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Lishua caminhava pelo corredor estreito da escola, o som abafado de conversas e risadas ao redor parecia distante, como se ele ainda estivesse preso naquela sala, sob o olhar hipnótico do professor substituto.
Ele não conseguia parar de pensar nele… Yoon.
Havia algo estranho naquele homem: sua pele absurdamente pálida, os traços elegantes demais, frios demais… E, principalmente, aquela voz. Cada palavra que ele pronunciava parecia ter peso, como se fosse arrancada de um livro antigo, escrito há séculos.
Lishua apertou as alças da mochila, tentando afastar os pensamentos. Era só mais um professor, certo? Mas por que, então, seu coração ainda batia tão rápido?
Enquanto descia os degraus que levavam ao pátio, a imagem dos olhos ocultos pelas lentes negras surgia em sua mente, seguida pela lembrança da resposta que ele dera:
"O amor pode ser a mais bela das eternidades… ou a mais cruel das condenações."
Aquelas palavras ecoavam, alimentando uma inquietação que Lishua não sabia nomear.
No meio do pátio, os amigos o chamavam, mas ele mal ouvia. Seus pensamentos estavam presos naquela figura estranha, sedutora e, de alguma forma, perigosa.
Sentou-se no banco sob uma árvore, observando a névoa que começava a se acumular pela grama úmida. O céu cinza tornava a paisagem ainda mais melancólica, e, por um momento, ele se perguntou: