— Não pai! Já disse: não sou uma garotinha indefesa! Sei muito bem como me cuidar sozinha! Que história é essa de um segurança?
— Filha… sou um homem visado e sabe disso. E além de tudo não quero correr riscos com você. É muito impulsiva.
— Odeio ser tratada como uma menina… já tenho 18 anos, pai! O que as minhas amigas dirão quando me ver com um armário vinte e quatro horas por dia? Tenho direito a minha privacidade!
— Gabriela… você é meu maior tesouro. Por isso cuido tanto de você.
— Pai!
— Não discuta comigo minha filha. Apenas quero o seu bem. Se acontecer algo com você, sou capaz de morrer. Então, apenas acate o que pedi. O Chris é um ótimo profissional. E tenho certeza que nem dará conta da presença dele.
- Ah é sério?
— Filha pare com essa birra.
— Não quero pai...já é tão difícil fazer amigos e agora vai obrigar-me a ter esse cara no meu pé?
— Olhe só Gabi… estou realmente com a paciência esgotada. Como disse; o Chris vai chegar em alguns minutos. Então quero que no mínimo o trate com o respeito que ele merece. E outra coisa, melhor mudar os seus modos em relação a ele. Garanto, ele não é tão tolerante quanto a mim.
— Ah! é sério isso? Agora tenho que ser boazinha também?
— Sem deboche Filha. O Chris é um homem sério. Por esse motivo o contratei.
Gabriela é sarcástica.
— Vamos ver quanto tempo ele vai aturar a minha presença. Garanto que ele joga a toalha numa semana.
- Gabriela…
— Eu disse que não quero segurança nenhum...então é isso!
- Filha!
A governanta vem até eles, avisar que o homem chegou.
— Desculpe sr, mas o sr. Scott chegou. Posso mandá-lo entrar?
— Por favor.
Christian Scott é um homem imponente. Não passa desapercebido. Seu 1,90 de altura e o porte físico espetacular é sua marca registrada. O olhar malvado dele também, puro charme.
Quando se aproxima da garota ela realmente se impressiona.
- Sr Scott. É um prazer conhecer-te pessoalmente. Essa é minha filha, Gabriela.
— O prazer é todo meu. como vai srta?( olha-a detalhadamente) suponho que é você o meu novo trabalho. Estou errado?
— E garanto que logo desistirá.
Ele sorri.
— Não desisto fácil de um desafio. E agora… estou muito focado em seguir adiante.( olhar mau).
Ela encara-o em sinal de desafio.
— É mesmo? Pois, saiba; não aceitei isso desde o princípio. Então ainda está em tempo de desistir.
Ele cruza os braços divertido, e olha para o pai da garota muito atrevida.
— Sr maltês, não costumo ficar encarregado de fazer a segurança pessoal dos meus clientes, mas vou abrir essa exceção… ( olhar malvado) vou aceitar o desafio. Afinal, isso realmente atrai-me. E caso concorde, vou começar agora mesmo.
— Vou passar-te tudo do que vai precisar.
— Ótimo.( ele faz questão de encará-la agora) vai ser divertido.
Gabriela não deixa por menos.
- Agora sou uma diversão pra você?
- Pode apostar que sim...srta maltês.
sorriso.
— Fala sério Gabi! Aquele Deus grego é seu segurança pessoal? Jesus Cristo! Preciso de um desses para mim!(Mariane fala divertida para a amiga que não está a gostar nada da situação).
- Ah ah!..que engraçado!( cara feia) o meu pai passou de todos os limites! disse-lhe que não queria esse sujeito no meu pé!
— Credo amiga! Que mau humor!(Susana a repreende) o seu pai só pensou na sua segurança… e olha, ele caprichou!(ri da careta da amiga nem um pouco feliz)
Daniela olha na direção do homem, que está um pouco afastado, mas muito atento a qualquer movimento suspeito.
- Vou dar um perdido nele… eu avisei que faria da sua vida um verdadeiro inferno. E é o que vou fazer exatamente… logo ele desiste.
— Não te entendo amiga. Coitado dele.
— Já disse… não preciso uma babá!
— Ah eu quero!(Mariane é sarcástica agora) pare com isso Gabi. Ele é uma tentação! Olha só que homem lindo tem a sua disposição… hum!..faria coisas do arco-da-velha com ele sem arrependimento algum!(morde o lábio agora).
— Credo Mariane! Ele tem idade para ser seu pai!(claro que não..., mas com certeza o homem é bem mais velho que elas).
— Ah!..quero que ele me adote!(Mariane é malvada) sério Gabi… sempre fui louca por homens mais velhos… e esse aí com certeza é meu número em género, número e grau!
— Quer saber? Vou para o laboratório… tenho um trabalho para entregar. Fiquem aí admirando o segurança… nem faço questão.
— Você reclama de barriga cheia viu!(Suzana balança a cabeça resignada).
Quando ela se movimenta para ir ao laboratório, ele sai do seu posto e vai na sua direção.
— Gabriela, aonde vai?
— Sério?
— Eu disse… estarei onde estiver.
— Vou ao banheiro. Sério que vai entrar lá também?(sobrancelha arqueada em sinal de desafio).
Ele respira fundo.
— Entrar não..., mas ficarei próximo à porta, caso tenha alguma ideia mirabolante na cabeça.
— Você é insuportável sabia?
— Sou é? Não tem ideia de quanto.( sorriso marcante)
Gabriela o encara agora com um olhar furioso. Como ele é bem mais alto que ela, tem que levantar a cabeça e sustentar o olhar para ele que não parece nem um pouco intimidado com ela.
— Vou fazer você se arrepender do primeiro minuto que cruzou os portões da minha casa.
— É mesmo? Tente.
Ela virá as costas para ele e segue o seu caminho, indo direto para o laboratório.
— Não disse que iria para o banheiro?(ele sorri)
Ela olha para ele zangada.
— Vai pro inferno!
— Tão longe? ah não… prefiro ficar por aqui. Bem pertinho de você diabinha..(rindo muito da reação dela agora). Acha mesmo que não sei dos seus (truques) mocinha? O seu pai deixou-me a par de tudo. Então, pense muito bem antes de tentar usá-los contra mim… também tenho alguns guardados, e no momento certo, vou saber como usá-los.
Gabriela respira fundo.
— Se não se importar, quero fazer o meu trabalho. Em paz!
- Claro. Fique a vontade.
Sorriso.
Daniela o olha atravessado. E o pior, ele nem se abala. Está focado no seu celular agora. Como ele é responsável por um grupo de seguranças, sempre monitora os seus serviços. Tem uma equipe enorme trabalhando com ele.
— Roberto, tudo certo?
— Sim, Sr. estamos atentos.
— ótimo. Quero que pesquise uma coisa para mim.vou mandar-te o link.
— Aguardando...
— Me mande o resultado da pesquisa logo que tiver em mãos.
— Imediatamente.
— por enquanto é isso. Bom trabalho.
— obrigado Sr.
Desliga o celular e volta às atenções para a mocinha rebelde bem a sua frente. Preferiu ficar um pouco afastado dela. Sufoca-la não é a sua intenção, embora tenha muita vontade de apertar aquele pescoço dela as vezes.
Desde que aceitou o trabalho, ela não dá um refresco. Sempre procura de um jeito ou outro provoca-lo.
Na primeira semana, quase o fez perder a cabeça literalmente.
Inventou de ir a uma festinha sem o conhecimento do pai e dele próprio, fugindo literalmente. Por sorte, a equipe estava atenta e o alertou da sua escapada.
E quando chegou no local da tal festa, aquelas pré-adolescentes quase o atacou literalmente.
" Semanas antes..."
— Oi! a Gabriela… onde está?
— Oi! gato! Ela está por aí… quer uma bebida?
— Não. Obrigado. Só quero saber onde ela está.
— Vem comigo…
A garota o leva até a sala onde estão se divertindo a valer a cantar no ‘karaoke’.
Um garoto de uns 20 anos aproximadamente, a abraçando pela cintura, está bem a vontade com ela, fazendo um carinho muito inconveniente no seu pescoço.
Chris olha zangado.
Se aproxima devagarinho e para perto dos dois agora.
— Olá fujona. Achou mesmo que não lhe encontraria?( fala fazendo-os o olharem assustados).
- O que pensa que está fazendo?( ela fala baixinho para que ninguém perceba) estou com meus amigos! se manca e cai fora!
— Tenho que te lembrar que sou sua sombra? Porque não avisou da sua festinha?
— Porque não te quero aqui! Vai embora!
— Não. E tenho que lhe lembrar, ficarei até o momento que decidir ir. Não estava nos meus planos isso hoje, mas posso aguentar.
O acompanhante da moça o encara agora.
— Ei cara, você não é bem-vindo.
— Sério?(o encarando firme)
Gabriela entra na frente do homem agora.
— Qual é a sua? Vai mesmo querer envergonhar-me na frente dos meus amigos?
— Não… exceto se me provoque. Sabe que o seu pai me contratou para ser seu segurança. Se agisse da maneira correta, estaríamos bem, mas insiste em desafiar-me.
- Eu disse: não preciso de segurança! Qual é seu problema? Estou com os meus amigos! o que pode acontecer-me?
— Nem faz ideia minha cara.
— Odeio você!
— Para a sua informação, terá que conviver comigo… por muito tempo.
Ela olha-o de maneira desafiadora.
— Vou fazer da sua vida um verdadeiro inferno!
— Não ligo para isso. Estou a ser muito bem pago, então...faça o que fizer… estarei por perto.
— Que merda é essa agora? Porque o meu pai insiste em segurança particular para mim? Nunca precisei disso!
- Ele tem motivos. Confie em mim. Não estaria pessoalmente tratando da sua segurança se não fosse de fato necessário.
A garota o pega pelo braço se afastando do amigo e o leva para um lugar mais afastado.
— Pode dizer-me o que está a acontecer de verdade?
— Não estou autorizado a informar-te isso.
— Como não? Eu sou a maior interessada.
— Acontece que não vou te dar mais informações, apenas faça a sua parte: informar-me a sua localização. Não é tão difícil assim.
- Olha só: eu tenho a minha vida particular, não pode ficar se intrometendo assim!
— Quem é aquele cara que estava-te abraçando com tanta intimidade?
— não é da sua conta!
— É sim. Tenho que saber exatamente quem se aproxima de você.
— Não manda em mim!
— Garota...(ele respira profundamente) pode ser brincadeira para você o que faço, mas é muito sério. Se acontecer algo com você, sobre o meu comando… posso-me complicar.
— Não ligo!
— Olha só… não me obrigue a ser rude com você.
— Quero ver se teria coragem de fazer isso!(o desafia)
Chris pega o seu braço com muita força agora e a encara de maneira nada gentil.
— Se for preciso, o farei ouviu? Se fosse minha filha lhe daria uma lição de bons modos que com certeza não esqueceria, então… não teste a minha paciência no limite com você.
— Ouse...e contarei a meu pai. Quero ver se depois disso ainda ficará a cargo da minha segurança. ( sobrancelha arqueada)
- Gostaria disso não é?
Tente tirar-me do sério. Creio que até o seu pai me dará razão. Qual o seu problema garota? Gosta de desafiar o perigo?
— A única coisa perigosa perto de mim, é você!
— Ah, então acha-me perigoso? Lembre-se disso quando tentar fazer-me de idiota novamente. Agora vamos embora.
- Não vou!
- Sério que vai pagar pra ver?
Olhar mau.
— Estou numa festa. É aniversário da minha amiga, então ficarei até o momento que desejar e nem você e, nem ninguém vai-me tirar daqui contra a minha vontade!
— Muito bem! Então ficarei aqui. E nem ouse a dar-me um perdido...A minha equipe está nos arredores. Sem hipótese de fuga para você.(sorriso marcante).
— Vá se...
— Melhor nem terminar a frase… posso ficar ofendido.(sorriso)
— Se quer ficar… fique! Bem longe de mim!
— E com os olhos atentos mocinha. Divirta-se.
Ele sai e fica num lugar estratégico, onde pode ter ampla visão dos movimentos dela.
Claro que ela detesta.
As amigas muito curiosas vão perguntar quem é o homem de preto que não tira os olhos dela.
— Dani! Quem é aquele ser delicioso!(Ligia a questiona com um sorriso)
— Ele não é ninguém!( irritada)
— Credo amiga! Porque está tão chateada?
— Esse homem irrita-me!
— Hum!..é mesmo? Assim, gratuitamente?
- Meu pai insiste em que ele faça a minha segurança particular… odeio isso!
— Ah! pare com isso! Ele é um tremendo gato! Sisudo..., mas gato demais.
— Como vou ter uma vida particular com esse cara vinte e quatro horas no meu pé? O Gustavo com certeza nem vai se aproximar mais de mim depois disso.
— Para!
— Estávamos lá… e esse brutamontes chegou e acabou o clima!
— Quer uma ajudinha?( sorriso malicioso)
— Faria isso? Por mim?
— Claro! Afinal… para que servem as amigas?
— E como pretende fazer?
— Pode deixar… vou distrair o seu "amiguinho" aí terá oportunidade de ficar com o Gu… , mas não garanto nada...
— Te amo amiga!(ela dá um abraço nela).
Christian está muito sério observando todos por ali. Quando Ligia se aproxima dele com um sorriso.
— Oi!..não fomos apresentados.Qual o seu nome?
ele olha-a atentamente.
— Christian. E você… quem é?
— Sou a Ligia, amiga da Gabriela.
— Ah!..
— Imagino que deve estar meio que deslocado… nunca te vi nas rodas de amigos.
— Talvez por não ser amigo de ninguém aqui em questão. (responde de mania fria).
— Mas… conhece a Gabi não é?
— Sim. Estou a fazer a segurança dela.
— Que chique!
— E é um trabalho bem complicado…
— A Gabi é opiniosa… não ligue para isso. Quer beber algo?
- Não bebo em serviço, mas obrigado assim mesmo.
— Que é isso! Estamos numa festa! Tá...um refrigerante...
— Hum!..de verdade, agradeço. Mas não.
— É tão profissional assim?
— Na verdade, nem era para estar aqui.
— Mas, já que está… vem, vamos nos divertir um pouco.
— Eu acredito que…
— Gosta de cantar?
— O quê!?
— Karaoke...todos estão se divertindo… vem, mostre o seu outro talento.
— Não posso sair do meu posto.
— Uma música só...por favor…
ele balança a cabeça resignado.
— Só uma mesma?
— Sim...
— Ok.
Quando ele sobe no palco improvisado, pega o microfone após ter escolhido a música.
Todos o olham muito curiosos.
Principalmente Gabriela.
" Ah...eu vim aqui amor, só para né despedir, e as últimas palavras desse nosso amor...você vai ter que ouvir…
me… perdi de tando amor, ah eu enlouqueci… ninguém podia amar assim, e eu amei… e devo confessar… eu acho, que errei…
Ele canta de maneira tão suave que prende a atenção de todos.
E que voz é aquela!
Até mesmo Gabriela está encantada com ele.
Múltiplas facetas não é?
Pensa com um sorriso agora.
— Ei Gabi… não íamos para o jardim? Aproveita que o seu cão de guarda está distraído.
- Espera um pouco… adoro essa música…
— Tá maluca! Música de velho!( fala com deboche)
Gabriela o olha zangada.
— Minha mãe amava essa música o seu idiota!
— Me...desculpa… eu não sabia.
- Quer saber? sai de perto de mim. Acabou o clima.
— Fala sério! vai brigar comigo devido a uma bobagem dessas?
— Sai garoto!
— Sua mimadinha sem noção, pensa mesmo que pode dispensar-me assim?( a puxa bruscamente contra o seu corpo agora ignorando os presentes) vou-te mostrar como um homem trata uma mulher… (tenta beija-la a força agora, quando sente uma mão o puxando com força).
— Solte-a...agora mesmo rapaz. Antes que se machuque. (Christian está bem atrás dele).
- Quem pensa ser seu idiota?
— Prefiro que não saiba… agora, a solte.
- Tente impedir-me.(Gustavo o desafia agora com um grande sorriso idiota nos lábios)
Com um soco certeiro, Christian o derruba no chão, deixando todos chocados. Em seguida, pega Gabriela pelo braço e a tira dali.
— Me solta o seu… ogro!
— Vem agora mesmo comigo, sem discussão.
— Não tem o direito…
— Aquele cara estava-te importunando… então tenho sim… todo o direito.
— Você agrediu-o!
— Muito bem Gabriela. Eu apenas impedi que ele te… fizesse mal. São esses seus amigos? Sério isso?
— Não pode…
ele puxa-a muito perto agora. E o seu olhar é intenso.
— Ouça uma coisa… jamais subjuguei uma mulher para conseguir o que quer que fosse, sem sua vontade. não permitiria que aquele moleque fizesse isso com você. Ou é muito inocente, ou cínica para não saber o que ele faria se estivesse fora do meu alcance. Então, vai agora mesmo comigo. e juro por tudo que é mais sagrado nesta minha vida...Esquecer de quem é e mostrar pra você o que um homem se verdade faz quando é provocado.
Ela sente-se ameaçada agora.
Ele está a falar muito sério.
— Não me assusta! Ouviu!
Ele pega o seu rosto a forçando a olhá-lo bem nos olhos agora; furiosos por sinal.
— Não me provoque menina… sou muito mais do que possa imaginar.
— Não sou menina!
— Age como uma… então; se não quer ser tratada assim… mude seu modo de agir.
— Nem o meu pai me trata assim! Quem pensa que é? Não passa de um funcionário do meu pai… e muito ousado por sinal!
Ele abraça-a agora. E ela pode sentir toda a sua força agora.
— Quer ser tratada como uma mulher… procure agir como uma… e não crie expectativas a meu respeito… ainda não estou com o juízo prejudicado a ponto de cometer uma insanidade… mesmo você sendo muito bonita para isso.
" Ele elogiou-me? É isso"
Gabriela pensa agora com a respiração oscilante.
— O que foi? Porque está-me olhando assim?(ele pergunta agora)
— Podia ter pegado leve com o Gustavo. Ele vai ficar furioso comigo.
— E isso importa?
— Se depender de você e do meu pai a minha vida social acabou!
Ele sorri.
— Não se preocupe com isso. Logo tudo isso acabará. E ficará livre de mim.
— Não vejo a hora!( revirando os olhos agora)
— Tem mesmo certeza… que a minha presença é tão má assim?(olhar enigmático)
— Poderia ser mais gentil.
— Vamos fazer isso.Facilite o meu trabalho, e não lhe perturbo.
— Não conte com isso.
Fala se soltando dele e indo para o carro onde o motorista já os (espera).
Christian resignado a acompanha.
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