Antes de tudo: isso não é plágio. Plágio é quando alguém copia o trabalho de outra pessoa e o apresenta como se fosse seu. Estou ciente de que outras pessoas também podem ter se inspirado em histórias como Marido de Casamento Experimental ou 50 Tons de Cinza. No entanto, esta versão é uma releitura com minha visão, meus personagens, minha voz.
Se você veio até aqui apenas para criticar o fato de que esta história é uma adaptação ou releitura de duas obras conhecidas, então talvez essa não seja a história para você. Sinta-se livre para fechar esta aba — leitores de mente aberta e coração quente são mais do que bem-vindos.
⋯ ❈♛❈ ⋯
21h. Uma noite traiçoeira em Nova York...
Depois de beber um pouco demais em sua despedida de solteira, Emily Dawson foi levada de volta ao apartamento por seu noivo, Logan Carter. Mal sabia ela que a noite estava prestes a destruir todas as suas certezas.
Ainda atordoada pela bebida, Emily forçou os olhos a se abrirem, tentando entender onde estava. Conforme a visão se ajustava à penumbra do quarto, uma cena se formou diante dela: um homem e uma mulher se beijando apaixonadamente.
Seu coração parou. Era Logan... e Madison Blake.
A raiva cresceu dentro dela como lava prestes a explodir, mas o que veio primeiro foram as lágrimas. Elas desceram silenciosamente por seu rosto, enquanto a realidade a esmagava: o homem com quem ela se casaria no dia seguinte estava ali, com outra, ao lado de sua cama.
—Querido, pare de brincar, Emily acabou de adormecer — murmurou Logan, segurando Madison pela cintura.
—O quê? Tem medo de que sua noivinha acorde? — ela respondeu com escárnio. — Você vai se casar amanhã. Eu quero você só pra mim essa noite.
—Você é um problema, Maddie. Vamos para o outro quarto.
—Não. Eu quero fazer isso aqui, bem na frente dela!
Madison arrancou a camisa de Logan com ferocidade e voltou a beijá-lo. Emily prendeu o choro, tentando não emitir som algum. Cada segundo era uma tortura.
—Comporte-se. Vamos ao banheiro. A banheira não é seu lugar favorito?
—Tudo bem. Mas você vai primeiro. Quero água quente.
Logan seguiu para o banheiro. Sozinha no quarto com Emily, Madison se aproximou. Com um sorriso cruel no rosto, inclinou-se e sussurrou:
—Emily, não vou deixar você e Logan assinarem esses papéis amanhã. Estou grávida. Ele é meu.
Emily cerrou os punhos com tanta força que suas unhas machucaram a palma da mão. As palavras de Madison giravam em sua mente como facas. Ela tentou se convencer de que era apenas um pesadelo. Mas os sons que vinham do banheiro, os gemidos, diziam o contrário.
Três anos atrás, Emily Dawson era a top model mais requisitada da América. Sua carreira brilhava, capas de revistas, campanhas internacionais, passarelas em Paris. Mas ela largou tudo por Logan. Cedeu sua posição à então novata Madison Blake — a mulher que agora, descaradamente, usurpava também seu noivo.
E tudo isso... por amor.
Agora, tudo que Emily sentia era vergonha.
Naquela noite, Madison alegou uma indisposição e convenceu Logan a sair com ela. Ele se foi... e nunca mais voltou.
⋯ ❈♛❈ ⋯
Na manhã seguinte...
Mesmo com o coração em pedaços, Emily seguiu com o plano original. Dirigiu até o Cartório de Registro Civil de Manhattan com um sorriso amargo no rosto. Ao sair do carro, ligou para Logan.
Ele atendeu com frieza:
— Madison... se machucou no palco. Preciso resolver isso. Vamos adiar o registro.
Adiar...? Emily segurou o telefone com força. Ela sabia que “adiar” era apenas outra palavra para “esquecer”. Seu coração, antes cheio de expectativas, agora parecia vazio. Ela era uma noiva sem noivo, sozinha em frente ao cartório.
Era isso que merecia por ter acreditado em um conto de fadas?
Preparando-se para ir embora, colocou seus óculos escuros. Foi quando o viu.
Um homem alto se aproximava, envolto em uma aura de poder e mistério. Usava um terno preto impecável que abraçava seu corpo esculpido, sapatos de couro brilhando sob o sol e um lenço vinho discreto no bolso do paletó. Mesmo de óculos escuros, era impossível não notar os traços marcantes e os lábios perfeitamente desenhados.
Emily o reconheceu.
Ethan Blackwood. CEO da Blackwood Enterprises, um dos empresários mais poderosos e cobiçados de Nova York. Eles haviam se encontrado apenas uma vez, em um baile de gala, anos atrás.
Ele também estava ali para se casar?
—Senhor Blackwood, a Srta. Brown não chegou... está atrasada dez minutos — disse seu assistente.
—Ligue para a família Brown e diga que, se não conseguem chegar na hora, nem precisam vir.
—Mas... seu pai disse que o senhor tem que se casar hoje. Nem que seja com uma atriz de novela barata...
—Então escolha qualquer mulher da elite social nova-iorquina. Trinta minutos. Resolva isso.
Emily escutava tudo de longe. Então, uma ideia se formou.
Ela tirou os óculos e caminhou até ele com passos firmes, embora seu coração estivesse acelerado.
—Sr. Blackwood, sua noiva fugiu. O meu também. Que tal nos casarmos?
O assistente congelou. Ethan a encarou por trás dos óculos escuros. Depois de um momento, tirou-os, revelando olhos intensos, quase hipnóticos.
—Dê-me as informações sobre ela — ordenou ao assistente.
Em poucos minutos, ele sabia quem ela era. Emily Dawson. Ex-modelo de fama internacional. Escândalo, queda súbita, cancelamentos misteriosos. Rumores sobre um relacionamento com Logan Carter, o chefe da Golden Closet Entertainment.
—OK — disse Ethan. Apenas isso.
E, assim, começaram os trinta minutos mais absurdos da vida de Emily Dawson.
Enquanto outros casais planejavam cada detalhe do casamento, ela assinava uma certidão de casamento com um completo estranho — um CEO poderoso que não precisava de amor, mas precisava de uma esposa, e rápido.
Com o documento em mãos, Emily virou-se para ele:
—Senhor Blackwood, posso falar com você?
—Entre no carro — respondeu ele, já colocando os óculos escuros de volta.
Dentro do Rolls-Royce luxuoso, Emily sentiu o nervosismo tomar conta.
—Obrigada por se casar comigo. Se precisar de algo em troca, me diga. Farei o que puder. Mas tenho dois pedidos.
—Diga.
—Primeiro: não revele nosso relacionamento, a menos que seja absolutamente necessário. Segundo: não interfira na minha vida pessoal. Prometo que, sendo sua esposa, não me aproximarei de nenhum outro homem.
Ele a encarou com um sorriso sutil, mas enigmático.
—Prometo... por agora. Mas quero um casamento de teste por seis meses.
—Está bem.
—E mais uma coisa. Não acredito que um casal deva viver separado. Em três dias, você vai se mudar para uma das minhas residências. Minha assistente vai te orientar.
Emily concordou. Era justo. Estavam casados, afinal.
—Boa — disse ele.
Ela saiu do carro. Ethan permaneceu.
—Presidente, devemos voltar para o escritório? — perguntou o motorista.
—Não. Siga Emily. Quero um relatório de cada passo dela.
Porque aquele pedido repentino de casamento... tinha algo por trás.
Ethan conhecia a história. Todos no ramo sabiam quem era Emily Dawson. Top model, prodígio, e depois... queda livre. Tudo por causa de Logan Carter. Rumores diziam que ela recusou uma oferta milionária da Star King, optando por ficar com Logan e sua agência — a Golden Closet Entertainment.
Ele a destruiu.
Mas Ethan... estava curioso. E, pela primeira vez em muito tempo, intrigado.
E essa foi a origem do casamento mais inesperado de Nova York.
Continuar...
Com toda a honestidade, Emily Dawson nunca havia percebido o quão corajosa era—ela realmente tinha se casado com um completo estranho. Mas, o que estava feito, estava feito. E, surpreendentemente, ela não se arrependia. Nem um pouco.
Ela voltou para o carro ainda atordoada com os acontecimentos, mas antes que pudesse sequer colocar a chave na ignição, seu celular vibrou com uma ligação. Na tela, o nome: Logan Carter.
Ela respirou fundo antes de atender.
— Emily... onde você está agora?
— Na frente do Cartório Civil. Prestes a voltar para casa — respondeu, tentando soar casual, mesmo que seu coração ainda estivesse acelerado.
— Madison tem um desfile importantíssimo hoje. Preciso que você a substitua imediatamente. O maquiador vai providenciar uma máscara — ninguém vai perceber que não é ela — disse ele com aquela velha autoridade no tom de voz. — Já que Madison está machucada, você terá que aguentar um pouco...
Emily estreitou os olhos.
— Você não disse que Madison se feriu durante o ensaio? A imprensa não devia estar ciente de que ela está no hospital?
— Pedi para alguém deixar escapar que ela ainda vai desfilar, mesmo ferida. Não me questione, só vá! — retrucou Logan, seco.
A audácia dele era absurda. Emily já havia feito coisas ridículas por Madison antes, mas agora as peças começavam a se encaixar. Ela estava sendo usada. E não pretendia continuar assim.
— Ok — respondeu com uma calma que escondia sua indignação. — Me diga o horário e o endereço. Estou a caminho.
— Emily... estamos prestes a nos casar. Faça isso por nós, pela carreira da Madison. Isso pode impulsionar tudo.
— Vou impulsionar, com certeza... — disse ela, com um duplo sentido que passou despercebido por Logan.
— Ótimo. Depois a gente se encontra para jantar.
Ele desligou.
Provavelmente estava sentado à beira da cama de hospital de Madison nesse instante, acariciando a mão dela como se fosse uma heroína ferida.
Emily mordeu o lábio com força, controlando a raiva. Então, discou o número de Mina, sua gerente.
— O presidente Carter quer que você substitua aquela modelo B? Ele só pode estar brincando! — Mina atendeu aos berros. — Se você não tivesse dado um tempo da carreira, ela nem teria espaço nessa indústria!
— Eu aceitei, Mina — respondeu Emily com a voz fria e calculada.
— Você está falando sério? Depois de tudo? — Mina estava quase engasgando do outro lado da linha.
— Não serei mais tão estúpida. Eles não vão mais me usar.
Silêncio. E então a voz de Mina veio mais suave:
— Você tem um plano?
— Tenho. E vou precisar da sua ajuda.
— Pode falar — Mina respondeu sem hesitar.
— Madison quer convencer a imprensa de que vai desfilar mesmo ferida para não prejudicar a indicação dela ao "Top Ten Models Award". Me ajude a visitar o hospital onde ela está internada.
— Ah, entendi. Conseguir provas de que ela estava lá no momento do desfile. E depois jogar isso no ventilador! — Mina sorriu do outro lado da linha.
— Não só isso. Ela está grávida. E a criança é de Logan.
Silêncio mortal.
— Além disso, quero que me ajude a redigir uma declaração oficial. Vou expor que Logan me forçou, diversas vezes, a substituir Madison em trabalhos. Vamos reunir provas. Gravações, mensagens, contratos. Tudo.
Mina engoliu seco.
— Você quer incendiar o circo inteiro...
— E assistir sentada o espetáculo — completou Emily, com um sorrisinho.
— Você pode contar comigo.
Emily desligou. Sentia-se surpreendentemente calma. Estava decidida. E não teria piedade.
Chegando ao Metropolitan Hall, onde aconteceria o The Crown's Star Jewellery Show, Emily foi recebida pelo assistente de Madison. Um homem corpulento, de aparência rude, mas extremamente eficiente.
— Finalmente! Venha, vamos preparar a maquiagem!
— Que tipo de desfile é esse? — perguntou ela enquanto corria pelo corredor.
— Nada demais — mentiu ele, desviando o olhar.
Emily, claro, já havia feito sua lição de casa. Sabia que estava prestes a representar a marca francesa Haute Flamme em um de seus eventos mais exclusivos. E sabia também o que estava em jogo: Madison teria a chance de se tornar a embaixadora da marca, o que alavancaria sua carreira para níveis internacionais.
O assistente entregou-lhe o cronograma, apontou as joias expostas no palco e indicou a sala de maquiagem exclusiva de Madison. Emily se sentou e deixou que o maquiador começasse o processo de transformação.
Usava um vestido branco longo, justo, simples e elegante. No rosto, uma máscara dourada que lhe conferia um ar misterioso. O cabelo estava preso num coque elegante, e uma única rosa branca adornava sua orelha. Ela estava... estonteante.
— Você vai entrar no palco sentada em uma cadeira que descerá do teto. E esta aqui é a pulseira Estrela da Coroa — explicou o assistente, mostrando uma joia deslumbrante.
Ele tentou colocá-la no pulso de Emily, mas não servia. O bracelete era largo demais. Emily tinha os pulsos mais finos que Madison.
— E agora? — ele murmurou, preocupado. — Essa pulseira foi feita sob medida... É o ponto central do desfile!
— Você confia em mim? — perguntou ela calmamente.
— Neste momento, não tenho escolha.
Emily apenas sorriu.
— Então deixe comigo.
Ela se levantou, levantando ligeiramente o vestido e correu para os bastidores. Com a máscara, seu rosto era irreconhecível. Mas havia uma coisa que todos reconheceriam: suas pernas. Longas, esguias, perfeitas. As pernas que já haviam estampado campanhas globais.
O desfile começou às 11h em ponto, com uma música clássica ecoando pelo salão repleto de jornalistas, compradores, críticos e celebridades.
E então veio o clímax: a entrada da modelo principal.
Luzes se apagaram. Uma única cadeira dourada foi baixada do teto com suavidade. Nela, sentada com a elegância de uma rainha, estava Emily.
Os olhos de todos se voltaram para ela. Era deslumbrante. Hipnotizante. Mas... algo estava errado.
A Estrela da Coroa não estava visível.
O público murmurava, os olhares se cruzavam com confusão. Onde estava a joia?
E então, com a precisão de uma bailarina, Emily levantou o braço com delicadeza, reclinou a cabeça para trás e ergueu a perna esquerda numa pose artística e provocante. Ali, enrolada com perfeição em seu tornozelo, estava a pulseira: a Estrela da Coroa.
Um brilho indescritível.
Um silêncio absoluto.
E depois... aplausos.
O público levantou-se em êxtase. A cada movimento de Emily, a pulseira refletia a luz de um jeito diferente, revelando seu esplendor sob todos os ângulos. Era uma performance. Um espetáculo. Uma arte viva.
E, escondido entre o público, em uma área VIP discretamente isolada, Ethan Blackwood assistia tudo com atenção. Sua esposa. A mulher com quem acabara de assinar um contrato de casamento civil, brilhava como uma estrela nas passarelas de Nova York.
A mesma mulher que, três anos atrás, havia sido a modelo mais cobiçada do país.
Ela estava de volta.
O desfile terminou com o fundador da Haute Flamme, um francês elegante e sorridente, subindo ao palco e estendendo a mão para Emily.
— Obrigado a todos, e especialmente à Srta. Madison Blake por uma apresentação verdadeiramente inesquecível — disse ele, conduzindo Emily à frente da passarela para uma reverência final.
Emily apenas curvou-se em silêncio.
Mas antes que pudessem sair do palco, uma voz cortou o ar:
— Essa não é Madison Blake! Eu conheço Madison, e ela não tem pernas como essas!
Murmúrios surgiram no salão. As pessoas se entreolhavam, analisando as pernas de Emily. Repórteres começaram a se aproximar, câmeras piscando.
— Se é mesmo Madison, tire a máscara! — alguém gritou.
— Srta. Blake, por favor, nos mostre seu rosto — pediu um dos designers da HF, confuso.
Sem saída, Emily respirou fundo e removeu a máscara.
Por um momento, o tempo congelou.
— É a Emily Dawson! — gritou alguém.
Flashs explodiram de todos os lados.
A multidão se agitou, os jornalistas se aproximaram como uma maré furiosa, todos gritando ao mesmo tempo.
— Emily, por que você substituiu Madison?
— Isso é um retorno às passarelas?
— Você está tentando roubar o lugar dela?
— Está usando o acidente de Madison para se promover?
— É uma fraude! Uma modelo falida tentando chamar atenção!
— Supermodelo barata!
Emily tentava responder, mas os repórteres a cercaram de forma agressiva. Um deles a empurrou levemente, e ela cambaleou para trás.
Foi então que o fundador da HF, irritado, levantou a voz:
— Fui enganado! Isso é fraude! Pedi Madison Blake, não essa... essa atriz!
— Você! Fora do meu palco! Não tem lugar aqui!
Emily fechou os olhos. Sabia que isso podia acontecer. Mas mesmo assim, sentia-se humilhada.
Até que, do fundo do salão, uma voz grave ecoou com força:
— Sim, alguém aqui definitivamente deveria dar o fora...
Continua...
Um silêncio cortante caiu sobre o salão quando uma voz firme ecoou pelo ambiente.
Os repórteres se viraram ao mesmo tempo, suas câmeras se voltando para o final da passarela.
Parado ali, com uma postura imponente e olhar afiado como uma lâmina, estava Ethan Blackwood, CEO da Blackwood Enterprises, também conhecido como um dos nomes mais temidos e respeitados da indústria do entretenimento.
— Espera... — sussurrou alguém da imprensa, — não é o CEO da Blackwood Enterprises?
— O que ele está fazendo num desfile da GC Entertainment?
— E por que ele está se aproximando da modelo exposta?
A tensão pairava no ar como eletricidade estática. Todos sabiam que Ethan desprezava manipulações baratas e celebridades que buscavam fama a qualquer custo. Para muitos ali, era o fim da linha para Emily Dawson.
Mas, para total choque da plateia, Ethan caminhou até Emily e posicionou-se ao lado dela — como um escudo. O ambiente ficou congelado.
Seu tom foi frio, cortante, e autoritário.
— ...mas não é ela quem deveria sair do palco. É você — disse, dirigindo-se ao estilista. — Eu poderia fazer sua marca desaparecer do mapa em questão de horas. Suas peças são tão vazias quanto a sua ética.
O coração de Emily parou por um segundo. Aquele homem — que ela só havia visto três vezes — estava defendendo-a com uma ferocidade que ela não esperava.
Os repórteres se entreolharam, em choque.
Se soubessem que ela tinha qualquer ligação com Ethan, jamais teriam sido tão cruéis.
O estilista da HF Jewelry empalideceu, mas sabia que bater de frente com Blackwood seria suicídio comercial. Após um silêncio incômodo, ele murmurou:
— Peço desculpas, senhor Blackwood. Não sabia da sua... relação com a senhorita Dawson.
Ethan o cortou com um olhar gélido.
— Está enganado. Não tenho qualquer relação com ela — disse, com voz firme. — Apenas estou questionando seu julgamento.
Quando se virou para sair, porém, lançou um último comentário:
— Mas uma coisa é certa: ela vai ser uma estrela nesta indústria. E ninguém vai impedi-la.
O salão explodiu em murmúrios. A imprensa entrou em frenesi.
Emily Dawson, quem é você?
A GC Entertainment entrou em crise. E tudo começou por um deslize do assistente de Madison Blake.
— Se nem uma crise como essa vocês conseguem conter, imagino o que mais são incapazes de fazer — murmurou um repórter. — O que o presidente Carter fará agora?
Enquanto a confusão reinava, Emily permaneceu serena, quase inacreditavelmente calma. Mudou de roupa e saiu discretamente pela porta lateral. Ao sair, avistou um carro preto e luxuoso estacionado na calçada.
A janela abaixou.
— Entre — disse Ethan, sem levantar a voz.
Emily entrou. Estava grata. Não apenas pela defesa, mas pela forma como ele a tirara do centro do caos.
— Obrigada... por hoje.
Ethan lançou-lhe um sorriso enigmático.
— Acha que eu deixaria alguém humilhar a minha esposa, em público?
Emily ficou em silêncio. Sentia-se culpada.
— Eu... permiti que descobrissem quem eu era. Fiz isso de propósito. Queria expor a verdade.
Ele não desviou o olhar.
— Sei disso. Mas da próxima vez que quiser armar algo, peça minha ajuda. Sacrificar-se por vingança é uma tolice.
Emily não respondeu. O silêncio entre os dois era denso, mas confortável.
— Onde devo te deixar?
— Em sua casa. Somos casados agora, certo?
Houve um instante de hesitação. Depois, um sorriso no canto dos lábios de Ethan.
— Tem certeza? É nossa noite de núpcias, afinal.
Emily corou. Mas assentiu.
— Estou preparada. Só peço que, de agora em diante, você se mantenha neutro. Quero recuperar o que é meu com minhas próprias mãos.
— Tudo bem. Veremos do que você é capaz — disse ele, observando-a com curiosidade. Era raro ver uma mulher que não quisesse usá-lo como trampolim.
O carro seguiu em silêncio até que o celular de Emily tocou. Era Mina, sua empresária.
— Emily, já encontrei provas da gravidez de Madison. E a cena de hoje viralizou. O que faremos?
— Mina... você ainda está comigo?
— Essa pergunta é séria? Eu jamais ficaria do lado daquele casal nojento.
— Então solte a nota que preparamos. Mas esteja ciente: isso colocará você contra a GC.
— Não me importo. Já devia ter feito isso. Estou enviando as provas agora mesmo.
Emily desligou. Mas no fundo, ela estava nervosa. O que Ethan realmente pensava dela?
— Eu...
— Não precisa explicar — disse ele, sem olhar. — Ouvi tudo. Mas tenho uma pergunta: você sempre foi tão... honesta?
O carro parou num sinal vermelho. Ethan virou o rosto e segurou delicadamente o queixo de Emily, examinando-a de perto.
— Só sou honesta com você. Porque me importo com o que pensa de mim.
Ele piscou, surpreso. Depois, sorriu.
— Se fosse eu, teria sido ainda mais cruel com eles.
Emily não respondeu. Mas a expressão em seus olhos falava por ela.
Enquanto isso...
Logan Carter estava em pânico. As notícias se espalhavam como fogo. HF havia avisado que processaria a GC por quebra de contrato.
Madison, ao seu lado, assistia à apresentação de Emily no palco.
— Está vendo? Ela fez isso de propósito! Queria que todos vissem quem ela é!
— Emily não é assim... — murmurou Logan, ainda com dúvidas.
— Você confia mais nela do que em mim? Agora precisamos agir. Diga à imprensa que você não sabia de nada. Que ela tentou criar uma nova tendência sem autorização. Jogue tudo sobre ela.
Logan hesitou, mas sabia que Madison estava certa — ou assim achava. Estava prestes a ligar para o chefe de PR quando recebeu outra ligação.
— Senhor Carter! Veja os sites! A empresária de Emily soltou uma bomba!
Emily tinha exposto tudo. As substituições. Os abusos. As provas estavam ali, lado a lado, com imagens de bastidores e depoimentos.
Desesperado, Logan tentou reverter. Ligou para contatos na mídia, apagou os posts, divulgou notas falsas. Mas era tarde demais.
Ethan Blackwood — o verdadeiro nome do CEO que ninguém ousava enfrentar — havia ligado pessoalmente para as redações.
— Se qualquer nota sobre Emily Dawson sumir do ar, vou garantir que suas empresas também desapareçam.
A mídia recuou imediatamente.
Mina estava chocada com a eficácia de sua exposição.
— Emily, você está sendo protegida por outra empresa? — perguntou Mina pelo celular.
— Não — respondeu Emily, olhando de relance para Ethan. — Mas há alguém que me apoia. Só não posso revelar quem.
Mina riu.
— Tudo bem. Só de imaginar a cara do Logan, já estou satisfeita.
Mais tarde, durante o jantar no hotel, Ethan cortava um bife com a calma de quem já venceu a guerra.
— Vai deixar a GC?
— Não ainda. Seria fácil demais. Quero vê-los despencar.
— E se um dia você parar de odiá-los?
— Eu não me arrependo das minhas decisões. E nunca volto atrás.
Ethan observava Emily com crescente admiração. Ela era mais do que uma modelo injustiçada. Era uma estrategista disfarçada.
— Reservei a suíte presidencial. Vamos passar a noite aqui. Minha casa não tem... clima — disse ele, casualmente.
Emily corou.
— Como quiser...
Depois do jantar, Ethan a guiou até a suíte. Não era qualquer suíte: era uma suíte nupcial. Ele havia planejado tudo.
Quando entrou no banheiro, deixou a porta entreaberta.
— Vou tomar banho. Isso te dá tempo para pensar. Se quiser, podemos adiar nossa noite de núpcias.
Emily o observou por alguns segundos. Seu coração batia acelerado. Mas ela já havia tomado sua decisão. Não era mais a jovem vulnerável que havia sido traída.
Caminhou até a porta do banheiro e a abriu devagar. Ethan, surpreso, virou-se — e ela o abraçou por trás, silenciosamente.
Ela não disse nada.
Mas aquele gesto dizia tudo.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!