada.
Rubens levanta da poltrona pegar lasanha que deixou na mesa e entrega para Cléo
—Tava quase se esquecendo, a minha esposa fez lasanha
Cléo sentiu um arrepio subir pela espinha.
— Precisamos descobrir o que aconteceu com esses marinheiros — disse ela, determinada, os olhos fixos em Bárbara.
O som do piano ainda ecoava, agora um pouco mais alto. Como se quem estivesse tocando quisesse ser ouvido. Ou... como se soubesse que estavam ali.
— Alguém mais está ouvindo isso, né? — perguntou Cléo, agora com o garfo parado no ar.
Rubens assentiu lentamente.
— Isso acontece às vezes. Especialmente quando alguém mexe com coisas que não devia. A última vez que ouvimos foi há muitos anos, quando o velho Estevão tentou entrar na cabana perto do rio.
— Vamos seguir o som? Bárbara
— Ele desapareceu. Só encontramos o chapéu dele, preso em uma das raízes da figueira velha.
Cléo largou o prato devagar, sem tirar os olhos da porta.
— E vocês acham que tem a ver com os marinheiros?
— A gente não acha nada, Cléo — respondeu Rubens, sério. — A gente sabe.
Rubens chega em casa e ver sua esposa
Helena entrou na sala naquele momento, enxugando as mãos no avental.
O som do piano cessou de repente. Como se o próprio músico invisível tivesse percebido que estavam falando dele.
O silêncio que se seguiu foi mais pesado do que qualquer nota.
Helena percebe que seu marido não estava bem
—O que aconteceu? Aconteceu algo com as meninas?
Rubens vai até nela e dar selinho na testa dela
Bárbara e Cléo estavam sentadas à mesa da cozinha, tomando chá de ervas que Helena havia deixado pronto antes de sair. As duas trocavam olhares silenciosos, cada uma perdida em seus próprios pensamentos sobre o som do piano, a lenda dos marinheiros e o que encontrariam se fossem mais a fundo.
—Vamos, precisamos descobrir esse mistério todo Diz a Cléo
— Cléo, para onde vamosm? Não sabemos de nada - Bárbara pergunta para Cléo preocupada
—Vamos atrás do som do piano, não deve ser longe
Ela caminhou até a porta e a abriu. Um vento gelado entrou, carregando o cheiro de terra molhada e madeira úmida. Bárbara hesitou por um momento, mas a curiosidade falou mais alto. Levantou-se e seguiu Cléo para fora.
O ar da manhã parecia mais pesado, como se a própria floresta segurasse a respiração. A trilha em frente à casa se abria como um convite ou um aviso. Elas avançaram devagar, sentindo o chão úmido sob as botas e a névoa que se arrastava como véus finos sobre a relva.
Enquanto caminhavam, o som do piano parecia se aproximar, cada nota mais nítida, mais insistente. Era uma melodia suave, mas carregada de tristeza — como se alguém tocasse para um salão vazio, apenas para si mesmo.
Bárbara segurou o braço de Cléo.
— Tem certeza que quer fazer isso?
Cléo olhou para ela, séria, mas com um brilho de excitação nos olhos.
— É o único jeito de entender o que está acontecendo. E... eu sinto que precisamos ouvir essa música. Que ela quer nos contar algo.
Elas ver pela janela numa casa meio distante do vilarejo e ver alguém tocando, era uma mulher alta, cabelo comprimido preto, usava um vestido lilás
Cléo olhou para ela, séria, mas com um brilho de excitação nos olhos.
— É o único jeito de entender o que está acontecendo. E... eu sinto que precisamos ouvir essa música. Que ela quer nos contar algo.
Elas caminharam em silêncio pelas ruas do bairro antigo, onde a cidade se misturava com os prédios esquecidos pelo tempo e as calçadas rachadas. A noite trazia um vento frio que fazia as luzes piscarem como velas cansadas.
Quando viraram a esquina, Bárbara apontou para uma casa meio distante do vilarejo. As janelas estavam abertas e as cortinas balançavam com o vento. A luz amarelada do abajur iluminava uma figura elegante, sentada ao piano.
Era uma mulher alta, cabelo comprimido preto, que caía sobre os ombros como uma sombra viva. Ela usava um vestido lilás que parecia brilhar sob a luz fraca, e seus dedos se moviam com uma graça hipnotizante sobre as teclas.
A música era um jazz lento e melancólico, com acordes que ecoavam pela rua, misturando o cheiro de asfalto molhado e fumaça de escapamento. Um toque urbano que fazia o coração bater no mesmo compasso do piano.
Bárbara apertou o braço de Cléo.
— Quem é ela?
Cléo não conseguia tirar os olhos da cena.
— Não sei..., mas parece que sempre esteve ali. Como se fizesse parte da cidade
— Bárbara toca a campainha, vai que ela atende — sugeriu Cléo, ansiosa.
Bárbara respirou fundo, aproximou-se do portão enferrujado e apertou o botão. Um som grave e meio distorcido ecoou pela rua silenciosa. A música parou de repente. As teclas do piano ficaram mudas como se a cidade inteira prendesse a respiração.
Cléo apertou a campainha de novo, o dedo hesitando no botão.
A mulher de vestido lilás apareceu no vão da porta, iluminada apenas pela luz âmbar que escapava do abajur antigo. Seu rosto tinha um contorno afiado, e a pele parecia pálida como porcelana. O cabelo comprimido preto escorria pelos ombros, e seus olhos eram tão escuros quanto a noite.
— Quem são vocês? — a voz dela era ronca, rouca, como se cada palavra fosse um segredo. — O que fazem aqui, incomodando minha música?
Bárbara tentou sorrir, mas sentiu um arrepio no corpo.
— Desculpe, senhora. É que… ouvimos o piano. Estávamos curiosas.
A mulher inclinou a cabeça, como se pesasse cada palavra.
— Curiosas? — ela repetiu. — Curiosidade, às vezes, leva a lugares de onde não volta
— Na verdade temos uma outra curiosidade — falou Cléo, a voz baixa mas firme, enquanto a mulher a observava com um ar de quem já sabia demais.
A mulher ficou desconfiada, ergueu a sobrancelha, franzindo levemente os lábios pintados de vinho escuro.
— O que seria? — perguntou, com um tom que mesclava desdém e interesse.
Cléo enfiou a mão no bolso do casaco e puxou a pequena bússola de metal. O objeto parecia antigo, com a capa arranhada e a rosa dos ventos girando de forma errática.
Ela a ergueu, como se fosse um amuleto.
— Encontramos essa bússola perto do antigo cais — disse Cléo. — E parece que ela tem alguma conexão com o que você toca… ou com o que você guarda.
A mulher de vestido lilás estreitou os olhos, como se estivesse tentando ler a alma de Cléo apenas com o olhar. A música do piano parecia ainda ecoar em silêncio ao redor delas, como se a noite tivesse guardado cada nota em segredo.
Por um momento, ninguém se mexeu.
Então a mulher respirou fundo e abriu a porta um pouco mais.
— Entrem — disse ela, com a voz agora quase um sussurro. — Mas lembrem-se: às vezes, a bússola não mostra o caminho que você quer. Mostra o que você precisa.
Elas entraram na casa da mulher, e a porta se fechou atrás delas com um rangido pesado que soou como um aviso.
Bárbara estava assustada. O coração batia rápido, a respiração curta. Elas não deveriam estar ali — era a única coisa que ecoava em sua mente, um alerta silencioso. Como poderiam confiar naquela mulher que parecia ter saído de um sonho antigo, ou de um pesadelo?
A mulher as conduziu por um corredor estreito, onde retratos em preto e branco de marinheiros cobriam as paredes. Homens com uniformes antigos, chapéus de aba larga e olhares duros, como se desafiassem o tempo e o destino.
Chegaram à sala de estar, onde o piano repousava ao lado de uma estante de livros poeirentos. A mulher se sentou em um sofá de veludo gasto, cruzando as pernas com a elegância de quem sabe exatamente onde pisa.
— Eu nem perguntei nomes de vocês
—Eu chamo-me Cléo e essa é minha irmã Bárbara
— Prazer, eu me chamo Isabelly
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